Textos Narrativos em 3a Pessoa
Não Feche a Porta -
Tem sido uma grande aventura
te acompanhar.
Uma aventura cansativa,
cheia de desafios,
dificuldades.
Uma aventura que,
depois que ficamos só
você e eu,
às vezes, bate medo, insegurança.
Afinal, antes,
éramos, certamente mais
fortes.
Havia mais gente - mais abraços, mais colo,
mais sonhos... (é, tá frio,
né?!).
Tudo bem,
não importa muito como
a vida será daqui
pra frente, moleque.
Você só precisa me deixar
estar por perto,
te dar uns conselhos,
fazer um som e,
de vez em quando,
me dar um abraço apertado.
Porque,
apesar das perdas e
decepções,
apesar dos sonhos que
se foram para sempre,
você é o melhor que tenho
e, pra mim é tudo,
e essencialmente o que
mais importa.
(Não,
não feche a porta...
papai não vai
ficar!).
O Mesmo Caminho -
Depois daquela primeira
vez,
por conta de um copo
d'água (isso sete anos
antes),
não me recordo mais
quantas e quantas vezes
eu peguei o mesmo
caminho com lágrimas nos
olhos e aperto no peito.
Com aquele gosto amargo
do desprezo, da decepção, entalado sufocando, quase insuportável.
Sempre acompanhado de
uma frase:
"é, mais uma vez".
Na esperança que aquela
fosse a última. (Nunca foi).
Ah,
meu pai sentiria vergonha
de mim.
Orgulhosa, egocêntrica, manipuladora e extremamente fria com as palavras quando magoada ou ameaçada
O que me faz pensar...
Sera que ela ja amou? Por que na sua presença ela se sente tão vulnerável? Sera que é medo do amor? Medo de estar exposta?
Ao que faz chegar a conclusão que...
Ela tem medo, medo do que esse turbilhão de emoções pode fazer com ela, calma desacelera, ela nunca deixou exposto seus medos, suas fraquezas e pontos fracos assim dessa maneira
Ela não vai dizer que sente sua falta se você partir e nem vai aceitar as lágrimas de saudade, ela não vai apagar memórias só algumas marcas
Mas ela sabe que só alguém como você pode a destrui-la
E chegou o dia que meu coraçãozinho temia, mas uma desculpa formulada para poder conversar com você!
Seu aniversario chegou, eu fique semanas ensaiando a mensagem que seria enviada para você, comprei um presente que demorei meses para escolher. O presente não deu muito certo de te entregar, eu não tive coragem de falar que comprei e você não teve a coragem de responder minha mensagem no whatsapp questionando o que eu queria conversar. Ah, confesso que foi algo bem constrangedor, como todos os pontos épicos desse termino.
Eu pensei em te encaminhar um texto descrevendo todas as suas qualidades, eu poderia fazer paginas falando sobre você.. Mas, eu percebi que estaria fazendo mais uma vez o papel da boa moça que sofre por algo que não é reciproco. No final eu apenas fiz uma breve mensagem com "feliz aniversario que todos os seus sonhos se realizem" e confesso que eu levantei um sorriso ao ver que você me agradeceu. Eu me seguro firme para não puxar um assunto que talvez não tenha continuidade. Eu preciso ser forte mesmo que essas situações me deixem fraca.
Do fundo do meu coração eu desejo que você apague as velinhas o quanto antes e que esse dia acabe para eu poder seguir com meus dias normais.
A Fórmula do Mal -
Junte política e religião;
Acrescente consideráveis partes de egoísmo, insensibilidade, hipocrisia
e fanatismo;
Misture tudo ao discurso do "bem
moral" e "em nome de Deus",
e crie assim
as pessoas mais crueise perigosas
da históriada humanidade.
O Passar do Tempo -
Até minha adolescência
(exceto para lembrar-me
as datas e horários dos meus programas de TV favoritos),
como um bom adolescente,
eu não sabia bem para quê
serviam relógios, despertadores
e calendários.
Pra mim,
eram desnecessários
e eu me sentia alheio
a tudo.
De uma maneira mais consciente,
não tinha a percepção do
passar do tempo.
Assim,
me sobrava tempo
para a liberdade
de não temer
as horas,
os dias,
os meses,
os anos.
Mas chega uma certa idade
que passamos a nos relacionar diretamente, de uma maneira
um pouco mais íntima,
com o Tempo.
Dormir, comer, passear,
trabalhar...
tudo passa a ser controlado, contado, cronometrado,
medido.
Passamos a ter que nos
moldar para que, de algum
modo,
caibamos naquele dia.
(Inevitavelmente sempre
há sobras).
Então
espalhamos relógios,
despertadores, calendários
por todos os cômodos, cantos
e caminhos.
Sentimos na pele e ossos
e mente o passar
dos anos.
Começamos a perceber
coisas que, antes,
pareciam não
existir.
E,
hora ou outra, esquecer
outras.
Às vezes
começa perto dos trinta;
às vezes aos trinta, perto
dos quarenta,
não sei.
Mas tenho a impressão
que mais na frente,
bem mais lá na frente,
ficaremos tão ligados,
tão íntimos do
Tempo,
que a vida não saberá
mais diferenciar-nos.
E
então,
é chegada a hora.
Ao Meu Último Romance -
Sabes
esse teu coraçãozinho apertado,
machucado,
cheio de traumas e receios?
Deixas que eu cuido dele!
Prometo que terás sempre
o melhor abraço
do mundo.
Tentarei de tudo para que
possamos rir juntos,
sempre.
E chorar (se tiveres que chorar).
Quando faltares forças,
eu serei tuas pernas
e olhos
e braços, e te guiarei.
Quando sentires medo,
te acompanharei segurando
tua mão.
Prometo
acolher-te na dor
e agasalhar-te no frio.
Prometo fazer-te poemas
e lembrar de ter paciência
naqueles dias.
Prometo escrever-te mais canções
e cantá-las sempre que quiseres
ouvir.
Prometo fidelidade aos teus olhos
e mãos e pele.
Prometo respeitar teu espaço,
teus limites,
tuas manias
e imperfeições.
Prometo alimentar teus sonhos,
tuas virtudes e teu sorriso.
Prometo atencão à tua saúde
(corporal e mental).
Prometo banhar teu corpo de carícias
e tua alma de poesia.
E só peço-te uma coisa:
Protejas meu coração!
Pois este,
antes,
foi quebrado e,
ao encontrar-te,
reconstruiu-se
(ainda que triste e fragmentado),
nobre, lírico e infinito,
e cada pedacinho agora
é teu.
Acúmulos -
Talvez seja um dos maiores males
deste século:
Esse sentimento de rejeição
crônica, acumulada e
negada.
Pessoas sentindo-se solitárias
em meio à multidão,
acumulando palavras
não ditas,
desejos não expressados,
choros não chorados.
Pessoas, cada vez mais,
sentindo-se totalmente inúteis,
incapazes,
rejeitadas por tudo, por todos...
pela vida.
Pessoas (normalmente
responsáveis, cuidadosas),
mesmo quando inocentes,
com um estranho sentimento
de culpa.
Ninguém entende nada,
no entanto (dizem), está tudo
normal.
(Não, não está!).
(As relações humanas estão saturando — esgotando-se).
Expectativas criando ansiedade.
Ansiedade criando mais ansiedade, desencadeando pânico — medos, aflições.
Por fim,
uma enorme frustração — angústia.
Um enorme peso — desânimo.
Pessoas, extremamente frustradas,
tendo que submeter-se a trabalhos "pela metade", relacionamentos "pela metade",
vidas "pela metade".
Com isso, sentindo-se ainda
mais reduzidas.
(Sim, isso é muito velho). Mas isso,
como consciência, é destes
tempos — inconscientemente esquisitos.
É um sentimento rejeitado;
Um sonho rejeitado;
Uma vida rejeitada.
Uma geração de "robôs"
que cultuam o desapego, a frieza,
a superficialidade — uma espécie de não amor.
Movida por sentimentos ínfimos, relacionamentos fúteis — facilmente descartáveis — em que alguns (e não são poucos),
hora ou outra, se quebram por, naturalmente, criarem raízes, desabrocharem confiança,
fantasiarem sonhos.
Mas o que está à mostra,
o que vemos:
semblantes felizes, corpos firmes, festas, sorrisos — gente bem vestida, bem amada, bem resolvida — online.
A tela apaga-se e o que
sobra é outra coisa:
Uma realidade fria e sombria,
de gente solitária, ferida, magoada,
que não cabe em Rede Social.
Acúmulos, mais acúmulos,
ainda mais acúmulos
e um estouro.
Tarde demais:
não há mais tempo para
mais nada.
Chuvas Tristes –
Eram onze e meia da noite,
eu já estava na cama como que pra dormir,
e em meio ao barulho do ventilador,
as futilidades das redes sociais
e a realidade amarga da
vida, eu notei — através
da janela ao fundo —
que chovia.
Então, de súbito,
levantei-me para olhar com um pouco
mais de atenção, e percebi que já
chovia há, pelo menos, uma
meia hora.
Era uma chuva calma, tímida — triste.
E chuvas tristes são como
pessoas tristes:
Quase ninguém nota.
Aprisiona Os Dois –
A grande maioria de nós,
de alguma maneira,
deve algo, alguma coisa
a alguém.
E isso, no fim, numa relação,
de certa forma prende,
aprisiona os dois.
Assim,
um rompimento ou uma permanência
nessas circunstâncias, abre uma enorme
cratera de dúvidas, traumas, mágoas...
decepções na alma de,
pelo menos,
um.
Raramente, muito raramente os dois
podem decidir ficar ou
partir em paz.
Acabam Por Morrer Inúteis -
Uma grande maldade da vida
é que, inexplicavelmente,
os melhores sentimentos:
os mais sinceros, os mais cuidadosos,
os mais nobres — esses todos —
quase sempre são ignorados, rejeitados,
esquecidos — desperdiçados.
E, por fim, esgotados,
acabam por morrer
inúteis.
Vestido de Mim Mesmo -
Não adianta muito, no calor da decepção,
a gente tentar autoenganar-se com
frases tipo: "essa foi a
última vez."
Eu não quero, como a maioria,
viver numa farsa.
Eu não quero tentar ser aquilo
que mais me machuca.
Eu não quero ignorar minhas
verdades, sabotar meus desejos,
destruir minha essência.
Eu posso me rever, me reorganizar:
tentar melhorar algumas
coisas — cortando alguns excessos,
corrigindo algumas falhas,
fortificando algumas
virtudes.
Mas quando o próximo amor chegar
eu quero estar lá:
intenso, louco, devoto — vestido
de mim mesmo — e com algum
verso por começar.
De Coração Exausto –
Digo-me de coração:
Pare de esperar as pessoas!
Pare! — elas não vêm.
A grande maioria, na verdade,
nunca veio, nem nunca
virá.
E quando alguém vier (se vier),
será sempre cedo ou tarde
demais. — nunca no momento certo,
nunca completo, nunca para ficar.
Digo-me de coração exausto:
Não é mais sobre ter a quem
ou o que amo.
Agora é sobre aprender a
esquecer e ser
só.
Eii Coração, novamente eis-me aqui à te clamar, q por misericórdia queira me perdoar, pois pela milésima vez contigo ei de errar, pois pela pessoa errada tornei-me a me apaixonar, tentaste me avisar, e ouvidos a ti não dei,
Agora te peço, fiques aqui comigo e segure essas pancadas só mais uma vez...
Na sabedoria- ou na busca dela- meu consolo para compreender o que não compreendo ou simplesmente para ter mais informações em minha biblioteca particular, hospedada da minha mente.
Longe de ser um sábio ou um erudito, simplesmente busco um autoconhecimento para então me encontrar neste labirinto da vida. Cartas invisíveis sobre a mesa, mas não sei jogar como os homens maus. A dama é uma incógnita no tabuleiro de peças , cujos movimentos me levarão ou não a um xeque mate. Não sou o rei, mas tenho um reino dentro de mim com súditos solidários à minha personalidade que são: imaginação, força , persistência, criatividade, confiança, bons valores e o conhecimento. Este tal conhecimento briga de esconde com o meu self. As vezes parece um gnomo, imaginário! Ou faz puras traquinagens a lá saci Pererê.
Escrever virou meu confessionário sem um padre ou rabino, onde é possível drenar represas com águas poluídas, ou melhor, abrir as comportas para que essas águas sujas se vão e irão!
Últimos Versos -
Tenho te carregado
(no peito)
desde os primeiros dias
em que nos conhecemos.
Sinto saudades dos velhos
motivos: a brisa, os livros,
as tardes da tua rua.
Saudades da tua risada,
da espera na calçada,
dos riscos, do céu,
da lua.
A saudade ficou um pouco
nos latidos de aviso do
teu cachorro,
nas frestas da varanda,
por onde eu (ansioso),
olhava à tua espera.
Ficou no cheiro jovem e
delicado do nosso namoro
aprendiz - adolescente - a quem
eu (suspeito),
dedico este sentimento
sincero, lírico e nostálgico.
A saudade também ficou nas
conversas virtuais – presentes
distantes -e nos papos a
centímetros da pupila dilatada e
respiração ofegante: pensamentos navegavam nas redes da
comunicação abertas
à alma).
Haviam horários e eu os perdi.
(Lembranças... saudades).
Sem explicação,
ainda te olho com olhos
de adolescente apaixonado:
intensos e devotos.
Ainda te enxergo como a garota
de treze anos,
de dentes e pernas salientes,
e olhos tristes de mel.
A garota birrenta,
cheia de manias e erros
de português,
que carregava meus olhos
– sempre seus olhos –
por onde fosse.
A garota que me ensinou a
beber água antes de sair
de casa.
Aquela garota que, apesar de
homem feito,
me provocava frio na barriga
quando estava por perto
e, estranhamente,
ainda sinto como se estivesse
aqui pertinho ou, na verdade,
nunca tivesse saído.
As fotografias estão aí para
quem quiser ver,
mas algumas pequenas coisas,
alguns pequenos gestos e
detalhes - fragmentos do ontem –
(nosso amor adolescente), como o teu cheiro de menina, a timidez aprendiz
dos teus lábios e a rebeldia dos
teus cabelos imaculados confundindo
minha sorte, somente eu sei
o que representam em
minha vida.
Mas já não há mais tempo
para voltar.
Agora o continuar é um sem
sentido peito cheio de traumas e
amarguras,
um sentimento grandioso e
inútil de onde eu,
sangrando,
escrevo estes últimos
versos.
P.S.: Não vá embora antes
de falar comigo.
(...)
Era uma festa, agora o
adeus!
"Chorar é Lindo" -
Eu sinto muito por aqueles
que são frios demais,
calculistas demais,
vazios demais.
Os que se autodenominam:
bem resolvidos.
Estão sempre muito seguros
de si mesmos e tão inseguros com o outro.
Negam sentimentos, evitam profundidades, delicadezas.
Não se permitem chorar,
errar, ter medo,
dúvidas...
Sentem-se superiores, intocáveis - donos de tudo.
Eu parto do nada: sou
pequeno e infinito.
Não sei bem
qual o proposito,
qual a graça
da vida.
Mas, entregar-se
intensamente as coisas
- as paixões -
que cativam-nos é,
a meu ver, o essencial.
Sofremos em busca de
alegrias, de sorrisos.
Mas, como bem disse o poeta
das coisas simples:
Chorar é lindo!
O que algumas pessoas esperam de você?
Não esperam nada!
Por isso te humilham,olham a sua aparência e não a sua essência...
Mal sabem elas que a qualquer momento,Deus pode mudar a sua trajetória de vida e te colocar em uma posição elevada,porque as promessas de Deus para um servo fiel são de exaltação.
Repetidas e Limitadas -
A quantidade de pessoas
repetidas e limitadas
que eu encontro por aí,
é absurda.
É tão difícil cruzar uma alma
elevada, profunda, especial
quanto aceitar essa
realidade.
Uma vez ou outra (no calor do encontro),
eu pensoque encontrei,
mas não.
É só mais uma pessoa
legal,
com alguma coisa
legal.
Ainda assim,
cópia da cópia da cópia
(claro, com suas particularidades).
E não importa se são magras,
bem-sucedidas, atléticas,
baixas, gordas, amarelas,
fortes, diplomadas.
Se julgam-se espertas,
inteligentes, superiores,
felizes.
Se frequentam igrejas
ou não;
academias ou não;
baladas ou
não.
E não importa o quanto são
justas e honestas e
solidárias.
O quanto amam coisas
como:
animais e crianças e flores
ou o quanto adoram praticar esportes
e ouvir música...
não importa.
Superficialidade e mediocridadejuntas,
em estado funcional,
denunciam: trata-se de uma
pessoa "normal"
(fora os defeitos e
virtudes).
E no fim,
são todas iguais.
Assim sendo,
nada mais de especial
acontece.
Os Cães Presos -
A liberdade é algo,
humanamente, muito mais
interior.
As prisões também.
Os cães presos costumam
ser mais agressivos
que os soltos.
Os cães presos
são as pessoas amarguradas,
feridas, ressentidas,
que vivem acorrentadas em submundos,
prisões interiores (frias e
solitárias),
construidas à base de desejos
e sentimentos reprimidos
(rejeitados);
De histórias e planos,
drasticamente, interrompidos;
De confiança e sonhos, cruelmente, destruídos por pessoas (antes,
seus mundos),
irresponsavelmente livres
e inconsequentes - perigosas
demais para estarem soltas
para laços e afetos
verdadeiros.