Textos para Reencontros

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Amor eterno amor

Poemas, poesia, poetas, poetisas. Um mundo singularmente cheio de sensibilidade e emoções. Escrever é brincar com as palavras e os sentimentos. Sentimentos estão por aí, soltos, perdidos e achados. Basta que uma alma sensível e apaixonada os agarrem. E foi num desses sentimentos perdidos que eu te encontrei. Quem diria, alguém que não queria encontrar ninguém, alguém como eu que vinha de tantos descaminhos, de tantos momentos complicados, de tantos erros e poucos acertos. Um homem que que foi mais amado do que amou. Alguém que jamais soube se entregar e que ao primeiro passo de algo dar certo, sempre decide precipitar o fim. Prefere o fim a lutar pelo que ama. Só que naquele dia, naquele momento, fiz uma nova escolha. Queria conhecer amigos novos. Minha vida precisava de uma virada. E decidi que seria teu amigo. E fui em frente. Conversando, descobri que tínhamos interesses em comuns. A poesia nos ligava. E assim partimos desse ponto. O amor aos bem traçados versos. E estávamos nos dando muito bem. Conversas longas e gostosas. Sempre apreciei a inteligência e o bom humor numa mulher. Beleza não é tão fundamental assim. Aprecia-se uma mulher com um corpo legal, mas nem só de corpos um amor sobrevive. Mas, você tinha tudo reunido numa só pessoa.
E foi num momento que nem sei como, começamos a nos tratar diferente. Começamos a pensar que poderíamos ser mais. E arriscamos. Porque afinal a vida é bela. Pena que muitas pessoas não.
O que poderia ter dado certo, começou a andar num compasso para o fim. E, tudo por maledicência das pessoas. Mais uma vez, me vi pondo fim a um relacionamento, por medo de que tudo desse errado. Ela possessiva, eu com um passado cheio de motivos para tal.
E eis que me vi sem ela e sem nenhuma probabilidade de um dia nos falarmos e acertarmos o que nunca foi acertado. Porém, o destino é implacável e quando ele quer, ele sabe como fazer. Só que não foi fácil, foi sofrido. Uma nova chance, mas novos problemas. me vi como Teseu numa de suas inúmeras tragédias, onde nunca conseguia chegar ao seu destino.
Quando tudo parecia novamente fadado ao esquecimento, o Deus Eros acertou novamente a flecha mágica que consegue ultrapassar qualquer barreira.
Tantas idas, tantas vindas e tantos temores. Assim é a vida. Novamente nos colocando em xeque mate. Queremos estar juntos, queremos acreditar que ainda existe a nossa chance. Queremos crer que Eros não errou a sua escolha. Mas, é duramente complicado pelos temores, mas extremamente fácil pelos amores. Eu te quero, você me quer. Mas, no amor os medos pesam e pesam muito. Como tirar meu medo? Como te deixar sem o seu? Não sei. Eros é caprichoso e insiste.
Nos resta uma decisão: tentar evitar esse medo que corrói e entorpece. Basta apenas nos entregarmos ao amor e nos arriscarmos. Nenhum amor é imune às avalanches do destino. Não podemos antecipar o que vai nos acontecer.
Só posso te falar com todas as letras: TE AMO. Sei que me amas, mas se isso não bastar, sofreremos ainda mais. Perto ou longe, o amor e o sofrimento conjugaram o mesmo verbo: SOFRER.
Vem comigo, mulher virtuosa, desejada, amada e amante. Me aceite como sou e te aceito como és. Basta você falar que sim.

(Anjo Eros)

Inserida por anjoeros133

PALAVRAS..... sem palavras...

Quantas palavras escritas ao vento
descrevendo tamanho sentimento
tudo que sempre quis ouvir
mas que assim não fazem sentido
estão virando apenas tormento
ninguém pode amar o desconhecido
mesmo que tente me provar
o amor se reconhece no olhar
nesse encontro de olhar se vê a alma
e nela todas as nossas vivências
então como podes me amar
se nunca encontrou meu olhar
se ainda estou sempre a te buscar
esperando a eternidade para te reencontrar.
Genelucia

Inserida por Genelucia

Há momentos que, por um simples detalhe, se pode eternizar. Uma palavra, um gesto, um carinho, uma atitude. Mas, as pessoas cada vez mais fecham os olhos para tudo que está ao seu redor. Perde o presente real e humano para planejar o futuro através de dígitos e mais dígitos. O real se torna invisível, imaginável e imperceptível. O real se fez real e, talvez, tenha se arrependido. Se arrependido pelo motivo, pelo objetivo, pelo esforço e por fazer mais do que poderia para ali estar. E para ali perceber que em quem mais depositou confiança, com quem mais compartilhou e quem mais desejou ver.. no fundo parece a pessoa mais desconhecida de sua vida. Que nem sequer compartilha com você, nem valoriza cada minuto junto depois de tanto. E a quem (eu) tanto dizia irmã, grande –ou melhor- amiga, me tinha apenas como uma colega distante. Tenho tanta coisa em minha mente, tantas ideias, tantos pensamentos e, principalmente, muitas e diversas conclusões.
LX setembro/2015 Tucumán, Argentina.

Inserida por laizaxavier

Amizade é isso...
Não importa se estamos perto ou longe, se conhecemos novas pessoas e com essas criamos novos laços.
Não importa o espaço entre os encontros,
Não importa se não trocamos mensagens diariamente.
Nada importa, porque sabemos que quando estamos juntos, é sempre uma festa e recheada de muitas gargalhadas e alegrias.
E é essa alegria, o combustível que precisamos, para aguardar o momento de um novo reencontro.

Inserida por Marthasil

Entre o vento carregado, vem uma triste canção,
que desmancha meus ouvidos com notas compaixão,
minhas mãos congelam os dedos, os meus pés não sentem o chão,
minha alma se arrepia e despedaça o coração,
o meu rosto esmorecido faz de tudo pra sorrir,
mas os olhos encharcados me lembra do despedir

faço tudo pra espantar a dor,
faço tudo pra erguer as mãos,
o meu mundo todo desgastado cheio de buracos, sem coloração,
as estrelas esconderam o brilho
pra me enfraquecer, fazer cair,
minhas lágrimas abrem a porta e resolvem sair

preciso viver, tenho que partir,
partir na estrada seguindo o nada até encontrar o que falta em min,
tem algum lugar? perto assim de min?
no meio da mata entre árvores altas, onde o meu rosto, consiga sorrir

tenho que correr, pra longe daqui,
preciso de paz, não vou olhar pra trás
se cansar continuar, se arrastar se cair
no fim do caminho, achar um lugar,
onde o meu corpo fraco consiga de novo se reencontrar.

Inserida por AlanRodrigo2

Diário de um cadeirante

Sinto saudades de tu Shandão...

Quando você foi embora fez-se escuridão em meu viver, perdido fiquei. Me passou a responsabilidade de uma vida a qual ainda não estava preparado. Me deixou com poucas e péssimas opções.Não me envergonho em lhe dizer, por muitas vezes pesei em desistir. Por várias ocasiões me vi em um fosso. e nem muito disposto a tentar sair.

Sim caí, já disse não me envergonho pois não era fácil suportar sua falta.
Mas hoje de cabeça erguida novamente, posso afirmar que mesmo com as péssimas condições que me deixou e foi, tenho orgulho do que conquistei até agora. Tenho quase certeza que posso cair e me machucar, mas forte me levantarei.

Ser forte? Sou mas não tem jeito, hoje eu tenho que chorar, esta casa não é minha, portas que não consigo adentrar sozinho, você dificultou bastante as coisas antes de ir, tudo em altura que não alcanço. Porque não facilitou um pouco?
E nem é meu este lugar, estou só e não resisto, muito tenho a dizer e a perguntar, muito tenho a lhe cobrar, também culpar. Se é que existe algum culpado. Me desculpe mas hoje o choro não vou segurar.

Porém agora não tem quem me faça desistir de consertar as merdas que você fez. As consequências que elas causaram, e nada eu tenho de culpa. O caminho é de pedra, tentarei cessar meu pranto, choro não conquista nada a não ser pena, e pena e a última coisa que espero que sintam.

Vou dar continuidade na vida que era tua... Tentando esquecer e não cair, mas antes te perdoando, pois hoje tive certeza que gostaria de poder voltar e mudar sua história. Só hoje pude compreender em seus olhos, ter a sensação de sentir sua alma.

Não passava de um garoto, perdido, tentando conquistar o mundo pulando as etapas da vida. Pude sentir em teus olhos o quanto confuso estava, "22 de Janeiro de 1994". Hoje e somente hoje tive a certeza que jamais quis se despedir. Não queria aquele mal..

Mal que te privou de uma vida inteira, irei tentando entender que não me passou este bastão pesado por vontade própria.
Eu não quero mais encarar de frente a morte, tenho muito que viver, depois que me deixou só, muitas coisas mudaram e posso afirmar que teria orgulho do que mudei até aqui, mesmo na situação caótica e cheia de dor a qual fiquei quando partiu.

Vou querer amar de novo, e se não der não vou sofrer, já não sonho como você, realizo. Vou em busca de meus sonhos, talvez até seriam os teus.
Com meus braço mais fortes a tanta carga a eles atribuídos, o meu viver esta mais tranquilo, as vezes me pego com muita saudades de você, imaginando como seria se ainda estivesse aqui.

Se não era só tempo que você precisava, se a vida iria caminhar melhor. Porém me pergunto. Se sem os desafios amargos que me deixou, iria tão longe?

Sinto muita saudades...

Gostaria tanto que meus filhos tivessem o conhecido, serem carregados nos braços,jogado para o alto e aparado com carinho e cuidado que um pai feliz, ter segurado a bicicleta ao aprenderem a pedalarem pela primeira vez..
Ensinado-os a nadar, rodopiado segurando pelos braços.
Eles são maravilhosos e sei que de tudo que lhe foi privado, a maior foi não poder conhece-los, ser amado e ama-los.

Saudade é um sentimento que quando não cabe no coração, escorre pelos olhos. Dizem que o tempo ajuda, que o tempo faz melhorar...E realmente, ele acalma o nosso coração. Mais nem o tempo, nem nada, tira este vazio aqui de dentro.

Não há o que impeça a saudade de bater novamente, assim sem dia ou data marcada. Tem horas que faz muita falta, e que esta falta dói novamente, como no dia que você se foi. Hoje eu me peguei ouvindo as musicas que gostava. E enquanto as ouvia,eu senti sua presença. Foram momentos únicos. Queria poder voltar no tempo uma vez que fosse, e viver novamente um destes momentos.

Sinto saudades de tu Shandão...

Prazer meu nome é Shando Maranhão

Que terno! - disse ele do poema que leu, e logo complementou: é um verdadeiro presente que se dá a quem se gosta...
E o diálogo seguiu em forma de prosa em meus pensamentos, afinal, sempre gostara de escrever:

- Seu moço, posso saber porque "tai" rindo tanto feito "tabacudo"?
- "É mode quê" eu voltei pra ca!
- "Mai comé" que tu fica feliz em voltar pra essa terra infeliz? Aqui "num" tem nada de bom.
- Eu sentia falta do gosto da água e do cheiro de barro. "Oia" pra isso: o pasto cresceu. Tem até flor, aí eu catei uma e dei pra Tôinha.
- E é por causa disso que tu tá tá sorrindo? Tu é doido! Lá na "capitá" tu tem tudo...
- Menino, meu tudo é Tôinha. "Num" adiantava muito não. "Mai" sorte que percebi isso logo e ela ainda me queria. "Num" pude trazer nada de lá... Mas essa flor, sim, essa flor ela gostou. Disse até que vai colocar num vaso. Foi lá na feira comprar.
- Tu é doido! Tu é doido João.
- Eu sou doido de amor! Só se for...

Tôinha colocou a flor no vaso e no cabelo também. Se arrumou, passou perfume que João gosta e o chamou para comer.

- Eu trouxe esse CD de "capiba" da "fêra" pra tu. Ainda gosta?
- Não precisava minha, flor!

Não restou nada do cuscuz com galinha e pão que Tôinha fez. Foi tudo tão inesperado. Mal sabia ela que depois de dois anos e sete meses iria rever João. Nunca, nenhuma vez, se falaram depois que brigaram.

Amor verdadeiro não morre, se materializa numa rosa do sertão, num pedaço de pão, num perfume lembrado, num CD que foi comprado. O amor está num sorriso estampado de quem volta feliz para casa, na certeza de encontrar sua amada.

Inserida por carlosmotajcm

⁠A simplicidade da vida está nas coisas que o dinheiro não compra, mas, o seu valor é tão inestimável que valem por uma vida inteira.

Encontra-se no olhar sincero, no abraço que acolhe, naqueles pés descalços sentindo o frescor da terra, no barulho da chuva, na historia contada, nas boas risadas, no silêncio que acalentar e na esperança do reencontro.

Inserida por adrianamatos_psi

⁠Trapos e retalhos

assustado com a luz cavei minha própria cova em frente aos portões do inferno

o jardim de cristal iluminou-me por um breve tempo dando-me esperanças de redenção e ressurreição

até que novamente entorpeci-me no adormecer das madrugadas mórbidas

gritando dores solitárias minha alma geme sem causar comoção as Flores

quando fugi de mim mesmo pus-te em fuga de si mesma, e, nos perdemos a não nos encontrarmos

não há perdão no meu julgamento onde recebi condenação sem ser ouvido e minha pena mais dolorosa é saber seus gemidos por um partir que nunca houve

a doce lembrança do sorriso de suas palavras de outrora embaçam em lagrimas a memória do caminho sonhado um dia percorrermos

na minha morte almejo sua face, face a face um sussurro a dizer que te Amo e nunca sequer cogitei lhe deixar

a lua ergue-se em meio a sombras sedutoras contemplando minhas dores em mil pedaços costurando-se em trapos e retalhos em decomposição daquilo que um dia fui

gemidos anuciam uma dolorosa busca de um iminente e último suspiro..

Inserida por arremedos_poeticos

⁠A redenção é a morte

há alguns dias não tenho vontade de me levantar, permaneço deitado com os cobertores ate o queixo no escuro com minhas cortinas blackout puxadas

a televisão ligada sem volume ou com o volume no minimo me sugere as horas, é ínicio de madrugada agora, ha alguns dias foi meu aniversário, daqui ha alguns dias terá o feriado de 7 de setembro, através da internet não fico alheio completamente sobre os dias e meses

a passagem do tempo no entanto se mostra morosa, rude e angustiante, algo dentro de mim se levanta em súplicas por dias de sol e aroma de flores da primavera, então lembro que essa sensação de súplicas tambem me acompanhava no verão passado e na primavera passada

aa sendas escuras do meu quarto anunciam corpos mortos chovendo pelo teto e deitando-se nas feridas da minha cama empoçando jardins de flores pisoteadas

tremulam versos rotos e sem rimas do sangrar dos meus labios queimados pelo sol de inverno que não encontra fresta alguma na alma deste quarto escuro

suspiro, aspiro e respiro mendigando sonhos em clarões brancos de escuro desolação

respiro um acreditar dentro do meu corpo morto, em algum lugar ela toma entre suas doces mãos sua xícara de café e suas duas fatias de pão, sim duas fatias

no jazzer do meu cadáver ensurdece-me o pranto das paredes de olhos ardendo ante o odor fétido que exala do meu corpo morto

ocasionalmente meu corpo morto sente o aroma de terra molhada onde dançam lembranças de uma infância vivida, uma vida Amada e de uma velhice abortada

em algum lugar os mendigos tomam cachaça e consomem crack amortecendo suas vidas mortas, prostitutas em banheiros de motéis ajeitam a maquiagem para ir de encontro a seus proximos clientes mortos

neve escura se espalha e congela o quarto preparando minha sepultura

as ruas tossem vírus mortais, milhares caminham nestas mesmas ruas onde já não resta quase ninguém para morrer, estão mortos ha muitas luas, eu enfim junto-me a eles, não ha redenção, talvez nunca ouve..

Inserida por arremedos_poeticos

⁠Pedra sem asas (queda)

embargado em abismal medo
de ser lançado das alturas da rejeição
pedra sem asas, despencar
olhos cegos à vista

surdo ao canto dos pássaros
o planar da águia agitado

insuficiente como sempre
queda
alturas de ilusões por mim criadas

pedra sem asas, queda

as horas espancam a eternidade

pedra sem asas
de meteoros centenários
de âmago desbotado

melodias de angústias

alma atormentada

pedra melódica
sem asas
tristes canções

canções que
não mandam embora os demônios..

Inserida por arremedos_poeticos

⁠Desperdício da minha morte

no Amor que agiganta
o medo que me apequena

na intensidade da liberdade
a pureza que me aprisiona

no caminho que traço
perco-me onde me encontro

Amo por mim, para mim
por ela, para ela

falo fluente linguagem
do abandono e insuficiência

anoiteço em permanecer
amanhecido no desperdício da minha morte..

Inserida por arremedos_poeticos

⁠o tempo é mais carrasco que amigo, ou pode muito bem o ser

lembro de ti, de sua voz, quando tinhas voz

angustio-me por não mais ouvir o som do sorriso dos seus passos, tristeza melancólica habita em meus olhos

não, não esqueci, nada neste mundo nem ninguém me fariam algo que não escolher-te como Amor

o que teria capacidade de desencantar um coração disposto em recíprocidade à busca da felicidade?

que ilusões avassaladoras tem de nos devorar para que coloquemos o livro da Poesia debaixo do braço nos auto iludindo em achar que vale algo o estar carregendo, mas tendo o deixado de ler?

mentiria se dissesse que ha paz na minha alma, tenho poetizado contra o tempo no sentir das carnes que rasgam-se atraves de cortes de navalhas cegas

tenho rimado sobre o beijo perdido no espaço de tempo onde sua voz desaparece e balbucias repetitivos ecos de outras vozes que não as suas

e até o perfume sereno da noite, através de seus cabelos tenta gritar pela tua voz que calas deliberadamente e ainda te orgulhas de ser, optar ser um reles eco

ecoa tuas palavras desprovidas de alma a escorrer no ventre batendo-se nas paredes das tuas certezas de lógicas que só sendo o eco de outra voz empresta algum sentido, facilmente desconstruído por negar a viver o Amor

recuperarás sua voz um dia? ou atravessará o tempo a ecoar palavras opostas a alma?

dos tempos que atravessamos, éramos nós, ate tu trazeres ecos que ainda que possam estar travestidos das melhores intenções, apenas nos distanciaram, afastaram, separaram..

mas tu prefere ouvir os ecos, por terem sido somente o que restou de ti, desconstruiram-na a molde, remoldaram-na a ferro, programada para ecoar, não decepcionar, não errar, seguir a cartilha, o manual de instruções, a risca..

busco-te, mas encontro somente sua sombra, um arremedo de alma ecoando exaustivamente o que seus senhores determinam

procuro tua voz, não ouço nada alem de ecos..

Inserida por arremedos_poeticos

⁠Como é...

nunca é o abraço...
são as sensações de segurança e acolhimento que este proporciona...

nunca é a pessoa fazer parte de sua vida...
é como ela te trata, te considera, demonstra afeto, se importa e te respeita...

nunca é a forma como a pessoa entrou em sua vida...
é como ela se comporta enquanto está na sua vida e como decide sair de sua vida...

nunca é sobre ela te afastar de si, mas como e por quais motivos te afastou dela te deixando com mil perguntas na cabeça...

nunca é sobre ela partir, mas sim o que a levou a partir...

nunca é sobre o que ela deixou antes de partir...

é sobre o que ela leva de ti qurando te deixa perdido e em mil pedaços..

Inserida por arremedos_poeticos

O penetra

o céu escuro escondeu o baile a fantasia
a Lua era rainha do baile deslumbrante e expledorosa

estrelas das mais variadas e belas fantasias
invejavam as vestes brilhantes da lua
esta sorria e dançava com o Sol em movimentos suaves e delicados

sem ser convidado e recolhido a um canto escuro qualquer
fiquei a beber coquetéis de angústias temperados com desejos e saudades de sonhos não vividos

que eram servidos junto a petiscos de agonias
exclusivos para os penetras como eu que por ali se aventuravam

busquei morrer no meu coração os desamores e os amores ausentes
para renascer talvez onde nada se cria e feridas sangram abertas

mas as melodias entoadas por anjos, demônios e cupidos não me permitiam concentração

meus sonhos que sabiam transbordar dores inefaveis
gritavam para o tempo em tom mórbido para que esse corresse para longe
o mais depressa possível

por vezes gritavam para que ele morresse de uma vez

a lua e o sol acompanhados das estrelas bailavam num ritmo frenético

nem sequer notaram minha presença ali

apenas os anjos e os demônios perceberam
pois sentiram o cheiro da agonia e o desespero nos meus escritos
que exalavam de mim odor impossível de passar despercebido

me assistiam como se fosse um espetáculo shakespeariano
em versos sem rimas exalei aromas de dores e frustrações

a dor reluzia em mim quase tão resplandescente quanto as vestes da lua
e minha alma se derramava em escritos rotos

excluso, sem ser notado, sem ser convidado, resolvi me retirar

pedi a conta a um cupido garçom metade anjo, metade demônio

este logo disse não aceitar cartão, nem cheque, nem dinheiro e nem moedas de ouro

paguei com alguns versos para ela feitos na hora e em palavras que ainda não havia escrito

e saí daquele ambiente ao qual não fora bem recebido e nem convidado

lá fora achei um convite jogado ao chão

tinha o nome dela escrito embaixo de letras garrafais que diziam:

Baile do Amor tem a honra de convidar..

Inserida por arremedos_poeticos

Do silêncio que habita o meu vazio

um minuto de silêncio
por todos os desejos
irrealizaveis

pelas palavras que
nunca saíram do papel

pelos sentimentos que
matarão
por serem
intensos demais
para viverem em
um peito só

por todas
as vezes que
sou vítima de mim mesmo..

Inserida por arremedos_poeticos

Saciar

de um
pequeno
rasgo
na alma

verte
banhada
em sangue
uma letra

depois
um grito
de dor
da alma

e nasce
um verso

após
infinitos
gemidos
aflições
de espírito

uma leitura
antes de
publicar

uma mentira
no sorriso
do rosto
cansado

nasce
um
escrito

missão
cumprida

pode
agora
morrer
o arremedo
de poeta

no suspiro do leitor que consumiu seu escrito e se saciou..

Inserida por arremedos_poeticos

⁠Insuficiência de palavras

te condenaria por haver um dia desistido de ler-me?
minha bagunça enlouqueceu-me, minha alma só produziu gemidos, o coração desaprendeu a escrever

insuficiência de palavras

[...]

é a vida?

e o que é a vida?

um milagre que busca a morte, o Amor, sentimento que trás tristeza, as palavras, gritos para almas surdas

isto a poesia quem me segredou

[...]

a calmaria veio com teu Amor, a tempestade veio com sua partida, choviam lágrimas no seu adeus

encharcando-me de sentimentos remorsos

[...]

ainda hoje busco palavras
não as encontro

o vento as levou

lhe dedico então todas as palavras, que habitam no meu silêncio..

Inserida por arremedos_poeticos

⁠Alquimia

olhei o céu
escuro
coberto
de nuvens negras
desejei
transformá-lo

lembrei
de sua alquimia
que
me transformou

que transformou
o metal
enegrecido
da minha tristeza
em nobre
e puro
ouro de Amor
em minha Alma

eu
estava
embriagado

sempre
acontecia isso

essa
embriagues
de lembranças
era corriqueira

até te
reencontrar
nessas
lembranças

balancei-me
na velha rede
dos sonhos

um encanto
um encontro
um reencontro

até que, súbito
um nunca
dois nuncas...

adormeci ali
naquela noite

e mergulhei
em sonhos
de esperanças

dos quais
recuso-me
em acordar

onde um
amanhecer
não desminta
com uma
ressaca
de desilusões,

que não
um em vão
sentir
que insiste
em existir..

Inserida por arremedos_poeticos

⁠Outra noite (que seja eterno enquanto durmo)

meus lábios sussuravam nos seus ouvidos
desciam com a língua e mordidas pelo seu pescoço
percorreram seu decote desenhando seus seios
tirei sua blusa e os beijei, mordi, suguei
desci suave seu ventre pra não te provocar cócegas

vi em cada poro de sua pele arrepiada o desejo fluindo

arranquei suas calças suave, mas com pegada
beijei seus pés com verdadeira veneração

subi devagar degustando cada centímetro do gosto do teu corpo
uma preliminar para depois degustar o gosto do teu prazer

lembrei então que há pouco nessa mesma cama
deitei abraçado a um travesseiro e adormeci pensando em você

concluí que era mais um sonho concebido do exagero do meu desejo

que seja eterno enquanto durmo..

Inserida por arremedos_poeticos