Textos e poemas
Ser humano, Malum Voluntatis! (Ser humano, Maldosa Vontade!)
Ser humano, malum voluntatis!
Humano, naturalmente mau e maldosamente ganancioso!
Vontade que move, que aquece,
Que nos próprio adoece.
Insípida, gananciosa, inoperante!
Lhe mostra o motivo de se estar vivo,
algo que ao final, não passa de uma simples prosa.
No ser humano, a hipocrisia,
A culpa na sociedade. Blasfêmia!
Já nascemos maus, por natureza, por isso, saiba.
Nossas escolhas nos fazem, porém, instintivamente somos ruins!
Julgamos, maltratamos, diminuímos!
Coisas não pensadas, apenas feitas.
Provenientes de uma natureza má,
Criadora de humanos mórbidos.
Querer, amar, possuir!
O querer do novo,
O amar o algo,
O possuir o tudo!
Ser humano, malum voluntatis!
Tua ganância vem de dentro.
A tua maldade de berço.
És o ímã de seu interior!
Ah quem não se perde na mulher que dança
Nada é mais lindo que a mulher que dança
Nada pode ser mais lindo que a mulher que dança
Ela flutua com sólida precisão, mas flutua,
ela é rarefeita, bem feita, perfeita
Ela tem imã no pé,
que não a deixa encostar
no chão
E entre cruza e descruza de pernas,
ela mistura cisão com fusão
Ela mexe com a cintura, e também com meu
Coração, que pula pula pula e sai pela boca
Eu vejo a mulher que dança, e penso em nada,
porque me perco naquela visão
Ela é só sensualidade,
embalada numa canção
Eu amo a mulher que dança,
Eu quero a mulher que dança
O corpo da mulher que dança
ahh é pura emoção,
ele é todo desenhado a mão
Ah se eu pego a mulher que dança,
é cama dança e paixão
É carnaval no meu coração
É sorriso até morrer,
é dança sem dança no chão
Em plena madrugada, acordada
lápis e caderno em mãos
e o meu coração
caído no chão
Tic-tac do relógio
pinga - pinga da torneira
em meu peito um vazio
pernas em tremedeira
Escrevo aqui sensações
medos e pesadelos
faço aqui minhas orações
esperando aquietar meu
coração
O caderno não me julga
o lápis me é fraterno
talvez agora eu durma
no abraço do meu caderno.
_____Juliana Rossi Cordeiro
Mãe é nosso primeiro amor
ela acalenta e amamenta
tenta nos salvar de qualquer dor
com carinho e paciência
Depois a gente cresce
e quer navegar por ai
e fala: __"mãe me esquece!"
mas ela fica quietinha ali
nunca nos esquece
sempre orando por nós
sempre esperando por nós
Porque, mãe é porto seguro
você pode ir muito longe e se perder
mas ela sempre estará com amor puro
pronta a te acolher.
_________ Juliana Rossi Cordeiro
Quando se escreve
Fica-se nu.
Nu perante seus inimigos.
Nu perante as críticas.
Somente as letras nos vestem.
E os críticos
Céticos
Arrancam nossas vírgulas
Pontuam nossas angústias
E você fica nu
Indefeso
Sem alma
Sem arma
Somente exclamação
Com ponto de interrogação
Por que escrevi?
Livro: Não Cortem Meus Cabelos
Flagelo da ingenuidade
Vozeava o sol fundo, quase inaudível
o que a tímida matutina ocultara,
pormenor banal, é simples e plausível,
ontem o dia terminou, hoje ele para.
Frio como o concreto calçado,
ramos esquecem a casa do leão
aposentando o seu olhar cansado
sobre a intemperança de quem é são.
Aquilo que virá, outrora aconteceu,
mas turvos pelo domínio do fato,
na vergonha da noite se percebeu.
Que o disparate revela um aceno
aos túrpidos de crueldade não dita,
e ao choro desse sol moreno.
Dicotomia da Sociedade
Bem vindo a sociedade líquida,
Que esta semana em Suzano
Fez mais do que 20 vítimas.
Enquanto muitos buscam por causas,
Se negam a enxergar a origem.
Jogar a culpa no vídeo game é fácil,
Difícil é admitir a loucura ,
Deste mundo onde a gente vive.
Lugar onde a morte é banalizada.
Acende-se o sinal de alerta.
Será que nós estamos criando
A sociedade da maneira certa?
Ou só procurando culpados,
Para de fato, aliviamos os nossos fardos.
Vemos o futuro, ou estamos satisfeitos
Mas vale o silêncio, do que lutar por direitos.
Não se pode esquecer do futuro...
Manchada de sangue a instituição,
Aquilo que move o mundo,
O que tem sido feito pela a educação?
As matérias são sempre chocantes,
Com declarações fortes e marcantes.
Incentivam a armar a população,
Igual os chamados meliantes.
Qual será a diferença se fizermos isso?
O medo não deve gerar vingança.
Porém obrigam surgir ideias novas,
Que possam trazer mudanças.
O pensamento necessita de horizonte,
Chega da sociedade navegar a esmo.
As decisões têm de construir pontes,
Para que não aconteça mais do mesmo.
sou uma fugitiva
dos sentimentos mais escuros
devo ficar escondida
nos poços mais fundos
em meu coração
arde uma dor
Grande descepção
clamo oh senhor
por que tamanha angustia?
tristeza de repente
morasse eu numa cidade rustica
ou quebrasse minha a lente
mas é uma dor inexplicavel
felicidade inatingivel
um desconforto nada amigavel
é terrivel..
se pelomenos pudesse eu conversar
com aqueles de quem me escondo
quando sinto que vou chorar
Mas quem entenderia
Algo tao sem sentido
De mim riria
Mesmo um desconhecido.
Aquele sonho.
Lá estava eu perambulando, em meio aos meus sonhos, ou seria minha realidade, tudo parecia perfeito, até que desperto minha consciência levanto atordoado e vou em direção a geladeira no silencio da madrugada, pego a água e o copo é volto a pensar naquele sonho que tiver, tento desvendar qual seria o seu significado ou razão pela qual sonhei, tomei a água observando o copo ficar seco lentamente gole após gole, volto a deitar-me olho para o teto vejo as telhas, fecho meus olhos e me entrego ao sono novamente na busca de encontrar aquele sonho.
A noite
O sol já se pôs e a lua chegou, mais uma noite se inicia para podermos aproveita-lá, as horas passam é a angústia me cerca penso em desistir, mas não me dou ao luxo da desistência, saio para caminhar e observa as estrelas no céu acento em um banco na praça e abro meu livro, mergulho nas páginas e me perco nas suas narrativas, faço uma pausa observo o silêncio que me acompanha olho para o relógio, ja são 22:00 acabei mais um capítulo é ja se foi mais uma noite, volto para casa deito-me as minhas pálpebras pesam e para mim a noite se vai como um balão solto no ar, suspiro e adormeço.
Ela & Eu
Já faz algum tempo que me apaixonei por ela.
Lembro-me do nosso primeiro encontro, ela estava lá a minha espera.
Dava pra notar seu semblante a alegria em me vê, aquele olhar que dizia que bom que você veio.
Cheguei perto dela dei um beijo e um abraço e sentamos no banco daquela velha praça.
Ficamos a nos olhar ela era linda como aquelas atrizes de filmes românticos.
A felicidade transbordava em meu peito, dialoga-mos por horas e para mim o mundo parava, quando estava em sua companhia.
Mais chega a hora de se despedir, mas eu não queria deixá-la partir.
Ela me beija e me diz eu te amo nesse momento me acalmo e me conformo.
Até amanhã meu amor agora tenho que ir, ela se foi é eu fiquei aqui sentado no banco.
Vício
Se eu tivesse notado
logo no inicio
se eu tivesse escutado
que isso poderia acabar em vício
Mas o desespero falou mais alto
e essa era minha rota de fuga
e me preenchia um vazio, de fato
mas para parar agora, é uma luta
Minha família
já perdeu a paciência
que estou com malandragem dizem a maioria
mas só eu sei dessa abstinência
E agora internada
meu Deus, que ironia
eles me mantêm dopada
e isso ninguém via
Troca-se um vício por outro
do copo ao comprimido
pelo menos agora eu encontro
minha fuga na drogaria.
____Juliana Rossi Cordeiro
Emanoel..
Quem és tu homem, quem és
Me diz pois quero saber
Como é que consegues viver
Com estes teus pensamentos
Que tu não sabes descrever
Quem és tu homem, quem és
A angústia te persegue
Enquanto a dúvida te cerca
Mais sei que tu és forte
É vai superar mais essa
Quem és tu homem, quem és..
Minha morte
E chegada a hora da partida, mas não é uma partida qualquer, daquelas que se possa voltar, essa é diferente é daquelas que ninguém quê embarca, para a terra da morte eu não tenho outra escolha, a não ser se conformar com meu destino é chegada a hora de me despedir fechar meus olhos e ir..
Transformando
Por onde andei
Era chão atapetado
Não havia ruído
Mas o corroído da alma
Era mais barulhento
Por onde andei
Palavras sussurradas
Pois não há suturas
Para emendar
Sonhos impossíveis
Por onde andei
Vaguei
Fui tateando
E o impossível
Se despiu
Por onde andei
A poesia tingiu
E fugiu
Por onde andei
Fui sobrevivente
De minhas escolhas
E da minha coragem
Por onde andei
Minha voz
Virou você
Um barco de estações escritas
Com seu nome
Que naufragou
Por onde andei
Na vida
Resisti, escapei
Me salvei
De mim mesma
Das horas
De lagarta
Nas horas de borboleta.
Livro: Pó de Anjo
Há um breu dentro de mim
um infinito vazio
que você deixou em mim
sinto-me usada, quebrada
Há um breu dentro de mim
você levou todas as minhas cores
ficou esse escuro sem fim
e sinto muitas dores
Há um breu dentro de mim
foram arrancado meus sonhos
destruindo um ideal de amor sem fim
perdi meu rumo, o brilho dos meus olhos
Há um breu dentro de mim
o que você vê é só uma casca
porque estou oca, enfim
preciso dar um basta.
Devaneios do coração
O que fazer?
Quando se tem tudo a perder?
Subiste a sepultara
Agora, virastes pó.
Me carregastes
para as mais profundas cavernas
Delas fiz meu delírio, abrigo
Ali descansei.
Na profundeza de um olhar cansado
tristeza abrigava a escuridão
Subi montanhas de sentimentos
Fui até os Confins da vida
Me perdi.
Para onde correr? Meu amor
Tu carregastes tudo que há em mim
Se não, para onde ir?
Desencontros
Onde foi que nossos olhos se perderam
Onde foi que nossos corações
se desviaram?
Para onde foram os sentimentos
Que em mim se engasgaram
Para onde foram as borboletas
Que aqui habitaram um dia
Para onde foi todo o nosso amor?
Estou em abstinência
Esse amor que tanto me vicia
Que me leva a loucura
Para onde foram, todas as flores?
Meu bem.
O livramento
Dizes tu
Se não é a dor que faz o poeta
Se não um solitário
Com vocábulos vazios
Que preenchem o peso da alma
Em um suspiro
É com grande anseio
Que faço dos teus versos meu julgamento
Nestes olhos de poemas não lidos
Em seu purificamento quero dar
Meu último livramento.
Anseios
Em meu leito aberto
Sussurro o teu aconchego
Em meu pequeno infinito
Clamo o teu nome
Anseio amar-me
Ao menos 1 segundo
Transbordo-te.
Em meu peito intenso
Carrego amores, nunca respondidos
Poesias nunca lidas
Oceanos nunca mergulhados
Anseio-te, meu bem
Ao menos 1 segundo
Não se vá, ainda temos muito para se pensar