Textos para Boas Vindas
De quantas formas podemos começar algo?
E de quantas podemos terminar ?
Quantos são os sorrisos e lágrimas que valem a pena?
Quem vale a pena para ganhar um sorriso seu?
E por quem vale a pena deixar cair uma lágrima ?
Quantas perguntas eu poderia fazer só sobre esse assunto e quantas respostas eu teria?
O problema está no valor que colocamos nas coisas..
e não no valor das coisas em si.
B.
Eu poderia começar contando sobre o que me fez escrever sobre o impossível, mas acho desnecessário. O fato é que no mundo em que vivemos hoje, existem dois tipos de pessoas, as que sonham e as que tem medo. As pessoas que tem medo são as que não arriscam as que por já terem vivenciado algo ruim, desistem fácil, escolhem o caminho mais fácil e não o caminho que realmente queriam seguir, mas assim como existe o bem e o mal também existe o outro grupo, o das pessoas que sonham, são essas sim que movem o mundo, que descobrem coisas, que são felizes de verdade. Essas sim, escolhem aquilo que querem independentemente das conseqüências, essas sim lutam, sonham... São essas pessoas que tornam o impossível possível ou até mesmo realidade, são essas que não tem medo do que vão enfrentar. E são essas as que mais sofrem, sofrem por confiar de mais nas pessoas, por acreditar na mentira, por lutarem, mas também são essas que tem a consciência tranquila que podem dizer que tentaram, que lutaram até o final.
O IMPOSSÍVEL É SÓ QUESTÃO DE OPINIÃO !
Escrita por minha sinceridade...
Voltando para casa depois de um longa sexta-feira comecei a pensar no quanto isso é estranho,ridículo e doloroso ao mesmo tempo,eu nunca decorei a data do nosso primeiro encontro muito menos o segundo e assim por diante,e eu que tenho mania,quase loucura por escrever não encontrei nada anotado nem em um diário,caderno,guardanapo ou um folheto de igreja,nada,não lembro o filme que vimos pela primeira vez,não memorizei o dia que me pediu em namoro e nem a primeira vez que disse que me amava,a gente se conhecia a tanto tempo mas ainda sim você não conhecia absolutamente nada sobre mim,era vago,era vazio,era muito cheio de você e muito pouco de mim,conversamos sobre tantas coisas,todos os dias,mas ainda sentia uma enorme necessidade de falar,falar sobre o quanto eu sentia falta de alguma coisa que não se resumisse a você,gostaria que você conhecesse esse meu lado de agora,esse lado que aqui escreve,esse lado que você não conhece,mas que se arrepende muito de não ter seguido com a ideia naquela passarela que ligava uma estação à outra,quando parei olhei pra avenida e todas aquelas luzes bonitas,tomei ar e pensei em dar meia volta,voltar para casa te ligar e pedir desculpas,dizendo que aquilo era realmente um enorme engano,um erro,esse meu lado que se arrepende de ter deixado você passar o braço sobre mim e deitando automaticamente minha cabeça em seu ombro,esse lado que se arrepende de ter deixado você fazer parte da minha vida e de deixar você acreditar que tinha algum domínio sobre ela e que poderia um dia completar a sua,não devia ter aberto e lido nenhuma das musicas que fez para mim,você me invadiu,invadiu meus planos mesmo que eu nunca tenha te convidado ou te visto em algum deles,nunca te inclui em meus planos,eram meus,só meus não tinha nenhum direito e entrar sem bater,eu deveria ter te expulsado,a tapas se preciso,eu não deveria ter absorvido nenhuma de suas palavras e nem o seu humor e nem sua necessidade por atenção quase doentia,talvez isso não deveria ter acontecido,isso de eu ter que retribuir seus carinhos como se você colocasse palavras na minha boca e me empurrando garganta abaixo sentimentos acumulados em você por um bom tempo,nunca entendi sua cobrança por sentimentos,ligações mensagens e explicações,e eu nem quero entender porque talvez por convivência e costume eu acabaria entendendo e transformando isso em habito meu e eu não sou assim,você sabe, nunca te dei motivos pra isso, e acho que foi por essa cobrança, por toda essa desconfiança sem motivo algum que no ultimo minuto da festa não aguentei a pressão e desisti,joguei pro alto,joguei a toalha e não pensei nem duas vezes,automaticamente já sabia o que fazer dali pra frente,agindo como se eu fosse realmente a dona da minha historia,e que o nós naquela noite deixaria de existir,e eu cai,cai igual criança do balanço,e de alguma maneira fui contra minha ética e acabei caindo de joelhos de outro brinquedo e de alguma forma mesmo sem saber,no dia seguinte foi você que se machucou com meu tombo e eu saindo ilesa,como uma batida em sua superfície,matando algumas células e deixando o ferimento roxo depois de alguns dias,na hora você não sente só depois que se sente dolorido...o que mais odeio o que deixou dolorido em mim nessa historia,é ter que olhar pro meu nome e associar automaticamente ao seu,apenas uma letra diferenciando nossos nomes,uma letra que mais parecia um abismo,um penhasco de diferenças. Talvez um fato que você não saiba,mas toda vez que escuto um dos seus cantores preferidos,fecho os olhos e lembro quando cantou pra mim “Again”,na minha cabeça sua boca se move como na musica mas acabo ouvindo “grenade”,você cantando ela pra mim com todas as letras,nessa hora me sinto suja,me sentindo a ultima pessoa digna de algum tipo de amor,acreditando sem querer em karma e me encaixando perfeitamente em uma letra de musica. Lamento e sinto informar,mas foi somente isso que deixou em mim,uma letra,uma musica não cantada para me deixar mal de alguma forma.
Como eu disse isso foi um enorme engano,um erro.
Tudo na vida prescisa de concertos...
Com o tempo tudo começa enfraquecer,deteriorar-se quando os sentimentos se acabam,precisamos unir todas as nossas forças,respirar novamente e começar do zero.Isso não é facil,nos sentimos pequenos,e deixamos de chegar á uma slução,o sonho perdia a razão de ser sonhado,tudo nos parece triste e obscuro...
Até que finalmente um raio de luz chamado paixãor chegava e nos iradiava com sua penetrante luz e a nos luminar !
Respiramos fundo,seguramos o fôlego e abrimos a porta do coração apenas o suficiente para dar-lhes a passagem a esse raio de luz inusitante.
E ao memso tempo nosso instinto fica alerta e desconfiado na maoria das vezes...
E eis que surge o Amor!
O amor que arde sem doer,que sente-se sem o ver...Mais que nos tranfroma a cada dia a canda instante,nos deixando muito mais alegres e dispostos a tudo.
sentimento belo cuja poucas pessoas pessoas conseguem sentir verdadeiramente,e acabam muitas das vezes fingindo sentir sem ao meos saber o que amar verdadeiramente...
Amor é para sentir não para se entender.
Quando o amor começar ser entendido não será mais amor...
É um sentimento que não se explica. Tudo começou do nada, com uma simples conversa, meras palavras jogadas ao vento que qualquer um poderia escutar, qualquer um, mas foi você quem escutou. Agora já não passo mais um minuto sem você no pensamento.
Quero cada vez mais e mais palavras, mais carinho, mais conforto. Você surgiu na minha vida como um anjo. Ao seu lado me sinto seguro – estou seguro. Hoje tenho a resposta àquela velha pergunta “o que vai ser quando crescer”, tenho vontade de gritá-la: eu vou me casar com ela!
Quando conversamos, meu mundo para de girar, e é em você que eu tenho pensado todas as noites antes de pegar no sono. Parece loucura, mas já tenho uma vida inteira planejada, ao seu lado; mesmo sabendo que posso me decepcionar, ou, pior ainda, te fazer sofrer, mas tenho apenas vontade de viver o presente, e imaginar um futuro bom, ao teu lado!
Você se tornou um dos meus vícios, a droga que mais me faz bem. Viciei, tanto, mas tanto, ao ponto de já não saber mais viver sem. E essa distância, como dói, porque em tão pouco tempo já gosto tanto de você. Quando estou contigo, esqueço meus problemas, nada me abala, você é meu ancoradouro.
Amo seu jeito, e acho tão fofinho teu ciúme. Lembre-se: jamais vou te trair, jamais te abandonarei. Sou teu, só teu. Te quero minha, e de mais ninguém. Somos um do outro. E mesmo que o destino nos dê rumos diferentes – rezo pra que não aconteça – pode ter certeza de que eu nunca vou esquecer a menina mais doce que já entrou na minha vida.
Sonhe, comece agora
Sabe quando voce olha ao céu cheio de estrelas que começa a dar nomes? Assim sou eu a noite, convido-as para serem minhas estrelas, esqueço tudo ao meu redor, e começo a fazer meu mundo.
Não que seja tolice a minha, quem não queria ter um mundo só seu, eu quero. As horas vão passando, e cada vento que me toca, me sinto como se eu fizesse parte de uma grande mágica.
Não sei como há tanta falta amor nas pessoas, estão carregadas de “tempo” sim, tempo, tudo aquilo que é feito hoje, se repete amanhã, e esquecem de viver um pouco mais a vida, se permita sonhar, permite-se exagerar, esquecer o “tempo” e viver com mais intensidade.
O momento passa, e nem sempre se têm uma segunda chance, e o tempo? Bem, ele não volta. E agora as horas passaram, a noite passou, as estrelas se foram, o vento parou, o sol raiou e a vida começou, a noite seus sonhos voltarão, a espera do céu cheio de estrelas a te acompanha.
O que não muda, apenas, continua
Comecei mais uma página, e nela deixo o passado apenas como lembranças .
Me faço mais forte a cada linha. Deixo escrito os meus sonhos,
Diferente de antes, que eram apenas medos
Não sei onde tudo isso irá me levar, apenas deixo as letras me levarem .
Criei meu lugar, ouço apenas a minha voz,
Diferente de antes que só ouvia a sua .
Deixei a janela aberta para que o sol entre novamente,
Antes vivia como “noite” . Agora não mais .
Por vezes tentei não lembrar, mas, o passado bate sempre me minha porta .
Ficou gravado em mim, não consigo mudar isso,
O que me resta é seguir em frente, mesmo com uma página nova,
Mesmo com uma vida nova, mesmo assim, o que foi, jamais se apagará .
Sabe, por vezes olhei-te nos olhos, e comecei a sonhar,
Mas, o sonho não durou. Eu só queria arrancar de mim toda essa mágoa,
Toda essa sensação de derrota .
Mas, desculpe-me se só sei te olhar de longe, te olhar no escuro .
Não sei onde vou com tudo isso, por instantes tive a impressão de ti ver,
Mas, era apenas minha imaginação brincando comigo .
E por mais que eu queria muda de foco, minha mente insiste em te trazer de volta,
Fazer o que, se só sei te olhar de longe, te olhar no escuro, te olhar..
Comecei uma página nova, e agora que dou conta, que não comecei nada,
Apenas, continuei falando de voce .
Hoje pareço me reencontrar…
Devagar as cores vão voltando ao normal;
Os pensamentos começam a fluir com maior nitidez;
A vida parece que segue seu rumo infreável;
O encaixe das razões se inicia lentamente;
A cicatrização, ainda estéril, vai tomando forma;
A lucidez e a realidade me cobram isso;
O impulso vital de continuar e viver;
Para o que precisa e merece ser vivido;
É o ontem dando lugar para o hoje;
Emoldurando meu amanhã.
Quando tudo começou, eu disse que não iria me envolver; que absurdo alguém pensar que eu não poderia manter distancia emocional de um envolvimento carnal.
Logo eu que já a muito encontrei meu centro!
Pois é... Eu me envolvi, mais que isso, eu vivi.
E vivendo assumi os riscos, a falta que vai me fazer, a saudade que sei que vai me atormentar, as coisas que vão me fazer dele lembrar...
Eu assumo qualquer coisa, o que for preciso, mas por nada deixo de sentir!
Nenhum infortúnio, dor, saudade e talvez ate tristeza, nada vai apagar o gosto de ter vivido.
Com ele aprendi a viver um hoje... E todos os meus “hojes” com ele são pra mim algo inesquecível.
E se eu soube-se que tudo ia me trazer até aqui? E se eu soube-se que ser eu mesma desde inicio teria bastado? E se eu soube-se que você na verdade era o certo para mim? E se eu tive-se me tocado, e olhado para direção certa, enquanto tentava de tudo para conseguir fixar na errada? Você era o certo, mas apareceu numa hora tão errada… Eu devia ter percebido que quando você me irritava era para me ver brava, você gostava disso. E que quando você me acusava das coisas mais doidas do mundo, era para me ver parecendo uma louca, e que quando você puxava sempre meu cabelo era para chamar minha atenção de alguma forma… Eu devia ter percebido… Quando você sorria para mim não desviava o olhar nem por um segundo. E quando você me ouvia falar descontroladamente e fingia concordar com minhas besteiras era para me agradar, e que no dia em que eu chorava sem saber o motivo você fazia questão de me dar milhões de motivos para sorrir, ria das minhas piadas mesmo sabendo que elas não haviam sentido algum, você gostava de mim, pelo que eu era, sem mesmo eu tentar ser algo que valesse apena, você gostava do meu sorriso mesmo ele sendo meio amarelado, você gostava dos meus olhos mesmo insistindo que eles eram assustadores por mudarem de cor, você me achava bonita sem maquiagem e fazia questão de deixar isso sempre claro, você gostava de mim mesmo sabendo o quanto eu era atrapalhada e emburrada, você gostava do meu humor inconstante, das minhas crises de riso, mas fazia questão de dizer que me achava louca… Você sempre esteve lá e de todos que estiveram, pode parecer clichê, mas você foi o único que realmente sabia o verdadeiro motivo de me apoiar… E hoje você não entende mais meus sorrisos, não repara mais na minha mudança de humor, não liga mais para minhas maluquices muito menos se importa em sorrir de volta para mim, você desistiu, você se foi…
E se? E se? São pequenos questionamentos que me faço todos os dias na esperança de suprir a falta que você me faz… E tentar imaginar como tudo teria sido, se eu tive-se aberto o coração em vez dos olhos, desde inicio.
A PAZ passa a reinar dentro de nós, no momento em que, realmente começamos a nos conhecer verdadeiramente. A conhecer nossas limitações diante dos problemas, as nossas fraquezas diante das lutas. Entendo o que é na verdade a diferença entre uma fantasia e uma realidade, prestando mais atenção onde colocamos os nossos pés.
Para obter tudo isso sem ondas de frenesi, é preciso acalmar a mente, serená-la buscando bons pensamentos, positividade e paciência.
A paciência é um dom DIVINO! Basta busca-la em seu íntimo, para sua mente e alma, ficarem em PAZ! E a PAZ sendo ela um dom DIVINO, veio para ser concedida a todos. Basta estar de bem consigo e em compartilhamento sábio com o seu próximo.
E ainda há quem se deixe levar pelo o que os outros dizem não é?
Bobos eles, perdem oportunidades de conhecer pessoas tão especiais e que com uma simples conversa pode mudar o seu dia ou sua noite.
Pessoas que com seu carinho, respeito e amizade se tornam especiais. Aquelas que vamos querer sempre por perto. Aquelas pessoas raras de se encontrar.
Então começo a entrar em colapso. Me sinto frio, trancado.
Ouço barulhos, rumores, parecem pessoas orando em um tom bem baixo.
Dizendo como deve ser, como tem que ser tudo ao meu redor.
São milhares de pensamentos, todos em minha direção.
Começo a entender a minha angústia.
Como as pessoas fazem ela ficar cada vez mais próxima de mim.
Me sinto rodeado de emoções distintas.
Escrevo mais uma frase, e então paro, e penso que alguém está digitando cada palavra do que estou vivendo. E quando percebo, entro em colapso.
Saudade
Não tem começo nem fim, você não sabe quando chega ou quando vai embora, não tem classe social, não tem idade, não tem cheiro, não tem cor, é abstrato, é sentimento, é triste, é amor, amor por algo ou alguém que não é, que já foi, que nunca será, que pode ser ou que é seu, é algo inexplicável e com tantas definições, é infinito, até você encontrar o motivo dela, ai ela acaba, ela some, ela perde todo o sentido, e é transformada em amor, e quando ela não cessa tem dois outros motivos, ou a razão dela esta no céu, ou esse alguém não te pertence, e quando for por isto é necessário a transformação desse sentimento em lembranças, nas boas lembranças.Olhe a saudade sempre pelo lado bom e pelo ruim, pois a saudade mata, a saudade cura, a saudade é pura, a saudade mente, a saudade é sua, minha, é coisa da gente, não se julga pelo tamanho, não se pede, e aí você acaba encontrando um pedaço do seu amor em cada parte de tudo que vê, em cada pedaço do céu e em cada olhar, mas passa, tudo passa, mas não deixe ela tomar conta de você, coloque ela para fora, chore, pois uma hora ela chega ao extremo, aperta o coração, e escorre pelos olhos, e acredite um abraço cura tudo, e esse é um dos antídotos desse sentimento lindo e cruel que chamamos carinhosamente de saudade !
ALMA DA ÁFRICA,ALMA DO BRASIL
A narrativa de Antonio Olinto em seus romances africanos começa, em A casa da água, como uma enxurrada. Não há introdução, preparativos, prolegômenos. O leitor literalmente mergulha, já na primeira frase, em uma enchente. É a metáfora que conduz o discurso, uma recuperação moderna da narrativa sinfônica. Olinto escreve como quem conta uma história ao pé da fogueira na noite da África ancestral. Enumera os usos e costumes, o sincretismo religioso, os procedimentos curativos, o folclore, o cotidiano das casas e das ruas, mas principalmente localiza o leitor, pondo e transpondo pessoas, com enorme habilidade, em lugares de aqui e de acolá, do Piau a Juiz de Fora, do Rio à Bahia, do Brasil à África. Mas, se o espaço tem destaque na linguagem, o tempo é etéreo. Tempus fugit. A primeira referência temporal só se dá por volta da página 200, quando se menciona a guerra. "Mariana achava ingleses, franceses e alemães tão parecidos, por que haveriam de brigar, mas deviam ter lá suas razões." Somente ao final do livro uma tabela de datas vai esclarecer de que tempo histórico se está falando. E aí está: o tempo cronológico não tem importância.
Os achados de linguagem são tocantes. Logo à página 20, damos com esta preciosidade: "As mulheres ficaram com receio de olhar para fora e puseram os olhos no chão, Mariana, não, Mariana comeu o prazer de cada imagem." À página 58, outra: "Maria Gorda pegou-a no colo, começou a falar, tinha uma voz boa e gorda também." E à página 64: "A alegria dominou durante outra semana ainda o navio, mas foi-se diluindo em pedaços cada vez maiores de silêncio." É a voz soberana do narrador, simples, despida e precisa, fazendo um registro. Sem avaliações morais ou moralistas. O padre José que bebe cachaça, a matança cerimonial, a fornicação sem vergonhas. O livro é a pauta da vida. Desenvolve-se. Evolui, como um navio que avança pelas ondas franjadas. O livro é a vida, em seu processo, sujeitando as pessoas pela tradição, cultura, pela dinâmica própria. Um relicário da prodigiosa observação desse autor que funde ficção e memória em uma liga só, emocionante
A Casa da água foi lançado em 1969 e serviu de esteio para os outros dois livros da trilogia (O Rei de Keto e o Trono de Vidro). A análise da alma africana, e por extensão da alma humana, é preciosa, no texto de Antonio Olinto. Mas não está em fatos pitorescos ou nas anedotas. Está nos refrões, pregões, imprecações. Vejam esta frase: "Ele tinha boa cara, os lábios, grossos e fortes, formavam um sorriso lento, que demorava a se formar e demorava a se desfazer." Outra: "O pai revelou-se um homem baixo e muito gordo, a boca se esparramava como a de um sapo, ria uma risada enorme e demorada."
A trilogia do acadêmico Antonio Olinto é um compêndio sobre costumes de um povo que passou muitos anos lutando para manter a sua identidade. Assim, a pretexto de falar da alma da África, o autor fala da alma do Brasil. O fio condutor é Mariana, errante e errática, miscigenada e híbrida, suspensa entre dois mundos, como a água do mar, a água da enchente, nessa torrente de vida. Mas uma mulher firme, empreendedora, justa. Uma brasileira. A frase de Mariana, ao batizar a sua loja, comprada com o trabalho de uma vida, de Casa da água, foi esta: "É que eu comecei a ser eu depois que fiz um poço." Anos mais tarde, ela diria (página 59 de O Rei de Keto): "A coisa mais importante que fiz foi abrir um poço em Lagos quando era moça." Quanta densidade em duas frases!
Aqui e ali, a voz do autor se deixa evidenciar, numa cuidada intervenção da primeira pessoa. São apenas dois ou três verbos em cada volume, com desinência voltada para o eu. Artifícios de um habilidoso processo de construção da narrativa.
A um homem que viveu a África, como adido cultural na Nigéria, escolho a boa tradição iorubá, e termino este artigo com um oriki, como faz o autor no seu romance: ó Antonio Olinto, tu que ensinas a ver e a julgar, que estás no teu merecido lugar no cenáculo da Academia Brasileira de Letras, que escrevas muito e que teus escritos sejam recebidos com alegria pelos nossos corações, para sempre. Porque tua obra, nobre escritor, é como tu: tem a energia do trovão, a sabedoria dos nossos ancestrais e a serenidade do mar calmo.
Jornal da Letras, edição de setembro de 2007
Uma Nova Oportunidade
"Vais encontrar o mundo, disse-me meu pai, à porta do Ateneu." São estas as palavras que abrem um dos grandes clássicos da literatura brasileira, O Ateneu, do fluminense Raul Pompéia. Adquirir domínio sobre a leitura e a escrita, essas ferramentas extraordinárias, é exatamente esse "encontrar o mundo", é abrir surpreendentes e infinitas estradas ao pensamento, no mapa do tempo e da história, no mapa do sonho e da imaginação, ampliando em muito o alcance da mente e dos sentidos, aumentando a capacidade de absorver e compartilhar as experiências próprias e alheias, tornando a todos mais ricos daquela riqueza que os ladrões jamais poderão roubar. Paralela à leitura, a técnica da escrita permite a possibilidade de registrar e transportar sentimentos, pensamentos, levando atuação e intervenção concretas a lugares muito distantes, numa irradiação dos produtos do espírito humano para muito além dos limites restritos da presença física de cada um. A escrita dá a cada um de nós um poder extraordinário: o dom da ubiqüidade, ou seja, a capacidade de estar em muitos e diversos lugares ao mesmo tempo. Escrever um bilhete e deixá-lo para ser lido por alguém que só chegará depois é um exemplo simples e cotidiano desse dom. Uma carta enviada a algum remoto lugar onde nunca se esteve, ao qual fisicamente talvez nunca se irá, é outra prova dessa capacidade de ultrapassar limites físicos e ampliar a presença pessoal no mundo. Os extraordinários recursos postos à disposição do homem pela informática e pelo desenvolvimento tecnológico dependem da leitura e da escrita para poderem ser plenamente desfrutados. Quem não domina essas ferramentas acaba sofrendo, portanto, uma exclusão dupla. Todas essas capacidades quase mágicas são facilitadas por essas duas práticas, tão cotidianas que chegam a ser vistas com trivialidade. Sendo tão naturais, tão compartilhadas por todos, tão presentes no mundo, muitas vezes fica até difícil imaginar, neste tempo renovado de um século que se inicia, a existência de pessoas que, por razões que não cabe discutir aqui, não adquiriram esses instrumentos tão necessários para compartilhar existência e experiência, permanecendo por isso mergulhadas num sombrio estado de isolamento, uma espécie de limbo social que as torna quase invisíveis, motivo de limitações e dificuldades que surgem a cada dia e já não se justificam de nenhum modo. Existe um grande esforço espalhado por todo o país, muita gente empenhada em enfrentar e transformar essa situação. Exatamente para se reunir a esse esforço e resgatar desse inaceitável limbo pelo menos setecentas mil pessoas acima dos quinze anos de idade é que a Secretaria de Estado da Educação, associada ao Sindicato das Entidades Mantenedoras dos Estabelecimentos de Ensino Superior em São Paulo (SEMESP), lança o Programa de Alfabetização e Inclusão, que também atende pela sugestiva sigla PAI. O objetivo é, em quatro anos, atingir essa meta. Professores e salas de aula, sustentáculos humanos e base estrutural do programa, serão fornecidos por mais de cem instituições de ensino superior que já mostraram interesse pela parceria. O governador Geraldo Alckmin esteve presente ao evento de assinatura do convênio entre SEMESP e Secretaria da Educação, no dia 5 de junho último, no Centro Universitário Adventista, e ficou visivelmente tocado ao testemunhar a viva emoção de pessoas de cinqüenta, sessenta, setenta anos, mais que felizes por esta bem-vinda nova chance e pela circunstância muito especial, jamais imaginada, de que isso vá acontecer dentro de uma universidade. Entre as melhores lembranças desse dia ficará o sorriso de uma senhora de sessenta e quatro anos, respondendo orgulhosa à neta que lhe perguntava o que ia fazer: - Vou à universidade, ao sonho, à vida! À Secretaria de Educação caberá a supervisão dos cursos e a orientação pedagógica, realizada a partir das Diretorias Regionais de Ensino. No segundo semestre de 2003 estarão mobilizados mais de dois mil estudantes universitários espalhados por mil salas de aula. Caberá às universidades e faculdades articular o recrutamento dos estudantes dentro de sua base territorial. Esses são apenas números iniciais. Com a adesão de mais instituições de ensino também crescem as perspectivas de expansão do programa. Uma das preocupações que orientam o projeto é trabalhar a aprendizagem a partir dos problemas locais da comunidade, chamando a atenção dos estudantes para uma visão nova do seu próprio universo. Tudo isso vai ser feito com a intenção de criar caminhos e possibilidades para que as pessoas promovam sua própria inclusão social e compartilhem com todos o luminoso sol do conhecimento, e também o seu calor.
Publicado no Diário do Grande ABC
As oportunidades estão sempre na frente dos nossos olhos.
Mas às vezes fechamos os olhos ou simplesmente desviamos o olhar.
Coisa boas que poderiam vir são desprezadas e jogadas no lado do esquecimento.
Pessoas são esquecidas, deixadas para trás sem nenhum arrependimento.
A vida é uma caixa de surpresas onde viver e ser feliz exige muita frieza.
Alguns desistem no inicio de um bom caminho, outros desistem no final.
Porém todos que desistem de caminhar são provas de fraqueza contra o mal.
Lembro e sempre lembrarei.
Aqui eu estou e sempre estarei.
A promessa que fiz essa eu cumprirei.
Te amo e pra sempre te amarei.
Ao mar
No escuro do oceano rodeado por minhas preces jamais alcançadas, começo minha avessidade a vida. Como cactos no deserto que no fundo guardam água, remédio para quem tem sede. Se fossemos menos complexos, talvez tivéssemos conseguido flutuar, mas não. Minhas mãos estão sujas de tanto cavar por um mistério subtendido. Teu corpo nunca foi tão leve como desenhei. Eu não sei dançar, como te ensinei.
Quis pregar qualquer flor no seu cabelo, correr em qualquer lugar aberto. Cortar a alma. Quis, desesperadamente, catar toda essa sujeira guardada no baú da memória, curar toda essa dor, amarrar ao teu rosto o lírio que sempre fui. Mas minhas palavras sempre foram frívolas e nunca tocaram ninguém. Nada em mim conseguiu arrebentar o coração, esquartejar a pele, fazer sangrar o espirito. Não consegui jamais tocar teus olhos e enche-los de estrelas. Pegar teu coração sem máscaras e porquês. Mas quis, entretanto, roubar o avesso, o escuro, o medonho, a ferida aberta que a gente insiste em esconder.
Meus olhos foram capazes de enxergar teus buracos, teus cacos, tuas inspirações dolorosas. Mas não fui capaz de curar, porque a doente sou eu, com os pés sangrando, em um caminho tortuoso, em teus braços tão amenos. A cura que um dia esteve tão perto, hoje se poem distante, quase imperceptível. Só pra mostrar que mesmo ferida sei tentar. Sei abrir teu sorriso e te olhar como joia rara, única. Agora não mais importa, quem muito retém a mudança, nunca consegue o novo dos teus olhos, o abrigo destruído em que vivo.
O mar ainda continua de pé, com sua orquestra sinfônica que traz sempre o som da imaculada dor, do choro violento de todas as sereias que esperam por um amor. Então fecho os olhos, as luzes estão apagadas, consigo imaginar teus cabelos lisos, como folhas de um orvalho qualquer e sentir o cheiro de pitanga. Consigo me ver ao desalento de um adeus, de uma pergunta sem resposta e me encontrar novamente no oceano rodeado por minhas petições, entregas, sujeiras, lágrimas de sal... e me meter no meio d'água como mais uma onda contrária, carregando a fé contra a maré maligna que nada mais quer do que minha alma afogar. Sem pesos, nem roubos a mais, me desculpo mais uma vez por ter abotoado a sua camisa e lhe deixado suspirar no meu ouvido toda aquela história de esperança. Hoje nada seria como é.
A ti, meus trovões de poesia, ao mar, meu ego, minha alma.
Tela
Comecei a pintar teu rosto
Na tela do meu pensamento
Meu sangue servia de tinta
Porém o tom vermelho forte
Não conseguiu esconder
A maldade que nele existia.
Cada traço teu pintado
Mostrava a imaturidade na testa
A traição nos olhos
A mentira na boca...
Depois da tela pronta
Olhei de outro anglo
Sorri...
Ele não foi suficientemente amado.
"Se começarmos a encarar todas as coisas da vida... os altos e baixos, as fases difíceis e as mais felizes... como um aprendizado, e perceber que tudo acontece por um motivo, talvez só aprender mesmo, pq pra uma coisa muito melhor vir vc tem que ter aprendido, tem que estar preparado... e parte dessa preparação é lidar com as coisas não tão boas... Verá que dessa forma a vida terá outro sabor...
Olhe pra frente tendo o passado como aprendizado, afinal ele está exatamente onde deve... lá atras... se não seria presente..."
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