Textos Melancólicos
Sou passageira
Aqui da horizontal
Eu só via as faixas na estrada se repetirem
Você, da vertical
Via nossos mundos ruírem.
Eu lembro de pensar querer que aquele momento durasse uma vida inteira
Mas a gente é tão fraco
Tão pequeno
Que uma hora acaba a brincadeira.
Eu sei que agora só resta um sopro de lamento
Um mar de frustração
E você atraca sem ter a menor intenção
No meu cais de arrependimento
E eu que sempre acreditei em teu sentimento ardente
Entrego-te um grito estridente
Quando me perguntas o que sinto no coração.
Enquanto nossas mãos se tocavam
Nossos corpos entravam em órbita
Eu só te via junto
Do vazio e dessa incógnita
No silêncio, ritmados e compassados
Eu só ouvia nossos corações
E nossos perfumes embaralhados
Percorrendo outras dimensões
O motivo desta lírica
É só tentar, talvez, me fazer entender
Como te perdi
Se nunca tive
Como descrever o que não se pode ver
Tão intangível e palpável
Tão pequeno e maleável
Tão ébrio e solitário
Como estar escondida aqui
Onde estou
Bem no fundo do armário
Porque se por um minuto fostes meu
Não consigo vocábulos para descrever
Possivelmente nem há muito o que se dizer
A vida acaba com um beijo teu.
Com teu cheiro que me preenche as narinas
Com teu êxtase exalando adrenalina
Como a vida que poderia ter sido,
A vida
E o que nunca devia ter acontecido.
Eu segurava tua mão
Enquanto passavas as marchas
Eu só te falo porque tornou-se insustentável
Falo porque não posso gritar
Porque você não vai me ouvir
Nem se eu tentar
Porque eu cansei de ficar.
Do teu ombro eu te olhava
Deitada
E te dizia que nem sei mais o que fazer
Você ria e apontava pras estrelas infinitas acima da estrada
Cujo brilho nem se compara a você
Se não morro embriagada
Não é a saudade que vai me matar.
Eu sei, sou totalmente errada
Porque sequer considerar qualquer envolvimento mais arriscado.
Você é meu pecado,
Mas eu sei.
Homens só morrem de amor nos palcos.
Thaylla Ferreira Cavalcante (Amor, meu grande amor)
Acabei de acordar estou pensando como fazer para lhe esquecer
a noite foi longa despertei agora
com entorpecimento na alma no corpo
minhas pernas tremem os olhos estão pesados aqui do meu lado esta a solidão companheira inseparável das madrugadas,
Madrugadas longas com dias curtos lembranças que dói cortando o peito fazendo de mim amante da tristeza,
não quero viver por mais tempo essa pesada falta de vocẽ, não quero mais ter lá em meus braços jurando amor falso me deixando na cama namorando a melancolia.
Essência do ser
Cada segundo que se passa
Me aproximo do inevitável
O que antes me assustava
Hoje nem me estressa mais
Quero ter a sensação
De finalizar minha vida
Me aproximar do fim
Relaxar no seio da morte
A cada segundo que se passa
Eu ganho mais coragem
Para me esfaquear
Tudo em prol do fim
Mas eu penso naqueles ao meu redor
Me fazendo questionar
Morrer ou não morrer
Sinto o carmesim do meu corpo
Querer extrapolar de dentro
E honestamente nem ligo mais
Só quero o fim desse inferno pessoal
Meus sentimentos habitam a catedral da minha alma, das quais os fantasmas cantam uma canção de dor,
a melodia dos meus gritos silenciosos.
Um por um eles levam minha alma,
eles consomem cada pedaço de mim.
Eu acho que é uma vingança apropriada,
ser consumido pela sua própria mente e coração, e no final, a minha ganância me consumirá também...
Nessa catedral não é por fé que eles rezam,
é pelo sofrimento eterno,
uma canção melódica de dor e morte.
Meu próprio inferno escondido no disfarce do meu lindo paraíso.
DO DESEJAMENTO
Alguns são feitos de um desejamento dilacerado.
Desse querer aflorado, não receio.
Nele me introduzo. E me ponho a ver o não dito.
Como quando me enamorei por uma moça.
Ela tinha um nome no meu peito escavado.
Chegava-me nas noites em que a buscava.
Deitava sua ternura sobre minha espera.
Acariciava as palavras que o silêncio esculpia.
Ela era tão docemente tingida de inteireza,
Tão despida de melancolia e incerteza.
Que apenas eu a via, andarejando ao meu lado,
Com suas mãos encravadas em minha ausência.
E eu já então, descabidamente encantado,
Apenas me sabia, ao traduzir-me fecundado,
Que mesmo a passar a só, a esperar a moça que viria,
Ela com o coração entreaberto de mim não partia.
Carlos Daniel Dojja
A sensação de tristeza
Causada pela falta de uma incógnita,
essa maldita dor abstrata,
Pura e negativa,
Chega para tal qual um buraco negro,
Suga toda positividade de dentro
E ainda cresce a cada fração de segundo
Não permite o meu descansar e
Arruína meu bem estar,
Me irrita o fato de por sua causa,
Na melancolia morar.
Então, pela fresta da janela desgastada e quebrada, emoldurando a parede descascada, mofada e danificada...
A LUZ insistia em entrar e penetrar por dentro da habitação...
Tão grande e tão vazia, tão cheia de mofo, poeira e sonhos desfeitos.
Atravancada com assoalhos soltos, pisados, arranhados e manchados...
nas festas de outrora, as pessoas lá dentro...
no chão de madeira que no passado reluzia como sintecada, de madeira nobre e bases sólidas para a casa.
A Luz Solar, celestial e cósmica mostrava que a Luz Divina sempre irradia e expande por cada fresta e buraco;
trazendo frescor e renovação...
Acalorando o espaço frio e desabitado, restaurando sonhos e fé.
Não havia nada, nem ninguém... apenas o vácuo dos sons de outrora nos passos da dança que riscaram o chão um dia, com saltos, pulos, mobílias e passos diversos...
Não havia nada e nem haveria... A chave da entrada foi perdida...
Mas a Luz penetrava e entrava por dentro e seu brilho resplandecia o chão...
e o espaço. sempre lá... para sempre.
nada mais importa apenas a luz.
11/08/2013
Leticia Gil Siqueira Santos
Poderia gravar em muros. Tom vermelho sangue. Usando somente as unhas das mãos, escreveria o quanto a solidão me faz companhia. Riscando e riscando até o sangue ser tinta. A dor como matéria prima. Esse seria meu tributo original. Tudo estaria em lingua antiga. Iniciaria em latin e terminaria em yorubá. Pontos e vírgulas estariam dispensados. Quando a carne nas extrimidades dos dedos
já não existissem. Quando o próprio osso fizesse ranger, alternaria com a outra mão. Verdadeiro manifesto de amantes. Daquele dia em diante, aqueles que por alipassarem não conseguirão evitar tamanha contemplação, ajoelharao. A parede fria seria beijada como se beijassem as feridas de jesus ainda cruas. Bem ali, seria constituído ponto de oferenda para os diferentes deuses. Sacro muro. Pagãos seriam bem vindos. Ratos encontrariam verdadeiros banquetes. Baratas dançariam em sincronia com outros insetos. Mariposas teriam refúgio à sombra do muro. Nada poderia ser profanado. O pé que ali pisar, untado em azeite deverá estar. A boca que ali abrir, em vinagre terá sido inundada.
Tudo terminaria assim:
para ela,
solidão
minha algoz e fiel companheira
Navio Negreiro
Lá vem o navio negreiro
Lá vem ele sobre o mar
Lá vem o navio negreiro
Vamos minha gente olhar...
Lá vem o navio negreiro
Por água brasiliana
Lá vem o navio negreiro
Trazendo carga humana...
Lá vem o navio negreiro
Cheio de melancolia
Lá vem o navio negreiro
Cheinho de poesia...
Lá vem o navio negreiro
Com carga de resistência
Lá vem o navio negreiro
Cheinho de inteligência…
Eu encaro a noite que habita em mim, vislumbrando as nuances dos sentimentos que nem sempre são belos. As vezes, cansada de temer ser humana, me pego pensando se o medo de encarar meu abismo não é só uma face de tudo o que me faz um ser humano normal.
Eu tenho medo de assumir minha imperfeição, e por vezes me cobro com a respiração falhando. Eu tenho medo do egoísmo que as vezes fica bem abaixo da pele, da raiva que tento manter enjaulada, da revoltada que não quero decifrar. Tento somente ser uma pessoa boa em um mundo que nunca foi bom comigo.
A ansiedade me sufoca de tanto que sinto medo...medo de ser humana.
Pare de se odiar por quem merece desprezo.
Pare de sentir pena de si mesmo.
Pare de parar no meio do caminho,
Pare de acompanhar quem está a esmo.
Pare de fumar cigarros baratos.
Pare de mergulhar em amores rasos.
Pare de criar expectativas.
Pare de ficar pasmo.
Pare de duvidar das coisas.
Pare de duvidar das pessoas.
Pare pra entender a si próprio
Pare pra tomar um café, porra!!!
Em pleno calor de janeiro, olho pra janela lateral a mim onde trabalho,
vejo nuvens cinzas e densas iguais os dias que venho passando.
e como elas surgem em meio ao verão sem explicação a tristeza surge nos meus dias que outros julgariam como bons dias.
Sigo lutando, tentando todo os dias ser um pouco melhor, dever menos ao destino e concretizar pensamentos. Sigo a curtos, mais constantes. fraco mais sempre seguindo. apesar de tudo, venci todos os meus piores dias,
e hoje é apenas um dia cinza que a melancolia veio me visitar.
Do Azul
Do azul que ainda busca seu rosto, sou o primeiro a beber.
Vejo e bebo de teu rastro:
Deslizas pelos meus dedos, pérolas, e cresces!
Cresces como todos os esquecidos
Deslizas: o granizo negro da melancolia
Cai num lenço, todo branco pelo aceno de despedida.
(tradução de Claudia Cavalcanti)
Apelo
Ó minha amada
me perdoa
pelo o vão
que deixei ao te
deixar.
nem dá para imaginar
o quão doloroso foi
este temporal atemporal.
Ó minha amada
me perdoa
as cicatrizes que te deixei
os beijos que não lhe dei
os abraços que neguei
o amor que relutei
em não lhe dar. perdoa-me.
milhões de vezes, perdoa-me.
perdoa-me meu amor
todas as vezes que corri de ti
centenas de vezes que te neguei
mas quem iria saber que o destino
enfim queria nos unir, hoje, [simplesmente hoje
o hoje que passa e não hesita em
desferir tapas em nossa face
arruinada meus Deus do céu
pelo o tempo atroz e infeliz
que passa porque passa.
“Mil e uma léguas até você”
Porque terei eu de sofrer tanto
com sentimentos que antes eram para mim um encanto?
Ela parecia me amar,
mas só queria ao meu coração matar
Se essa mulher uma musa em ascensão,
não vem até mim,
eternamente morrerei por tal pretensão
Sentir o deleite do seu amor,
para mim foi apenas um dissabor;
Felicidade e tristeza são tão contraditórios,
com o tempo se tornaram aleatórios
Céu, terra, mar,
como posso eu viver se não para amar?
Se um dia nada nos aproximou,
foi porque o destino não deixou;
Tu és a primeira rosa que brotastes em meu coração,
por você apenas morro de paixão.
Serás isto real ou apenas ilusão?;
Doces lábios que tu trazes,
tão doces quanto seu coração
que me encheram de pura emoção;
Naveguei pelo mar dos sentimentos,
e acabei em fragmentos;
Através da tempestade marinha,
eu encontrei em você o amor que me aninha;
Minha deusa, minha rainha, meu tudo,
por você dou a volta ao mundo;
HOMEM PROFUNDO
Um homem profundo não se deixaria levar por emoções rasas.
Leva a vida como um maldito charuto cubano, por mais caro e raro que seja, acaba!
Um homem profundo é atingido através de sentimentos profundos.
Leva a vida como um maravilhoso vinho Francês, por mais antigo e saboroso que seja, nas mãos erradas de nada vale!
Um homem profundo não se apega em buscas materiais.
Leva a vida na construção de obras, por mais forte que seja os efeitos do Tempo, para os próximos homens profundos, Ficam!!
Infelizmente ou felizmente
Sei que vou acordar amanhã novamente
Gostaria de sumir de um dia para o outro
Essa tristeza que habita em mim
Parece nunca ter fim
Mesmo com momentos felizes
Após um tempo ela volta as suas raízes
Vejo tantos dizerem que amam viver
Como queria saber e entender este sentimento
A vida não é um passarinho que te ama
e te trata com tanto carinho como seus filhotes no ninho
A vida é na verdade um moinho
que tritura todos os seus sonhos
tão mesquinhos
Gostaria de dizer que amo acordar todos os dias
Mas infelizmente quando acordo não sinto alegria
Sinto apenas melancolia, a qual me traz
uma profunda agonia
Que se repete todos os dias.
Apenas o próprio homem é capaz de entender verdadeiramente a si mesmo
Nem uma máquina nunca vai compreender a Verdadeira e profunda essência humana
Mais talvez precisaremos de uma para nós mostra o que significa tudo isso que somos ,
O que é isso que existe e por si só apenas é !
Nos somos o cálculo de uma equação onde a resposta já temos só não achamos o X
Arthur Rios Tupã Eu memo !
Linda Livia...
desculpa por não ter,
te dado o devido valor,
no início era imaturo,
agora sofro no escuro.
Penso em ti todo dia,
manhã tarde e noite,
as vezes pouco... Ás vezes muito.
Agora sofro, e você, coerente,
não dá mais valor
para aquele jovem que achava
bonito e inteligente.
Penso em você tem 12 meses,
seu lindo rosto, calma,
me traz calma... Sua vontade
de se expressar e mostrar sua alma.
Dia 21 virei só mais um
dos(as) que não olharam, para o
grande amor, que estava ao lado
Uma noite irá
lembrar dos momentos
bobos que passamos,
uma noite qualquer,
mas não hoje.
Até tentei, mas a covardia...
Ah... A covardia... Me impediu
de ser feliz com você, Livia,
desculpa por ser um covarde
e esquisito.
Incógnita - Marcas de um sonho ruim
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Olhe para mim,
Não tente me entender,
Nem queira me convencer
Se eu sou um dilema para você.
Sinta meu olhar...
No silêncio das noites
Ele brilha como o mar.
Não queira me compreender,
Pois nem mesmo eu sei
O que dizer, o porquê
De tantas coisas que me afligem.
Não se assuste, não.
Minhas marcas são cicatrizes
De feridas no coração.
Assim eu sou.
Não tenho muito o que dizer,
Porque assim eu sou, Simplesmente.
Incógnita, talvez...
Uma pessoa que uma vez
Talvez tenha tido um sonho ruim.
Sinto se lhe fiz sofrer com minha dor,
Mas saiba que eu chorei
Quando você chorou.