Textos Maes Carlos Drummond
Mãe
Noite,
Os anos já pintaram de luar os teus cabelos,
No entanto, tudo parece estar acontecendo agora,
Neste instante.
Noite,
Após tantos anos,
Neste momento,
Vejo tudo diante de mim,
Como se estivesse assistindo a um filme
Da infância:
Nós, teus filhos, todos pequenos,
O relógio parado na hora de privações,
Tantos sonhos de asas quebradas pelos cantos
De nossa casa pobre, sem conforto;
Tu, mulher ainda jovem, tão boa, tão calma,
Constelação de esperança e ternura,
Inspirando segurança,
Inspirando fé, amor,
Em meio a tantos vendavais.
Noite,
Tua luta foi para nós teu maior ensinamento
Sofrias (hoje o sei), entretanto,
Em nossa presença, nunca uma lágrima
Rolou pelo teu rosto.
Noite,
Desde criança aprendi a amar-te,
Mas só hoje, adulto, é que vejo, comovido,
As incontáveis estrelas que brilham em teu ser
E que tantos vendavais não conseguiram apagar.
Raízes
Estou de volta pra casa
Estou de volta a meu lar
A vida aqui tem sentido
Aqui é que é meu lugar
Oxum passeia na praça
Xangô conversa no bar
Hoje de volta pra casa
Convivo com os Orixás
Estou de volta pra casa
Aqui tudo é natural
Té felicidade é fruto
Que se consegue alcançar
Enfim reencontro a fonte
Donde axé jorrando está
Estou de volta pra casa
Estou de volta a meu lar
A vida aqui tem sentido
Aqui é que é meu lugar
Aqui tem congada samba
Batuque pra se dançar
Tem mulheres lindas lindas
Lindas feito Iemanjá
Mulheres de largas ancas
E doce encanto no olhar
Estou de volta pra casa
Estou de volta a meu lar
A vida aqui tem sentido
Aqui é que é meu lugar
Agora livre de abismo
Livre pássaro a voar
Aqui tenho vida plena
Com a benção dos Orixás
Estou de volta pra casa
Estou de volta a meu lar
Hoje vivo como vive
Caracol no meu quintal
VIDA VERTIGINOSA
Desta vida vertiginosa, sei que nada levarei, posto que tudo pertence ao plano material e, por assim ser, aqui ficará. Conforme tenho certeza, sou um ser espiritual; Não sou deste plano e sim, do domínio espiritual e este percebo com nitidez. Do mundo material, nada levarei, pois é substância física e deverá ficar no plano físico. Aspiro apenas que se cumpram os preceitos das Escrituras Sagradas, pois aqui plantei coisas boas e espero colhê-las no esboço anímico, mas, por ser imperfeito, sei que, inconscientemente, algumas vezes, semeei mal e, por esse motivo, peço perdão a D'us e o aguardo sob forma da graça procedente d'Ele, pois assim está escrito: "Todo pecado e blasfêmia serão perdoados aos homens"... Desde que eu não afronte o Espírito Santo de D'us, poderei, se assim Ele quiser, ser perdoado e assim espero que aconteça.
FÉ
Deus criou a fé para que fosse usada em quaisquer situações, tanto possíveis quanto impossíveis. Ela é uma arma poderosa e usando-a, além de agradar a Deus, poderá conquistar o que almeja. Não tenha vergonha de usar a sua fé, ela existe para isso. Ande sempre confiante e tenha em mente a certeza de que a fé é um artifício poderoso contra os empecilhos; Derruba qualquer obstáculo.
A política está absorta no oportunismo, os discursos não seguem crenças, valores e muito menos o bem comum.
Seguem um comportamento de massa que muitas vezes ignoram a razão e a lógica.
É necessário alguém que tenha coragem de se posicionar, de falar a verdade e de assumir as consequências de seus atos.
Mas é primordial termos bom eleitores que não acreditem em discursos lindos, ignorando a história, os parceiros e os atos de seus representantes que não fidelizam o compromissos com a coletividade.
Mas fundamentalmente necessitamos de eleitores que não se vendam, ou aceitem favores pessoais ou comerciais, e que ignorem que o bem comum é solução definitiva para a grande parte dos problemas particulares, da paz e tranquilidade necessária para o merecido descanso quando a idade chegar, e esses “favores” forem apenas passado.
APERFEIÇOAMENTO, CONHECIMENTO E SABEDORIA
Neste plano, temos como meta o aperfeiçoamento. A missão não é fácil, porque mesmo adquirindo conhecimentos diversos, temos que saber transmiti-los ao gênero humano, finalidade precípua desta aquisição. O conhecimento deve ser, com sabedoria, repassado à frente para que a humanidade usufrua e faça bom uso dele. Mas para que isto ocorra, demos ter em mente que a sabedoria não é algo que aprendemos de um dia para o outro e sim, com as experiências de vida, nas quais ela é absorvida e cultivada com os erros e acertos. Tenhamos em nente: "Ninguem é tão sábio que não tenha algo para aprender e nem tão tolo que não tenha algo para ensinar". Por mais sábios que queiramos nos considerar, interminavelmente, extirá algo novo para aprendermos, afinal somos eternos aprendizes.
Noites de junho, noites de outrora
Junho acabou e eu nem sofri com isso. Sei que alguns lugares as festas ainda teimam em sobreviver, mais por vício de calendário e pesquisa mercadológica do que por necessidade.
Considero obscena a decoração que as lojas comerciais promovem em nome de uma tradição que não mais existem, as bandeirinhas de papel fino, os balões armados com arame e plástico, as fogueiras de mentirinha, movidas a ventilador. No adro de algumas igrejas, também há movimento, mas sem empolgação, lucro das barraquinhas mudará as telhas quebradas dos templos, alguns deles aos pedaços.
Não sei como as coisas se passam em outros sítios. Aqui, no Rio, é uma calamidade, os jardins de infância faturam por fora em nome dos santos juninos, e os pais são obrigados a gastar os tubos com fantasias caipiras que as crianças sem entender e sem amar. Até o presidente da republica bota na cabeça um chapéu de palha em frangalhos e convida os ministros para um quentão oficial geralmente substituído por uísque 12 anos.
Da antiga e bonita tradição das festas de Santo Antônio e São João não sobrou nada, apenas a referencia no calendário e a advertência anual das autoridades a respeito de os balões e fogos.
Pois foi por aí que a festa acabou. Reconheço os motivos que obrigaram o governo, em seus diferentes níveis, a proibir os balões. Mas que diabos na minha infância, o céu ficava pintado de balão-como lembra a marchinha de Assis Valente. As casas eram mais frágeis, mais espaçadas, havia matagais em abundancia na paisagem e mesmo assim os incêndios eram poucos.
Que me lembre nunca vi incêndio provocado por balão, embora meu pai, nos anos de infância, fosse famoso baloeiro entre os baloeiros mais famosos. Foi talvez a única arte em que se distinguiu,nas demais foi um desastre.
Os preparativos começavam no mês de maio, as resmas de papel fino sueco, era o melhor e o mais resistente, de cores mais cintilantes e duradouras. Os balões se amontoavam pelas salas e quartos, pendurados em varas, ganchos, em cima dos armários, deles saia um cheiro de cola de farinha de trigo e do papel importado. Ali eles aguardavam a noite mágica em que subiriam ao céu.
Murchos, coloridos e disformes, pareciam monstruosas fantasias de palhaços, sem alma, sem chama, à espera do momento em que entrariam em cena , no imenso espaço da noite de junho.
Mas dia 13 (Santo Antônio) ou dia 24 (São João), eles se erguiam, iluminados, varando espaço majestosamente, enquanto aqui embaixo ficávamos, ao redor da fogueira, olhando atônitos aquela beleza que subia, frágil e poderosa. Eram enormes os balões e belos.
Lá distante, da sala onde funcionava a primeira radio vitrola que meu pai comprara na casa Edison, provavelmente a prazo, vinha a marchinha de Assis Valente na voz de Carlos Galhardo. “Cai, cai balão/ não deixa o vento te levar/ quem sobe muito/ cai depressa sem voar/ e a ventania/ de tua queda vai zombar/ cai, cai balão/não deixa o vento te levar ”
Mas os ventos levavam os balões e eles sumiam na imensa enseada da noite. Mais um pouco e as fogueiras ficavam reduzidas a cinza, onde se assavam batatas-doce e roletes de cana. Enquanto isso os balões voavam pela madrugada, silenciosos, buchas apagadas. Manoel Bandeira tem versos pungentes sobre os balões apagados das madrugadas, no poema que foi o primeiro que entendi e amei. (“Profundamente”).
Vivi a mesma experiência: acordava no meio da noite e pensava em todos os que estavam dormindo, profundamente, e de repente um balão apagado passava em silêncio pela minha janela, vindo de longe, cansado sem gloria, cumprindo seu destino de balão. Todos estavam dormindo, menos eu, vigiando o céu, esperando que um deles viesse cair em nosso quintal. Alvoroçado acordava meu pai e íamos juntos e orgulhosos apanhar a dádiva que os céus nos mandara.
Pois é! As fogueiras acabaram mesmo. As noites de junho eram as mais frias do ano. E as festas também estão acabando. Mas não posso deixar de lembrar os balões que nunca me libertaram do seu legado de tristeza, mansidão e fragilidade.
Não há milagre por maior que seja que possa comparar-se com o despertar da mente superior em conhecimentos da mais alta transcedência intelectual, moral e espiritual.
Enquanto os interesses materiais ocupem o primeiro posto nas mentes humanas, sempre haverá discussões, disputas, desacordos e guerras.
O esforço é uma manifestação da vontade e é, ao mesmo tempo, um recurso da mente; é pois o esforço uma força em ação.
A defesa é o mais legítimo direito dos homens.
A justiça de Deus é inexorável e exige, por meio de suas leis, o cumprimento do divino plano de evolução que todos os seres e as coisas devem seguir.
HERANÇA DE SI MESMO
Cada indivíduo haverá de encontrar, dentro de si, o caudal hereditário que foi formando através de suas próprias gerações. Haverá de descobri-lo, por exemplo, ao sentir uma acentuada vocação por determinada ciência, arte ou profissão. A facilidade que encontre ao encarar estudos e as ideias que auxiliam sua compreensão, enquanto se encaminha para o pleno domínio do conhecimento a que aspira, serão demonstrações claras de que nisso opera a herança de si mesmo.
Cada um é o que é, conforme o quis e - salvo nos casos em que aparecem males irreparáveis - será aquilo que se proponha ser, mas pela única via possível: o conhecimento.
Os bens do conhecimento não podem ser herdados pela ignorância. Daí que seja necessário ativar o campo das próprias possibilidades, para que a herança se manifeste onde se lhe ofereça a oportunidade de fazê-lo.
Há emoções que, traduzidas em palavras, perdem grande parte de seu encanto.
O homem foi criado com uma individualidade própria e dotado de todos os atributos indispensáveis para evoluir por si mesmo em direção a um fim superior.
Para o homem em pleno exercício de sua liberdade de consciência, não há dogma algum atrás do qual a verdade possa se manter oculta.
Não há prazer mais sentido nem mais bem ganho, que o proveniente do bem que fazemos a nosso semelhante.
O segredo consiste em preparar os dias futuros com antecipação, semeando hoje o que queremos colher amanhã.
Quando se faz o bem conscientemente,quando se faz com naturalidade, sem soberba, sem arrogância, por uma necessidade espitirual, a vida, logicamente, se amplia.
Recordar o bem recebido é fazer-se merecedor de tudo quanto amanhã possa nos ser oferecido
Não é possível alguém inspirar confiança a outros quando nele mesmo essa confiança não existe.
Da amizade nasce a confiança mútua, e é esta a que cimenta e dá vida aos grandes vínculos afetivos.
Conhecendo-se a si mesmo, isto é, explorando seu mundo interno e descobrindo as maravilhas que nele existem, o homem conhecerá seu Criador.
Não se pode ensinar o que se sabe, se ao fazê-lo não vai refletida, como garantia do saber, a segurança que cada um deve dar com seu próprio exemplo.
Conseguir que as gerações futuras sejam mais felizes que a nossa será o prêmio maior a que possamos aspirar.
Quem é generoso ao aprender, é generoso ao ensinar: mas nunca haverá de exceder-se nessa generosidade, pretendendo ensinar antes de haver aprendido
SOBRE A ARTE DE ENVELHECER
Estava estampada no jornal do bairro:
"Velho de 51 anos morre atropelado no dia mundial sem carro".
Quase morri também! 51 anos...velho!!! Eu tenho 52!
Em compensação, no mesmo dia, recebi de um amigo, um artigo em que a jornalista Regina Brett, de Cleaveland, celebrava sua chegada aos 90 anos no apogeu de seu trabalho criativo e cheia de energia. Alguns dos seus segredos:
Não compare sua vida com a dos outros. Você não tem ideia do que se trata a jornada deles.
Tudo pode mudar num piscar de olhos; mas não se preocupe, Deus nunca pisca.
Respire bem fundo. Isso acalma a mente.
Ninguém é responsável pela sua felicidade, além de você.
Perdoe tudo de todos.
O que outras pessoas pensam de você não é da sua conta.
Deus te ama por causa de quem Ele é, não pelo que você fez ou deixou de fazer.
Seus filhos só têm uma infância.
Tudo o que realmente importa, no final, é que você amou.
A vida não vem embrulhada em um laço, mas ainda é um presente
Quando disse para um amigo Mário que também pretendo chegar “lá-pela-casa-dos-noventa-cem", ele reagiu dizendo: " Não vamos limitar a graça de Deus"!
UTOPIA
Um dia, a paz e a justiça
coroarão nossos belos mundos sonhados
Um dia, a paz e a justiça
se beijarão como eternos namorados
Um dia, a paz e a justiça
sepultarão os mais temidos arsenais
Um dia, a paz e a justiça
serão as ternas verdades finais
Um dia, a paz e a justiça
tirarão de nossos lábios a palavra guerra
Um dia, a paz e a justiça
brindarão este nosso céu chamado terra
Um dia, a paz e a justiça
exterminarão as feias faces da fome
Um dia, a paz e a justiça
serão de todas as nações , o novo nome
Um dia, a paz e a justiça
irão celebrar, alegremente, nossa utopia
Um dia, a paz e a justiça
farão nascer da noite escura, o sol do novo dia.
Parece incrível, mas isto pode acontecer
a partir de cada um de nós.
SOBRE O ADEUS A MEU PAI ZITO
" Se queres viver bem, pensa na morte" Monges medievais
Meu pai foi embora...Mas ainda estou a ouvir a voz do meu bom e velho amigo. Agora não mais da janela do seu quartinho, onde sempre ele esperava a próxima brisa benfazeja. O cenário é outro, mas ainda sua sabedoria paira no ar. Quando a sua voz calou com a morte, seu coração seguiu falando. Ouçam:
“ A vida é uma tentativa, às vezes bem sucedida, de se driblar a morte. Tentei de todas as maneiras me manter em pé. Tal como o anjo torto do Garrincha, meu jogador predileto, driblei-a várias vezes...Eu gostava até de dizer, num jeito de brindar a vida : - quebro mas não vergo. Vejo, do alto de uma outra dimensão, um de meus filhos me saudando emocionado, com citações inspiradas pelo Brecht : 'Há homens que lutam a vida inteira, estes são os imprescindíveis.' Agradeço-lhe pois de fato não perdi a garra de viver jamais.
Mas agora , deitado e inerte, sou rodeado de pessoas queridas que choram minha partida. Chegou o momento em que as carrancas da morte se defrontaram cara a cara comigo. Jamais as temi. Pelo contrário, por saber que a morte é uma irmã gêmea da vida, tive para com ela, sempre uma relação de boa vizinhança. Dela escapei várias vezes, dela ri para valer, com ela aprendi sempre. Agora é a vez dela...
Já havia pedido para meus queridos que no meu túmulo fosse colocado este epitáfio: ' Aqui jaz um homem, muito a contragosto'. As pessoas que levam a vida muito a sério jamais compreenderão. Irão dizer: ' está aí um homem blasfemo! Imagine um homem querendo contrariar os desígnios divinos!'. Não é nada disso! O que eu quero é simplesmente dizer que a vida é boa e enquanto não chega sua irmã temos que inventar esperanças para fazer valer nossa passagem por aqui.
Vejam estas pessoas a me rodear. Choram profundamente a saudade. Não a saudade de quem se sabe, que um dia voltará. A saudade que choram é aquela da canção do Chico que diz: ' ó metade amputada de mim...' É a saudade de se arrumar um quarto para o qual a pessoa amada jamais voltará. É a saudade registrada na moda de viola que eu cantava com meus netos : ' a tua saudade corta como um aço de navaia'.
Chorem queridos! Mas não o choro do desespero! Chorem a saudade de quem sempre soube que há tempo de chegar e tempo de partir, tempo de cantar e tempo de prantear, tempo de nascer e tempo de morrer.
Recebo a amiga morte como presente. Embora tivesse ensaiado em me assustar, ela me veio de forma branda, o que me deu até oportunidade de lembrar um verso de Tagore, que deixo para vocês:
' No dia em que a morte bater à tua porta que lhe oferecerás? Porei diante de minha hóspede
o vaso cheio de minha vida.
Não a deixarei ir de mãos vazias...'”
(Para minha irmã Luciana, fiel escudeira de meu pai até o último momento)
Postado por Revº Carlos Alberto Rodrigues Alves
SOBRE A MÚSICA
No principio era a música, a música estava com a vida e a música era a vida.
Ela estava no princípio no assobio dos ventos, na dança das árvores e no sussurro dos riachos.
E a música se fez canto e habitou entre nós, cheio de encanto e de paixão.
É por isso que vivemos mergulhados em mares músicais. Em todo lugar e a qualquer hora.
Seja como canção, como videoclipe, como erudita, como popular, atonal ou eletrônica.
“Na rua, na chuva , na fazenda, ou numa casinha de sapé”.
Conforme profetizou Fernando Pessoa
Qualquer música, ah, qualquer,
logo que me tire da alma
Esta incerteza que quer
Qualquer música calma!
Qualquer música - guitarra,
Viola, harmônio, realejo...
Um canto que se desgarra...
Um sonho em que nada vejo...
Qualquer coisa que não vida!
Jota, fado, a confusão
Da última dança vivida...
Que eu não sinta o coração!
Nós somos o que cantamos.
Em escalas de tons maiores ou menores, transcritas em pautas existenciais, harpejamos acordes nos quais ressoam nossos sonhos, nossas decepções, nossas saudades e nossas alegrias.
Ainda que não saibamos distinguir um bemol de um sustenido , em cantos, em ritmos-e-harmonias-por-nós executados-ou-ouvidos, traçamos nossa vida.
Afinada ou desafinadamente!
(Carlos Alberto Rodrigues Alves, amigo e pai do Kauan, menino bom, que ouve todas as noites minhas cantigas de ninar)
SOBRE A DIDÁTICA COMO ARTE
“A vida é um constante ato de aprendizagem” Piaget
A DIDÁTICA tem perdido cada vez mais seu caráter instrucional baseada em aulas e provas repetitivas para assumir, com vigor, o “status” de arte. Esta arte jamais descarta as informações científicas, pois sem elas não se pode conhecer e manipular o mundo. Mas por outro lado, é importante saber que essas informações só serão relevantes se forem impregnadas de estética e beleza. Afinal, conhecimentos científicos são indispensáveis, mas sozinhos, são impotentes para transformar massas disformes em pessoas cidadãs.
Pensando assim, a DIDÁTICA contempla alguns princípios significativos que precisam estar na pele e nos poros do educador contemporâneo.
Primeiro princípio didático: Mais do que dar respostas a perguntas que não foram feitas, o professor deve ter capacidade de propiciar ao aluno capacidade de pensar critica e criativamente a realidade. Aprendendo a arte de pensar o aluno cria a possibilidade de descobrir novos saberes. Não fica apenas na memória acumulada. Produz novos conhecimentos. O educador que compreende esse princípio pode dizer como Edgar Morin : “Uma cabeça bem feita vale mais que uma cabeça cheia”.
Segundo princípio didático : O Educador que sabe este princípio sabe que seu dever é trabalhar para que o aluno tenha o prazer da autonomia. Este processo tem duas dimensões: a dimensão do prazer e a dimensão da dor. Aprendemos o saber quando ele tem sabor. Mas também há aprendizagens profundas que nos dilaceram as entranhas. Lembro-me também de um adágio popular: “Ostra feliz não produz pérola”.
Terceiro princípio didático: O educador tem que querer a emancipação completa do aluno: seu conhecimento racional e também o poder de sua auto-estima. Isto exige do educador uma didática que esteja voltada para uma visão holística, para as múltiplas inteligências, para a integração de conhecimentos e para a transdisciplinaridade. O educador que entende esse princípio sabe que bom professor não é o que produz alunos, mas o que produz mestres.
Pensar a DIDÁTICA como arte é pensar que em cada aluno existe uma beleza adormecida. Concordo com rubem Alves quando diz: “As inteligências dormem. Inúteis são todas as tentativas de acordá-las por meio da força e das ameaças. As inteligências só entendem os argumentos do desejo: elas são ferramentas e brinquedos do desejo”.
SALMO DA PAZ SONHADA
A esta hora exatamente,
Em que acordos de paz são incapazes de paz
Existe, em algum canto de um casebre distante,
Uma pintura pobre, mas rica, que diz: Lar Feliz!
A esta hora exatamente,
Em que os imperadores insensíveis
Dizem que a guerra é santa,
Existe, em algum lugar do planeta,
um profeta que protesta na praça com o povo.
A esta hora exatamente,
Quando paira no ar um presságio de pavor,
Existe em capela qualquer,
quem se apressa na prece e pede:
Venha o Teu Reino, Senhor!
A esta hora exatamente,
Quando as estrelas atômicas profanam o céu do Senhor
Existe em alguma várzea poluída
Um menino que empina uma pipa,
como a pomba da paz.
A esta hora exatamente,
Em que sobe da terra o sangue das mulheres silenciadas,
Existe em algum quintal,
uma senhora de idade
que planta em seu novo jardim
Uma, duas, três rosas com amor.
A esta hora exatamente,
Em que o berro estridente exalta o holocausto
Existe em algum barraco
uma criança nascendo,
Trazendo e fazendo o futuro...
Senhor, que os teus pequenos sinais de vida
enfraqueçam as grandes pretensões da morte
E que possamos cantar sob mil bandeiras brancas
A paz que traz o bem que um dia vem...
Salmo do Carlos Alberto Rodrigues Alves para judeus e palestinos
Sem Palavras
Por muito tempo deixei de escrever,
Por muito tempo deixei de dizer,
Não conseguia mais me expressar,
Por causa de um simples falar.
Me fechei em quatro tempos,
Tapei os quatro lados,
Me tranquei em quatro quartos,
Por causa de um pequeno grande mal trato.
Tudo não passa de ontem,
Nisso já não penso,
E o tempo como duração limitada,
Levou essa dor,como a folha pelo vento
Não posso negar a mim mesmo,
Pois de Deus recebi esse dom,vou lapidar esse talento,
E por mais que sua dúvida em minhas palavras me machuque,
Por mais que isso venha me doer,nunca vou deixar de dizer,
O quanto Eu gosto de Você.
Ela ficou chocada a saber que eu gostava dela,até me tratou diferente,pois era minha professora!Disse que sou, pra ela, como qualquer outro aluno,mais pra mim,ela não é uma qualquer outra professora!,não sei se choro,quando tento esquecer,já me lembro!Fecho os olhos,como se fosse vídeo,ela aparece.Está gravada na minha memória,impossível de excluir!Não gosto de pensar ela em outros braços.Mesmo sendo minha,apenas professora,sinto um certo ciume.Pensei,"se falo com alguém,vão comentar!se falo pro meus pais,vão dizer pra eu tirar isso da cabeça!",mas primeiro amor,é muito difícil,pelo menos está sendo pra mim!Decidi,falar com ela.Mais não na frente dela(cara-a-cara),falei através do MSN!Estava pronto pra explodir,então falei de uma vez,sem rodeios ESTOU GOSTANDO DE VOCÊ,acho que foi um choque!pois ficou uns 5 min.sem falar nada!Fiquei preocupado,então escrevi"está tudo bem?ela falou:"que isso Gustavo"!,mais era a pura verdade,escrevi.Falei que tinha que desabafar,e falei de uma vez,falei pra ela é isso,ela escreveu Boa Noite!E saiu!Não sei o uqe ela pensou,mais depois disso quando a vi na escola,me tratou totalmente diferente do que ela sempre trata!olhou pra mim,e foi embora!Não sei se está com raiva,vergonha,e etc...
Mais não tive culpa,foi sem querer,olhei e me apaixonei!Os garotos da escola acham ela muito bonita,mais o que eu sinto é diferente!Acho que é amor de verdade,meu primeiro despertar,nunca senti isso,é muito ruim,pois ela não me corresponde!Quero me comunicar com ela mais não dá,vejo ela terça-feira e sexta-feira!Segunda estou aliviado,terça vejo ela,quarta fico doido,quinta melhoro,mais sexta ela me dá aula,isso acaba comigo pois depois vem sábado,domingo,segunda,sem vê-la!Isso me machuca,mais ainda é saber que ela nem deve stá pensando em mim!Não sei se isso vai passar!mais parece que nunca vai acabar,é loucura para os que vêem,mais o amor é feito de loucuras!Gostaria apenas de sentar e conversar com ela,saber o que ela acha,o que ela senti,e etc...Parece quevou acabar de escrever,mais vem mais coisas na minha mente.Gostaria de chegar pra ela e dizer sem medo de errrar,EU TE AMO!,ia ser o dia mais feliz pra mim nesse momento!Acho que é só.Lizza se você for ler isso um dia,não se esqueça que eu TE AMO,de corpo e alma,de verdade!Beijos!!!Vlw!
