Textos Melancólicos

Cerca de 715 textos Melancólicos

⁠Melancólico Réquiem

Os restos angelicais
Espalhados na perfeita superfície
Submersos em puro sangue
Não apodreciam
Pois assim eram feitos
Da água da vida
Originaria a Raça Eterna
Os novos donos do mundo
Banhado eternamente
Na melancolia rubra

Nascia o Primeiro Querubim
Trajado em glorioso preto
Suas incontáveis asas rompiam em graça
Graciosamente subia àquele céu fúnebre
Para observar pela primeira vez
O que viria ser seu
Para todo sempre um lar
Da nova chama maleável da vida

Caos cessado
Em eterno silêncio mortífero
A orquestra se instaurava
Compondo notas proibidas
Tocava sombria e solene
Num mundo apocalíptico
Canções ao além
Num mundo pós-morte
Assumia forma gótica
Sufocada outrora em sangue
Em tragédia angelical
A misericordiosa subjugação

Não existiam vivos
Sob terra
Sob mar
A permanente avidez simbólica
Construções lascivas
Apontavam suas lanças ao céu funesto
Procurando desesperadas
A ausente luz antepassada
Se os olhos pudessem ver
Nada teria visto
Pois nada afinal existia.

Inserida por cawan_callonny

⁠FAZ-SE NOITE

Embrulha-se o cerrado no véu negro
Num descorado manto de melancolia
O anoitecer parece sussurrante canto
Ressoando as ladainhas da Ave-Maria
E neste espetáculo de um mimo tanto
O completar do clarão de mais um dia
Esvai-se o feito num contínuo encanto
Pra encenar a lua tão cândida e luzidia

No terreiro, vaga-lumes, tão distantes
No seu bailado cintilantes e delirantes
Decoram as tardes pra na magia tê-las
Faz-se noite, que nos seja bem vinda
Linda, leve e de tranquilidade infinda
Balsamado com o cheiro das estrelas

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
25 janeiro, 2022, 20’44” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

Amar e suas intervenções.⁠


Por dentro estou tão melancólico, meu plano era sumir, sumir?
sumir pra onde?
Aonde esconderia minha mente de pensar em você?
Aonde me desprendo desse amor?
Esse amor; doloroso e incompleto,
um amor em que os envolvidos não são livres para amar.
Não existe um culpado, tampouco existe proximidade,
nosso sonho sempre foi andar juntos e felizes pela cidade.
Os pássaros cantam e desfrutam de voar,
Quando é que seu coração irei povoar?
Me desespero, corro do mato ou corro pro mato?
Fico e mato, corro e morro?
Subo a colina ou invado o morro?
Minha maior alegria seria dizer 'fico',
somos guerreiros lutando contra um acidente geográfico.
Minha mente só sabe te amar, meu corpo à te desejar,
meus braços queriam te abraçar, meus lábios te beijar, minhas mãos te tocar,
no futuro espero te reencontrar, e ao seu lado à vida aproveitar.
Momentos simples, fizeram-nos amar.
Você é meu anjo, meu querubim, sei que isso não é um 'fim'
Sonho com nossa família em um jardim,
nós dois abraçados com nosso filho
entenderemos o sentido da vida, vocês são tudo pra mim.

Inserida por nenels

⁠Ingrata Melancolia

Oh ingrata melancolia!
Que vem,e me rouba toda felicidade que me tinha restado,
Não poderia ser ao menos emprestado?

Ingrata melancolia,que me deixa sem saber o que pensar,que tira de mim todo gosto de amar,

Ingrata melancolia,nessa manhã de quarta-feira,aqui me encontro em agonia, pensamentos perdidos, coração desnorteado,e corpo parado em puro desespero.

Ingrata melancolia,que me vem e rouba um beijo, enquanto minhas lágrimas chovem,meus olhos cegos,passam a enxergar que a felicidade é um pouco difícil de alcançar,
Mas eu continuo a tentar...

Inserida por YasmimPaixao

⁠DONDE

Cá, um poema incógnito e moroso
Fatigante, melancólico e sem vida
Que corta o verso no sentir caloso
Tal e qual uma sensação repartida
Penetra silente num sonho umbroso
Da imaginação, tal uma negra ferida
Fazendo do prosar pravo e doloroso
Numa poética carente e tão sofrida

Assim, nas margens do seu fadário
O trovador se vê inquieto e solitário
Em que a tal sofrência nele esconde
Ah, infortunado versar dorido e duro
De um desalento, latente, tão escuro
Que a gente sente, sem saber donde!

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
04 fevereiro, 2021, 10’53” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

Machado, Machadinho, o que será que tens escondido?
Dentre estas linhas misteriosas
Melancolias, traços frios ou sentido?

Tão sensato, quanto vil
Alguém viu?
Não, mas é claro que não,
Machadinho explora muito mais que a imensidão

Se supérfluo, comparado ao vazio
Pouco vê o que realmente sentiu
Só enxerga o que o sol lhe brilha
Mas não vê o que ali se esquiva

Amigo íntimo foi o que lhe considerei,
Encontrei em seu discurso,
O que sempre procurei,
Não era conforto, nem carinho ou amor
Buscava acabar-me com a realidade do horror

Mostrar o quão vão é o ser,
Que poucos conseguiram ver,
Com suas metáforas tentava se responsabilizar
Em lhe fazer acordar

Pra ver que a vida não passa de uma gota,
No oceano da doce ilusão,
Momentos são as correntes,
Não as que prendem, mas as que levam
Tudo deve significar, nada deve ser fútil
Saibam que sentir é útil
E sempre foi o que ele dizia

Assim como para muitos,
Meu poema pode significar pouco
Talvez nada,
Machado divide o mesmo gosto comigo,
Será que irão entender?
Mas e a rima cadê?
Não preciso ser métrico, cético
Ou qualquer coisa do tipo
O poema é o peixe e você é o pescador
Basta saber como fisgá-lo

Machadinho tem o dom, que poucos buscam alcançar
Levava a própria certeza a se questionar
E os próprios sábios a se calar.

Inserida por Mazzielzin

Autorretrato
De minha mesa vejo um homem escrevendo ansioso, ocioso e melancólico. Seu semblante lúgubre e sem harmonia é de uma criatura alheia a seu próprio universo. Com mãos trêmulas, traça seu drama pessoal sobre uma pequena toalha de papel. Sua escrita é serena e seu gesto tem a cor e forma da tragédia. A sensação que me ocorre no momento, é que estou diante de uma pessoa profundamente deprimida. De onde estou é possível perceber seu vacilante destilar e o advento de uma lágrima a rolar. O momento é delicado, por um mísero instante ele parece hesitar, olha para o horizonte, um olhar perdido, talvez esteja preso a um passado distante, quiçá deseja-o esquecer. Em súbito volta a rabiscar, como se algo o puxasse de volta a sua atividade febril. Através da sombra que se faz à meia luz, consigo visualizar a silhueta de sua mão a escrever, agora mais calmamente, como se estivesse tecendo cada verbo de uma composição. Talvez esteja construindo uma escrita subliminar, rabiscando seu tormento, sinto-me tocado por sua aflição. Proponho-me a imaginar sua amargura, o que realmente o move a agir daquela maneira? Não obstante, calmamente o homem se levanta, olha para o horizonte e pensa por um momento, em um gesto hesitante, gesticula uma súplica. Ele olha para trás, olha para sua mesa e permanece estático, logo, se vira e vem em minha direção. O homem passa então a meu lado, segue seu caminho a passos calmos, sem pressa e desaparece. Com tremenda sensação de euforia não resisti ao desejo sublime da curiosidade, e calmamente fui à sua mesa, ocasião em que pude ver o pequeno pedaço de papel e me deparei com o esboço de um homem extremamente triste, e a baixo uma descrição: "eis-me aqui; assim me sinto no momento"!

Inserida por Paulo-Santana

CERRADO DUAL (soneto)

O cerrado tem dia de sorrir, e ele sorria
Tem dia de melancolia, e ele entristecia
Porém, também, tem dia de total silêncio
E na quimera dum colossal o vário é cio

É mistério, sequidão, chuva, calor e frio
Deitados sob o céu que provoca arrepio
É a tristura com o espanto da sutil ironia
Que muito desflora, muito recria, poesia

E nesta galeria de tanto, dele o encanto
Da sequidão ao empapado num só canto
Num bale dual, no seu cenário desigual

É o cerrado, das cores e do seu pálido
Soprando no planalto o seu vento cálido
Transmutando a diversidade no plural...

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Janeiro de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SAUDADE

Eu sou a saudade,
Sorrindo pra melancolia,
Descalço no caminho da ausência,
Eu atravesso a ponte do abatimento,
Tropeçando nos buracos dos sentimentos.

E sou a saudade desbotada,
De cor ofuscada,
Na cidade da lembrança,
E na cor do amor que ficou,
Onde o trem da conveniência parou.

E sou a saudade a olhar o mesmo Trem,
Distante sob as nuvens cinzentas,
Na fumaça que do trem sai se perdendo no infinito,
Levando aqueles que a volta não tem,
E deixam na saudade vago aroma de amor.

E eu sou a saudade em noite sem luar,
Olhos serrados em segredos guardados,
Peito dilacerado por choro arrancado,
Sentindo no amor a penumbra da dor,
Misturando–se a furta-cor nas lágrimas a rolar.

E sou a saudade nas cores do arco-íris:
No vermelho da paixão, do amor e da coragem,
Na cor laranja da prosperidade,
No amarelo da alegria,
E no verde da paz, do equilíbrio e da confiança...

E sou a saudade no azul da calma e da harmonia,
E no azul anil a sinceridade e o respeito,
E violeta da espiritualidade dos que foram no trem da saudade,
E sou a saudade a sorrir e a chorar na cor que a saudade na alma está.

E sou a saudade do que se perdeu,
Do que falta a saudade eu sou,
Eu sou a saudade do que se distanciou,
Do amor a saudade eu sou,
E eu sou a saudade do prazer de tudo que deixou de se ter e no peito aperta.

Inserida por CleuttaPaixao

MELANCOLIA

E passa o tempo, cabelos embranquecidos
Diversas outras, e mais diversa sensação
São como desejos sem vida e carcomidos
Nuns suspiros do destino soltos pelo chão

O dia se faz segundo, e a rapidez pousada
Enrijando as quimeras dos pobres mortais
Nem mesmo a tal imaginação é iluminada
E capaz de parar as frustrações enfermais

E o tempo implacável baila sem paragens
Enquanto o caimento avança impiedoso
E a ilusão, então, deita sobre as miragens

Passou, vai passando: do amor a poesia
Triste amador que não foi ser amoroso
Pois, lhe restará devaneios e melancolia...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
23 setembro, 2021 – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠melancolia amorosa

Ontem eu era um homem contente
Meus problemas pareciam estar distante
Agora sinto apenas uma dor ardente
Uma hemorragia no coração palpitante

Aguas passadas não movem moinho
o tempo voa aos ares do vento
Saudades de cada momento com meu miminho
Queria poder voltar no tempo e ter um novo renascimento

Sinto uma forte melancolia, e um sentimento de culpa
Sei que falhei, e causei esse abismo, peço desculpas
Lembranças sempre serão eternizadas, momentos de intensidade
Eternizarei a pessoa que fez saber o que é amar de verdade

Não consigo esquecer minha princesa com rosto angelical
Sem você sou apenas um vácuo existencial
Carro sem roda, violão sem corda, é notório perceber
Que eu sou 100% assim sem você

Mesmo que não estejamos juntos quero que saiba que não é o fim
que um pedaço de sua alma sempre viverá dentro de mim

Inserida por Adrielkirch

⁠Adriel para Ana (21 anos) ♥

Da melancolia a alegria,
Do pranto, ao contentamento;
Do espanto a lamuria, da Fúria a paixão;
Uma caixa de mistério um enigma;
Olhos de esmeralda acalma a alma;

Me levam a outra dimensão...
Como uma flor de lírio, faz me alucinar;
Estou com delírio, de me apaixonar;
A mente, sente, uma conexão de total sintonia;
Simultaneamente, os pensamentos brotam em total sincronia;
Realmente, posso acreditar, que me conecto com você por telepatia;

Dia angelical, a flor-violeta nasceu, e hoje tem 21;
Por efeito borboleta, como uma roleta ocorreu o destino incomum;
Imagino deus jogando cartas, escolheu dois Às, Ana e Adriel;
Nesse dia tão especial, vou elogiar 21 vezes meu anjo do céu;

Hoje você merece uma tempestade de amor perfeito, pois você é uma fada;
Abracadabra, a primeira vista a poção da paixão teve efeito;
Uma heroína, tem poder de aumentar a dopamina e me viciar,
Uma montanha russa de emoção, fomenta a adrenalina que nos faz aventurar;

Você é uma princesa e eu seu príncipe, um grande amor real;
Juntos construiremos castelos de sonhos pelo amor incondicional;
Você é a dama da beleza, da honestidade, do caráter, da sinceridade;
Você é uma princesa deslumbrante com personalidade exuberante;
Com muito carinho do seu eterno miminho;

Inserida por Adrielkirch

⁠Realce de um Romance em Relance

Despejo o acúmulo de melancolia,
Nivelado pelo apalpar da franqueza,
Tristura transmutada em biografia,
Lisonja alimentada de lindeza.

Realce de um romance em relance,
Realce um romance em relance.

Macia epiderme madrigal,
Norteia-me com benevolência,
Galanteio supra-celestial,
Levando-me à máxima potência.

Realce de um romance em relance, Realce um romance em relance.

Supremo enquadramento instantâneo,
Imperecível aos instantes que sucedem,
Ameno vendaval interiorano,
Âmago das forças que se movem.

Realce de um romance em relance, Realce um romance em relance.

Inserida por michelfm

Eu te desejo PAZ !
Para que consigas seguir adiante
sem tormentos , desassossego e melancolia .
Mas com a alma perseverante .

.
Para que aprendas a elevar teu pensamento
com leveza ,simplicidade e sabedoria.
Para que não esqueças
dos teus sonhos
dos teus objetivos
dos teus olhos risonhos ...
Para que não carregues mais
o peso da dor e
da desilusão .

Para que absorvas somente momentos
e pessoas que alegrem o teu coração .
Para que sintas o cheiro da brisa
o exalar das flores
o mar em calmaria
o sossego noite e dia
os bons pensamentos
A Vida in Poesia ....

Para que entendas de uma vez por todas ...
Que só serás feliz quando aprenderes a
fazer do teu interno voo ...
Um E-terno canto de PAZ !

Inserida por Paulamonteiro

A tristeza e a melancolia me acompanham o dia todo,
A dor e as lágrimas,
O medo e o pessimismo,
Tento disfarçar com um sorriso,
Mas, quando chega a noite,
Tudo isso dentro de mim transborda,
Então eu choro,
Dando um grito silêncioso dentro de mim,
Um pedido de socorro,
O socorro nunca chega,
Ninguém ouve,
Mas é forte,
É alto,
Rasga minha alma,
Chorando e tentando respirar entre soluços
Eu vou morrendo aos poucos.

Inserida por amanda_lino79

⁠Brasil, um país que outrora era feliz

Somos guerreiros e guerreiras em uma fase de melancolia e tristeza, enfrentando não apenas uma terrível pandemia que já levou parentes, amigos e conhecidos, mais também uma situação que nos fazem sentir indignados, pelo descaso e pela dissimulação de alguns, que deveriam estar lutando em prol daqueles que clamam por socorro nos hospitais e nas suas casas, pelo sofrimento de ver um país que outrora era feliz, e hoje se perde nas sombras da tristeza e da incerteza.

Tantos planos e projetos desabaram, levando preocupação e temor aos brasileiros, e quando a gente pensa que o pesadelo esta acabando, surge a primeira a segunda e muito provavelmente uma terceira onda, e a desfaçatez de alguns tentando mostrar que está tudo bem, tapando o sol com a peneira dos garimpos ilegais, das mudanças do clima, com muita chuva, desabamentos e rios transbordados, provocado por milhares de árvores que desapareceram das florestas, fazendo o índio chorar clamando por socorro que não chega. Desemprego para milhões, fome e desemparo.

Mais apesar de tudo isto, o povo brasileiro possui uma grande força, que é a sua fé e coragem que serve de estimulo para lutar e vencer esta guerra, porque somos brasileiros, e apesar das tristezas e dificuldades, há que se ter esperança de que dias melhores vão surgir no horizonte.

Inserida por isaiasribeiro

melancólico
o melancólico mais ⁠uma vez está a chorar,
quieto em seu lugar,
desidratado de tanto chorar,
nunca se cansa de se lamentar,
dá vontade de chorar,
negatividade só de olhar.

pobre melancólico...
não percebe o que é logico,
iludido mais uma vez,
uma lagrima de cada vez,
queria ser feliz mais uma vez,
mas seu pobre coração infelizmente se desfez.

porque choras agora?
-a moça bonita me rejeitou e foi embora.
por causa da sua insegurança,
vive sem esperança,
depressão e ansiedade,
não tem piedade,
por causa da ansiedade,
desistiu da liberdade,
pra ele não existe possibilidade
daquilo ser verdade.

desistiu da sua vida,
e sem despedida,
la se vai mais uma vida...

Inserida por Kayra_Belle

À VIDA É MELANCÓLICA ALEGRIA

⁠Me sinto como um ser que não sabe nada da vida, porquanto mais vivo, menos sei viver. A vida é dor, dores em todos os cômodos, pois sei quanto me dói cada tempo fora daqui.

Serei sempre um solitário, uma criança perdida na existência, nada faz sentido, tudo dividido; choro, abro sorriso e nada me trás respostas, tudo propostas que não se firmam ou se suatentam, um mundo vazio de verdade.

Poeta Nilo Deyson Monteiro

⁠Do palco a melancólica catarse

Desculpe,
Eu sei que ultimamente não tenho te surpreendido.
Antes, tudo era diferente.
Te vi de longe tão cheio de vida,
Livre como um passarinho.
Por um minuto pensei:
Quão bom seria sentir esta liberdade!
Pronto! Preso já estava em você.
Agora que aqui estamos,
Vejo o erro cometido:
A vontade de amar, acima de tudo!
Incendiária paixão desmedida.
Antes, fora ilusão conveniente ao momento.
Pena que o tempo parece,
Fazer cair sobre nós, cadeia!
Jaulas do tédio feitas de silêncio,
Olhares sem contato de alma ...
Profunda estranheza mútua!
Mas veja, não lhe cobro sua parte ausente,
Pois vejo que a culpa não lhe é digna,
Idealização minha tu és!
De resto, mais um coração esperançoso,
Apegado na expectativa,
Feito criança em seu mundo de imaginação.
E por mais que tenha tudo isto falado,
Percebo entre nós, ao menos uma cumplicidade!
O misterioso segredo de nossa união:
A vontade de nos encontrarmos,
Por entre nossos reflexos ...
A evolução da melhor versão do Eu.
E pode até parecer egoísmo, ou amor?!
Porém, és tu, personagem principal
Que em meus solitários monólogos,
No palco desta vida, me fez livrar.

Inserida por goulart_esdras

⁠AGOSTO NO CERRADO ....

Não é sempre está melancolia
o morno mormaço, esta fereza
de agosto, a secura que tristeza
no cerrado, agridoce dura poesia

Bela diversidade a sua natureza
um vendaval de cores e de magia
devaneio, como é vária sua beleza
e seu renovo, insistente teimosia

Dia e noite, noite e dia, feitiça fonte
vencedor de borrasca e de empeço
e lá se tem o pôr do sol no horizonte

Tão inarrável, encarnado, inconfesso
o qual da glória doura-me a fronte
ao arrostá-lo, pasmo e fulvo excesso ...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
14/08/2020, 18’01” – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol