Textos para Reencontros
AMOR GOSTOSO
Me pisa me bate faz o que tu quer
Eu sou teu anjo e você minha mulher
Na hora do amor ela é selvagem
Mata meu desejo fazendo sacanagem
É uma delícia é uma delícia
Toda noite a gente brinca
Brinca de fazer amor
Ta calor calor calor calor
Nossa cama pega fogo
Fazendo amor gostoso
Sempre quero de novo
Me pisa me bate faz o que tu quer
Eu sou teu anjo e você minha mulher
Me pisa me bate faz o que tu quer
Eu sou teu anjo e você minha mulher
Amor gostoso amor gostoso
Sempre quero de novo.
Poeta Antonio Luís
6:14 AM 21 de julho de 2016
CANSEI DE SER OTÁRIO
Por um minuto
Eu pensei que fosse amor
Só que ela me deixou abandonado
Nos becos da viela
Nos bar da favela
Chorando sem ela.
Porém encontrei abrigo
Quem estar hoje comigo
Merece tem um amigo
Um amante um marido
Vou ser tudo que ela sonhou
Em troca eu só quero um pouquinho de amor.
Não quero ser enganado
Cansei de ser otário
Agora você vai comer no mesmo prato
Que comi
Vai me ver passar com outra
Feliz assim
Poeta Antonio Luís
7:16 AM 23 de julho de 2016
"Com a vida tão corrida
O tempo voa sem parar
E nesta aventura chamada vida
Mesmo sem perceber
Deixamos coisas importantes para lá
Até aqueles versos que escrevia
Ficara para traz
Refletindo sobre o passado
Lembrara daqueles doces lábios
Que um dia havia tocado
Despertando lhe um desejo imenso de reencontra-la,
Em um local singelo
Inesperadamente vieram a se reencontrar
Aquele cabelo lindo
Olhos brilhantes
O perfeito sorriso
E seu jeito simples
O tempo ousa conservar
Garota bela que de se apaixonar
Tornando-se inspiração destes simples verso
Aquele poeta esquecido
Veio a despertar..."
Sabe quando a gente começa a perceber que não faz mais sentido?
Quando percebemos que o que já nos fez tão felizes hoje apenas machuca?
É exatamente nesse momento que percebemos que a "solidão" nem sempre é um castigo, mas uma necessidade!
As vezes, a necessidade de estar só grita em nosso peito e esse grito, nada mais é, que um pedido de paz, se reencontro pessoal. Uma necessidade de reencontro, de encontro ou, quem sabe, de um novo conto...
Se será um conto de fadas ou não, que ao menos seja eterno enquanto dure.
Me apego na lembrança
De um dia a gente se encontrar
Pra dizer o que faltou coragem
Pra falar de toda as verdades
Pra saber se é muito tarde
Pra recomeçar
Deixa eu te contar o que eu ando fazendo
Tô planejando te encontrar no tempo
Algo muito longe pra te ver sorrir
Mas ao mesmo tempo bem perto pra te ver partir
Mesmo na distancia nada vai impedir
O que eu sinto por você não me deixa dormir
Nem mesmo sonhando acordado
Eu paro de sentir
Você aqui
Fico entorpecido só de imaginar
No momento que eu conseguir falar
Tudo que guardei hoje eu quero jogar
Pro alto pra recomeçar.
Mesmo na distancia nada vai impedir
Eu paro de sentir
Você aqui...
Hoje eu acordei sem saber o que aconteceu comigo
Vi o seu sorriso em todo lugar
Não sei se foi feitiço só com você eu quero estar
Me diz pra onde eu vou
Quero te encontrar
Tô tentando arrumar as coisas no lugar
Se você ficar prometo te fazer amar
A vida como ela é
Já tenho isso em mente
Eu você e os sonhos da gente
Enquanto a lua beijar o mar
Eu pra sempre vou te amar.
Passe o tempo que for eu sei que é amor
Se já estava escrito esse romance mais bonito
Sei que tenho fé e acredito
Enquanto o sol deitar no mar
Eu pra sempre vou sonhar.
Que terno! - disse ele do poema que leu, e logo complementou: é um verdadeiro presente que se dá a quem se gosta...
E o diálogo seguiu em forma de prosa em meus pensamentos, afinal, sempre gostara de escrever:
- Seu moço, posso saber porque "tai" rindo tanto feito "tabacudo"?
- "É mode quê" eu voltei pra ca!
- "Mai comé" que tu fica feliz em voltar pra essa terra infeliz? Aqui "num" tem nada de bom.
- Eu sentia falta do gosto da água e do cheiro de barro. "Oia" pra isso: o pasto cresceu. Tem até flor, aí eu catei uma e dei pra Tôinha.
- E é por causa disso que tu tá tá sorrindo? Tu é doido! Lá na "capitá" tu tem tudo...
- Menino, meu tudo é Tôinha. "Num" adiantava muito não. "Mai" sorte que percebi isso logo e ela ainda me queria. "Num" pude trazer nada de lá... Mas essa flor, sim, essa flor ela gostou. Disse até que vai colocar num vaso. Foi lá na feira comprar.
- Tu é doido! Tu é doido João.
- Eu sou doido de amor! Só se for...
Tôinha colocou a flor no vaso e no cabelo também. Se arrumou, passou perfume que João gosta e o chamou para comer.
- Eu trouxe esse CD de "capiba" da "fêra" pra tu. Ainda gosta?
- Não precisava minha, flor!
Não restou nada do cuscuz com galinha e pão que Tôinha fez. Foi tudo tão inesperado. Mal sabia ela que depois de dois anos e sete meses iria rever João. Nunca, nenhuma vez, se falaram depois que brigaram.
Amor verdadeiro não morre, se materializa numa rosa do sertão, num pedaço de pão, num perfume lembrado, num CD que foi comprado. O amor está num sorriso estampado de quem volta feliz para casa, na certeza de encontrar sua amada.
Bruna Você nunca soube das cartas rabiscadas que eu desisti de te entregar em sala.
Você não sabe das várias declarações idealizadas que eu nunca realizei.
Você não faz ideia da quantidade de “eu te amos” que eu evitava falar durante os recreios e intervalos por você acreditar que isso poderia banalizar nosso amor.
Você não sabe – nunca soube – o quanto eu te amei.
Você sempre achou que sabia. Mas não, acredite, você nunca chegou nem perto de imaginar o tamanho do meu amor por você.
Disso eu tenho certeza.
E pensar que você já chegou a me pedir provas de amor. Ah... Eu lutei por você até não conseguir mais,
ultrapassei todos os meus limites, e depois disso tudo, já exausto – mas ainda te amando muito – eu tive que ir.
Quer maior prova de amor que essa?
Acho que algumas coisas foram feitas pra não durar mesmo, sabe?
Como se já estivesse tudo programado pra acontecer daquele jeito: Início e fim. Sem meio. Sem “mas”. Sem mais. Destino...
Você acredita em destino? Eu estava acreditando cegamente há dois minutos. Agora, pensando melhor sobre o que eu acabei de falar, acho que não acredito muito nessa história de que “algumas coisas foram feitas pra não durar”.
Talvez algumas coisas ainda aconteçam por estarem destinadas a acontecer.
Talvez... Mas acredito que quase nada acontece por acaso ou destino. E nós termos nos afastado e não lutado um pouco mais por nosso amor não foi acaso.
Às vezes nós insistimos em escolher acreditar que certas coisas aconteceram por puro decreto do destino, apoiados na esperança de aliviar o peso na consciência por estarmos fazendo a escolha errada.
Talvez tenha sido acaso nós termos nos esbarrado, talvez tenha sido por acaso que nossos olhos se encontraram e nossos corações se ligaram, resultando em mais dois pobres mortais apaixonados.
Talvez tenha sido destino, eu ter te amado.
Talvez.
Talvez tenha sido mera obra do acaso ou destino, você ter sido a primeira a me amar mesmo eu ainda sendo um ingênuo “menino”.
Talvez tudo isso tenha sido por acaso. Mas nós termos nos afastado e não lutado um pouco mais por nosso amor não foi acaso. Não foi destino.
Mas talvez tenha sido melhor assim.
Se foi uma decisão errada ou não termos desfeito "nosso nós",
saiba que você despertou o melhor de mim. E eu sempre serei grato por isso.
P.S. E sim, eu ainda te amo.
Invernou
Invernou e a temperatura caiu
Esfriou-se e o nosso amor ruiu
Como uma estação acabou-se
Como algo que é finito
Expirou-se totalmente.
Invernou e a temperatura subiu
Esquentou-se e o frio sumiu
E na estação que se chama inverno
Camisetas, bermudas e chinelos
Substituíram os casacos, as botas e os ternos.
Invernou e nos reencontramos
Fez-se um novo amanhecer em nossos planos
E do que outrora era ausência e dor
Transformara-se em presença e esplendor
Temperado com chocolate quente, abraços e muito amor.
Edson Luiz, São Paulo, início do Inverno de 2015
Sem fim...
Aos 15 anos ela o encontrou,
Um garoto afetuoso que lhe encantou,
Desse encontro um amor nasceu,
Que no peito dela adormeceu,
Vários afagos foram trocados,
Mas pela idade foram abandonados,
Vidas diferentes eles tomariam,
Sem saber que um dia se cruzariam,
Ele livre e desbravador,
Ela comprometida com seu fardo indolor,
O garoto que várias encantou,
E a garota que precocemente casou,
Como se no passado eles tivessem combinado,
Depois de 15 anos se reencontraram,
Como mágica o amor nela renasceu,
Enquanto preconceito nele apareceu,
Todo o encanto que ela sentia,
Parava na responsabilidade que ele temia,
Mesmo casada ela o queria,
E com as investidas dela ele sedia,
Por mais de um ano eles brincaram,
Sem perceber que outros eles afetavam,
Junto do amor que chegou,
Um problema grande o casal gerou,
Sair de casa ela decidiu,
E nessa hora ele a assumiu,
Com os meninos ela chegou,
Que responsabilidade nele criou,
Momentos alegres a família viveu,
Mas sempre ameaçada por quem a perdeu,
O amor que ela sempre afirmou,
O encantou e cego o deixou,
As ameaças que ela dizia receber,
Foram assumidas por ele a lhe proteger,
Os momentos de felicidade que a vida apresentava,
Sempre se esbarravam no passado dela que os torturava,
No final loucuras de amor ele fazia,
Enquanto algumas verdades ela escondia,
A paixão que dele roubou o bom senso,
Foi destruída pelas mentiras que ela criou sem consenso,
Contudo sua marca desonesta ela deixou,
E ele arrasado infelizmente ficou.
As vezes não há declarações nem uma citação concreta para resumir o
que aconteceu naquele dia, as vezes você faz tudo certo tudo
precisamente certo e mesmo assim sente que errou. Precisava terminar
daquele jeito? Alguma coisa poderia ter sido feita para prevenir o
que aconteceu? Eu estou em minha casa tentando me recuperar, tentando
reencontrar comigo mesmo mas nunca serei o mesmo.
Promessa falida
Hoje veio me dizer tudo o que eu precisei enquanto já dormia: me disse que irá passar muitas vezes em minha casa pra me ver ou me levar, sem aviso ou pedir permissão, pois sabia que mesmo que não estivesse eu voltaria e que problema nenhum teria. Disse que restabelecerá aquela disposição contagiante que eu tinha quando nos conhecemos, tirando das minhas memórias tudo o que a suprimiu e que me fez um cara de rotinas superficiais e com medo de minhas próprias idéias. Disse que não vai mais se importar com surpresas e que, diferente de todos hoje, não as encara como desrespeito ou invasão de privacidade. Disse que quer viver em comunidade, vai me apresentar aos seus amigos e faz questão de se apresentar aos meus também. Que vamos voltar a fazer planos tão maiores que nossos compromissos pequenos, pra eu nunca mais voltar a omitir meus desejos tentando proteger um rotulo que não se sustentaria sem tê-los feitos. Que vamos fazer uma poupança para viajar pra muito longe, conhecer gente bacana, comer o que só ouvi falar, montar uma barraca e acampar. Me disse que não preciso me preocupar com a liberdade, com o modo que vou me comportar diante todas essas novidades, que é agora adiante é pra deixar rolar.
Me disse tudo isso, no banco de trás de um carro, guiado pelo pai que eu conhecia pela primeira vez por um retrovisor, os olhos sorrindo, tão parecidos com os dela. Eu emburrado, não queria acreditar, mas ela dizia tão rapidamente, sem gaguejar e olhava para a janela do carro e me instigava pra ouvir contente. Eu olhava e estava tão diferente. Era presente, porque o tempo venci antes de morrer: não deixe o tempo vencer, ele não tem data de vencimento.
Mas acordei. E não ouvi mais ninguém. Lembrei que o amor não espera que você esteja preparado e que simplesmente entra sem bater... Aqui ele entrou, mas a porta ainda está aberta e ele, tão menino quanto nós, pode correr pra fora a qualquer hora, gritando.
Não espero tua colaboração
nem tua mão estendida,
muito menos tua atenção.
Apenas quero que viva.
Apenas te desejo felicidade.
Sei que nunca estive
em teu coração.
Sei também que pouco
estive presente; por isso
em ti não fiz morada.
Mas sempre em minha alma
residiste desde o tempo que
te reencontrei.
Sei que tens outras prioridades
e outros afazeres e muito te
sobra para falar sobre nossas
vidas enquanto estamos juntos.
Mas apesar de tudo te amo
desde que nasci e te amarei
até o fim dos meus dias.
Mãe até mais.
Se eu estivesse perdido
Gostaria que me achasse
Mesmo que eu estivesse escondido
Dentro do meu ser
Eu gostaria que me achasse.
A ilusão de que se está perdido
Vive no discurso de quem nunca se procurou.
Quem procura e não se encontra
Quer ser achado.
Mesmo que se pague com a esperança
O peso da ilusão.§
Foi uma triste despedida,
Silenciosa, quase despercebida.
Sem abraços, nem promessas...
Somente um olhar desesperado,
De um coração assustado
Rumo a uma saudade desconhecida.
Foi a mais triste despedida
Daquelas de quem a esperança foge
Certa que não haverão reencontros
Que acalentem a dor da partida.
EUFÓRICA
Estou tão carente essa noite
Ela se foi,semana passada depois do amor
A noite eu sofro sofro sofro
Sem a minha flor
Eu te guardo num cantinho do meu coração
Nunca esqueço de alimentar você
Ela é sortuda e me tem na mão
Quando estamos juntos,pega fogo o prazer.
Te quero além do mar
Teu beijo Salgado
Desidratar Me
Sua boca doce
Vem eufórica me mostrar
Sua boca doce
Vem eufórica me mostrar.
Poeta Antonio Luis
Coloquei numa caixa e guardei
Num baú velho agora está
Quem sabe outro dia um novo olhar
Quem sabe um dia reencontrar
Mas reencontrar doutro modo
Talvez com um novo par de óculos
Talvez com um novo sorriso
Talvez...
E assim tudo caminha
E assim tudo termina?
Não, tudo só começa.
Tudo se renova
Tudo só muda
Tudo vai e fica
Tudo é eterno e efêmero
Mas tudo não termina
Tudo...
Voltar agora seria renunciar
Renunciar sonhos e desejos
Voltar seria sangrar
Voltar seria te machucar mais
Voltar seria não voltar
Volte...
Antes de sair do Brasil e me meter nessa aventura inimaginável em minha vida, assisti a uma palestra sobre autodesenvolvimento em que a psicóloga dizia que fazer um intercâmbio era como amadurecer cinco anos em um. Agora, faltando menos de dois meses para que eu volte pra casa, tenho que concordar com ela.
Esse semestre conheci pessoas especiais como no primeiro semestre. E umas das mais especiais eu conheci um pouco menos de dois meses antes de que eles voltassem para o país deles, Romenia. Talvez eu os tenha conhecido um pouco tarde. Mas pode ser que, se os tivesse conhecido antes, a amizade não teria sido tão boa como foi. Sabe aquelas pessoas que você conhece e com as quais em pouco tempo você se identifica e percebe que com elas você não precisa fazer esforço para fingir ser quem não é, e a amizade flui, e cada um acaba buscando a companhia do outro natural e reciprocamente? De modo que você se expõe, se torna vulnerável, mostra o que você tem de pior, e isso, em vez de te distanciar delas, acaba te aproximando? Então, minha amizade com eles foi assim, até que um mês e meio depois que os conheci, eles foram embora.
Porém se tem algo com que eu me resignei nesse intercâmbio é a dura verdade de que viver é despedir-se. Despedir-se do dia que passou, do amigo que foi e não volta, despedir-se da gente mesmo, de quem a gente era e agora já não é mais. Despedir-se da cidade da qual vamos embora e pra qual não sabemos se regressamos. Até que um dia chega a última despedida, que é o dia em que a gente tem que se despedir é da vida mesmo.
Mas viver também é reencontrar-se. Reencontrar-se com um amigo que há muito não se via. Reencontrar-se com a família que saudades de você sentia. Reencontrar-se com sua cidade natal, de onde você quase nunca saía até que uma experiência de intercâmbio te força a sair dela para, quem sabe, saindo da zona de conforto, você possa reencontrar-se consigo mesmo.
Ao voltar para o Brasil em algumas semanas, vou reencontrar minha família e amigos e vou precisar de muito tempo para tentar passar pra eles o que foi esse intercâmbio, mesmo sabendo que só saberão mesmo o que é um quando fizerem um. Vou ser cuidadoso, vou tentar não transformar tudo que passou em um conto idealizado, vou dizer que conheci lugares novos, pessoas especiais, fui a festas divertidas, mas vou dizer também que às vezes foi difícil, sabe, que tive momentos de estresses, momentos em que queria voltar para o aconchego da casa dos pais, voltar a comer a comida da mãe. Ou momentos comuns, em que não tinha nada para fazer, ou não queria fazer nada, e ficava “aburrido” (entediado) em casa navegando na internet. Que teve momentos que comparei o Brasil com os países da Europa e disse que queria viver aqui para sempre e outros momentos que achei que tudo no Brasil era melhor e queria voltar logo para casa.
Estou ansioso pelo reencontro. Pela troca de experiências, por saber também por quais dificuldades passaram durante esse ano e quais alegrias tiveram. Um reencontro com quem já não são mais os mesmos, ainda que o sejam. Eu também não sou o mesmo, mesmo que seja. Cinco anos mais maduro, embora só tenha passado um ano fora. Eles, também mais maduros, ainda que tenham passado no mesmo lugar.
Sem Voz
Eu ouço o som do seu sumiço
Do seu adeus
Da falta do som dos seus passos
Do som silencioso dos nossos abraços
Dos nossos corações batendo em compasso
Há uma música feita dos silêncios da sua voz
Uma música que toca o tempo todo dentro de mim
Essa música que me deixa assim,
Sem fala, sem voz...
Lembre-se que você deixou pegadas
Que sigo cego onde quer que vá
Não vou te encontrar,
Mas é só o que restou: acreditar
Que você ainda vai voltar a me olhar com aquele olhar
Que volta a me falar,
Que ainda dirá, mesmo mentindo, que vai sempre me amar
Há uma música feita dos silêncios da sua voz
Uma música que toca o tempo todo dentro de mim
Essa música que me deixa assim,
Sem fala, sem voz...
Se um dia o som dos gritos silenciosos que dei chegarem até você
E seu coração bater de novo daquela maneira de antes
Saberá que estou muito perto de você
No lugar que sempre estive
Mesmo sem você entender
A barreira do som da nossa voz
É esse tempo e essa distância que vive entre nós
Há uma música feita dos silêncios da sua voz
Uma música que toca o tempo todo dentro de mim
Essa música que me deixa assim,
Sem fala, sem voz,
Sem voz...
A professora
Passaram-se minutos, dias e anos,
Permaneci contando as estações,
Na primavera confeccionei planos,
No verão foram destruídos por ilusões.
Esperei por ti em todas as estações,
Verão, outono, inverno e primavera,
Comecei a compor diversas canções,
Não apareceu, continuei à sua espera.
O tempo foi passando lentamente,
A saudade em meu peito se fez desolador,
A sua imagem na lousa, ainda na mente,
Quando se fazia o uso do apagador.
Desfilando a angelical beleza,
Escondida sob a vestimenta,
Com os lindos traços de realeza,
Num tecido fino de cor magenta.
Minha dócil e querida professorinha,
O tempo se passou, mas nada se desfez,
Como o voo de uma única andorinha,
Que busca o velho ninho outra vez.
Utilizando o auxílio da informática,
Oferecendo a velocidade da rede,
Não sendo exata como a matemática,
Mas proporcionou matar minha sede.
Sede de poder a ti reencontrar,
Para matar a saudade de outrora,
Que no meu peito veio a enclausurar,
Nos repetidos nasceres da aurora.
Hoje no céu a lua voltou a resplandecer,
Enquanto o belo sol voltou a brilhar,
As noites demorando mais a escurecer,
Pela alegria de conseguir te encontrar......
Du’Art 12 / 11 / 2016