Textos Fortes
Deus e o Apagador
Também acredito no Deus de Spinoza, e não no Deus criado pelos homens , um Deus que castiga, que fere, que subjuga. Também sou um crítico aos dogmas rígidos e a ostentação da Igreja.
Se uma pedra cair de um telhado sobre a cabeça de alguém e o matar, demonstrarão do seguinte modo que a pedra caiu para matar esse homem: de fato, se não caiu com este fim e pelo querer de Deus, como é que tantas circunstâncias (pois amiúde muitas concorrem simultaneamente) poderão concorrer por acaso? Responderás talvez que isso ocorreu porquê soprou um vento e o homem fazia seu caminho por ali. Insistirão, porém: por que o vento soprou naquele momento? Por que o homem fazia o caminho por ali naquele mesmo momento? Se, ainda um fez, responderão que o vento se levantou na ocasião porque, na véspera, quando o tempo ainda está calmo, o mar começara a agitar-se, e porque o homem fora convidado por um amigo, insistirão novamente, porquanto o perguntar nunca finda: por que o mar se agitara? Por que o homem fora convidado naquele ocasião? E assim, mais e mais, não cessarão de interrogar pelas causas das causas, até que te refugies na vontade de Deus, isto é, no asilo da ignorância
Então você acha que o vaso se faz a si mesmo. Que a rosa, o gato, o homem são auto criadores de si? Um automóvel não vem dele mesmo, precisa de uma mente pensante e mãos capazes. Criacionismo sim, panteísmo não.
Você sabe o que é um juízo inferencial? Sabe a diferença entre dedução e indução? Se sabe, entende que o "design inteligente" não passa de uma indução fraca, pressupondo um entidade onde ela é desnecessária. O universo pode muito bem ser a causa de si mesmo como algo incriado.
Para viajar, basta existir
Quem me dera ouvir de alguém a voz humana. Que coisa mais sublime, enche meus ouvidos e minha alma de lirismo solto e por vezes sarcástico. É muito revelador e ainda mais nas vozes dessas duas talentosas sensações que a intérprete no tapete das etiquetas, tropeça e cai como bêbada, sendo cômico às piadas de Otelo e ao piscar de olhos dos moços dos fretes. Eu não existiria em toda minha essência sem a poesia e sem a voz de ser sublime.
O Gueto
O gueto está cheio de medo
Lá fora os nazistas se espalham
debocham, irritam,
debocham, gargalham
O sorriso não anda na boca dos brutos !
A polícia fascista cercou todo o gueto
Reprimem e prendem e batem
em judeus, operários e pretos
Mas nunca sorriem porque
O sorriso não anda na boca dos brutos !
O gueto está cheio de gente
sofrida, oprimida
é gente sem pão e sem condição
que sente, que sente, que sente que
O sorriso não anda na boca dos brutos !
Fascistas se sentem tão machos
Machucam e ferem
passam esculachos
nunca esperem ver
O sorriso andar na boca dos brutos...
Usam tarjas pretas,
camisas verdes, suásticas,
e tratam mulheres, meninas
qual bonecas de matéria plástica.
O sorriso não anda na boca dos brutos !
Desmandam e mandam, dominam
até que um dia a boca se solta
a mão prepara o revide
e se concretiza a revolta
E nesse dia, com muita certeza,
O sorriso não andará na boca dos brutos !
A Roda
Sentindo todo o corpo deitado na nossa realidade, sentindo toda verdade escorrer pelo corpo e entrar por uma fresta, sem saber ao lado de um sol que talvez não vê chuva e sentindo o calor e frio, me deito. Na vista do horizonte que empurra meu olhar para longe de todo céu, ao esperar o rio que vai e pode não vir e ser emergente em meu momento, e que não sejam impressos e que fiquem por imprimir, faz com que os pequenos e para além de nossa visão sem ter amor e sentimentalidade alguma, esperança, mas que nos dê as rodas. Para onde veio, volta depois.
A morte de Deus
Aironia de um existir é muito inteligente, pois revela, de forma lúdica, verdades em que muitos se enxergam mas não se reconhecem pelo simples fato de estarem com as mentes enraizadas pelos conceitos criados pela sociedade. Somos uma folha em branco quando nascemos, mas cada sociedade, cada grupo humano que vive de rótulos, nos transcreve a sua "verdade". Talvez, com essas saborosas ironias, a libertarmos desses rótulos que nos prende e escraviza. A verdadeira liberdade é a consciência que temos de nós e como a lidamos perante o mundo, sem o medo característico imposto pelas crenças mundanas com aparências espirituais.
Torna-te necessário a alguém
Observe o estímulo, "Cada pessoa é responsável por todas as outras", essa frase seria ótima para a campanha de racionamento de água. Solidarizar ao próximo é algo normal, afinal, há um sentimento de compaixão em várias circunstâncias, mas muitas vezes essa solidariedade não se torna uma ação efetiva. Cada vez mais, especialmente no contexto de pandemia, a angústia individual e coletiva se acentuam.
Encontrar pessoas com vela acesa até que é comum, todavia, poucos estão dispostos a compartilhar com o próximo.
Tic Tac, visível
Acordo de noite, muito de noite, no silêncio todo. Hoje, 13\12, foi o dia em que vi as luzes se apagarem e um sufocar de medo em meio à correnteza de uma enxurrada da chuva que caía há 25 anos. Chuva fria e sinto cada gota, sinto o olhar de medo e sem mais nada o que fazer, não mais acordava. Naquele momento, era o nascer do apagar de várias lâmpadas de natal, o perder de várias luzes natalinas, o desenrolar de medo e solidão. De chinelos havaianas, água por entre os dedos e corrida na noite fria, escorregar de chinelo, naquela hora em que toda havaiana é famosa e reconhecida, quando se solta ao meio entre o polegar, não há mais tempo para baixar e prender, melhor deixá-la assim mesmo que a correnteza levará, assim como levou o tempo e o sangue.
O desacender de árvores, apagar de sorrisos, decorrer do vazio, no tratar dos pássaros e mergulhar no profundo lago da lamentação. Dorme, nós temos luzes, só tem , neste lugar, a humanidade de nossas duas janelas.
Neste momento e lugar, ignorando-nos, somos toda a vida e, sobre o parapeito da janela da traseira da casa, sentindo húmida da noite a madeira onde agarro, debruço-me para o infinito e, um pouco, para mim.
Tic Tac, visível
Hoje, 13\12, foi o dia em que vi as luzes se apagarem e um sufocar de medo em meio à correnteza de uma enxurrada da chuva que caía há 25 anos. Chuva fria e sinto cada gota, sinto o olhar de medo e sem mais nada o que fazer, não mais acordava. Naquele momento, era o nascer do apagar de várias lâmpadas de natal, o perder de várias luzes natalinas, o desenrolar de medo e solidão. De chinelos havaianas, água por entre os dedos e corrida na noite fria, escorregar de chinelo, naquela hora em que toda havaiana é famosa e reconhecida, quando se solta ao meio entre o polegar, não há mais tempo para baixar e prender, melhor deixá-la assim mesmo que a correnteza levará, assim como levou o tempo e o sangue.
O desacender de árvores, apagar de sorrisos, decorrer do vazio, no tratar dos pássaros e mergulhar no profundo lago da lamentação. Dorme, nós temos luzes, só tem , neste lugar, a humanidade de nossas duas janelas.
Neste momento e lugar, ignorando-nos, somos toda a vida e, sobre o parapeito da janela da traseira da casa, sentindo húmida da noite a madeira onde agarro, debruço-me para o infinito e, um pouco para mim. Acordo de noite, muito de noite, no silêncio todo.
Aprendi, que um sorriso é a maneira mais barata de melhorar sua aparência, que todos querem viver no topo da montanha, mas toda felicidade e crescimento ocorre quando você esta escalando-a, que quanto menos tempo tenho, mais coisas consigo fazer, que as oportunidades nunca são perdidas, alguém vai aproveitar as que você perdeu. Que devemos sempre ter palavras doces e gentis, pois amanhã talvez tenhamos que engolí-las, que ninguém é perfeito até que você se apaixone por essa pessoa, que a vida é dura, mas eu sou mais ainda, que não importa quanta seriedade a vida exija de você, cada um de nós precisa de um amigo brincalhão para se divertir junto, que são os pequenos acontecimentos diários que tornam a vida espetacular, que debaixo da "casca grossa" existe uma pessoa que deseja ser apreciada, compreendida e amada, que a minha existência pode mudar para sempre, em poucas horas, por causa de gente que eu nunca vi antes, que certas pessoas vão embora da nossa vida de qualquer maneira, mesmo que desejemos retê-las para sempre.
Tanto quanto e menos quando
Quanto
De ansiedade
Da ansiedade
De
Cada um
De angústia
Da angústia
De
Cada um
De tristeza
Da tristeza
De
Cada um
De emoção
Da emoção
De
Cada um
De alegria
Da alegria
De
Cada um
De instante
Do instante
De
Cada um
De expectativa
Da expectativa
De
Cada um
Quanto
De vida
Da vida
De
Cada um
Na Carroça
De
Poucas letras
Nem por isso
Menos
Observador
Talvez
Por isso
Mais livre
Para
Imaginar
Coisas
Sem
As limitações
Que
O conhecimento
Paradoxalmente
Por vezes
Impõe
Vez
Por outra
Se põe
Viajando
Imaginando
Coisas
Perguntas
Sempre
Perguntas
Sempre
Se
Perguntando
E
A vida
Seguindo
Em frente
Passando
A Nau Dos Insensatos
Gostando
Ou não!
Concordando
Ou não!
Aceitando
Ou não!
Os políticos
Que
Aí estão
Nos governando
São
O resultado
Do que
Fizeram
Ou
Não fizeram
Políticos
E partidos
Que
Os antecederam
Faltam
Menos
De
1 ano
Para
As próximas
Eleições
Brasileiros
Estão
Morrendo
Aos montes
Não bastasse
O vírus
Agora
Sem oxigênio
E
Nosso congresso
Em recesso
Cuidando
De eleições
Que atendam
A interesses
Inconfessáveis
Nosso
Presidente
Delira
Em
Baixo nível
Totalmente
Sem noção
Bate boca
Asqueroso
Com
Governadores
Não menos
Asquerosos...
Deus
Nos abandonou!
E ainda
Rogou praga
Respeito
A todos
Que pensam
Diferente
Mas esse é
O meu
Desabafo
Nesse
Livre Pensar
Não é que eu leio rápido
Tão
Infinitamente
Grandiosa
Na complexidade
Do
Simplesmente
Existir
Disso
Ter
Consciência
Expontaneamente
Aceitar
Ser parte
Contribuir
Uma só
O quanto
Basta
Não
Precisamos
De mais
Valorizá-la
Justificá-la
Eternizá-la
É
A nossa
Parte
Crendo
Ou não!
Querendo
Ou não!
Aceitando
Ou não!
Há
Um maravilhoso
Projeto
Em andamento
Ser parte
É
A parte
Que
Nos cabe
Livre Arbítrio!
Há mais
Sempre mais
A entender
Compreender
O dinâmico
Torna
Suportável
O Eterno
Ser
Instrumento
É
Ou não
A opção
Arte rochosa
Cantaria levou consigo
No toque No peito
Da pedra Solidão
O milagre Que pede amor
De São Francisco voltou
Lisboa
Desceu escada
O louco Antonio
Na almaConsigo
Chegou Amor
Ao pé da rampa
Que pede solidão
Mirou ao alto agradeceu profetas
No santuário desceu a rampa de pedra
Subiu a rampa
Seguiu caminho de pedra
Sem olhar parou em frente
Pra trás mirou Insólito milagre
Cumprimentou do caminho
Profetas das pedras.
Subiu escada
Mineram
Os vegetais, seres vivos, mineram
Com exemplar sabedoria.
Do solo extraem
Nutrientes e água
Utilizando as raízes.
Através das folhas,
Verdadeiras usinas
Utilizando energia limpa,
Secretam carbono da atmosfera.
Dão oxigênio como efluente
No milagre da fabricação
Do próprio alimento
Pela fotossíntese
Suas folhas
Verdadeiras geradoras
Que não poluem
Extraem o necessário
À própria sobrevivência
Sem impactos
E acúmulos supérfluos
Fornecem o alimento
Imprescindível à vida
O início da cadeia alimentar
Mineram
Com exemplar procedimento
Observando
Com invejável aplicação
O princípio da:
“Perfeição pela não percepção”
Segundo o qual,
Se observarmos
Uma área minerada
E reabilitada
E não percebermos
Terem ali
Se realizados
Operações de mineração,
Certamente estaremos
Diante do que poderíamos
Considerar
O desejável ideal do minerar.
A ser tomado,
Sempre,
Como referência
Em qualquer
Projeto de mineração
Bem elaborado.
Continuamos convictos
De que:
“Minerar é assegurar,
Economicamente,
Com mínima perturbação ambiental,
Justa remuneração e segurança,
A máxima observância
Do princípio
Da conservação mineral,
A serviço do social”
Percebeu
E quando
Pensou
De tudo
Ter visto
Tudo
Percebeu
Perplexo
Não saber
Da missa
A metade
Os mitos
Dos labirintos
Da alma
Os arquétipos
Os símbolos
Seus significados
A impossibilidade
De
Se conhecer
Há! Narciso
Há! Tirésias
Eco
Suas repetições
Como roda
Atolada
Se repetindo
Sem ir
Além
Eco
Narciso
Insólita
Parceria
Sem Silogismos
O existir
Das coisas
Mais
Uma vez
Dando
Uma freada
De arrumação
Um pit-stop
Na voracidade
Do existir
À custa
Do
Não existir
Um
Puxão
De orelhas
Chance
De um
Mea culpa
Enquanto
É tempo
Tomar tento
Assuntar
Olhar
De ver
Devagar
Dispensar
Ansiedades
De aspirar
Quimeras
O tempo
É
O agora
Futuro
Será Sempre
Futuro
Passado
Já
Não mais
Um tempo
De caminhar
Dentro
De um nós
Cavalo
Passando
Arreado
É montar
Ou largar
A mística Divina.
A Mística, é manter os olhos abertos sobre a realidade, e as mãos operosas sobre a humanidade.
Para mim, pouco importa quais são as influencias ideológicas que inspiram as pessoas, mas sim, as atitudes das mesmas perante ao próximo e perante o mundo. Acredito que existam Marxistas iluminados, como também, Capitalistas convictos, igualmente iluminados e que vivem uma experiência Crista verdadeira e Profunda, assim como existem os hipócritas e demagogos em todas as correntes ideológicas. Vejo muito prejulgamento sobre, mas acredito em sua causa e na pureza das intenções de nossa Teologia.
Apequenar
Nós somos o único animal que é mortal, pelo menos não conheço outro que saiba e me diz o mesmo. Todos os outros animais são imortais. Embora todos morram, nós somos os únicos que além de morrer, sabe que vai morrer. Você e eu sabemos que vamos morrer. Desse ponto de vista, não é a morte que me importa, porque ela é um fato e mesmo que pareça que está distante, ela estará sempre próxima e o amanhecer que parece breve, pode não existir. O que me importa é o que eu faço da minha vida enquanto minha morte não acontece, para que essa vida não seja banal, superficial, fútil e pequena. Nesta hora, eu preciso ser capaz de fazer falta, sentir dentro de mim a ausência e importância de se estar em algum lugar dentro de si em completo entendimento.
No dia certo que eu me for, e eu me vou e sei disso, quero fazer falta. Fazer falta não significa ser famoso, significa ser importante. Há uma diferença entre ser famoso e importante. Muita gente não é famosa e é absolutamente importante. Importar, quando alguém me leva pra dentro, importa. Ele me porta pra dentro, ele me carrega. Eu quero ser importante. Por isso, pra ser importante, eu preciso não ter uma vida que seja pequena. E uma vida se torna pequena quando ela é uma vida que é apoiada só em si mesmo, fechada em si. Eu preciso transbordar, ir além da minha borda, preciso me comunicar, preciso me juntar, preciso me repartir. Nesta hora, minha vida que, sem dúvida, ela é curta, eu desejo que ela não seja pequena.
Fanatismo
O fanatismo é a única forma de força de vontade acessível aos fracos, quando temos a filosofia como ciência, se pode confiar e, se a fé removesse montanhas, o mundo seria uma grande planície. Fui eu que fiz, diz a minha memória. Não ter feito isso, disse meu orgulho. Mantém imensamente inflexível e por fim é sempre a memória que cede. Será que é necessário existir o caos para gerar uma estrela ? Creio que sim. Aquele que sabe e reconhece por ser profundo, acaba que por si só sem se esforçar, por tornar-se obscuro.
Feliz Natal
Finalmente estamos fechando este ano bastante conturbado. “Gosto de pensar no Natal como um ato de subversão... um menino pobre, uma mãe solteira, um pai adotivo... quem assiste seu nascimento é a ralé da sociedade, os pastores. É presenteado por gente ‘de outras religiões (magos, astrólogos)’. A família tem que fugir e assim viram refugiados políticos. Depois voltam a viver na periferia. O resto a gente celebra na Páscoa,mas com a mesma subversão, sim! A revolução virá dos pobres! Só deles podem vir a salvação! Feliz Natal!! Feliz subversão.”