Textos e poemas
Beira Mar
No vazio das ruas
Busco encontrar Alguma Paz
O Silencio Dos Carros Diz:
Que ainda Existe algo a mais
Nos Becos, Nos Cantos, Nas Praças
No mercado Central
Nas Mentes, Nas Mãos
Daqueles que Planejam o Mal
No Vazio das Ruas
Eu Perco a Noção
Caminho as duas
Com Uma Pedra Na Mão
O Vento, O Céu, A Ponte
Por Do Sol No Mar
Na Vida, Na Morte
De Quem quer Encontrar
Quem sou eu?
Quem eu quero Imitar?
E Porque Fui te Procurar..?
Não Precisa Falar
Fujo de volta Pro Meu Sonho a Beira Mar
Amor Maior
Nada pode ser tão doce quanto sentir alívio no meu coração,
saciar a minha angústia, me esquecer do medo, então
As algemas do pecado e as ameaças da morte não me alcançarão
Fui comprado,
Fui marcado,
Fui chamado pra vencer
O amor de Deus é maior
O amor de Deus é bem maior que de uma mãe
Nada pode ser melhor, nem se compara ao que já tem, é o afeto do pai
O amor de Deus é maior
O amor de Deus é bem maior que de uma mãe
Nada pode ser melhor, nem se compara a este amor, é o afeto do pai
Oh Dia Feliz
Oh dia feliz(Oh dia feliz)
Oh dia feliz(Oh dia feliz)
Quando Jesus lavou(Quando Jesus lavou)
Oh quando ele lavou(Quando Jesus lavou)
Oh quando ele lavou(Quando Jesus lavou)
Levou meus pecados para longe(Oh dia feliz)
Oh dia feliz(Oh dia feliz)
Ele me ensinou como (oh, Ele me ensinou como)
Para ver (para lavar,para lavar)
Lutar e orar (para lutar e orar)
Lutar e orar!
E viver louvando
Todos os dias, todos os dias!
Dia feliz
Jessus te amo !
Essência
Cada lágrima derramada vai valer a pena
Na tua presença, oh deus
Tu és meu conforto em meio à aflição
Buscando tua vontade,
Olhando para o mais alto monte,
Crendo nas tuas promessas
Num quarto escuro,
Sozinho no mundo,
Sem visão do futuro
O senhor faz raiar a luz
E ao caminho conduz
A essência da sabedoria,
Que transforma a dor em alegria
Eu vejo um milagre acontecer
Na manifestação do teu poder
É o sobrenatural no mundo real
E do mais alto monte eu posso ver
Que nada pode me deter,
Pois tua graça e o teu amor
Vão me guiar
CANTATA 147 DE J.S.BACH
JESUS, ALEGRIA DOS HOMENS
TRADUÇÃO LIVRE DO TEXTO
Texto
A maior parte do texto usado na cantata 147 é de Salomão Franck, enquanto os textos originais do 6º e 10º movimento foram escritos por Martin Janus em 1661. O texto do 10º movimento é inspirado no versículo bíblico que cita:…no Teu nome e na Tua memória está o desejo da nossa alma.
(Cântico de confiança na proteção Divina)[3]
Coração e boca e atitude e vida
1. Coro
Coração e boca e ações e vida
Devem dar testemunho de Cristo
Sem medo nem hipocrisia,
Pois ele é Deus e Salvador.
2. Recitativo (tenor)
Bendita boca!
Maria dá a conhecer o íntimo de sua alma
Com gratidão e louvores;
Ela desata a falar, espontaneamente,
Das maravilhas que o Senhor operara
Por meio dela, sua serva.
Ó raça humana,
Escrava de Satanás e dos pecados,
Tu és livre — através da manifestação viva de Cristo,
Desse fardo e dessa subserviência.
Contudo, tua boca e tua índole rebelde
insistem em negar tal bondade.
Não te esqueças, pois, que, segundo as Escrituras,
Um terrível julgamento te espera.
3. Ária (contralto)
Não te envergonhes, ó Alma,
De confessar teu Salvador,
Para que ele possa chamar-te noiva
Perante a face do Pai!
Porquanto aquele que sobre a terra
Temerariamente o renega
Será por ele renegado,
Quando ele vier em glória.
4. Recitativo (baixo)
A obstinação cega os poderosos,
Até que do seu trono os lance a mão do Altíssimo.
Esta mão porém se erguerá,
Ainda que diante dela trema a esfera terrestre,
Em favor dos mansos e dos humildes,
Os quais serão salvos.
Ó cristãos bem-aventurados,
Ide, preparai-vos,
Pois é chegada a hora oportuna,
Pois é chegado o dia da redenção;
Vosso corpo e espírito,
O Salvador quer revesti-los com os dons da credulidade.
Ide, invocai-o com lúbrico desejo,
A fim de o acolherdes firmes na fé!
5. Ária (soprano)
Prepara, ó Jesus, ainda hoje, a tua vinda!
Cobre os recônditos do coração, da alma,
E contempla-me com os olhos da graça.
6. Coral
Bem-aventurado sou, porque tenho Jesus.
Oh, quão firmemente eu o seguro,
Para que traga refrigério ao meu coração,
quando estou triste e abatido.
Eu tenho Jesus, que me ama
e a si mesmo se entregou por mim.
Ah! Por isso não o deixarei,
Mesmo que meu coração se quebre.
7. Ária (tenor)
Ajuda-me, Senhor, ajuda-me a reconhecer-te
No bem e no mal, na alegria e no sofrimento,
E que eu possa chamar-te Salvador
Com fé e serenidade;
Que meu coração arda sempre de amor por ti.
8. Recitativo (contralto)
A mão forte do Altíssimo age
Até nos confins da terra.
João deve encher-se do Espírito:
Já no ventre de sua mãe
Envolvem-no os laços do amor,
E o fazem conhecer o seu Senhor,
Embora ainda não possa nomeá-lo;
Ele se agita, pula, salta,
Fazendo que Isabel confesse um milagre,
E que dos lábios de Maria brotem cânticos de alegria.
Ó Justos, se vós percebeis a fraqueza da carne,
E tendes vosso coração ardendo,
E contudo vossos lábios ainda não professam o Redentor,
Deus vos dará forças,
E alevantará o poder do espírito em vós,
Para que com júbilo e louvores o exalteis.
9. Ária (baixo)
Cantarei os prodígios de Jesus,
E levarei até ele a oferenda dos meus lábios.
A minha carne frágil,
Subjugará ele, pelo seu próprio amor,
E a minha voz mundana,
Mediante o seu fogo sagrado
10. Coral
Jesus continua sendo minha alegria,
o conforto e a seiva do meu coração
Jesus refreia a minha tristeza,
Ele é a força da minha vida
É o deleite e o sol dos meus olhos,
O tesouro e a grande felicidade da minha alma,
Por isso, eu não deixarei ir Jesus
do meu coração e da minha presença.
Imagine um mundo bem diferente desse. Não, não é simplesmente porque o céu tem outra coloração ou a fauna e a flora são diferentes. Imagine um lugar... podemos dizer corrompido? Acho que corrompido é uma boa palavra. Um lugar caótico onde a principal força reguladora foi destruída. Um lugar único em todo o multiverso, um lugar que conseguiu destruir a morte. Não é tão doce quanto se pensa, há o mais básico dos perigos de se matar algo tão poderoso, mas há efeitos ainda mais imprevisíveis.
Imagine um lugar onde nada morre: toda criatura vaga por aí, sendo devorada e se reconstruindo, quase nunca de forma totalmente igual a anterior. Doenças não sumiram, pelo contrário: sem a morte para levar embora bactérias, doenças são mais comuns que nunca. Ferimentos crônicos sem esperança de alívio, traumas, fantasmas metafóricos de passados para sempre assombrando os vivos. Esses são os efeitos básicos de se lidar com isso. Há coisas ainda piores em antagonizar a morte, coisas que poucas pessoas pensam.
Imagine que a Morte também é responsável por manter a sanidade de um dado local. Não de seus cidadãos, mas do local em si. Imagine um mundo onde som, luz e cheiro se misturam, onde as rosas gritam cores e cada segundo que se mantem os olhos abertos, se ouve os gritos das cores. Imagine um mundo onde sons despertam sabores, memórias e reações do corpo. Onde a própria luz do sol esmaga, acaricia, estapeia, queima e congela ao mesmo tempo. Onde todas as cores pulsam com vivacidade impar, onde todos os cheiros são tão fortes que queimam imagens estranhas na retina. Isso também não é o pior em se retirar uma das forças reguladoras do universo de um dado local.
O pior são as mutações. Criaturas ainda caçam, homens ainda guerreiam; a imortalidade não acabou com conflitos e instintos básicos dos viventes. Felizmente, após ferimentos as pessoas se consertam sozinhas, ninguém sabe de onde vem a massa extra necessária para repor membros e ninguém quis realmente se preocupar com isso, afinal, a cavalo dado não se olha os dentes. O problema é que isso era um cavalo de Troia.
O que era reposto era, quase sempre, ligeiramente diferente do original. Talvez os dedos de uma mão fossem mais juntos, talvez uma das pernas tenha joelhos voltados um pouco para o lado... isso não importa, né? Não, provavelmente não importa ao curto prazo. Não interessa se, depois de algumas regenerações todos acabassem com estranhos tentáculos preênseis no lugar de braços ou com estranhos rostos ovalados, sem olhos e de longas bocas, ainda estavam vivos. Ninguém se importava se os animais estavam ficando cada vez mais ferozes, loucos e destruidores, a morte não era permanente. Que se danasse que o próprio universo estivesse virando uma grande massa cancerosa, que a biologia da humanidade estivesse completamente diferente e que cada criatura naquele universo se tornara uma aberração lovecraftiana. Ainda estavam vivos. A mutilação e seus corpos, a corrupção de suas essências, a violação de seus sentidos... tudo isso era um preço pequeno a se pagar, não era?
Não era?
Não?
"Bom" Zaratrusta começou "O que vocês chamariam de multiverso, nós chamamos de universo, o que é, para vocês, o universo, nós chamamos de realidade."
"Interessante, mas ainda não sei a razão de vocês lutarem pelo controle das realidades. Quero dizer, há espaço o suficiente pros dois lados, não?"
Zaratrusta sorriu de forma triste e ficou de pé, saindo de cima da minha pia, onde estava sentado. Estava vestido com uma camisa de um roxo escuro e calças jeans. Era negro, alto, forte e com o cabelo raspado baixinho. Ele veio andando até mim e sentou-se ao meu lado na mesa onde eu comia pão com mortadela.
"Havia mais do que espaço necessário para capitalistas e comunistas no mundo, não? Bom... não, mas deixa pra lá. A coisa é que precisamos fazer isso, nós estendemos proteção junto com a nossa influência. Se alguns milhões morrem no processo para salvar trilhões, todos consideram um preço justo. A metáfora da guerra fria que eu tentei fazer ainda a pouco..." ele parou, se pôs para trás na cadeira e me avaliou. Zaratrusta inspirou fundo e com bastante pesar na voz, voltou a falar. Ainda mais devagar do que o normal. "Bom, digamos que nós e nossos rivais discordamos do que fazer com as sociedades sob nosso controle. Como travar uma guerra está fora de cogitação porque destruiria o que queremos proteger, nós lutamos através de vocês."
Aquilo ainda não fazia sentido. Eles tratavam uma guerra como se fosse um jogo. Zaratrusta havia tentado explicar sobre as tradições e que esse era o jeito que imortais lutavam, mas ainda assim era difícil para mim de engolir isso. Levantei-me e fui beber uma água. Fiz isso mais para conseguir tempo para clarear a cabeça do que por uma sede real. O sistema de guerra deles era espalhar pilares pelo mundo e lutar para roubar todos os do adversário enquanto mantem os seus.
Depois de beber minha água, virei para encarar Zaratrusta e perguntei as duas coisas que mais me interessavam no momento. "Por que envolver-nos e por que eu tenho que me meter nisso?"
"Sua realidade, criatura. Se nós fossemos você, nos sentiriamos honrados em ter participação em um evento tão importante. Escolhemos você a esmo e ao acaso, assim como todos os outros..." Os olhos dele brilharam como alguém que tem um súbito entendimento e ele soltou uma gargalhada "Você achou que fosse algum tipo de escolhido? Um semi-deus ou coisa parecida? Ai, Deus... sempre assim. Não importa a realidade, esse clichezinho de 'O Escolhido' está sempre presente na humanidade!" Ele ainda estava tentando controlar o riso quando eu perguntei
"Tá, mas você ainda não respondeu por que incluir a gente e não simplesmente lutam vocês."
"Nós não lutamos, vocês lutam com nossas armas, nós simplesmente julgamos e avaliamos a luta. Se a maioria lutar por nós, o outro time manda soldados de outra realidade. Se a maioria lutar por eles, retiramos os que nos querem dessa realidade e enviamos soldados-tributo de outras realidades para essa. Vocês lutam, como já falei, porque não podemos lutar aqui, e porque isso conta como treinamento para uma guerra ainda maior que estamos lutando no momento e na qual talvez venhamos a precisar de vocês"
"O quê?"
"Se preocupe com a sua realidade, primeiro. A Guerra Ominosa está bem longe daqui, agradeça a nós por isso. Se preocupe em ganhar para nós e manter sua cultura do jeito que está."
"Não posso lutar pelo outro lado, já que tenho que lutar?"
Zaratrusta sorriu. Ficou de pé, colocou o braço nos meus ombros, como um meio abraço e falou com um toque pequeno de orgulho na voz. "Sabiamos que escolhemos certo. Você pode lutar por nós, pelos Celestiais ou mesmo não lutar. Esse é o livre arbítrio, cara!"
"Outra coisa que não entendi. Se vocês são os bons, por que se chamam de Anátemas e a eles de Celestiais?"
"Ah, isso? Isso é porque nós nos separamos das regras originais por causa de vocês, nós achamos que vocês tem que manter a própria cultura e nos pagar apenas com um sexto da população para exército e armas a cada 150 anos. Os Celestiais querem todos vocês como escravos e soldados. Coisa boba, nós sabemos. Não importará depois da Grande Reunião, mas até lá, achamos que vocês não vão gostar muito."
"Como eles convencem outros a lutarem por eles? Eles estão convencendo pessoas a lutar pela própria escravidão?"
Nesse ponto, Zaratrusta tirou o braço de mim e voltou ao lugar, parecia pensativo. Sentou na cadeira e olhou no fundo dos meus olhos.
"Eles simplesmente prometem uma posição de poder durante o governo Celestial, além de imortalidade como a nossa. Eles condenam trilhões e trilhões de vidas a uma condição miserável, não por um objetivo nobre, mas pelo conforto... pelo próprio conforto! Sempre houve e sempre haverá indivíduos assim. Isso nos dá nojo" Ele quase cuspira as últimas palavras, tamanha era sua raiva
Zaratrusta estava me enviando para matar gente e começar uma guerra em escala mundial, acabou de falar que queria, a cada 150 anos, no mínimo 1 bilhão de pessoas para morrer em uma guerra que não era exatamente nossa que será lutada através do universo e falava com bastante naturalidade sobre matar bilhões ou deixar que bilhões morressem, mas parecia sinceramente ofendido, chocado e até surpreso por achar que alguém seria capaz de quase tudo para poder subir na vida.
Resolvi ir até ele e sentar-me. Cruzei os braços apoiando o cotovelo na mesa e abaixei minha cabeça, pensando na estranha criatura ao meu lado, na mesa. Ele tinha uma mente um tanto estranha para um humano, o que ele justificara dizendo que não era humano, simplesmente estava tentando imitar nosso comportamento. Distraía-se facilmente; olhava fixamente para coisas brilhantes, como lâmpadas, fogo do fogão ou para o sol, para depois olhar para baixo rindo enquanto a imagem queimada em sua retina sumia e parecia achar estranho a posição de seus membros, esbarrando em alguns lugares com os braços, calculando mal a distância entre ele e o que quer que ele quisesse pegar e as vezes simplesmente parando e olhando fixamente para a pessoa antes de falar o que quer que fosse. E seu irritante habito de se referir na primeira pessoa do plural, o que confundia bastante se ele estava se referindo a si como indivíduo ou a sua espécie.
Zaratrusta,a tal da Guerra Ominosa, a Luta pela Realidade, o Grande Jogo, que era como ele chamava a guerra pelo universo... tudo isso fora entregue para mim de uma vez só. Era difícil de engolir. O fato que lutaríamos em escala global com armas de seres de além do universo pelo direito de sermos livres, o fato que eu fui escolhido como um dos líderes apesar de não ter peso político nenhum, o fato de que, após essa guerra, ainda lutaríamos outra, que seria travada através do universo... tudo isso me fez sentir a pequenez de uma formiga ante uma montanha.
Levantei a cabeça e vi os olhos de Zaratrusta olhando para mim. Dessa vez não havia traço de seu sorriso no rosto e ele parecia bastante assustador, com seu olhar fixo e sua boca grossa e pequena se apertando. Permaneceu me fitando durante quase um minuto antes de falar.
"Amanhã nós apareceremos para líderes deste mundo por todo o globo. Daremos a eles nossas condições e, a partir daí, eles terão um mês para decidir se lutarão por nós ou contra nós no Grande Jogo. Se você lutar por nós e seu mundo contra nós, te evacuaremos, caso contrário, você ficará e lutará pela sua realidade e por nós"
Ele se reclinou em minha direção, seu rosto bem perto do meu. Ele não respirava. Congelou nessa posição por mais um bom tempo me olhando nos olhos antes de falar.
"Conosco ou contra nós?"
Eu não me mexia, não havia nada me impedindo, não havia nada que segurasse meu olhar nos olhos dele, mas eu não conseguia desviar. Eu ainda fitava aqueles olhos negros, profundos. Os olhos dele eram como duas bolas negras de vidro. Como brilhavam!
"Eu lutarei por vocês... eu lutarei por vocês"
Zaratrusta sorriu, pôs as mãos em minhas bochechas e gargalhou alto. Ele tirou as mãos de mim, se levantou e se afastou, falando rapidamente e com bastante energia e alegria.
"Sabíamos que era uma boa escolha, disseram para nós: 'Não sabeis escolher, Guanapará. A vossa criatura é pequena e magra demais.' 'Sim', nós retrucamos, 'mas não se ganha o Grande Jogo com força bruta. é necessário convicção para jogar'. Você tem convicção, criatura! Ligue sua televisão amanhã e veja como todo o seu mundo vai mudar, não com um estrondo e sim com um sussurro."
"Zaratrusta, o que é um Guanapará?"
"Ah, nosso nome... bom, é o mais próximo que uma boca humana vai conseguir chegar dele. Preferimos Zaratrusta. É um nome importante na história de vocês. Por um descuido de um de nós, esse homem viu uma realidade onde o Jogo era jogado. Pensamos ser... achamos que a palavra é poético, que esse seja o nome pelo qual atendamos enquanto somos um dos Valetes desse Jogo."
Fiz um som de concordância e o segui para minha sala. Ele ia em direção a porta, ainda falava alegremente.
"Então, criatura, veja-nos amanhã em nosso grande dia. Veja-nos ao lado de um dos celestiais. Seremos os responsáveis por tentar pedir auxílio ao seu país. Depois disso, virão buscar-te aqui por um pedido nosso. Não saia de casa, sim?"
Ele já tinha aberto minha porta quando finalmente calara a boca. Olhou para mim como se não tivesse certeza de como se despedir ou do que fazer no momento seguinte. Ainda me olhando nos olhos, fez um gesto como quem diz "e agora?"
"Zara, posso te pedir um favor? Não me chama de criatura, tenho nome"
"Ah, sim... sentimos desculpas." Ele disse sem parecer se importar nem um pouco. "Quer que usemos teu nome, sim?"
"Sim, por favor. Não se importa se eu te chamar de Zara, né? É menos formal que Zaratrusta... e já que você escolheu ser o meu... aaarrnh... valete? Valete o nome?"
"Sim, valete. Ajudante, guia, auxiliar. Valete" ele falou isso rapidamente sem pontos ou vírgulas.
"Ok... já que você vai ser meu valete, acho que é bom sermos um pouco informal um com outro, há algum problema nisso?"
"Não. Pode me chamar de Zara se quiser, Talisa" Ele disse, andando rapidamente pelo corredor do prédio e virando na escada para cima. Resolvi que era loucura demais para um dia e fui para meu quarto tentar dormir ainda com toda aquela muvuca de informações gritando na minha cabeça.
Nem Cinco Minutos Guardados
Teus olhos querem me levar
Eu só quero que você me leve
Eu ouço as estrelas conspirando contra mim
Eu sei que as plantas me vigiam do jardim
As luzes querem me ofuscar
Eu só quero que essa luz me cegue
Nem cinco minutos guardados
Dentro de cada cigarro
Não há para-brisa pra
Limpar, nem vidros no teu carro
O meu corpo não quer descansar
Não há guarda-chuva (não há guarda-chuva) contra o amor...
O teu perfume quer me envenenar
Minha mente gira, (minha mente gira),
Como um ventilador
A chama do teu isqueiro quer incendiar a cidade
Teus pés vão girando igaul aos da porta -
estandarte
Tanto faz qual é a cor da sua blusa
Tanto faz a roupa que
você usa
Faça calor ou faça frio
É sempre carnaval no Brasil
Eu estou no meio da rua
Você está no meio de tudo
O teu relógio quer acelerar,
Quem apressar os meus passos
Não há pára-raio contra o que
vem de baixo ...
Aforismas circulares com o filósofo Sidnei Wagner de Justinopolis e Caetano Trindade de Cipotanea
O país está numa eterna Sexta feira da paixão. Ressuscitar carece. Sair das tumbas sociais como baratas escapando da cova.
Dioniso não é só o deus do vinho, também o santo protetor das baratas.
Não estar errado, é a loucura da razão. Estar certo é a razão da loucura.
Caso queira ver, veja Deus.
A filosofia da ocupação. O que é ocupar? O que é o que é?
Como é o ocupar?
As baratas tem antenas afiadas, amofinados em livros, corta letras e comem. geram trocos de bostas na gramática marginal.
Por que um porquê junto e um porquê separado?
Por quê?
Loucura tem assento ou aposento? Isto é pre-ocupar-se com a gramática. A filosofia é clara e circular. Ocupem-se.
Olho a porta aberta e descubro na presente porta aberta para o lúdico.
Agora não é lula
Agora não é peixe
Nem cardume.
Agora são as baratas.
Porque lula assim, porque lula assando, isso é com vocês.
Perdoe-nos os turvos de espírito e mesquinho de conhecimento.
Abrir o bueiro é abrir a privacidade das baratas. Cuidado, estamos saindo.
O ponto final extenso é o ponto marginal.
Tem horas que eu falo comigo mesmo, não tem ninguém em casa
Saudades de uma época que nunca vivi
Essa tempestade que hoje vi nascer
Numa tarde vi anoitecer
Momentos em que é melhor ficar calado
Desejos já me deixaram culpado
É triste nascer e não saber
Se você verá o anoitecer
Se eu pudesse voltar atrás
Se eu pudesse não te querer mais
Se eu pudesse comandar
O exército de um homem só
Inventar um sorriso
Viver sozinho
Sair do sombrio
Encher o vazio
Se eu pudesse não fingir solidão
Se eu pudesse ter os pés no chão
Se eu pudesse despertar
O meu exército de um homem só
Corpo
Te possuir não é caçar teu ser
Não é querer me ver num zás de firmamento
Também não é a mim que busco quando assim pareço
saquear
Não tenho onde guardar teus ritos pessoais, segredos e
diários
Não sou de outro país, não vim te raptar
Guerreiro ou mercenário
Não quero decifrar sinal algum repetido em teu
discreto riso
Não posso te soprar a febre de algum sonho, inferno ou
paraíso
Só quero o teu corpo, quero te dar o meu
A tua alma guarde pra se entender com Deus
Ou não, quero o teu corpo
E dentro dele o coração
E dentro dele o coração
SIMONE
Dois caminhos, uma chave,
Um estranho, uma porta errada
E eu que pensei que estava a um passo do amor
A vida correndo e eu aqui,
Você era mestre eu aprendiz
No tempo em que solidão andava lá fora
Eu vi o passado voltar,
Depressa pra me machucar
Mas não é medo é só saudade
Que invade e faz morada até
(Refrão)
Esse tempo longe me fez ver
O quanto o amor da gente é bom
E se fica tarde eu pego telefone e ouço o som
Que vem da sua voz, tá de manha
Até
Esse tempo longe me fez ver
O quanto o amor da gente é bom
E se fica tarde eu pego o telefone e ouço o som
Que vem da sua voz, tá de manhã
A vida correndo eu aqui
Você era o mestre eu aprendiz
No tempo em que a solidão andava lá fora
Eu vi o passado voltar
Depressa pra me machucar
Mas não é medo é só saudade
Que invade e faz morada até
(Refrão)
Dois caminhos, uma chave
Um estranho na porta errada
EU COMIGO AQUI E AGORA
Amar o que eu sou,
Todo indivisível que constitui o ser
e o acontecer do meu corpo,
no espaço e no tempo...
Amar as coisas que eu estou fazendo
e o modo como eu as faço...
Amar as minhas limitações, como amo as minhas possibilidades...
E nos meus acertos e erros, amar o projeto que vai se transformando em obra no trabalho da construção de mim mesmo.
Amar-me como eu estou aqui e agora, vivendo a vida simplesmente, naturalmente, com o ar que eu respiro, o chão que eu piso, as estrelas que eu sonho...
Às vezes gostar de mim é um desafio, uma prova de fogo que revela se eu realmente me amo, ou apenas finjo amar-me...
Gostar de mim na perda, quando a vida me fecha uma porta, sem nenhum aviso ou explicação...
Gostar de mim quando erro, quando fracasso, quando não dou conta,
quando não faço bem feito
e ainda encontro quem me critique ou zombe de mim por eu ter sido apenas
o que sou:
- limitado, vulnerável, imperfeito, humano.
Gostar de mim no fundo do poço,
cabeça a mil, coração a zero,
e ainda assim ser capaz de ouvir
e respeitar as referências do meu próprio corpo como um amigo fiel, atento e carinhoso...
Eu me relaciono com as outras pessoas do mesmo modo como eu me relaciono comigo...
Se eu me amo, não sei te odiar...
Se eu me odeio, não sei te amar...
Se eu me desprezo, não sei te respeitar...
Se eu me respeito, não sei te desprezar...
Como eu te aceitar, se eu me rejeito?
Como eu te rejeitar, se eu me aceito?
Celebro no amor a mim mesmo o nascimento do amor pelo meu próximo!
GERALDO EUSTÁQUIO DE SOUZA
Cristalino
Ele,
intenso rio.
Passa com força levando tudo
cantando alto
batendo e desenhando pedras
Mas passa...
Nenhuma gota para trás
deixando
Ela,
parte dele.
Amor eterno
único rio onde deseja
banhar-se
Ela para Ele:
A temperatura, a profundidade, a pureza, e a qualidade das águas deste rio....
Ele para Ela:
A transparência necessária.
Dois rios dando vida às suas vidas
e o Amor é tudo,
finalmente.
Lúcia Gönczy e Thiago Poli*
sensação de impotência ,
desespero da alma ,
olhos lacrimejantes ,
fraqueza nas pernas ,
coração disparado ,
sentimentos estranhos ,
eu não escuto nada ,mais tem um grande barulho ,
uma voz me dizendo alguma coisa
pedindo perdão ,dizendo que me ama
e ao mesmo tempo falando que não,
não a mais esperança ,o sentimento foi pouco ,
não mudou as estatísticas!
fugindo de mim mesmo ,
me escondo dentro do vazio que me sobrou.
da alegria de outrora ,fico pensando ...
toda nuvem negra traz algo de bom
mais toda coisa boa dura o bastante,
pra ti fazer chorar mais pra frente.
e se seus sonhos são ignorados;
alguém te espera do outro lado?
o coração se parte ao ver sua partida
e mesmo assim perco as contas
do tanto que te quero !
tenho medo do que sinto
pois não sei com exatidão ,
esse sofrimento me corrói !
com teu semblante a despertar
todas as manhas quando acordo ,
sei que foge de mim !
dizer fique !!!
se ao menos pudesse ler meu pensamento ,
deixaria de ser sonho
tudo que planejei
e foi jogado ao vento!
Feito a Dois... Meu melhor
Enquanto houver você do outro lado aqui do outro eu consigo me orientar a cena se repete, a cena se inverte
enchendo a minha alma daquilo que outrora eu deixei de acreditar...
Com algo q purifica . Me enchendo de esperança, sempre com uma sintonia impressionante, e assim cada dia vou te descobrindo,..Tens um dom de arrancar de mim, aqlo q sempre busquei: o meu melhor.
Só enquanto eu respirar
Vou me lembrar de você
Só enquanto eu respirar.Terei aquele seu sorriso apaixonante...
XVI
E mesmo assim travado procuro uma forma
De expressar meus sentimentos por você
Até por que às vezes não é necessário muito
Para que todos percebam isso
Basta um gesto seu e tudo ao meu redor muda.
Meus olhos brilham mais e não há luz que os superem
Até mesmo contra o mundo
Mas acreditando no nosso amor
Amor esse que nos defende de tudo
E enquanto acreditar nesse amor
Lutarei com todas minhas forças para
Que nada nos separe
E que sejamos felizes sempre lado a lado
E que sejamos felizes bem mais que a eternidade
Para que não haja saudade exata
A espreitar a vontade louca de estarmos juntos
E desfrutar de momentos simples
Que a cada dia ficam perfeitos
Pois estou ao seu lado
E ao seu lado quero estar sempre
Com amor, carinho e respeito
Amo você até que o tempo nos separe...
Até que o tempo se acostume com esta realidade
De um Amor tão simples e tão longe do mal
É capaz de sobreviver muito mais que ele mesmo
Amo você.
Esse brilho no olhar
Essa mão sempre estendida
Que me trouxe para a vida
E que me ensinou a orar
O aconchego dos seus braços
Esse amor que não tem fim
Eu sou um pedaço dela
Ela faz parte de mim
Ela me pegou no colo
Me aqueceu na noite fria
Me acordou cada manhã
Com um sorriso de alegria
É a flor mais perfumada
É a noite enluarada
É o sol de cada dia
Mãe eu te amo
Mãe eu te quero bem
De costas é uma menina
Já pela frente, eu reconheço
Ela é verdadeiramente mulher
Sorriso Meigo e Aberto
Sincera calma, e amor nos olhos
Já duvidou que eu vou ao Rio
Mas se até o Redentor me conhece ...
É a fisionomia do por do sol sem azul
Alegria sem se conter o desejar
Desejar sem se conter a alegria
Conter mas alegrar o desejo
Uma vez é muito menos
Falar sem esconder a calma
Ela é luz transbordando em alma
Ela é cor revelada em paisagismo
Véu da noite banhado ao claro luar
Contra reflexo mergulhando num espelho
De mais profunda belezura
É o desperte carinhoso da manhã
Toda beleza planejada em um ser
É a matéria calculada em decrescia
É o pleno em encaixe simétrico
O poema mais fino e delicado
Ao poeta declamar.
O sorriso dela me prende
Quando me olha, me faz tremer a base, mas só ela me entende
O seu olhar tirando do sério, na boa, fazendo cara de mistério
Me congela mas não mata, assusta, mas não apavora
E eu perco o sono, lembrando qualquer besteira a qualquer hora
O seu sorriso, mastigando por inteiro o meu corpo
Queimando os meus sentidos, fazendo mãos e braços
Eu perco a compostura, e o nome dela eu nem consigo lembrar nessa hora
Só você me deixa e me livra desse medo que me apavora
E eu fico olhando ela pela imagem das janelas de vidro
Tentando pensar em como, em quando, em onde
Como eu faço pra te olhar nos olhos sem medo
Quando eu posso parar de te imaginar em segredo
Onde eu fico a imaginar essa história no meu pensamento
E quando você estiver perdida, vez após vez eu te encontrarei
Se você cair, eu te darei a mão pra te levantar, seja o tempo que for