Textos Melancólicos
Cordas!
Quem são vocês?
Quem ?
Nos braços do meu violão, sinto a melancolia tomar conta e minha alma....
O coração, palpita, agitado, ondula nas emoções....
Quando o acomodo em meu colo.
A vontade é de pontilhar só com primeira de cima...
De repente, a segunda entra em ação, como desconvidada, se faz de santinha, e a terceira faz questão de entrar no cenário para derrubar minha inspiração....
O pontilhado é delicado, muito delicado...
E a quarta vê o espetáculo, e não aceita ficar de fora do refrão....
A quinta chega de mansinho, e implora para ser dedilhada pelo meu dedão...
O batuque começa pegar sentido, a melodia segue o fluxo...
A sexta?
Oh! corda fininha invejosa...
E não aceita ser excluída dessa composição...
Se fingindo de anjinha , ela estica, ela me leva, ela me consola e me põe a prova, numa orquestra nunca tocada e nunca ouvida por esse, violão...
Cordas!
Quem são vocês?
Quem?
Autor : Ricardo Melo
O Poeta que Voa
Um dia, experimentei pela primeira vez a intensidade e a melancolia do amor. Tão forte e carrancudo era o amor!
Mas em toda minha vida sem graça, descobri que o amor não vem e vai; ele simplesmente existe.
Porque o amor, não é algo que se dar ou se toma de alguém. O amor simplesmente acontece, apenas uma única vez!
E quando acontece é tudo de bom! Nos faz fazer coisas malucas e as vezes até perder o senso de razão e agir por emoção!
Como resultado da incompressão do amor, pergunto-me: porque as pessoas que se amam loucamente, não tem final feliz como nos filmes de romances?
Porém, eu não tenho a resposta, não consigo encontrar a solução, para que o amor não seja tão doce quanto antes!
Talvez seja por essa frustração, ou por medo de perder o senso de razão, que não amarei como já amei antes.
Influenciado às vezes pelo meu lado melancólico, faço-me a seguinte indagação, se um dia experimentarei a sensação do amor correspondido, aquele que é raro e existe entre um casal que se ama verdadeiramente, descrito frequentemente em livros, mas sem o apego pela ilusão, sendo o mais racional e sadio possível.
Seria algo muito inusitado se eu encontrasse uma linda mulher que tivesse seu coração atrelado ao meu semelhantemente à arte e a inspiração, às estrelas e o céu numa exultação recíproca que superaria a imperfeição gerada por nossos defeitos e desafios, uma sinergia genuína seguindo por um mesmo caminho.
Tenho acreditado cada vez menos nesta possiblidade, talvez, não seja pra mim, entretanto, graças a Deus, não estou entregue à solidão, pois aprecio o lado bom da minha atual realidade, busco alimentar o meu próprio amor, ainda sou responsável por minha felicidade e Deus presente, não estarei só.
DIA CHUVOSO
Trovejante soneto troou na dura aflição
Dia chuvoso na tarde com melancolia
Alma num vazio, e vazio na sensação
Em uma mescla de angústia e poesia
Trovejante sentimento troou pensativo
Na emoção, realidade vera ou fantasia
Quanto inteiro cerrado, tremeu ilativo
Obedecendo a dor, que versar queria
E ao perpassar por margem sofrente
O verso soluça num soneto chorando
E o bardo, também, chora soluçando
Trovejante poema troou descontente
Surge a saudade no infortúnio atado
Ferindo o emotivo coração da gente!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Janeiro, 2023, 17'51” – Araguari, MG
Oh melancolia, amarga solidão,
Que habita meu coração tão aflito.
Eleva meu espírito em uma oração,
Para que este sofrimento seja evito.
Mas o que é a melancolia, senão uma nuvem,
Que paira em minha mente, obscurecendo a luz.
E embora tente, não consigo me desvencilhar,
Desse manto escuro que envolve minha cruz.
É como se um buraco negro me sugasse,
E me levasse para um abismo sem fim.
A escuridão me abraça e me sufoca,
E sinto-me perdido, sem direção nem fim.
Ó, melancolia, por que te prendes a mim,
E por que me fazes sofrer dessa forma?
Será que, por trás dessa dor, há algo a ganhar,
Ou essa tristeza é apenas uma tempestade que passa?
Ah, mas talvez a melancolia seja uma benção,
Que nos permite contemplar o que há de mais profundo.
E nos faz questionar, com coragem e paixão,
O que realmente importa em nosso mundo.
Deixe-me abraçar a minha tristeza,
E permita-me refletir sobre o que é essencial.
Pois quem sabe, da escuridão surja a clareza,
E eu possa encontrar o caminho que leva à paz celestial.
Brasília, cidade das curvas e retas,
Arquitetura moderna e sublime,
Entre a melancolia e a alegria completa,
A tristeza e o riso se entrelaçam em sua rima.
Os dias quentes de sol escaldante
Contrastam com as noites frias de solidão,
Onde a melancolia abraça a cidade adiante
E a tristeza toma conta do coração.
Mas no meio da imensidão cinza,
Surge uma explosão de cores vibrantes,
Alegria pulsante, como a luz que brilha,
E encanta a todos os visitantes.
E assim Brasília é uma cidade de contradições,
De tristeza e alegria, melancolia e esperança,
Onde as emoções se misturam em proporções,
E a vida segue a sua dança.
Na solidão, a alma sente o peso;
De uma dor que não se pode explicar;
A melancolia envolve como um abraço;
E a tristeza vem sem avisar.
É um vazio que parece infinito;
Um silêncio que corta a alma ao meio;
As lágrimas rolam, o coração aflito;
E o sorriso some, como se fosse um troféu.
A solidão é um lugar escuro;
Que consome a luz que existe em nós;
E a melancolia é uma nuvem de fumo;
Que cega os olhos e turva a voz.
A tristeza é um fardo pesado;
Que puxa para baixo e não deixa voar;
Mas mesmo na escuridão do passado;
Há sempre uma luz que pode iluminar.
A tristeza e a melancolia vêm e vão;
Mas a solidão pode ser amainada;
Com uma mão amiga, um ombro para chorar;
E o amor que nos faz sentir abraçados.
Melancólicas gotas
Em dias de chuva, posso ser o” eu melancólico”
que mergulha na doce e profunda amargura de viver.
Em dias de chuva, meus versos são mais belos,
perpetuam sentimentos que nos dias de sol, não atravessam a alma da escritora que escreve.
O sentir nos dias de chuva é saudoso,
saúda a dor, a felicidade, o passado, o que nem existe, e o que está por vir.
Nos dias de chuva dá vontade de sair
sem nem saber onde ir, e perder-se de si.
Deixar de ser, e como gota de chuva
escorrer sem rumo e de repente como súplica,
rebentar-me na porta da tua morada.
E rebentando-me em paixão, saudar-ti-ei
com gotas Que percorrem o teu rosto,como choro que foi chorado nas noites de chuva, com o coração amontoado de sentimentos pelo amado.
Como amantes, que se amam às escondidas protegidos da chuva que cai lá fora.
A chuva acolhe o nosso mar de sentimentos, mar de
lágrimas, mar de saudade, mar de vontade, da vontade louca de escrever, sentimentos de chuva e de céu nublado no final da tarde.
Sentimento de vontade louca de percorrer pela tua boca,como a tua amante louca faz.
A parte melancólica e falha da minha natureza humana algumas vezes pede a sua vez de fala, logo me vem um sentimento de angústia que pouco a pouco vai tomando conta, causando-me um grande desânimo.
Nem sempre existe uma razão clara pra que eu fique neste estado, mas a sensação é tão angustiante que acaba camuflando os muitos motivos de gratidão, consequemente, um vazio inexplicável surge no meu coração.
Sei que chega a ser um absurdo, entretanto, é como se eu não fosse amado, então, fico no meu mundo, sozinho pra não ser um fardo, pra diminuir os riscos de estragar tudo,
sendo o único por mim incomodado.
Muito provável que seja por isso que graças a Deus valorizo tanto meus momentos de solitude, meus risos bobos, as frações de simplicidade que estão ao meu alcance, aqueles que me fazem bem, aquilo que é relevante de verdade.
Agradeço muito ao Senhor por nunca deixar de lembrar-me da presença do seu imenso amor, o qual faz eu continuar, traz-me sobriedade,
que permite amar a mim mesmo, que deixa sentir o sabor da felicidade, acertar apesar dos meus erros.
E no fim das contas, sou apenas um humano de carne, ossos, complexos e defeitos com alguns acertos de vez quando, que ri com facilidade, feliz e grato a Deus em boa parte do seu tempo, que apreendeu arduamente a ser resiliente contrariando suas instabilidades e alguns adversos.
Poeta
O que são?
Onde vivem?
O que comem?
Do que vivem?
Poetas,
Na melancolia,
Encontram dor
E amor.
Mas como posso ser um?
Se ainda não aprendi a amar,
Isso significa que não sou poeta?
Mas vivo na melancolia,
E disso tiro minha inspiração...
Será esse o meu destino?
Não me enquadrar em nada?
Será possível não saber amar?
Gostaria de saber...
SAUDADE
Saudade, suspiro queixado na mente
O sol poente duma situação passada
Aquela melancolia no tempo gravada
O perdido dantes encaixado na gente
Uma poética opaca que a poesia sente
Vazio insistente, motim, a alma calada
Migalha nostálgica em uma dor selada
E, no peito a alta solidão, inteiramente
Sofrente sensação que a noite sustenta
Que espinha, apimenta e tanto inquieta
Uma angústia que embala e apoquenta
Exala um sentimento de ligação direta
Ao sofrimento, o ocaso que desorienta
Um tal regular versejar de todo poeta!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
12, setembro, 2022, 17’00” - Araguari, MG
Carta a uma pessoa melancólica
É indispensável te olhar e não encontrar o brilho em teus olhos tão reluzentes, um vazio nos teus lábios que dizem palavras silenciosamente tristonhas e sem vida, traz a tona o amargor das lutas que passaste.
É nessas horas, que tu debruças sobre o travesseiro e se encontra em estado de crise...
Mas mesmo as circunstâncias originalizando todo esse caos...
Lembre-se, que haverá momentos que a dor tentará te consumir, mas relembre dessa força que há dentro de si. Essa força que resiste aos ventos da tempestades que te assolam, que tentam arruinar os seus sonhos, demonstram a tua persistência em nunca desistir.
Digo a você, tu tens um valor imensurável, incapaz de ser compreendido por pessoas rasas. E isto assevera a raridade da pessoa que tu tens sido, um verdadeiro complexo de amor e determinação.
Tenho certeza que teus olhos voltarão a brilhar e espalhar esperanças aos corações quebrantados e contritos.
Teus lábios voltarão a trazer palavras que curam a alma e exterioriza a esperança de poder acreditar no invisível e sonhar com o inalcançável.
E os teus braços, que em um abraço, alivia toda angústia que há em meu ser e manifesta novamente toda aquela alegria que em algum momento havia se perdido.
Acredito que você se reencontrará e estará mais forte do que nunca, para essa nova história que esta sendo escrita diante dos teus olhos...
E há aqueles dias que a melancolia bate fundo.
Forte.
E os pensamentos voam, as lembranças voltam e a saudade lateja.
Somos assim, feito de lembranças e lágrimas.
Dor e saudade.
Sorrisos também chegam colorindo essa nostalgia.
Mas esses dias chegam pra nos fazer lembrar que o dia a dia deve ser vivido com amor.
A gente tem que falar com amor, escrever com amor, enxergar com amor, estender as mãos com amor.
Um dia tudo será lembrança.
Um dia será de lágrimas, outro de sorrisos.
Um dia haverá chuva, em outros sol.
E tudo bem sentir - se nostálgico, cabisbaixo, distante daqui...
Quando sentir a melancolia bater, curta esse momento.
Amanhã será um novo dia, todo risonho pra viver.
E esse dia, um dia será uma doce lembrança.
Não precisa ser uma foto, uma mensagem, uma carta, um presente...
Pode ser um sorriso, um olhar, o silêncio indecifrável de alguém...
Coisas que a tecnologia não consegue captar.
Coisas que o coração sente e só a gente entende...
E chora, ou sorri.
São lembranças.
Nossas.
Eternas.
Num lugar nosso.
Lá, onde ninguém conhece.
Só a gente pode entrar, fechar os olhos, viajar, encontrar, abraçar...
Cansaço -
Estou cansado dos meus versos
sempre tristes sem sentido,
melancólicos, perversos
de um Coração frágil e perdido!
Estou cansado dos meus versos,
vou rasga-los um a um,
sentimentos controversos
já não quero ter nenhum!
Já não quero a solidão!
Estou cansado dos meus versos,
quero é ter um Coração ...
Ó Senhor que já nem rezo,
põe em mim a tua mão
que estou exausto dos meus versos!
Entardecer
Na melancolia profunda
lá bem dentro do peito
em silêncio quieta na sombra
ainda bate pulsa brilha
a plena luminosidade da
mais perfeita beleza
que um dia me foi dada.
Bela, plana paira me abraça
no carinho de calma saudade;
ela é a brasa que sobra
da vida vivida: alguma antiga
alegria não esquecida agora vazia
prossegue sempre acesa
lá bem dentro do peito
ela é a brisa que sopra
de ar dividida: cada novo
sonho sempre lembrado de ser
traz a mesma chama acesa
lá bem dentro do peito.
Na melancolia profunda
viro reviro me ajeito
ouvindo em silêncio ao sol
que bate queima brilha
teu canto banhado na
mais perfeita harmonia
que me foi dada um dia.
Belo, plana paira me abraça
em carinho de calma saudade.
meksenas
Lembranças desusas potencialmente melancólicas
Continuo a ver no espelho da vida
Essa criança curiosa e cheia de sonhos
Perdida no passado, dissolvida
Junto com momentos felizes e risonhos
Nada mais importa sobre o ontem
Mas tudo se prevalece para o amanhã
Somos o que somos por escolhas
Escolhas estas escritas à tinta em vazias folhas
Mas o passado ainda me persegue
E não há cruz mais pesada em que eu carregue
Eu caminho entre memórias simbólicas
Pois essas são minhas lembranças desusas potencialmente melancólicas
As pessoas melancólicas e pessimistas pensam da vida o pior e francamente não desejam viver...
Todos os dias vemos pessoas que não somente são infelizes, senão que ademais e o que é pior– fazem também amarga a vida dos demais...
Pessoas assim não mudariam nem vivendo diariamente de festa em festa; levam a enfermidade psicológica em seu interior... tais pessoas possuem estados íntimos definitivamente perversos...
Contudo esses sujeitos se autoqualificam como justos, santos, virtuosos, nobres, prestativos, mártires, etc., etc., etc.
ALVORADA TRISTE
A alvorada rompeu melancolicamente
Carrancudo o dia, disperso no outrora
A alma vazia, a apertura o que sente
Pendente, onde a sensação é demora
O cortejo das horas, tão lerdo, agora,
Canta friamente um canto descontente
E na mente vozejos que dá vida chora
Desroscando a tristura à minha frente!
A manhã vem chegando, tudo um nada
A procura do que é vão, nem ninguém
Pois, tudo faz da situação tão delicada
A prostração onde a emoção é atada
Cutuca, cá no cerrado, não sei quem
Ou o que, vem, compassar está toada!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
13 março, 2024, 13’55” – Araguari, MG
À Fernanda Beregeno pelo dia de hoje
Chuva: Serenata da Melancolia
Chuva, tua melancolia se mistura ao meu pranto,
Gotas suaves, como lágrimas que caem do céu.
Em tua tempestade, encontro meu abrigo,
O som das gotas acalma minha alma, que se debate ao relento.
Trovoes ecoam como pensamentos tumultuados,
O vento sussurra segredos que só eu posso entender.
Teu toque frio é como um abraço, me envolve e acalma,
Na dança das águas, encontro paz no caos que se instala.
Chuva, és minha favorita, minha confidente nas horas de dor,
Teu rugido é a música que embala meu coração aflito.
E quando o sol brilhar novamente, lembrarei de tua canção,
Chuva, és minha companheira, meu consolo na escuridão.
Elaine N Silva
maldita e melancólica é a morte, sem todos seus escrúpulos, amarga e fria porém gentil. As pétalas das flores sempre caem no caixão e nas sepulturas, por que flores? um símbolo tão meigo e generoso.
Chove forte em meio ao desespero humano, pessoas não gostam de se molhar, tamanha a sua abundância que as vezes passam horas e ela não para, alaga, mergulha.