Textos para Ex-Namorado
eu espero com toda
certeza poder lhe encontrar
novamente na corrida
deste tempo em que
estamos vivendo
tudo passa tao rapido
nao é ? até parece que
foi ontem que eramos
muito proximos e bem
intimos, mas hoje em dia
nos vemos na rua e parece
até que nunca fomos apresentados,.
por que fazemos isso com nós
mesmos ? espero um dia
desconbrir.
Havia um plano.
Disso eu tenho certeza.
Que era basicamente ficar ao lado da menina mais irresistível do mundo, não cometer nenhum erro e ama-la incondicionalmente.
Bem esse era o plano.
A realidade é que cometi vários erros, não estou com a menina mais irresistível do mundo e já não sei se a amo incondicionalmente.
Não queria que nada fosse assim.
Nunca preparei um plano B.
Ela se foi tão rápido quanto veio.
Hoje, nas noites de frio, tento me recordar dos melhores momentos com ela e nos dias quentes fujo de pensamentos que me levem a ela.
Queria um novo plano.
Só que será que conseguiria tê-lo?
Estou há muito tempo sem um plano, que não sei se consigo novamente ter um. O único que gostaria de ter, não poderei ter.
Se queimou imerso no tempo que se passou.
Só queria, e queria muito que junto com o plano que se queimou, essas memorias, fossem. Para nunca mais me lembrar que eu já tive um plano, e para nunca mais ter que me machucar por saber que a culpa de não ter um plano, era minha, é minha.
Opto por não falar nada mais delicado, superficialidades, amenidades, televisão, revistas, assuntos do momento como morte de alguma celebridade são suficientes bons para uma conversa agradável.
A sensação é muito intensa, tentar ser amiga de alguém que não foi teu amigo no relacionamento, que não foi legal, companheiro, gentil, amoroso, virar amiga de quem só te desgostou, mas e os filhos?
Desviava a atenção e focalizava no bem comum das crianças que nem são tão crianças assim. Por mais bizarro que possa parecer, não queria meus filhos achando que a separação nos tornou piores.
Vocês já namoraram? Sim. Mais então acabou por quê? Por quê(cada um tem seu motivo). Mais por que vocês não se falam mais? Por que terminamos. Mais só por isso? Sim. Por você, vocês voltavam a se falar? Sei lá, tanto faz. Mas se voltar a fala com ele(a), eu tenho medo de me apaixonar novamente. Não tenha medo, ele(a) é seu(sua) ex, se tu gosta dele(a) é por que você ainda sente algo por ele(a). De ex namorados, vocês podem se tornar colegas, amigos, ''ficantes'', namorados de novo, marido e mulher, esposo e esposa, mais o que vocês não podem ser é inimigos ou até ''desconhecidos''(fingir que não conhece). Você pode até ter vergonha de falar com ele(a) mais vai lá e fale.
Pra amar não precisa de nada, há não ser amor próprio e ao proximo.
Ame que te ama, e deixe os outros viver a vida deles.
Podemos ajudar uns aos outros? Claro, mais se não poder, pelo menos tente, não desista, po que quando você mais precisa as pessoas que tu ajudou, vão te ajudar, pra retribuir o seu favor. Então... Pare de pensa só em si mesmo ou só nos outros, pense 50% em você e 50% nos outros e tudo irá melhorar, o mundo vai melhorar com essa atitudes, porém, se só 50% da população fizer, vai ajudar, mais ainda vai ter crises, então vamos fazer 100% da população ajudar e o mundo vai melhorar. 100% = a todo mundo
50% = a metade da população
VAMOS AJUDAR GERAL, VAMOS MELHORAR O MUNDO, POR FAVOR, NESSE MUNDO DE HOJE, CHEIO DE CRISES, NÃO DA PRA VIVER FELIZ.
Eu sei que já passou o momento de falar não estou querendo te machucar ou discutir mais nada, mas vou falar porque não quero ficar pensando depois que não disse tudo o que sentia.
Nós ficamos juntos 20 dias, não foi nada, o que são 20 dias na nossa vida, eu não queria namorar, pensei no começo até em me afastar de vc, foram passando os dias e você estava sempre ali, por perto, sempre carinhosa, falava de um jeito que eu me sentia só seu, amado. Você me contou dos seus problemas e como estava mal ultimamente, sempre meiga e frágil ao mesmo tempo, me senti na obrigação de cuidar de você, que precisava te dar atenção e que você precisava de um homem na sua vida que te entendesse, pensei comigo, vou vir pra somar e ela me completar, não achava ruim te escutar até porque sei que quem está mal gosta de ter alguém para ouvir. Disse também que eu te dei carinho como nenhum homem te deu e que eu era especial, isso mexe com o homem, fique ciente disso. Você, sempre sonhadora, fazia mil e um planos no futuro do meu lado, falava em estabilidade, família, filhos, até que em uma noite me perguntou se eu não iria te pedir em namoro, eu fiquei feliz de ter escutado aquilo, pois era a confirmação de que tudo era real, estava ali acontecendo, nossa, eu me animei, pensei cmg mesmo, Agora vai! Se me arrependo, foi de uma coisa, podia ter te compreendido mais em silêncio sem te fazer muitas perguntas, mas, enfim, vejo que não está preparada e se sentindo bem pra continuar, tudo bem, me poupou falando isso agora, foi melhor, mas como são as coisas... Quem queria, hoje não quer mais, e quem não queria, hoje se entristece, isso acontece, pois no amor tudo pode acontecer. Não estou com raiva e nem estou quase surtando aqui, mas, pela forma que foi rápido e intenso, demora pra acreditar que não deu certo, ainda penso em você, faz 4 dias, mas parece uma eternidade, o que mais me doeu foi você ter ficado fria comigo naquele domingo, na primeira vez também fiquei triste, só que dessa vez agora foi pra valer. Eu sei que daqui a um tempo vou conhecer alguém de novo e me apaixonar, vou lembrar disso que estou escrevendo aqui agora, já não vai doer como está doendo agora, bom, parece bobo, mas estou te escrevendo, escrevendo o meu sentimento e te mostrando ele, não é uma carta como você gosta, eu sei, mas finge que é, ta bom? Escrevo também para saber que não tem nada de errado com você, você é uma pessoa normal e que a vida é feita de tentativas mesmo, quem não se expõe corre menos riscos de fracassar, mas perde oportunidades de viver intensamente! Desse jeito não tem como ter uma relação saudável. Realmente é sempre um drama, como num filme, só que sem final feliz. Espero que recupere sua capacidade de amar novamente, de se apaixonar e se aventurar, porque de todos os sentimentos esse é o mais especial, indescritível. Se eu sumir não é porque te odeio nem nada, simplesmente é a vida, continuando...
Enfim, você foi uma paixão.
Fez meu coração bater mais forte, passou como uma brisa passageira, mas vou lembrar de você sempre que escutar seu nome.
Lembra da gente se amando?
Você lembra de quando jurávamos amor eterno? E só de pensar em nos separar nossos olhos já enchiam de lágrimas, você lembra?
E naqueles momentos que nossos corpos conversavam, não era possível distinguir o eu do você, tudo era nós, nosso mundo, nossa fantasia, nosso sonho, nossos três filhos, você lembra? E quando abria a porta com aquele sorriso e o cabelo ainda molhado, reclamava da bagunça que eu deixava sua cama, nossas pernas entrelaçadas... Você lembra de tudo isso? Ou foi só um sonho onde acordamos e tudo acabou? De repente, não mais que de repente tudo mudou!
Hoje eu percebo o que eu já tinha percebido a muito tempo,mas não tinha coragem de adimitir: A nossa amizade acabou.
Eu ainda me lembro do tempo que nós só ficávamos juntas,sempre rindo,brincando,uma ajudando a outra,chorando juntas,rindo juntas,pagando mico juntas... Mas acho que VC esqueceu de tudo isso,pq agora VC nem olha mais pra mim só quer saber dos seus novos amiguinhos que só estão com VC por interesse. Não sei pq VC preferiu eles do que quem sempre esteve com tigo,quem sempre te entendeu,quem te aconselhou, quem sempre te consolava quando VC chorava,quem verdadeiramente te amou...
Eu cansei de tentar me reaproximar de quem me deixava como segundo plano,de quem me jogava fora como um monte de lixo...
Eu cansei. Mas mesmo assim eu desejo que VC seja feliz e que não se arrependa da escolha que fez,mas se VC se arrepender não conte comigo pois cansei de ser deixada pra trás.
Teoria do cachorro morto
Cachorro = seu namoro.
Arbusto = nova vida pós-termino.
Seu cachorro morre, você enterra ele e planta um arbusto em cima para ocupar aquele buraco que ficou, e segue em frente. Após certo tempo, sente saudades do seu cachorro, das boas lembranças dele e tenta ressuscitá-lo, esquecendo que, ao desenterrar o cachorro, estará matando o arbusto por nada. Não há milagre que dê vida a seu cachorro, e você conclui que foi tudo uma grande perda de tempo.
Quando me bate o medo é em você que penso, quando estou triste é em você meu primeiro pensamento, quando minha vida perde o sentido, eu tento te encontrar no fundo da memória, na bagunça das minhas lembranças. eu corro pra você! não fisicamente.. é algo emocional e eu choro sabe, choro por não poder falar contigo, ou receber um vai ficar tudo bem, ou uma daquelas frases sem sentidos que você adora usar. choro por precisar de você mesmo que seja pra sorrir de alguma piada qualquer ou conversar sobre qualquer assunto sem sentido.. Não sei explicar, mais eu só preciso disso, uma conversa, alguns sorrisos e algumas frases soltas, depois você volta pro seu mundo e eu pro meu. mais eu tenho essa necessidade absurda de me acalmar com você.
por favor não me abandona! eu ainda preciso de você!
joão vc era td ,td mesmo meu parceiro ,meu melhor amigo , meu irmão e hoje? e agora? oq vc é um mero conhecido ? um passageiro qualquer da minha vida? e as promessas? e tds os nossos planos oq eu faço com eles? eu jogo fora que como vc com a nossa amizade? vc pelo menos ainda se lembra de mim? ou sera que se esqueceu de td? e nossas brigas bestas? quando dizia que vc nem se importava cmg me chamava de idiota e dps me fazia sorrir! e a promessa de nunca me deixar? de nn abrir mão da nossa amizade por nd ?cade o menino sonhador que um dia eu amei ? cade o garoto que me prometeu td e hj sem siquer fala mais cmg !? vc me faz falta sinto falta ate das brigas e dos xingamentos vc reclamava quando dizia que vc nn esta nem se importando cmg e eu? vc paro pra pensar em mim? em algum momento da nossa conversa vc se importo com os meus sentimentos? vc e a pessoa que mais me conhece vc sabe que as madrugadas eu choro ate molhar o travesseiro vc pensou como eu ia reagir ao te perde ? para de pensar so em vc! para de ser tão egoísta pensa um pouco em mim vc simplesmente jogou td fora tds as promessas eram falsas ?? e td esse tempo que me doei por nss amizade eu nunca esperei isso de vc eu nem se quer te conheço mais!!!!! cade o meu mlhr amigo ? o cara que eu amo ? cade vc pra juntar tds os meus pedaços ? hj eu queria te encontra e ouvir vc fala como foi o seu dia e as suas ferias hj eu queria te dizer bem alto:
-que eu te desculpo por tds as lagrimas que vc me fez derramar . na quela noite que vc falo que nn tava no lado de ninguém que estava boas eu so queria vc meu melhor amigo aquele que estava do meu lado pra td que me prometeu td!!! e hj???? nem se importa mais eu me doei pela nossa amizade eu fiz de td pra dar certo com vc muitas fezes abri mão do meu próprio ego do meu próprio orgulho por vc e vc? abriu mão do que por mim? eu so queria vc meu melhor amigo!!, meu irmão de volta❤🍃
Rebenta a manhã como um punhal
de gritos
na caserna
O arame farpado
que serve de paredes frágeis a este quartel
improvisado
foi cortado durante a noite
Há marcas evidentes do inimigo
e da sua passagem traiçoeira
por aqui
Estremece o sangue nas veias
a raiva corta os pulsos
e o medo apodera-se de todos nós
Não há heróis,
existe apenas
a cruz de guerra entregue ao pai
ou ao filho que o pai não conheceu
e a memória sentida
escrita no mármore da sepultura
In “Há o Silêncio em Volta” (poética de guerra), edições Vieira da Silva do poeta Alvaro Giesta
O comboio levou-me para o leste em direção à fronteira com a Zâmbia. Eram nove e quinze da manhã, daquele dia chuvoso de dezembro de 71. Dia 12. Exatamente como imaginava!
Apenas viajámos de dia. À noite, pernoitámos em Silva Porto. A partir daqui e até ao Luso, à frente da máquina que puxava as carruagens, ia outra a servir de rebenta minas.
E os meus poemas começaram a nascer… sobre o joelho, onde apoiava o papel, escrevia:
“Espera-me.
Até quando não sei dizer-te,
mas afianço-te
com fé
que voltarei!
Espera-me nas tuas manhãs vazias
nas minhas tardes longas
nas nossas noites frias
e não escondas de mim essa lágrima
teimosa
onde está escrito
“não te vejo nunca mais”
Não esqueças o que fomos ontem
se o amanhã não existir
ou não voltar,
recorda o hoje
permanentemente
mesmo que não haja cartas
que nos possam recordar.
Nova Lisboa, Angola, 12 de dezembro de 1971
- para uma comissão de 14 meses no Leste de Angola, C. Caç. 205 (Cacolo), integrada no Batalhão de Caçadores 2911 (Henrique de Carvalho)
In “Há o Silêncio em Volta” (poética de guerra), edições Vieira da Silva do poeta Alvaro Giesta
Todos recebiam cartas
e discos pedidos
ao domingo
no Rádio Clube de Huambo
a mais de mil e duzentos quilómetros…
era a emissora que mais se ouvia
Só ele,
porque exatamente ele era só
e de longe
(talvez de lugar nenhum),
o furriel Abreu Gomes
nem uma letra vertida em magra folha de papel
Vingava-se da solidão no cigarro
que um após outro fumava
Enrolava-os com perícia tal
no fino papel de mortalha,
dois a dois de cada vez,
como se ali depositasse os fios da vida
que queimava,
como se estivesse a fechar para sempre
as abas do seu caixão
Aquele livro de mortalhas
e a cinza do cigarro queimado
que lhe morria pendurado na boca,
tinha a brevidade da vida
que ali se vivia a cada hora que passava
In “Há o Silêncio em Volta” (poética de guerra), edições Vieira da Silva do poeta Alvaro Giesta
Olhei-me em cima da berliet
com o coração tolhido de medo
Aqui não há heróis…
até os mais audazes na vitória
sentem medo
As mãos vazias
seguram com firmeza
estranha
a espingarda G3
que me deram para matar,
a única companheira segura
de todos os dias e noites
As nuvens de sangue ao longo da picada
abreviam a morte
In “Há o Silêncio em Volta” (poética de guerra), edições Vieira da Silva do poeta Alvaro Giesta
Terra de medo
e de dor
e de sonho também…
Lá fora o vento que zumbe
e uiva
e fustiga ameaçador e célere passa…
o vento a quem tudo pergunto
e nada me diz
O vento que volve e revolve
e varre
as folhas secas das mangueiras
plantadas no terreiro
que serve ao quartel de parada
O vento que zumbe e uiva
tresloucado
no negrume da noite que dói e mata
O vento que fustiga e passa
as frágeis paredes da vida
dentro do arame farpado
In “Há o Silêncio em Volta” (poética de guerra), edições Vieira da Silva do poeta Alvaro Giesta
À volta de mim, o terror e a morte…
olhares de medo
fixos na imensidão do vácuo
interrogam-se mudos
inquietos…
dolorosamente pensam na razão
de tal sofrer
Mas não choram porque o pranto
se esgotou há muito
neste inquieto viver
Ah! Se eu soubesse ao menos rezar…
Rezava por ti
ó homem verme, tirano e sádico
que por prazer destróis;
Rezava por ti
ó governante ganancioso e brutal
que o mais fraco aniquilas;
Rezava por ti
ó deus, que já nem sei se existes,
pela geração que criaste
e abandonaste
In “Há o Silêncio em Volta” (poética de guerra), edições Vieira da Silva do poeta Alvaro Giesta
Desperto…
minhas mãos frias
crispam os dedos inertes
no gatilho da espingarda
Debaixo de mira
numa linha reta que dificilmente erro,
o alvo
Um corpo negro,
meio nu…
Apenas o cobrem os restos daquilo que foi
um camuflado zambiano
Veste no rosto,
encimado por um chapéu também camuflado,
a raiva
Para ele nós somos o invasor,
o inimigo a abater que importa liquidar
ainda que connosco tenha aprendido
rimas de civilização
Nós somos o invasor que (ele) quer
expulsar
destruir
aniquilar
E ele, para mim, o inimigo de ontem
será o amigo de amanhã
a quem hei-de abraçar
In “Há o Silêncio em Volta” (poética de guerra), edições Vieira da Silva do poeta Alvaro Giesta
Há corpos espalhados pelo chão
à minha frente
Nos seus rostos lívidos
cor de cera
morreu a esperança com a chegada da morte
no frio gume da catana
Jazem à sombra das mangueiras…
a morte passou por ali
Corpos decepados
esventrados
violentados
num rio de sangue pelo chão…
Ali apenas as varejeiras têm vida e voz
no zunido e na cegueira de beber
Sugam famintas de sede
o sangue ainda quente dos cadáveres
Zunem de sofreguidão na disputa
do sangue vertido
dos corpos esquartejados
pelos golpes das catanas
Para lá da orla da mata ainda o eco
dos gritos de vitória e os risos satânicos
de alegria e morte no ar
numa mistura de feitiço e de liamba
In “Há o Silêncio em Volta” (poética de guerra), edições Vieira da Silva do poeta Alvaro Giesta
Perdi os poemas ébrios
de ritmo
feitos ao sol da manhã
Esse tantã longínquo que me acordava
manhã cedinho
antes de subir na minha bicicleta
reduzida ao mínimo para pedalar até ao liceu,
acordava-me como uma loa,
cântico virginal
puro…
ou como um ritmo escondido
no regaço da mais linda mulata
da sanzala
Um poema ébrio de ritmo
órfico
em dionisíaca celebração
um cântico mestiço
místico
pagão
negro soneto espúrio
de um povo híbrido de muitos deuses
e de mais irmãos ainda…
Hoje o meu poema já não é ébrio
de ritmo
nem o som do tantã tem o sol puro
erguido pela manhã
cedinho
O meu poema é de sangue
e dor
lavrado pelo frenesim dos tiros
O tantã que me acordava
manhã cedinho
e trazia no som o ritmo
dos beijos,
hoje
já não me acorda deste sono
que não durmo
sobressaltado
O tantã traz agora na sua voz longínqua
o som próximo
da metralha
In “Há o Silêncio em Volta” (poética de guerra), edições Vieira da Silva do poeta Alvaro Giesta
No ar, o medo e o silêncio sepulcral
a invadir
os primeiros raios da manhã
Corações sobressaltados
em prece e oração…
muitos sem saberem sequer rezar
No trilho traiçoeiro
espreitava a morte a cada passo
que se desse em falso
na picada
Sem perder de vista o combatente
à nossa frente
perscrutávamos, no lusco fusco do alvorecer,
as sombras que se dissipavam
por entre as silhuetas das bissapas
Nas mãos doridas,
por matar,
o peso da G3 engatilhada
dos soldados
De repente o grito e a dor
pelo estrondo e pela morte trazida
no estilhado e no sopro da granada
As lágrimas morriam afogadas
pela raiva e ódio surdo
nos corpos amputados
In “Há o Silêncio em Volta” (poética de guerra), edições Vieira da Silva do poeta Alvaro Giesta