Textos em homenagem às mães
Mãe
Escrevo à ti, óh! Grande Mãe.
Mãe consoladora, imperatriz, geratriz.
Oh! Mãe das noites sem sono,
Dos dias apáticos,
Das calamidades;
Mãe dos sofredores, dos desorientados;
És tu, Mãe que ensina,
Que dirige, que transmite.
Escrevo à ti, neste dia,
De tormenta, de sofrimentos, de desesperanças.
Óh! Mãe dos montes, dos horizontes,
Da ternura.
É a ti que dedico minha alma,
Minha sonolência de vida,
Minha amargura cotidiana.
Mãe da Lua, sacerdotisa do Sol,
As nuvens que nos rodeiam, a ti pedem permissão;
Os obstáculos que nos chegam, a ti reverenciam;
Os anseios que nos corrompem, a ti te dão satisfação.
Mãe da falsidade, da esperteza, da cobiça,
Mãe da infelicidade, do desgosto, da tortura,
A ti me prostro, caído, humilhado,
Desventurado.
A ti, Grande Mãe, minha sabedoria de nada vale,
Meu conhecimento é desconhecido;
Meu entender, não se entende;
Minhas palavras não são escritas.
Em ti há contradição, dissociação
Em ti, perseguição
Mãe, te evoco,
Vida, te espero.
""No que diz respeito a filhos! A mãe os espera por nove meses, dentro de nosso ventre.. Amamos antes mesmo deles existirem... Queremos tanto o seu bem que ultrapassamos os limites do amor e da compreensão, queremos entende-los mais que eles mesmos. Nos entregamos a esse amor tão profundo e incondicional... que está em nossos corações gravados como um selo.
Isso nos faz tão super protectores e blindados, que achamos que nada deve atingir nossa prole, é que por isso nos achamos que; devemos impedir que eles sofram, que passem por todo processo de conhecimento e aprendizado desta vida sozinhos.... Pois muito bem não podemos exagerar nisso, dê-lhes o anzol e ensinar pescar...
Sim, nos sabemos que a vida é uma Grande Escola, que as vezes ela é suave e doce, as vezes mais severa e cobra demais, as vezes nos exige muito mais que podemos fazer, por muitas vezes complicada, porque nos coloca a prova a todo instante, exigindo a paciência, o entendimento de coisas que acontecem a todo instante sem que possamos entender nada... A vida exige carácter, inteligencia, astúcia, serenidade e acima de tudo Coragem!
Coragem para tomar decisões, para ter atitudes, para decidir-mos a hora de começar e quando continuar, e o mais importante a hora de parar, e saber diferir o certo do errado. Isso não pode ser imposto a eles, mas pode ser falado com carinho sobre o que eles devem fazer... Enfim a decisão final é deles!
Não podemos ensina-los como vencer tudo e todos sempre. A gente cai e se levanta de novo. Essa é a regra... Perder e ganhar, cair e levantar-se... faz parte do jogo da Vida.
Enfim não queremos ver os nossos filhos sofrerem, a dor deles é a nossa, a alegria também!
Existe uma coisa mais certa e forte que uma super mãe tem.
Nos não somos super poderosas, nosso conselho pode não ser o mais correto do mundo, mas uma coisa que é certa e quase sempre infalível..... As mães tem sempre razão no que diz respeito a intuição.
A intuição de uma mãe é a mais poderosa e forte arma que ela tem para protecção de seus filhos, intuição sempre funciona! Converse sempre com seu filho fale sempre de sua intuição e seus temores sem exigir, ele pode até não te ouvir, mas pelo menos eles não poderão dizer que você não se importou com eles, serve como aprendizado, eles vão se lembrar, e saber que você o ama muito""
Me contento!
todos os dias me contento..
Me contento com o erro que sempre vou ser pra minha mãe..
Com as minhas escolhas certas , por que me inspira a escolher mais..
E com as erradas, por que me ensinam o caminho no qual devo seguir.
Me contento, todos os dias... com a saudade, a alegria momentanea, a distancia... As perfeitas lembranças, o adeus nunca dado.. o sorriso partilhado.. Me contento ...com o Hoje e o futuro que chega tão rápido..
Me contento, com os orgulhos que dei a minha família ainda que poucos, Me contento com a pessoa que virei.. Por cada atitude que tive que tomar sozinha e eu sabia que ninguém podia decidir por mim.
Me contento pela Vida que tenho, mesmo que seja tão passageira, cheia de conflitos e que muitas vezes queira me fazer parar...
Me contento quando acordo e vejo pela manha, o sorriso que minha irmã mais nova me da.
Me contento, com as idas e vindas... com essa minha vida que é só minha, e tô tentando viver..
Me contento com todos que acham ser errado, as questões que coloquei como certa pra que eu seja feliz do jeito que quero ser.
Me contento...
Toda manhã.. toda noite..todos os dias..
Mais mesmo com tanto contentamento, mesmo assim.. Eu só não me contento... Em te perder..
Se acaso algum dia acontecer de verdade, de seguirmos caminhos diferentes seja indo para a escola.. ou faculdade... ou nossa casa.. e principalmente nossa vida..
Nisso não me contentarei..
Podes ir.. mas volte.. por que o unico contentamento, é o de saber que me contento.. em te esperar.. como sempre esperei!
Mãe
Mãe é a primeira palavra aprendida... uma voz doce que canta as cantigas de ninar... alguém que luta, sorrir, chora e se emociona com o início da vida de um filho...
Mãe é fortaleza num corpo frágil... é força que encanta... é amor incondicional... é brilho no olhar... e da vida as melhores lembranças...!
Ser mãe é privilégio... uma dádiva divina... um desejo imensurável do eterno... é o amor em pessoa... e que a tudo perdoa... é paz no coração e alegria intensa... cheia de emoção...!
Ser mãe é ser bem aventurada... é ser merecedora do amor maior... digna de tudo o que lhe foi ofertado... uma vida transpassada para sua cria...
Ser mãe é ser joia rara... valor incontestável... é ser pessoa maravilhosa e cheia de fibra, que luta sem cessar pelo bem dos seus...!
Ser mãe é ter uma jornada de serenidade e persistência... mostra real de uma luta sem entrega... é cumprir uma sublime missão, sem medo de enfrentá-la...!
Ser mãe é como um jardim regado, onde os filhos são as flores e o néctar seus carinhos... é uma fonte de luz inesgotável...!
Sua presença transmite ternura, esperança e sentimento de solidariedade... suas lágrimas quando derramadas mostram como sofre nos momentos inoportunos da vida...!
Sua forma simples de se comunicar denúncia a sua doce relação ao ensinar... seu silêncio e suas palavras dizem as mesmas coisas...!
Sua gentileza é tudo... é o maior bem que qualquer filho pode ter neste mundo... seu acolhimento permeia todo ser que está a sua volta, seja filho de laço sanguíneo ou do coração...!
Sua fibra e seu desdobramento nas funções devem ser considerados... chega até admirar os ídolos dos seus filhos, sabe porque? Ser mãe é padecer no paraíso...!
Ao acompanhar parte do crescimento dos filhos a ligação aumenta, conectando essas vidas numa só... portanto, ser mãe é presente de Deus para vida... ter mãe é presente de Deus para nossa vida...!
Todos os dias são seus e deve para sempre ser homenageada... nos momentos mais difíceis dos seus filhos, passou várias noites em claro... parabéns mamãe, pelo dia mais amável.
Eu com 6 anos de idade minha mãe começou a me ensinar a lavar as minhas calcinhas, com 7 anos já lavava algumas peças de roupas na mão mesmo, com 8 anos ela me ensinou a limpar uma casa, com 9 me ensinou a cozinhar e a me virar enquanto ela trabalhava fora... aos dos 12 aos 14 anos, eu a ajudava na roça plantando milho, feijão e capim... com 17, 18, 19 trabalhei em casa de familia... aos 20 anos obtive meu primeiro registro em carteira, trabalhei muito para ajudar meus pais... E assim passei minha vida, na luta, dias ruins, dias de glória... sei o que é passar fome, sei o que é usar um sapato apertado por que o pé cresceu e minha mãe não tinha dinheiro para comprar outro, sei o que é dor, amor, raiva, ódio... A vida me ensinou, as pessoas me ensinaram, o mundo me ensinou...
Cansada de tanta lição... Não quero aprender mais nada...
Somos eu, você e um segredo
“Chega à hora de dormir”, a frase que ouve de sua mãe e que a assusta. Ela odeia tanto que preferia que o dia não escurecesse ou que não houvesse noites. Nicole, com apenas treze anos de idade, já sabe bem como é a escuridão. A voz de sua mãe se repete dizendo, “Hora de dormir, criança. Vá para cama, seu pai daqui a pouco irá dar-lhe boa noite”. Aquelas palavras penetram seu corpo de uma forma intensa e faz com que sua carne fique tremula e os pelos de seu corpo arrepiem. Com um olhar triste, de quem quer dizer algo à sua mãe e não pode, ela tenta falar, mas não consegue. Sua voz não alcança um tom alto necessário para que sua mãe consiga ouvir suas suplicas. Como alguém que espera um mau presságio, ela obedece a sua mãe, vai pra o quarto e deita-se. Seu coração bate mais forte a cada passo que ela ouve a subir a escada. Prontamente ela coloca a camisola vermelha que ele tanto gosta. A porta se abre e ela vê os olhos de seu pai, que brilham intensamente vendo sua face assustada na cama. Ao puxar sua coberta, ele sorri feliz ao ver o que ela está vestindo. Olhando-a, ele diz a ela que a única coisa que deseja é um beijo de boa noite, passa a mão no seu rosto e a abraça. Apertando-a muito forte, arrancando seu ar. “Criança, você é bela, somos eu, você e um segredo”, diz ele cobiçando-a. Ela não grita mesmo sabendo que é errado, mente e respira, desejando que consiga ser forte junto de sua beleza. “Será que a minha mãe nunca soube?”, indaga-se todas as noites. É apenas uma parte que ela não pode contar, mas sobre a escuridão, ela já a conhece bem!
Minha Juventude
Minha amiga Patrícia, Mãe de Guilherme me pediu para falar sobre a juventude. Talvez minha juventude tenha sido muito parecida com a dela pois vivi momentos mágicos e incríveis.
Minha Amada juventude foi repleta de amor, amor que transbordava, cheinha de amigos-irmãos e muitas histórias para contar. Fui uma jovem quase qualquer, frequentei Village Café e Mikonos nas matinês de sábado e domingo, dancei horrores ao som de música eletrônica. Era fã de Menudo e Dominó. Tinha amigos pobres, ricos e classe-média e nada disso importava. Era promotora da paz, pelo menos tentava ser. É claro que a cada desobediência (rebeldia) eu ouvia do meu pai: "É isso que você aprende no Focolare?" (Movimento Cristão). Tanto meu pai como eu tínhamos a certeza que Não. A pergunta só vinha para me confrontar de que eu estava agindo totalmente ao contrário do que aprendia por lá. Vendia pão no sinal para a padaria Per Te, Morava no Boulevard e passeava em casa como dizia meus pais. Tinha muitos amigos, a vida de doação sempre me fascinou, e na sala de aula era a psicóloga, a primeira a saber que a amiga tinha engravidado na adolescência, a única a saber de algum problema familiar e assim me tornei a Sra. Conselheira, aquele ombro amigo, com palavras bonitas, respostas sinceras e resolução de todos os problemas do mundo. Sofria? Não me lembro! Estava tão voltada para amar o meu próximo que apesar de ser quase sempre briguenta me sentia leve em ajudar, quanto mais eu ajudava mais disposta ficava. Tive uma juventude de pouco namoro, esse não era o meu foco principal, aliás nunca foi. Está aí umas das minhas qualidades importantes. Sou feliz sozinha. Sou feliz comigo mesma e isso desde o tempo de menina. Mas amo ser feliz no coletivo, em comunidade.
Briguei no colégio e fora dele, distanciei de amigos, julguei, errei e recomecei. O tempo vai passando e tudo de ruim que aconteceu fica sem sentido, tudo parece lembranças vagas como sonhos ou porque não, pesadelos.
Eu não era perfeita, nunca fui, perfeição tava longe e ainda está, mas tenho uma sensação tão boa de dever cumprido, de ter aproveitado bem cada momento, de ter dado valor a quem merecia valor, de ter acreditado nas coisas simples da vida, no amor, na paz, na harmonia por mais estranho que possa soar uma geniosa, a Sra. Pólvora acreditando na paz.
Na juventude despertei para lutar por meus ideais, mesmo que parecesse careta, insano ou chatice. Sempre levantei a bandeira das coisa que acredito, sempre lutei. A juventude para mim é sinônimo de Amizade. Amizades essas que carregarei no coração para sempre!
Eu sou o teu segredo
Logo que casei, minha mãe me disse uma coisa que já vinha ouvindo desde o tempo em que morava com ela: nem tudo se conta para marido, na época eu não entendia, achava falta de lealdade, achava falta de companheirismo, achava falta de tudo. Depois comecei a dar valor a essa frase, tem coisas que são desnecessárias de dizer. Um exemplo clássico é quando você e maridex não compactuam com a mesma opinião em determinado assunto, então não adianta ficar fazendo e falando coisas para o amado entender se ele não faz questão de compreender, são brigas desnecessárias. Se o seu amor acha a mãe dele um anjo de candura, qual a diferença você contar que ela te alfinetou se isso só vai soar como implicância, não é mais fácil você mesma se defender das alfinetadas. Para quê contar que você pagou R$ 40 miaus naquele xampu que deixa seu cabelo igual de celebridade se para ele um xampu de R$1,99 faz o mesmo efeito. Você não precisa ser um diário para o seu amor, você não precisa dizer que sorriu, que pulou, que dormiu e o que comeu, você não precisa fotografar cada passo e comentar tudo que leu, viu ou ouviu para ter assunto, muitas coisas ditas despertam insegurança e ciúmes no amado, muita coisa dita desperta hostilidade e raiva, muita coisa dita parece implicância e sem noção. Filtre o que vai dizer, seja espontânea mas não seja leviana a ponto de transformar momentos únicos em desastres.
Mãe, não fui eu!
Pedrinho era um menino muito levado. Sempre que fazia algo de errado dizia: não fui eu!
Sua mãe por ter um enorme coração e não desconfiar de seu filho acreditava tudo que Pedrinho falava.
E assim o danado do Pedrinho sempre se safava!
Por inúmeras vezes ele aprontava. Seus amigos chegaram ao ponto de se perderem nas contas de tantas travessuras.
Foram uma. Não!
Foram duas. Não!
Foram três. Não!
Foram quatro. Não!
Foram tantas vezes que Pedrinho aprontou que chegou um dia que ninguém mais contou.
Seu irmão mais velho um dia o alertou: Pedrinho pare com essa sua travessura, ou então, ninguém mais vai acreditar em você.
E adivinha o que Pedrinho lhe respondeu: Novamente. Não fui eu!
Pedrinho sem notar, todos do seu lado queriam - se afastar.
Cochichavam uns com outros...lá vem ele, está chegando, e seus amigos de ti se afastando.
Chegou ao ponto de ninguém mais conversar com Pedrinho. Que desta vez ficou sozinho.
Em sua casa aos prantos chorando, despertou atenção de sua mãe que deixou tudo que estava fazendo e foi ver de imediato o que estava acontecendo. Quando se aproximou de Pedrinho e lhe perguntou:
- O que aconteceu?
Por incrível que pareça, Pedrinho ergueu sua cabeça e disse: pela primeira vez; Mãe fui eu.
Respondeu sua mãe. Foi você o que meu filho?
Respondeu Pedrinho. Fui eu que toda às vezes aprontava e quando a senhora me perguntava à verdade nunca lhe contava. E assim de todas me safava.
Por querer dar de esperto, perdi todos os meus amigos que tinha por perto.
E agora mãe o que eu faço?
Com lagrimas nos olhos e com o coração repleto de carinho e ternura, sua mãe lhe respondeu:
Uma boa lição meu filho você aprendeu. Agora, toda vez que aprontar e quando lhe perguntar me responda com sinceridade, sempre diga a verdade, pois a mentira por mais bem contada que seja uma hora a verdade sempre vem à tona.
Está certo mãe. Se for algo que fiz, lhe direi: Fui eu!
Agora, se for algo que não fiz, lhe direi: não fui eu!
E assim Pedrinho aprendeu uma grande lição!
Nossa Senhora de Lourdes
N ossa mãe imaculada,
O lhai por nós,
S antíssima e amada,
S enhora da salvação,
A bençoai-nos,
S enhora mãe divina,
E ncanto consagrado,
N ossa santíssima mãe,
H oje eu te peço,
O lhai por nós
R efúgio dos pecadores,
A limento da minha alma,
D errame sobre nós sua proteção,
E ncantadora rainha,
L ivrai-nos de todo mal,
O lhai por nós,
U sai-nos e defendei-nos.
R ainha querida,
D ai-me força de viver,
E sperança de vencer,
S enhora dos milagres.
No aconchego do seus braços
Eu quero sempre estar,
sinto teu calor de mãe,
o carinho protetor de quem
com amor cuida da vida.
Mãe, tu és vencedora, és educadora e fiel
Mulher por Deus escolhida,
Coroada Rainha do céu e da terra
e seu reinado é junto com seu filho, Jesus,
rodeado de anjos celeste.
na glória de Deus pai.
Caçou-me, como um leão faminto caça uma gazela fraca.
Tomou-me em seus braços, como uma mãe amorosa toma o seu bebê sonolento.
Roubou-me assustado, como um ladrão medroso, numa casa repleta de ouro.
E no fim, deixou-me, como uma casca de banana suja, numa lixeira quebrada, numa rua sem vida.
Ato dois
Entramos no carro, éramos eu, minha mãe e minha vó, beirava seis da tarde, e a ave Maria chorava na rádio. Meus olhos caducavam com as luzes dos carros que andavam com dificuldade, tinha apenas alguns anos, uma década e um pouco mais, não tinha amigos, não sabia nada sobre células vegetais nem sobre morfologia das palavras, sabia inventar histórias e rabiscar em folhas brancas e tristes.
Trezentos e sessenta e dois dias se passaram, novamente no carro, éramos eu e meu pai, ninguém falava, não havia rádio. Segurava minha mochila, com algumas mudas de roupa e lápis coloridos, devagar íamos para a outra casa. Minha irmã e sua esposa me esperavam, aguardando minhas histórias inventadas do mês passado, sempre sorridentes e falantes, vestidas de amarelo e rosa.
Meu primeiro livro com mais de trezentas e cinquenta páginas, lido sem pedido da escola, sem incentivo da minha mãe, encontrado na biblioteca. Pelos cantos por mais de uma semana, sem trocar muitas palavras, sem sorrir muito, perdia a vontade de criar histórias. Não era mais tão fácil, agarrado nas regras e no papel. Aprendi sobre células vegetais e morfologia das palavras, ganhei também alguns amigos, e perdi os lápis coloridos.
Mãe
Nessa folha de papel
Sobre a mãe eu vou falar
Esse lindo e santo nome
É gostoso pronunciar
Mãe é uma coisa sublime
É uma santa sem altar
Ela é quem cuida da casa
É a rainha do lar
Há filho sem coração
Que faz sua mãe chorar
Mãe é tudo de lindo
Que se possa imaginar
Peço a Deus nosso pai
Pra esse ser abençoar
Seja solteira ou casada
Mãe tem que se respeitar
Agradeço a minha mãe
Por nesse mundo eu estar
Guiou meus primeiros passos
Ensinou-me a andar
A ser sempre um cavalheiro
Fez questão de me ensinar
Mãe você é a única mulher
Que Deus fez pra me amar
Boca de Mãe
Quase sempre achava que a boca da minha mãe era a concretização de uma praga ou de um sonho.
Bastava ela dizer, menina, desce daí senão você vai cair, bater a cabeça e se machucar e não é que se a teimosinha aqui insistia, aquilo tudo acontecia.
Lembro de ter desabafado mágoas e minha mãe dizia, filha, um dia você vai rir de tudo isso.E não é que é verdade! Tudo verdade das mais verdadeiras.
E o sexto sentido de mães, quando ela encasqueta com uma coisa, quando acha aquele seu namoradinho fiasco, quando não é pura implicância ou dominação, o namoradinho quase sempre é fiasco mesmo.
Acho que tem sempre anjos perto das mães e assim que elas terminam de falar os anjos passam e dizem: amém. E puf tudo acontece igual previsão. Quantos choros teria evitado se tivesse ouvido minha mãe. Quantas coisas poderia ter aprendido sem quebrar a cara, sem choro, sem traumas, sem desilusões. Parece que elas vivem há cem anos luz na nossa frente. Mas às vezes vale a pena aprender com os próprios tropeços né, evita aquela sensação de "e se eu tivesse tentado", "e se tivesse falado", "e se tivesse beijado" e, e, e...
NASCE, CRESCE, FILHO DA RUA
Desde o ventre da minha mãe que conheço as ruas. Minha mãe é zungueira de profissão, já desde o ventre que tenho acompanhando-lha nas suas zungas. Presenciou as caminhadas que ela faz para nos sustentar, as muitas corridas que faz e sofre dos fiscais e os senhores policiais para não perder o negócio que nos é rentável. Outras vezes ela não escapa e é nos cassumbulado o negócio, fonte do nosso sustento. Muitas vezes chicoteada por reivindicar que até sinto a dor da chicotada.
Fui gerado na rua porque até aos nove meses a minha mãe zungava a necessidade é enorme, para completar o enxovalhe e a panela em casa não entrar em greve. Esqueceu-se do dia, mês, hora que vinha ao mundo, acabei por ser gerado na rua e assim me familiarizei com a rua.
Três, quatro mês depois comecei a gatinhar minha mãe decidiu que já era o momento oportuno de acompanhar-lha na zunga, não há dinheiro para mim, ir a creche e ela não pode ficar parada ou seja ficar em casa. Apesar de requerer ainda muitos cuidados materno, porque se não morremos de fome.
Passo toda a minha infância na rua ao lado da minha mãe, sem crianças a minha volta porque as deixei todas no bairro em que vivemos e assim vou crescendo.
Sou da rua, alimentam-me, tomo banho, vestido na rua ao céu aberto ou seja ar livre.
Deste modo vou familiarizando com a rua, conhecendo-as do musseque à cidade. Quando completo os meus 5, 6 anos. Já sei fazer o mesmo trajecto me é familiar. Conheço-o tão bem que perco o medo de andar sozinho, criança que só. Esquecendo que as ruas são tão violentas e perigosas, criança e inocente. Mas como posso ter medo se presenciei as mesmas muito antes de andar nelas, sozinho.
Com os meus 10, 12 anos as ruas adoptam-me e passo a vida a lavar carros. Os grandes jipes, carros que só via nos filmes. Hoje tenho o prazer de os lavar e ver o seu interior fico fascinado com o que vejo, lavo para ganhar algum trocado.
Se puder depois vou para à escola aprender alguma coisa, de momento aprendo mesmo aqui, na rua mal ou bem. Essa é a vida que levo, prioridade para mim, agora é mesmo kumbo. Porque tenho que ajudar a velha com as despesas no cúbico.
Tenho os meus irmãos, mas novinhos que precisam encontrar outro cenário, talvez estudem para saberem alguma coisa para contornarem o caminho que segui. Terem um futuro, destino diferente do meu. Porque se tivesse escolha talvez não é esse o destino que queria para mim.
Emoções
Sinto o sabor da comida feita por minha mãe.
Sinto o intenso vazio e dor quando perdi meus pais.
Sinto a emoção ao ver o rosto dos meus filhos pela primeira vez.
Sinto tudo como se eu estivesse vivenciando hoje.
Sinto o ar entrando pelas narinas trazendo o alívio da liberdade com o final de um casamento infeliz.
Sinto cada arrepio quando me vi te amando.
Lembro-me de cada palavra,música,gestos..
Emoções diferentes numa mesma pessoa,que encontra a cada amanhecer uma razão a mais pra viver.
Maria
Maria, mãe dos homens, reflexo de Deus entre todos.
mãe escolhida no ventre e preparado por Deus,
Maria, mãe da humanidade, maria da paz, maria do amor
no jardim divinos és uma flor, Maria, mãe do novo amanhecer
Maria da paz inquieta, cantada em versos por muitos poetas
Maria de tantos títulos e tantos nomes,
que trouxe a salvação entre os homens
Maria, mãe orante, és cheia de graça
és vida e bendita entre as mulheres,
ave cheia de amor, que deu ao mundo o Salvador.
Maria da luz, mãe nossa, mãe de Jesus.
Minha mãe
Mulher que me pôs no mundo e nele me deixou
Porém antes de ir, tudo que pôde me ensinou
Logo que se foi pensei: sozinha, tudo terei que aprender
Mas, como sempre, novamente veio a me surpreender
Sim, você se foi
Mas, exercícios pra casa passou
E nomeou a vida a ser meu novo professor
Pois sabia que assim como você
Ela iria cobrar e corrigir
Para que quando eu errasse, soubesse reconhecer
E então evoluir.
Muitos foram os momento s em que me perguntei:
Por que me deixas-te só?
E por muitas vezes chorei
Só depois de muito tempo, que então entendi
Teve que fechar os olhos, para que os meus pudessem se abrir!
MÃE MARIA.
Onde estivesse ou para onde fosse
Junto á ti amor havia
Em sua simplicidade
Em tempos duros
Lutava a luta com coragem,
Bom humor e alegria
Ao nos deixar,quando chamada
Deixou tristeza,deixou vazios
E uma saudade exagerada
De tempos suaves,tempos macios
Felizes os anjos e os justos
Que tem agora tua companhia
E todo o encanto encantado
Da minha encantada,MÃE MARIA...
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