Textos para Filha
Antigamente, eu tinha um teatro de marionetes. Bonequinhos de pano, presos por cordões, dançavam e pulavam na minha cama, controlados por meus dedos. Eram bonecos de pano, mas riam, choravam e até sofriam porque eu lhes dava movimento e alma. E, aos olhos de todos, passava por ser um grande artista. Aplaudiam-me. Um dia, não sei como explicar, dei alma demais a uma boneca miudinha e ela passou a cantar, chorar e rir por si mesma. E fez mais, puxou os cordões de baixo para cima, guiando primeiro, meus dedos, depois, meus olhos, e, finalmente, meu cérebro. Com o tempo, empolgou também, a minha alma. Hoje, no teatro da vida, sou um boneco de carne e osso, controlado por uma boneca miúda que dirige minha vontade e a própria vida
Uma explicação: o trabalho de jornalismo pode ser exclusivamente técnico, sem inspiração, apenas uma prestação de serviço de informação, ou pode ser diferente. Cabe ao jornalista decidir. Do contrário, é como o trabalho de um arquiteto ao planejar sua própria casa, casa dos seus sonhos. Pode juntar a técnica com a inspiração. O jornalista coloca a alma na matéria. Embora entenda pouco de muitos assuntos que precisa informar diariamente, uma coisa é fazer matéria e se pautar para uso próprio. E outra pra duas, três, quatro, 10, 20, 100, 430, 600, 1.000, 4.0000 pessoas. Do mesmo modo, penso eu, com relação ao pintor retratista ao executar um trabalho encomendado no qual emprega toda técnica de que dispõe, mas, raramente, põe alma na execução do trabalho. É, sem dúvida, informação, mas de pouca inspiração. Assim acontece com o paisagista que passa para tela o que vê. Arte de muita técnica. Mas é, quando ele muda as cores, que entra a inspiração. Independente da profissão, do cargo, só quando alguém inventa, idealiza, sonha, enfim, quando cria, entendo, então, que técnica e inspiração e grandes experiências se nivelam. O mesmo acontece com o compositor, seja de música popular ou erudita, quando só produz o melhor se inspirado. Quando é preso de uma espécia de transe. Porém, quando muito recebe encomendas para produzir a trilha sonora de um filme ou uma novela, no seu trabalho, por estar adstrito ao roteiro, a inspiração, se houve, bitola. Obra de pura técnica. Nessa ordem de ideias, os jornalistas só produzem quando inspirados. Fora disso solidificam versos de laboratório e um museu de grandes novidades. Jornalismo a granel, como mercadoria. Se tornam excelentes letristas de música popular de todos os povos. Os jornalistas que admiro fazem dele meio de vida. Produzem obras primas motivados por uma paixão, um desgosto, ou, até mesmo, por uma alfinetada do destino. Todos esses caminhos levam ao bom jornalismo. Se pesquisarmos e puxarmos a média de matérias antológicas que entraram nos livros acadêmicos, é de notar que um dos três fatores foi motivo na vida do jornalista para eternizar sua obra. E é, justamente, em função que faço desta ideia, que não me acho nem um pouco jornalista perto daqueles que admiro. Pra não contradizer a ideia que faço do jornalismo e segundo o conceito que faço de mim mesmo, decorrente de uma inspiração, ou, no mínimo, do desejo de externar uma sensação realmente existe, por benevolência, visto a roupagem de jornalista, bem folgada no meu corpo, aliás. Os que admiro foram inspirados no que sentiram, por ocasião da morte, assim como por ocasião da vida. Refletiram e refletem sobre o assunto em cada linha, a cada dia. Os jornalistas que admiro de verdade jamais trocaram pautas compostas a seu gosto pelos passos de ganso da métrica. A perpetualidade do bom jornalismo é tarefa árdua e cada vez mais desafiadora. É tarefa de vida. Pra quem critica e alega tanta "utopia" para a própria profissão que escolheu - se quiserem queimar vela com defunto barato - já antecipo que estarão repetindo o que digo de mim mesmo, como já disse numa linha mais acima, umas 15 linhas colocando o dedo na tela, talvez.
Naquele tempo Herodes, o governador da Galileia, ouviu falar a respeito de Jesus. Então ele disse aos seus funcionários: — Esse homem é João Batista, que foi ressuscitado. Por isso esse homem tem poder para fazer milagres. Pois Herodes tinha mandado prender João, amarrar as suas mãos e jogá-lo na cadeia. Ele havia feito isso por causa de Herodias, esposa do seu irmão Filipe. Pois João Batista tinha dito muitas vezes a Herodes: “Pela nossa Lei você é proibido de casar com Herodias!” Herodes queria matá-lo, mas tinha medo do povo, pois eles achavam que João era profeta . No dia do aniversário de Herodes, a filha de Herodias dançou diante de todos, e ele gostou tanto, que prometeu à moça: — Juro que darei tudo o que você me pedir! Seguindo o conselho da sua mãe, ela pediu: — Quero a cabeça de João Batista num prato, agora mesmo! O rei Herodes ficou triste, mas, por causa do juramento que havia feito na frente dos convidados, ordenou que o pedido da moça fosse atendido. E mandou que cortassem a cabeça de João Batista, na cadeia. Aí trouxeram a cabeça num prato, entregaram para a moça, e ela a levou para a sua mãe. Então os discípulos de João vieram, levaram o corpo dele e o sepultaram. Depois foram contar isso a Jesus.
Quem diria, que um dia me veria, aqui nessa ansiedade, inexplicável felicidade, amor que não cabe no peito, que transborda, que faz de mim um novo sujeito, não teve jeito, não nego, me entrego, o tempo todo a espero, não me contenho, a imagino, a desenho, em meus pensamentos a tenho, minha princesa, minha vida, minha linda filha querida, ah se possível fosse, faria a ela um poema, um poema chamado Helena, só para dizer que a amo, só pra dizer o quanto eu a amo, só pra dizer a ela: Minha linda, minha pequena, amada Helena, te amo.
Assistir a Valentina dormir é como mergulhar fundo num oceano de sensações. Fico parado do computador escutando a respiração e babo em detalhes a minha filha. Me perco, me encontro, me vejo hoje onde não pensava estar ontem. Me disperso, me recolho, fico preocupado com a vida dela e busco forças. Respiro, expiro, penso em seguir, mudar tudo. Sigo no enigma mais claro e na sabedoria mais vulgar de tudo o que é, sem nenhuma razão especial de ser quando a vejo dormir. Não hesito; me deixo levar nos pensamentos. Ela me traz essa reflexão e o que vem dela deixo fluir. Me deixo levar antes que seja tarde, antes que seja um poente finito. Ela me ensina tanto, sem falar nada, com quatro anos, dormindo, só de olhar... Entendo e aprendo que o despedir de um dia lindo que não se repetirá é, na verdade, uma cortina aberta para a verdade. E que a linha do horizonte vista dessa janela e suas formas inalcançáveis sejam da força e da fonte para a noite que virá, pois lá, enquanto eu estiver vivo, vai dormir uma criança. E olhando bem, dentro do coração dela, dorme também a criança que eu fui um dia, com todos os meus sonhos. Olho, observo. Ela ameaça acordar, mas dorme de novo ao receber meu carinho. Que bom que ela ainda é criança. A vida é tão difícil, tão dura, tão injusta, tão cruel, tão desumana, que eu não saberia como cobrar um conforto e um abraço de quem devo abraçar e confortar. Agradeço por ela existir. Penso em nossa história. Afinal, ela é tudo para mim hoje, mais do que eu achava que fosse ontem. Há dois anos então, nossa! O amor só cresce. Em palavras não ditas, escuto o ruidoso silêncio da respiraçãozinha dela, que não me deixa concentrar em outra coisa. Dizem que Deus sempre falará para um pai que observa a filha dormir. É verdade. Se ele existe e algum dia falou comigo, não seria em outra situação. Olho bem no centro do seu rostinho e penso disso tudo, que a mim fica a sensação de tudo ao mesmo tempo, do mais contraditório tipo: dos acertos na vida ao tempo perdido, do sonho errado, do passado que você nunca mudaria, do desânimo diante de uma caminhada que no fundo você pensa que pode não ser o melhor pra vida dela. Não dá para definir se é tristeza, euforia, ansiedade, alegria, desilusão, esperança, razão, emoção, ou apenas angústia e preocupação. Acho que é um misto de tudo isso com uma grande pitada de não saber nada sobre a vida. É um misto de tudo. Em que me despeço e peço, fico olhando até pegar no sono também, quando, aos poucos, vou apagando e esquecendo memórias de um futuro que ainda não foi. Aceito o que o passado tem sido, sem glória, sem lamento. Tento dormir pensando bem sobre tudo isso, e aprendo sob escombros das lembranças, sem que eu e ela, sem que ninguém se aventure ao resgate, pois num coração de verdade, não há chance de resgate, só remendos, apenas sangue estancado. E é por isso que perceber toda inocência de um filho perante o mundo nos emociona, nos faz chorar, nos orgulha em alegria, mas também nos rasga o peito de dor.
O Deus que fez a lua e as estrelas e as montanhas e os oceanos, o Criador que fez todas essas coisas, acreditava que você e seu bebê deveriam ser um par. Isso não significa que vocês serão um encaixe perfeito. Não significa que você não cometerá erros. Isso significa que você não precisa ter medo do fracasso porque não pode falhar em um trabalho para o qual foi criada.
Às vezes o amor em excesso pode causar tantos estragos na vida de um filho. E a gente só percebe quando é tarde demais. Fiz tantas coisas pela minha filha e agora ela me trata com tanto desprezo, tanta ingratidão. Posso ter errado algumas vezes. Sei que errei. Mas acho que não merecia isso. Não mesmo. Filha, espero que um dia você crie juízo e perceba que isso não é forma de tratar sua mãe.
É uma decepção tão grande quando o filho te trata mal. Depois de tudo que a gente faz pra agradar, depois de fazer todas as vontades… Você pede uma coisa e tem que ouvir um monte de desculpa. É cada vez mais comum hoje em dia os filhos tratarem a mãe com tanta ingratidão. Sem reconhecimento nenhum! Que tristeza!
Estarei sempre ao seu lado. Sempre que você respirar, eu também vou. Sempre que o vento soprar, vou acariciar seu cabelo. Sempre que chover, vou beijar sua bochecha. Sempre que você tocar o chão, vou segurar a sua mão. E sempre que você tocar o violino, vou deitar a cabeça no seu ombro. Sempre ouvirei você.
Mais que mãe e filhas, somos amigas e companheiras de toda hora. Não carregamos signos nem qualquer coisa que possa remeter a se dar ou não bem umas com as outras. Somos únicas e particulares. A receita é o amor e a paciência. O resto são meras palavras de pessoas que esquecem de sentir de verdade e tentam explicar o que não tem explicação.
A chegada de um filho não traz calmaria, mas uma revolução. Ele vem para bagunçar nossa zona de conforto, redefinir as prioridades e nos fazer reconsiderar até mesmo quem está ao nosso lado. Ele nos transforma de maneira única, nos ensina a ser mais resilientes e nos oferece a experiência do maior e mais puro amor, nos levando a viver com propósito e significado como nunca antes.
A todas as filhas da medicina, enfermeiras responsáveis pela sua vocação, educação e integração desta honrada ciência em prol dos pacientes de hoje e de amanhã, em um cenário de agonias crônicas, sofrimentos e desesperos, que sabem cuidar, promover e recuperar a saúde, o bem-estar físico e emocional de todos, a nossa mais alta estima e considerações pelo seu reconhecimento profissional, respeito, apreço e zelo pela vida e os nossos sinceros agradecimentos pela sua notável arte da solidariedade, da alegria e da dedicação, através de suas benevolentes e abençoadas mãos.
Antigamente eu tinha um teatro: bonecos de pano presos por cordões pulavam minha cama controlados por meus dedos. Riam, choravam e até sofriam porque eu lhes dava movimento e alma. E, aos olhos de todos, eu era um grande artista. Aplaudiam-me. Um dia, não sei como explicar, dei alma demais a uma boneca miudinha que puxou os cordões de baixo para cima e passou a guiar meus instintos, meu cérebro. Com o tempo, empolgou também a minha alma. Hoje, no teatro da vida, sou um boneco de carne e osso controlado por uma boneca de sete aninhos que dirige agora minha vontade e já já a própria vida.
Nada é um conceito normalmente usado para descrever a ausência de qualquer coisa ou lugar, é assim que nós somos sem a presença de Deus, um espaço sem nada, vazio. Por mais rico que nós pudéssemos ser, não há dinheiro ou coisa alguma, capaz de preencher esse espaço, que tem a medida certa de quem o criou.
A alegria do Senhor é a nossa força, deitar-me faz em pastos verdejantes; guia me mansamente a águas tranquilas. Direi que Ele é o meu pastor e que nada me faltará, o meu socorro bem presente. Ele me guia ao caminho eterno, lugar de paz, onde não haverá dor e nem morte. O que direi do Senhor? Ele é o meu refúgio e a minha fortaleza, o meu Deus, em quem confio. Na hora da angústia clamo ao Teu nome e Ele me ouve. Quando tudo diz que não, Ele diz que sim. É fiel e justo e nunca desampara os seus, Ele deixa as noventa e nove e vai a busca de uma, nunca vai nos deixar.
Havíamos nos encontrado numa terra abençoada, lá pelas tantas da noite. E lá pintamos mais o céu com a cor e tinta que escolhemos. Tocamos também um hino novamente. Tão belo assim nunca tínhamos visto. Ah, se fosse outro o nosso destino; queríamos estacionar ali. A gente sabia que acordaria logo pela manhã... ✨
Os olhos estavam isentos de preocupação. Pelo contrário; animado, sabia como funcionava: valia-se da hora errada para aparecer. Era o modo que Deus operava. E apareceu. Chegava exatamente um daqueles momentos mágicos da vida: toda verdade do mundo testada diante de todas suas crenças. Teria mais uma prova sobre a dinâmica de funcionamento das pessoas, das relações humanas, da sua existência, e também da sua percepção existencial sobre o resto da humanidade e dos valores espirituais escolhidos por ele.Optou pelo inevitável: a honestidade seria o mastro da sua bandeira.
A fatídica história de ser mãe; Nascera numa pequena família de camponeses; Assim que começa a crescer percebe que a vida é um inferno; A medida em que cresce o inferno aumenta; Conhece um belo jovem, a esperança ascende; Mas a alegria dura muito pouco; Agora mãe, mas o inferno é o mesmo; Novamente os anos se passam; Enfim a esperança reascende com total força; Agora tenho certeza do outro lado encontrarei o paraíso. “ relato de uma jovem mãe cansada dos abusos e injustiças do mundo dos homens “.
O título de mãe, é sem duvidas um dos mais controversos que existem. Por muitas, imensamente desejado a ponto de doar a vida pela causa. Para outras destruição: quando não da própria vida, das de quem os concede o título. Não conheço qual é o seu nível de valor sobre o titulo em questão. Mas seja ele qual for, nunca se esqueça que você só esta aqui porque alguém um dia pagou o preço e acolheu não só o título, mas você como filho(a).
Se posso dizer que vivi, é por sua causa. Você salvou minha vida, meu amor. Uma vida que não merecia ser salva. Pois nela não havia nada além de crueldade e violência. Eu não sabia o que era o amor nem a alegria de ser amado. Eu vivia para matar e matava para viver. Eu só estava esperando a morte. Porque eu não via mais a diferença entre a vida e a morte. Eu não tinha esperança de ser salvo. Mas me enganei. Porque até mesmo eu, que nasci no fogo do Inferno, tive a chance de ser abençoado. Eu não sabia nada sobre a vida ou sobre mim até você chegar. Minha bênção foi o seu nascimento.