Textos e poemas
te experiento,
em cada minuncia,
em todos os nossos apegos
tento inferir seus prazeres comigo
chego a entender diversas vertentes
muitas só sei demonstrar
eu suponho que seja isso que te deixa louca por mim
e se for por isso, eu estou sempre ao seu dispor
mesmo que seja só por 1 segundo de amor
cada vez que eu te conheço mais
o tempo parece passar mais rapido
e me queixo de me entregar tão facíl
mas isso é tão impossível quanto parar a natureza
as vezes me pego pensando em você
confesso, te cortejo pois é a unica que me tira a fala
é....;
tenho medo de que isso seja amor
não me sacio só de te experimentar
quero estar na intimidade dos seus segredos
quero ser seu porto seguro
quero ser o motivo de te fazer sorrir
isso me deixa um pouco envergonhado
a timidez tentou me calar
mas eu não posso guardar
tiro o chapeu pra você
mas a cada afago
eu morro de paixão.
Sinceramente, eu não ligo
se você está a pé, de busão, bike ou de carro
não ligo se chegar de regata ou engravatado
não ligo se você segue a moda
se o seu perfume é da banca da esquina
ou se é importado
gosto mesmo é do cheiro da tua pele
e de tudo em ti que te torna raro
cheiro de pele não se encontra dentro de frasco
gosto de tudo em ti que se torna raro
Saudade do meu tempo
Sou do tempo que conhecia gente
Gente de verdade
Sem mentira e vaidade
Sentadas nas sacadas
Praças e calçadas
Iluminadas pelas estrelas e um lampião
Crianças ainda brincavam com pião
Hoje não tem mais isso
Celulares são os vícios
A vida real nem sei se mais existe
Hoje tudo é rede social
A quem diga que tudo isso é normal
Ai que saudade do meu tempo
Que a rede mais usada era tocada pelo vento
E meus vícios eram apenas meus pensamentos.
O mundo de Inha
Nascera como tantas quantas, nascera.
Crescera, como tantas quantas. Com o que se tinha.
Sagrou-se que, por inteira.
E aos poucos. Por capricho ou desejo.
Tornou-se o mundo de Inha.
Pelo fato de ser e estar.
Apropriou-se do direito que havia.
E; em todos os movimentos, sufixais.
Colocava sua marca.
E; em toda conjugalidade,
Na sua palavra, prolixa fazia carne.
Expressão de seu próprio ser.
A sua marca no mundo.
O seu nome ela tinha.
E todos os pensamentos e atos.
Que então; lhe adivinha.
Acostumara ao final.
As vezes sem perceber.
Acrescentar o seu sufixo.
A sua marca. Inha.
Com o hábito no tempo.
Não mais percebia.
Mas em todo seus movimentos.
Cristalizava, o que se carregava por dentro.
Daquilo que, se tinha.
E de sufixo. Por sufixo.
Aprisionou-se no próprio nome,
as acoes de Inha.
E sem economizar.Passara pela vida.
E ; o que, precisava ser recebido como graça.
No final de todos os verbos.
Com sua marca terminaria.
Nesse mundo. Já não encontrava.
E viver fora de si, não podia.
E para todos a projetava.
A forma que continha.
E, em cada vida que atravessa.
Por suas ações se notava.
Seu único jeito de ser.
Se acostumara , onde estava.
E no final. Por tudo que passava.
Seu efêmero jeito que usava.
Sua sombras no mundo deixava.
Esquecerá. Estava aprisionada.
Mas todos a percebiam.
E assim. Aos poucos se afastavam.
Vivia em um mundo auto encantado.
Um mundo, que por si limitado.
O mundo de Inha.
marcos fereS
Tenho um abraço para te dar.
Levo? Ou vens buscar?
Vem, e não demores por favor.
Porque este abraço
Que tenho para te dar,
Anseia com fervor,
E com o meu coração a par,
Pela nossa próxima troca de olhares.
Porque o seu lugar não é comigo.
Porque apenas nos teus braços
Este abraço faz sentido.
Porque há em mim um vazio,
Que só é preenchido quando estou contigo.
Tenho um abraço para te dar.
Vens buscar?
Suave
Brisa do encanto suave de uma criança.
Fixando o olhar.Em um ponto indefinido
no tempo. Em que nada espera. Além
de brincar e ser feliz.
Suave momento, que nos sequestra
por dentro.E nos esquecemos de tanta preocupação.
Guerras acirradas com o mundo e tempo.
Deixando escapara bons momentos.
Por medo, culpa ou competição.
Quando foi que deixamos de ser crianças?
E ; quando na vida. Nós mudamos a razão?
Cada um por si .Deus por todos.
Mas nem todos, com o mesmo quinhão.
Suave, também deixou de se o olhar para a vida.
E não se lembra mais. Quando?
Alcançar o próprio espaço. Lhe fez correr ,
e ocupar a situação confortável.
Na precisão , preciosa do ser.
Para proteção e conforto.
Não foi só você.
Conforto. Contido armazenado e esquecido.
Ficando , a um passado distante.
Um momento perdido. Que nem se lembra mais.
Associando a um um momento suave.
Onde o medo não chegaria chegaria mais.
E aquele momento suave, se estenderia,
por toda uma vida. Em continuidade de um sonho.
Assim, como. O olhar da criança. Sem apego. Sem nada
apenas largada em suas mãos. Com o espirito repousando
no Anjo de sua proteção..
Suave , compartilhando a viagem, ditada apenas pelo coração.
E, naquele olhar. Trazer-lhe a lembrança.
De que. Quando criança. Seu olhar para a vida. Também foi assim.
Em que, nenhum ato, não se realizava por exagero.
E se ouve-se esforço , seria para um maior prazer.
Como pedalar no parque, ao encontro da brisa.
Ou ser levantada para o alto em seus braços,
para poder sorrir. e com um olhar suave.
Ensinar onde se encontra, O tesouro da vida.
E a verdadeira felicidade.
marcos fereS
A Bateria
Colocada no sistema, transportada se fazia.
Concedia muita luz, por tudo que se fazia.
Iluminava com tanta força, que tanta vaidade não cabia.
Era farol, alto falante, rádio, razão e alegria.
E o tempo passou.e a franqueza dividia.
Não aquela que clareia. Mas aquela que sentia.
Teve que aprender . Que própria energia não era que produzia.
Apenas acumuladora. Do que a correia lhe permitia.
E as placas se juntavam, em todos o passar dos dias.
E força da iluminação, era apenas um presente, que já não ocorria.
Precisava água destilada, Senão seca ficaria.
E a luz que distribuída a vontade. A verdade quedaria.
Precisaria escolher, entre a necessidade e o desejo.
Parte de um sistema, agora se descobria.
De onde a correia girava. Um motor ali havia.
E sem o combustível o alternador não rodaria.
E viver sem produzir luz´necessária.
De nada adiantaria.
marcos fereS
Razão e coração
Sabia que um dia. Em que nada seria.
Senão memórias em fragmentos,
daqueles que passaram por mim.
Simples realidade. Em que;
o conformismo dos anos.
Já não assustam mais.
Mas a perda sentida.
Seria a que todos acalentam.
Fazer o bem.Da melhor forma,
Expressar o que há de bom.
Do que existe, no fundo d´ alma.
Todos possuem esse atributos.
E o sentem. Quando não estão
jogando, o jogo da vida.
As forças para construir e destruir.
são igualmente de razões para o melhor.
E corretas. Mesmo que;
equivocadas em resultados.
Não existe perfeição, sem experiencias,
fora da natureza.
E somos a soma das experiencias passadas.
Ou é natureza em manifestação.
Ou uma razão alterando a natureza.
O certo e o errado. Estão nos olhos quem os observam.
E cada olho. Possui seu próprio mundo.
Chegar a razão. Se denotou, uma face de evolução dos homens.
Porém com paradigmas errados. As vezes.Torna-se involução.
Porque a característica da natureza, é regenerar-se.
E os homens, correm o risco de não possuírem tempo,
para se recomporem.
A razão com sabedoria, escolhe os melhores paradigmas.
E com isso a alma, se torna , cada vez mais leve,
conforme seus seus julgamentos e conformidade,
Esse atributo da alma.
O homem carrega em sua passagem
Pela natureza desse planeta.
As memórias, organizadas em razão.
Com o tempo se organiza a natureza interna.
A lógica é a passagem para a memória,
que irá reproduzir a experiencia.
E o sentimento natural, que angustia.
É a falta de tempo para realiza
todo amor internalizado,
que se concentra. No coração,
Desde de sua primeira batida.
levando alimento ao cérebro.
para fazer nascer a razão.
marcos fereS
Da coragem a posse
" O empoderamento do mover-se,
em conformidade da paz de
que passa existir no coração,
Tão logo a verdade toma conta do espirito.
É o que liberta, acalma e transforma vidas.
E por ser tão especial. Esse mover-se
junto com a vida, e com a vida.
Cai a naturalmente as máscaras sociais,
Onde a persona, que estava aprisiona a alma.
Passa a sentir a liberdade do existir.
Leve, sem o juízo, que fora imposto,
desde, os tempos mais remotos do existir.
E; essa nova maneira do ser . Estar.
Costumam chamar de milagre."
marcos fereS
“Ode ao amor
Queria não ter lido
nem estudado Vinicius de Moraes
para escrever algo original
sobre o amor e a falta dele.
Mas algo assim só seria possível
se Vinicius não tivesse lido Neruda
com tanto espanto e reverência
ou se Neruda não tivesse lido Rimbaud.
Queria cantar o amor
em sua primorosa essência
como Ricardo Reis à Lídia
como Dante à Beatriz.
Inexoravelmente nasci atrasado
atras de todos estes
mas o amor ainda me inspira
loucura e lucidez...
para compor poemas
tão simples como este.
É o amor que sempre nos guia
ao fundo do copo e ao cerne da vida
ao topo do mundo e ao fim da tragédia
é amor que nos conduz ao abismo da perda
e ao encanto da luz da conquista
mesmo que não seja original
é o amor que dá alma ao artista.
A poesia agoniza
Enquanto poetas sangram as vísceras
a desenvolver cânceres ou úlceras hemorrágicas,
em busca de sentido e de palavras relevantes,
para encontrar o tom ideal pra sua lira,
com intuito nobre de explicar
as injustiças e a estupidez dos homens,
os motivos das guerras santas e carnais.
Tentando expressar da maneira mais justa
a sua agonia, a de viver entre os mortais
tendo ainda que escutar de alguns tolos,
verborragia inútil, sinônimos de dicionários
que com frases desconexas insistem em recitar Homero
dizendo para o mundo ser Bocage...
A poesia agoniza nesta fogueira santa
de eternas vaidades!
Enigma lírico
Em seu sorriso melancólico,
vi um fatalismo tácito
seguido de um silêncio morno
incompreensível
Subitamente
revelo-se o crepúsculo de um mito,
o fim da ilusão dolorosa...
A resseca dionísica do um festejo
carnal, onde quase virou apoteose
de um carnaval em Veneza...
Encenamos um ato da tragédia goethiana
a morte do sonho mascarado
que fez do mendico de Fausto
um Rei Lear, em seu apogeu
glorioso de terna insanidade e lucidez
antes da traição lírica da musa
ao poeta da divina comédia
do amor platônico.
FICOU NO PASSADO
Em algum lugar do passado
você ficou,
ou foi o contrário,
fiquei eu,
diante do abismo do não
talvez ficamos ambos
invisíveis naquela foto
que não tiramos juntos
naquele abraço interrompido
pelo receio da consequência
naquela dança ensaiada
na caminhada à noite
sob à lua de setembro
nas pedras centenárias
da cidade morta
naquele beijo imprimível
Em algum lugar do passado
preferimos o silêncio
o acaso escolheu a inércia do corpo
e o calafrio das mãos
o quase sim da alma em desespero,
preferimos a calma e o conforto
a covardia racional
fugimos do mundo de Dante
restou a prosa proustiana
sem ciúmes, sem vida,
sem morte, sem poesia.
Evan do Carmo
A SEDE DO PORVIR
Sempre será necessário,
que o hoje se vá
e que o amanhã renasça.
Em cada pôr de sol
há uma despedida
e um sopro de esperança.
É a poesia do talvez
que mais nos fascina
e nos inspira.
Imprescindível é o partir
para que o novo nos surpreenda.
A poesia humana reside
na sede de infinitos
na dolorosa ansiedade
do porvir.
Evan do Carmo
Ecce homo
A vida sem causa
a poesia sem musíca
o assombro do caos
discussão platônica
Eis o poeta perdido
entre palavras
entre luz e escuridão
entre passado e futuro.
A musa que se perdeu
no tempo, no descuido
do afeto e da língua
no fim de tarde chuvosa.
Ecce homo, no vendaval
de retóricas, entre o mito
e o misticismo da beleza
morta, esquecida no espelho.
Evan do Carmo
“O homem e o rio”
Um homem se depara com um rio em sua frente
O homem caminhava sem pressa,
Não pensava em rio nem em mar.
De repente, surge um rio
E a decisão de o atravessar,
Ou de voltar atrás, em busca de um atalho,
De outro caminho,
Por onde possa alcançar seu destino,
Sem rio, sem água, sem mar,
Apenas caminho de terra seca!
Mas o rio está lá, em sua frente,
Impávido, colossal, o rio de Heráclito.
O rio de sua aldeia, o rio que o ameaça,
Que lhe aterroriza, o rio que lhe pergunta:
“ Tu és um homem ou um verme?”
Disse, certa vez,
alguém muito perspicaz,
que são os defeitos
quem, talvez
nos mantêm vivos.
Creio nisso, pois sem o vicio
não haveria alegria
contudo, nem sempre
somos isentos de pagar a conta
pelos erros, defeitos,
mas que seja assim
que os nossos bons vícios
sempre nos socorram
nas horas mais difíceis
e, neste caso, eu cito
como providencial
o vinho, o amor, e a poesia.
SOMBRAS DO AMANHÃ
Em dia de fúria,
Desgosto e tempestade
Há tanto medo e trevas
Em todo pensamento
Sobre o amanhã...
Nem Kafka me socorre
Nem Pessoa,
Que Dante
Socorria.
Nem Castro Aves
Com o peso da
Cruz de Sousa
Sobre o lombo dos homens.
Pobre Zaratustra
Ventríloquo de Deus
Na língua do diabo
Palhaço de Goethe
Verlaine e Rimbaud.
Nada me socorre
Nem poesia nem vinho
Nem fumo ou absinto
Nem Maiakovski
Neruda
Ou Baudelaire.
DA JANELA
Tive olhando hoje
pela manhã,
pela janela
do mundo
as pessoas,
as ruas
os postes
as calçadas...
Tudo me pareceu
concreto..
não havia flores
nem jardim
nem animais
nem crianças
coisa abstrata indefinida
tudo muito frágil.
Dia chuvoso
no hemisfério sul
sem névoa ou neve
também sem sol
tudo na rua
parecia morte e medo
de tanta calma
vida concreta
gente sem alma.
A dor do viver é mais cruciante,
mais incômoda e dolorida
do que a dor da morte.
A dor da morte é certa, curta,
infalível e repentina,
traz a paz e o sossegar do morimbundo,
do enfermo, do desvalido.
Enquanto que a dor de viver é incerta,
imprevista, demorada e dolorosa...
...consciência viva, constante,
de uma natureza-morta..