Textos e poemas
-Tudo bem?
Ele perguntou e eu quis dizer que não. Quis dizer que só estaria bem depois que ele voltasse a bagunçar os lençóis da minha cama, os meus cabelos e a minha rotina. Que só estaria bem depois que ele voltasse a deixar bilhetes espalhados pela casa nos lugares mais improváveis para que eu achasse sem querer. Quis dizer tanta coisa que me afoguei nas palavras e sai sem responder o deixando pensar que eu não ligava mais, quando na verdade morria por dentro.
As vozes ecoavam por toda a casa. Todos comemoravam o amor deles, o amor dele. Estavam decidindo tudo em meio a risos e suspiros, decidiram datas, locais de viagens, marca do moveis, nome dos filhos. Ela? Ela saia calmamente sem nem ao menos ser notada, deixando que lhe decidissem a vida como sempre haviam feito. Subia os degraus de madeira deixando o vozerio para trás.
O segundo andar consistia em um longo corredor até a outra extremidade da casa, com uma infinidade de portas . O sol iluminava o fim do corredor o que somado a todas as portas fechadas, dava a ela a sensação de “luz no fim do túnel”. Luz! Para ela luz sempre esteve associado a liberdade. Nem ela sabia explicar o porquê disso.
Os passos, antes lentos e arrastado, iam ganhando velocidade a medida que o longo corredor era vencido. A luz toca-lhe a pele, a determinação toca-lhe a alma e o corpo toca o vidro. Eis que a liberdade vem acompanhada de estilhaços que lhe marcam a pele. Mas a alma, pulando enfim para a liberdade, não liga
Ela encontrava-se sentada na cadeira branca que tinhas os braços unindo-se as costas e havia colocado-a perto do aparador. A perna direita servia de apoio para o caderno enquanto a outra passava por baixo desta e as pontas dos pés repousavam sobre o móvel.
O lápis corria preciso sobre o papel. Os longos cabelos cor de cobre caiam de maneira desordenada sobre seus ombros e ela sorria sozinha à medida que o desenho tomava forma. Nem percebeu a hora passar e só deu-se conta do quão tarde era, quando os raios de sol iluminaram o desenho.
Sorriu mais uma vez ao olhar a obra agora pronta. Era ele. Deitado em sua cama, adormecido. Era só um desenho, um desejo. Apesar da perfeição dos detalhes, da maneira que a coberta enroscava-se na perna dele, da mexa fora do fluxo no travesseiro, ele nunca estivera naquela cama, nem em nenhum outro canto daquela casa a não ser dentro dela.
Ficou impresso nas paredes...Os risos, os sonhos,as promessas, as falas doces, os "Bom dia" e "Boa noite". Ficou impresso nas paredes as gargalhadas de todos, até o brilho que tínhamos no olhar está impresso na maldita parede. Está tudo lá. Nos cômodos, nos moveis,na rotina...
Mas também ficou impresso na parede os choros, os lamentos, os “Por quê?”. Também ficou impresso nas paredes cada magoa, cada decepção, cada vez que notamos que estava dando tudo errado e desmoronando. Ficou impresso nas paredes os gritos, as ofensas, os momentos de solidão acompanhada. Está tudo lá. Nos cômodos, nos moveis e na rotina.
No fundo ele é o mesmo menino que fugiu pela janela, que deixou marca de queimado no chão do quarto e que fingia ir dormir quando a vó mandava, mas continuava acordado.
É o mesmo menino que correu riscos por um amigo, que fez guerra de lama e que mesmo gostando da casa da vó, sentiu falta de casa.
É o menino que queria não magoar ninguém nem ser magoado, que se convenceu que todos irão machuca-lo e tenta estar preparado.
É o menino que se culpa por coisas que não estavam em suas mãos e sofre calado por isso.
É o menino que quer muito alguém que fique, quer alguém que o veja e não que só enxergue as mascaras que ele usa para falar com a maioria.
No fundo ele é o mesmo menino de antes e espero que ele saiba que isso faz dele um homem e tanto.
- O QUE VOCÊ QUER QUE EU FAÇA ANA?! – Ele perguntou aos gritos quando parou no meio da garoa que começava a se intensificar, obrigando-a a se virar para ele.
Ela entreabriu os lábios, mas as palavras não saíram e ela ficou apenas olhando a chuva ensopar os negros e curtos cabelos dele e os pingos que escorriam e lhe lavavam a face.
- O que você quer que eu diga? – Ele perguntou novamente, dessa vez em um tom extremamente baixo e com as mãos ainda segurando os braços dela, mas ela continuava sem dizer nada.
- Que toda vez que ela ri é a sua risada que invade meus pensamentos? Que toda vez que beijo a cabeça dela, que beijo o rosto dela…Toda vez que eu a beijo eu penso em você? Que aquele belo par de olhos negros parecem absurdamente errados quando me fitam de manhã cedo, pois meu único pensamento é que eles deveriam ser azuis? Seus olhos azuis. Quer que eu diga que é para você que quero dar colo? Que é em você que penso assim que acordo? Que todos os meus pensamentos antes de dormir são repletos de você? Que minhas palavras não fluem tão facilmente com ninguém além de você? Que não importa o quão ruim esteja o meu dia, dois minutos de conversa contigo e eu já estou rindo e fazendo piada porque você me traz uma leveza e uma paz incomparáveis? Que o que eu mais queria é que fosse eu o cara a te chamar de “minha”, mas não sou e isso me causa uma fúria enorme? Que eu te amo e que ninguém será capaz de fazer tão parte de mim quanto você? Eu digo Ana! Eu digo quantas vezes você quiser ouvir. Mas não me cobre coisas que você não fez. Não recrimine atitudes que você tomou primeiro. Eu estou aqui e sempre estarei. Aceitei o lugar que me coube e isso é mil vezes melhor do que não ter você de forma nenhuma, mas não me culpe por ter dado um pouco de espaço a outra pessoa.
… E vez ou outra apostaríamos corrida na chuva e entraríamos em casa molhando todo o tapete. Tomaríamos um banho quente, pegaríamos as canecas com cafe e começaríamos a rir antes mesmo de tomar o primeiro gole. As pernas estariam emboladas no sofá e o computador estaria tocando umas das musicas que vivemos mandando uma para o outro.
Apenas a luz da cozinha estaria acesa, para que a sala ficasse com uma meia-luz. Você mudaria de posição ao acabar o café e deitaria a cabeça no meu colo, fechando os olhos para logo pegar no sono.
Eu ficaria cantando baixinho as musicas que tocassem, mesmo com meu inglês ruim e mesmo sabendo que você certamente ouviria.
E eu finalmente velaria teu sono, como sempre prometi fazer…
Minha mente meio tórpida balança entre o agora e o talvez, absorvendo possibilidades que quase parecem lembranças de tão intensas sensações que experimenta.
Meu ser meio adormecido, tenta agarrar-se a dolorosas ilusões que aos poucos se desfazem e escapam feito poeira passando por entre os dedos.
Minha mente, agora lucida, castiga-me com memórias forjadas, desejos inalcançáveis e abre reais feridas.
Meu ser já tão cansado, entorpece-se mais uma vez e minha mente volta a balançar.
Naquela noite ela não passou correndo pela passarela como sempre fazia, ao invés disso parou e pousou as mãos no guarda-corpo e olhou os carros que passavam por baixo e em alta velocidade enquanto o vento gelado chicoteava sua face.
Pela primeira vez ela entendeu o porquê não gostava de alturas. Não era medo de cair, era vontade. O tremor que sempre percorria seu corpo e as mãos suando frio, eram na verdade o resultado da briga interna de pular ou não.
Um “E se…” ecoava dentro de sua cabeça. Já era tarde e não havia quase ninguém por ali, não haveria quem tentasse fazer algo. Uma leve inclinada para frente, apenas para olhar melhor a distância que lhe separava do chão.
Tão súbito quanto havia sido sua parada, ela se foi. Soltou as mãos do guarda-corpo e retomou o caminho que a levaria até o ônibus que precisa tomar para casa. Cair era realmente tentador, mas não dessa vez
Há uma infinidade de coisas que eu queria fazer e ter que aceitar que não poderei faze-las, é deveras devastador.
Eu queria faze-la rir convulsivamente de coisas idiotas todos os dias. Assim, por mais exaustivo que sua rotina tivesse sido, ela conseguiria esquece-la, ainda que apenas momentaneamente.
Eu queria tira-la da rotina. Arrasta-la comigo sem dizer para onde e na verdade, queria arrasta-la sem ter um lugar definido, só sair, olhar estrelas, sentir o vento. Os momentos insanos e não programados tendem a ser os mais memoráveis.
Queria provoca-la na hora errada. Talvez ela ficasse com raiva e me ameaçasse, mas sei que mudaria de ideia quando ficássemos a sós.
Queria por ela no colo toda vez que estivesse prestes a desabar e sussurrar em seu ouvido que tudo bem, que ela podia cair, eu seguraria o mundo dela enquanto isso.
Queria abraça-la forte quando estivesse tendo um daqueles pesadelos e cantarolar baixinho até voltasse a dormir aninhada em meus braços.
Queria ser o motivo da alegria dela, da paz dela, ser o que a faz levantar sorrindo todas as manhãs. Queria ser o que a tira do eixo e o que a traz de volta. Queria ser para ela tudo o que ela é para mim.
Há uma infinidade de coisas que eu queria fazer e ter que aceitar que é outra pessoas quem as faz, é deveras devastador.
Nove da manhã, os raios do sol entram pela janela e iluminam os pequeninos olhos claros com raios dourados. Elas os herdara dele, assim como os cabelos cor de mel, da mãe herdara os cachos e as bochechas saltadas.
Onze da manhã e ela corre, ao menos tenta, mas curtas pernas ainda cambaleiam levando-a em direção ao pai e arrancando risadas da mãe.
Duas da tarde e a tolha está esticada sobre o gramado, deitados sobre ela, ambos brincam com a pequena. Sorrisos, risos e olhares repletos de felicidade. E há quem diga que o paraíso não é aqui.
É fim de tarde e a maçaneta da porta de entrada gira, a casa vazia encontra-se na penumbra e ela entra sozinha.
Já é noite, a escuridão tomou conta e as luzes não foram acesas, não há risos nem conversas intermináveis, nem beijos e abraços. Tudo ficou em um futuro que não virá e ela está sozinha e ficará assim.
Acredite, ela preferia ser diferente. Preferia ainda ser capaz de sorrir por qualquer coisa, sorrir de verdade. Não aquele sorriso que ela ensaia todos os dias em frente ao espelho para poder fingir que esta tudo bem e preferia sair pulando em poças na chuva ao invés de sucumbir na tempestade dentro dela.
Acredite, ela ainda ama ver o sol nascer e dormir ouvindo as gotas de agua tilintarem no vidro da janela, ela ainda ama dar as mãos e girar no meio da rua, mesmo que isso pareça ridículo,ela ainda ama abraços apertados, sair andando de madrugada sem ter um rumo, só para olhar o céu estrelado. Ela ainda torce para chover enquanto você estão a pé e longe e casa só para poder correr com você na chuva, ela ainda ama cantar mesmo que desafinado e que sujem o nariz dela com a massa do bolo.
Acredite, ela se divertiria bem mais se a massa acabasse espalhada em vocês dois e por toda a casa do que dentro do forno.
Acredite, ela ainda ta ali em algum lugar, mas ela esta se afogando de forma lenta e não consegue voltar a superfície. Ela estica as mãos diariamente na esperança de que alguém veja e a salve… Porem é caos demais para saber lidar, se nem ela consegue imagina outra pessoa.
Acredite, ela entende, mas isso não tira a dor que ela sente por estar morrendo.
Visionário Solitário
Seria a mulher um objeto de submissão?
Seria o homem sem coração?
Seria o animal sem sentimentalização?
Seria o ser humano apenas exploração?
A natureza é exemplo de liberdade
E não temeridade.
Era de politicagem;
É o tal Antropocentrismo
Resultado de tanto Egocentrismo.
Pão e circo
Ciclo infinito.
Olha lá aquela mulher
Que engraçado ela está dirigindo um carro
Olha lá aquele homem,
ele está estendendo roupas,
como que pode?
E aqueles animais?
Que não estão sofrendo mais.
Mas que lugar estranho,
Será que é um sonho?
Não é não,
é a realidade
Que com o passar do tempo vamos conquistando a igualdade
E para isso acontecer,
basta estudarmos para nossa mente amadurecer.
Vamos todos florecer
E em um mundo novo viver.
- Luan Sousa e [K.F]
A MENINA
A menina daqueles olhos
Que me pediram refúgio
Daqueles olhares
Que me penetraram
Vi que ela tinha algo a mais
Erradiava uma doce paz
Dispertava uma excitante pertubação
Inciava uma breve paixão
Como era lindo seus trejeitos
E até seus defeitos
Não faziam mais diferença
Ansiava a sua volta,
Repudiava sua ida
Como eu a queria
Não imploro, mas a ela implorei
E jurei: que no nosso fim nunca pensei
E que tudo que eu falei
Foi sempre verdade
Menina, poderia ter ficado por mais tempo
Não deixado esse menino
Que não sabia o que é amor
Mais que tinha toda vontade do mundo de ti amar
Poderia ter vindo comigo
Alimentado esse sorriso bobo
Não me trocar por outro
Não ter me dito não
É menina,
Me fez enchergar o que eu não queria
E até com toda covardia
Pude falar, um sincero, eu te amo.
-A.L
DECLARAÇÃO
Olhe de novo no fundo dos meus olhos
Me veja chegando
E novamente sorria
Faça de mim seu maior desejo
Porque você já é o meu
Sabe aquele olhar
Ou então aquela respiração diferente
Sinta o mundo em uma só pessoa
E saberás que ama
Como eu te amo
Amar é um espaço infinito
Onde duas almas danças em nome delas mesmas
Amar é não senti mais razão no que é racional
É descobri, que está só já não é suficiente
Nem que as coisas mudem
Nem que tudo se transforme
Quero amá-la, e amarei
Por toda uma eternidade
É na inquietude dos teus braços que quero ficar
E nesse amor que quero permanecer
Se for vá, mas se quiser ficar...
Fique, pelo amor de Deus
Perto de você, tudo passa
Tudo é bom
Tudo é eterno
Pequenas coisas despertam grandes sensações
Grandes coisas como você dão sentido a uma vida
Eu quero amar, se amor for uma decisão
Eu quero amor nem que eu morra
Dê-me a mão
E venha
Com esse simplório garoto
De um complexo sentimento
Que te trarás tudo o que for bom
E isso não é promessa, é certeza
Fique comigo e saberás o que é o amor
Porque eu te mostrarei
Nem que custe minha vida
Nem que custe minha alma
Nem que custe tudo
Porque eu sem você sou nada
E tudo sem você não faz sentido
-A.L
EU TE AMEI
De repente
A paz pediu socorro
O amor agora odeia
A felicidade se tornou triste
O entusiasmo ficou quieto
O sorriso se fechou
Por que?
O destino me deu
E agora tomou
Por que?
Todo esse sentimento surgiu
Esse amor reluziu
Essa paixão em mim ficou
E agora?
O que farei sem você
Não responderei esses porquês
Não terei mais paz
Como fazer?
Pra tentar te esquecer
E não querer ver
Esses olhos fitando os meus
Será?
Se esse coração será o mesmo
Sem esse amor que é o seu maior desejo
Sem essa paixão que é sua vida
Não serei o amor da sua vida
Mas poderia ser
Você representou um todo
Que de mim fez parte
Essas perguntas não responderei
Mas o que sei,
Que com todas as forças, me dediquei
E que verdadeiramente eu te amei.
Que a vida nos separe
Mas que tenhamos a certeza de amar
E nunca percamos a vontade de viver
-A.L
INDEFINÍVEIS
Criamos esse conto romântico
Onde somos protagonistas
de um amor irresistível
de um surpreendente encontro.
Em você encontrei minha paz
E sem você nada sou mais
E agora estou sem saída
Por que entrou em minha vida?
Perdoe meus defeitos
Estou longe de ser perfeito
Mas foi eu quem te amou
E que talvez saiba verdadeiramente amar
Tenho medo de tudo que me desconserta
E de coisas que não tem fim
E não há infinito maior que se apaixonar
E nem quem me desequilibre mais do que você
Nossos olhares foram indecifráveis
E os beijos inesquecíveis
O romance breve
O sentimento eterno
Por favor, perdoe meus defeitos
Estou longe de ser o cara perfeito
Mas foi eu quem te amou
E que verdadeiramente sabe amar
Como conseguiu?
Me fazer sentir o que não quero
Desejar o que não queria
Amar o que nunca quis.
Não precisarei de mil anos
Ficarei somente o tempo suficiente
Para virar um dos seus sonhos
Para não sair mais da sua mente
Como nós, outros não existirão
Formamos um coração
E agora faz parte de mim
Como eu sempre pareci fazer de você
Mas um dia irei embora
Então vamos chorar
Só poderá lamentar
A falta do amor vivido
A ausência desse amor não planejado.
A falta do meu beijo vai gritar
Os fantasmas dos meus abraços te atormentarão
Então perceberá que esse coração
Lhe pertence, e que agora é impossível o buscar.
Então vamos perceber
Que as história de amor mais belas
Não são as de final feliz
São aquelas em que o amor morre
Porque todos sabem, que ele vai renascer.
E quando pensar em nós
Não visualize um fim
Porque sentimento assim
Não se acaba
Apenas da um tempo para recomeçar.
Siga sua vida
Mas nunca se esqueça
Que por ela passei, e que te amei
Em breve, minha presença morrerá
Mas em seus pensamentos viverei
Em breve, dos teus olhos me perderei
Mas em sua mente vou me encontrar.
Sem nada a oferecer e tudo a doar
Só posso agradecer e falar:
Obrigado por não ir
Obrigado por comigo estar
Obrigado por me fazer sentir
Obrigado, menina, por me amar.
-A.L
O HOMEM,O NÃO E DEUS
O homem não quer Deus
Quer esperança, imortalidade
Tem medo da verdade
Da desilusão de só ter a morte.
O homem não acredita em Deus
Quer acreditar que é importante
Que é alguém diante
Do bem finito que é a vida.
O homem não busca Deus
Procura redenção
Alívio para o seu coração
Que teme viver sem motivos.
O homem não precisa de Deus
Necessita de motivos para continuar
Para tentar justificar
Sua mísera existência.
O homem não vê a realidade em Deus
Acredita no que é mais fácil
Inventa a verdade
Por que nada, consegue explicar
O homem não sabe quem é Deus
Mas tem certeza que ele o ama
E a sua hipócrita subsistência
Tem uma razão para persistir.
O homem não gosta de Deus
Gosta de ser o que não é
Viver como quiser
E depois ir para o céu
O homem criou Deus
Por que sabe que é incapaz
De se compreender
E fazer algo amais
Do que viver
Sua desnecessária existência.
-A.L
O AMOR
O mundo divide-se em linhas unilaterais
E pergunto: onde estará o amor?
Olho de novo, olho para dentro de mim
E vejo que ele dentro de mim não está
O amor, encontra-se em um reduto
um reduto inconfessável
Onde homens não entram
Apenas observam por fora
Acontece que aprendemos a aprisiona-lo
E quando entramos nesse reduto
Corremos sendo chamados por outros homens
Para o amor
Qualquer silêncio é inquieto
Pequenas ausências são uma eternidade
Pouco não satisfaz
Para o amor
Vida e morte são detalhes
Ódio é frágil
Medos são corrompidos
A covardia traz coragem
Para o amor não existe ponto final
Existem capítulos
Prontos para progredirem ou recomeçarem.
-A.L
QUEM NOS TORNAMOS?
Surpreendente mundo
De surpresas más
Corações duros
Nos quais nunca haverá a paz
São homens que se escondem
Que nunca verão uns aos outros
Não importando aonde andem
As pessoas sempre vão querer
O que nunca conseguirão
E sempre falar e exaltar
O que jamais serão
A todos que o silêncio fala
A quem o incompreensível quiser
Nunca desista da sua luta
Sempre busque quem realmente é
Só agora vejo, que algumas coisas são fúteis
Que sempre fomos inúteis
Que ninguém nunca foi
O que almeja ser
Talvez, somos apenas ignorantes
Que desconhecem o que há por vir
Que não entendem o que vem antes
Que apenas não sabem para onde ir
Talvez nunca fracassamos
Talvez nunca erramos
Talvez, nunca fomos nós
-A.L