Textos de Tristezas

Cerca de 4256 textos de Tristezas

À DERIVA

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Sinto como a tristeza deságua na gente;
como chega serena feito rio raso;
traz a mágoa escondida numa bolha sonsa;
uma lente que abafa meus olhos pro dia...
Esta minha tristeza me abraçou de leve,
mas trancou seu abraço em silêncio profundo,
fez o mundo perder a profusão de cores
e a graça que os olhos procuram em tudo...
Só me cabe sentir sua enchente morosa,
ver a rosa fluir no seu transbordamento,
dar os olhos ao vento e não pedir de volta...
Quase alegre de triste recolho as vontades;
perco as minhas verdades e nem sei mentir;
deixo ir... deixo ir... deixo ir... deixo ir...

Inserida por demetriosena

FICAR SEM VOCÊ

Demétrio Sena, Magé – RJ.

A tristeza de alguém que faz gol contra,
não passou num concurso por um ponto,
quem caiu em um conto do vigário
quando mais precisou do que buscava...
Tenho a dor de sofrer uma injustiça,
de boiar numa porta em alto mar,
da noviça que acorda sem um Deus
para crer no mais turvo dos momentos...
Sem você sou país inabitado,
sou estado de sítio e de abandono
em um tempo esquecido por si mesmo...
Minha vida virou pagar pra ver,
sei viver mas não sei saber que sim,
pois ficar sem você é fim de linha...

Inserida por demetriosena

DEPRESSÃO

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Faz de conta que a dor é "nem doeu";
a tristeza não cabe à luz dos olhos;
há um eu que supera qualquer flanco
pra sorrir nem que seja de sarcasmo...
Depressão que reage; faz poemas;
fotografa e se admira sem roupa;
que se poupa de choros e queixumes
pra ninguém lhe ferir de piedade...
E reprime a si mesma com estilo
e confessa os complexos com honra,
dando asilo a lembranças superadas...
É carência escondida em autoestima;
um pra baixo pra cima por viver
sem chegar ao abismo antes da hora.

Inserida por demetriosena

ALMA EXPOSTA

Demétrio Sena, Magé - RJ.

É tamanha tristeza espremida no fundo,
resguardada nos eixos de minha estrutura,
na distância do mundo que me calcifica
para nunca deixar minhas águas fluírem...
Uma dor que só posso partilhar comigo,
pois ninguém poderia vir chorar pra mim,
tem um fim que não chega em meu ponto final
pra deixar a minh´alma seguir o seu rumo...
Levo tantos gemidos no silêncio falso,
guardo muitas histórias em um livro etéreo,
sou aquele mistério que nem tento abrir...
Alegria sofrida e depressão feliz,
um dizer que não diz o que acinzenta os olhos
e me deixa viver pra concluir que morro...

Inserida por demetriosena

SEM RIMA NO FIM

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Tem timidez e tristeza;
o fazer birra não é
personalidade forte...
Ser grosso não é franqueza,
a humildade fraqueza
ou o fanatismo fé...
Nem sempre a casa é um lar;
beleza é líquido e casco;
espelhos podem mentir...
Entre querer e sentir
existe abismo profundo,
muitos não são todo mundo...
Ter certeza não me torna
o detentor da verdade,
a vaidade não tem
que ser a cópia da moda...
Silêncio também é voz;
criemos laços, não nós
ou desatar vai ser (...) !

Inserida por demetriosena

⁠PRA QUEM É MAU

Demétrio Sena - Magé

Meu país anda muito cabisbaixo;
tem vergonha, tristeza e frustração;
há um facho de luz buscando ar,
mas a mão da esperança está fechada...
Quem sonhava o país da liberdade;
já sentia o frescor da própria vez,
se desfez do sorriso que aflorava,
pra chorar em um beco sem saída...
O momento está bom pra quem é mau
e pra quem é feliz na escravidão
ou na sua ilusão de capanguismo...
Mas é triste o poder imaginário
sobre um povo que não nutre poder;
só se tem a perder neste conflito...

Inserida por demetriosena

⁠AUTOFLAGELO

Demétrio Sena - Magé

A tristeza que sinto, entristecendo alguém,
corre dentro das veias feito estricnina;
como trem que se fere ao arranhar os trilhos;
feito mina de assombros e remorsos vãos...
Mesmo assim não consigo não entristecer,
não ferir e deixar os meus rastros de mágoas,
poluir essas águas de afetos fluentes
entre rios que o tempo deságua em minh'alma...
Foram tantas feridas que abri mundo afora;
é um tal de chorar nos meus cantos desertos,
por quem chora e não sabe que choro também...
Mas me finjo de aço e rastejo por dentro
e me faço epicentro de todas as chagas,
para ver se alivio as que sempre rasguei...
...
#respeiteautorias Isso é lei

Inserida por demetriosena

⁠A Tristeza Silenciosa da Existência

A vida nos molda como se fôssemos pedaços de algo que nunca se completou. Nascemos com promessas, com cores vibrantes e a ilusão de que podemos voar, mas, como os pássaros que veem seu voo interrompido, nossa liberdade é logo cortada. Somos arrastados pelas mãos do tempo, transformados em caricaturas de nós mesmos para servir ao olhar curioso de uma sociedade que só enxerga o que deseja. E, no final, a vida, que deveria ser grandiosa, se torna apenas uma coleção de momentos sem sentido, como uma festa que nunca termina, mas que já não tem alegria.

Vivemos para ser vistos, para ser consumidos, para nos tornarmos parte de algo que não entendemos. A solidão se faz presente em cada esquina, cada passo. Não estamos mais na floresta, mas em um mundo que nos devora com sua indiferença. Nossos sonhos, antes vivos e vibrantes, são esmagados pela rotina de um sistema que nunca se importa. Somos forçados a seguir, como se nossa dor fosse apenas parte do processo.

E no meio disso tudo, nos perguntamos: para que viemos? Será que existimos apenas para ocupar espaço? Para morrer lentamente na indiferença dos outros? Estamos todos, em certo sentido, esperando algo que nunca chega – a verdade, a paz, ou ao menos um pouco de compreensão.

A vida não faz sentido, e isso é a maior verdade que podemos encarar. Estamos todos aqui, buscando respostas, mas o mais doloroso é perceber que talvez a única verdade seja a nossa solidão. O vazio é o que nos resta, a vida é o que temos para preencher esse espaço. A dor não é só uma consequência, mas uma constante. E enquanto tentamos entender a razão de nossa existência, continuamos a andar, como se nada fosse realmente importante, mas no fundo, tudo fosse.

E se a única resposta fosse a aceitação de que estamos aqui, simplesmente, para viver, para sofrer, para aprender a ser quem somos, mesmo que ninguém nos veja, mesmo que ninguém entenda? Talvez a única verdade seja o vazio que carregamos e a liberdade que buscamos, mesmo sabendo que nunca a alcançaremos.
#David_Marinho.

Inserida por David_Marinho

Agressão à nossa Inteligência.

⁠Aos olhos de Spinoza, só morremos de tristeza. A tristeza é o aperitivo da morte, a alegria no sentido da vida na contramão da primeira. O ganho de potência é a lógica de nossa vida, usamos a nossa inteligência antecipando encontros que supomos alegradores, evitando encontros que supomos entristecedores. Mas aqui cabem 2 advertências.

A primeira delas: Pô, se às 7h da manhã você está alegre todo dia, eu acho que vou mudar para sua cidade, me tornar geólogo, dar aula particular, porquê todo os dias, ás 7h ter alegria, está bom demais.

Então vai aqui a minha resposta e como segunda evidência: Você não entendeu! Pois o que me alegra, não tem porque te alegrar, porquê como você deve ter percebido eu não sou você.

Inserida por samuelfortes

A solidão da praça
Como todas as praças há um busto de olhar sério com ar de tristeza. Quase ninguém percebe sua biografia. Aquele busto respingado de fezes de pombo no centro da praça deserta pode parecer triste, porque a praça já não encanta tanto como antes. E os jovens das jovens tardes de domingo, e os beijos roubados os beijos de namorados no coreto. O coreto já não abriga mais o recital das poesias a fala teatral nem é mais palanque de protesto. O coreto também está mais triste, nele só há respingado de fezes de pombo. Por conta de umas redes sociais e de jogos mortais, não se abraçam, não se ouve vozes, nem se vêm, nem sentem calor humano. As crianças já não brincam que triste fim da grama e da areia da praça que ficou tão alheio.

Inserida por amaurivalim

O EU DE ONTEM

Se um dia
Olhar pra trás e perceber
Chorando de tristeza
O eu de ontem
Entre tantos problemas padecer

Se um dia
Olhar pra trás e perceber
Brigando como um leão
O eu de ontem
A nenhum problema ceder

Se um dia
Olhar pra trás e perceber
Rangendo os dentes de esforço
O eu de ontem
Lutando mesmo sem entender

Se um dia
Olhar pra trás e perceber
A luta, o esforço e a vitória
O eu de ontem
Com alegria vou compreender

Que tudo terá valido a pena
Pois olhando, vou entender
Que devido às cicatrizes
Do eu de ontem
Jamais vou perecer

Inserida por malko

⁠O primeiro dia após a morte
É vago, vácuo, vazio e ócio.
Pois a insatisfação, a tristeza, a dor e o esmorecimento promove a prostração.
0 primeiro dia após a morte
É também o primeiro passo à depressão.
A nostalgia e a angústia causam o dissabor
E incitam a consternação.
A amargura é fruto do
padecimento
Do luto, do infortúnio
E da mortificação.
O primeiro dia após a morte
É sim, um dia de aflição
Da pena , do pesar e da inquietação.
O primeiro dia após a morte !
É dia da infinidade sem fim;
É sempiterno.

04032018

Inserida por J6NEMG

⁠ESTRANHO

As coisas se findam,
O tempo passa
As paisagens mudam
A tristeza se esvai e
As pessoas relaxam
Sentimentos... são sentimentos
Lamentos de uma vida inteira
Muitas coisas são besteiras
Festa ... festejos festejar
A labuta e a crueldade
O sistema e a maldade. Então?
Porque comemorar?

070624

Inserida por J6NEMG

⁠Havia na minha poesia

Havia na minha poesia, um entrave
Aquela sensação velada de tristeza
Verso com aflição em um tom grave
Imergido duma perfídia e sua vileza
Havia na minha poesia, tal lealdade
A um sentimento cheio de aspereza
Um queimor, um ato de banalidade
Que fere a emoção, sem delicadeza

Havia! E não mais imerso nos versos
Um não sei quê de agrados diversos
Me fez poetar a leveza duma pureza:
De outro encanto, outro e outro tanto
Enamorado, só Deus sabe por quanto
Deixando o cântico com casta certeza.

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
25/11/2023, 20"55" – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO DORIDO

O poetar suspira com tons de tristeza
Num soneto dorido de eco e de soluço
Amarelecido num sentimento feduço
Onde a poesia seria de alvura e beleza

As rimas lacrimejam num cambaluço
D'alma, que sentida, cheia de afoiteza
Irradia negritude duma pura chateza
Onde a simetria vira angústia e rebuço

Numa emaranhada toada de crueza
Embuça os versos em um manhuço
Tão perversos e cheios duma vileza

Assim, a inspiração veste o garruço
Da "sofrência", com sua total frieza
Chafurdado os versos num chapuço

Luciano Spagnol
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

⁠"É tolice querer enganar a tristeza com pequenas distrações ou fingir que ela simplesmente não existe, escondê-la, varrê-la para debaixo de um tapete inexistente. Quem assim procede armazena-a nalgum recanto d'alma onde continua viva em segredo, pronta a dar notícia de si mesma de uma hora para outra.

A tristeza escondida é uma tensão que se vai acumulando e logo afeta física e psiquicamente a pessoa, prostra-a. Conforme o tempo passa, quem a padece passa a não mais identificar onde tudo começou, e muitas vezes atribui-lhe causas irreais, o que agrava deveras a situação, porque então a amargura se soma à tristeza.

Triste e armargurada, se não tomar cuidado a pessoa corre o risco de deixar crescer outro mal secreto em seu coração: um sentimento de vingança contra eventuais pessoas que a desagradaram por qualquer coisa, assim como um ressentimento contra gente genuinamente alegre, sem mais nem menos. Sim, quem tenta enganar a própria tristeza planta na alma uma semente de crueldade e indiferença, sem o saber.

Há certas paixões que não podem ser combatidas com placebos nem com autoenganos pontuais, pois cedo ou tarde a realidade se impõe, e com um peso proporcional ao tempo em que a pessoa mentiu para si mesma, seja por que motivo for.

Chorar, rezar e buscar a companhia de verdadeiros amigos são atitudes bem melhores do que fugir à dor, pelo seguinte motivo: a balança das dores e prazeres não é como a da justiça, pois quando pende para um dos lados geralmente arrebenta.

Outro procedimento razoável é meditar a respeito do que suscitou a tristeza, pois sabemos que há tristezas sumamente injustas.

Por fim, quem crê verdadeiramente em Deus pode – e deve – pedir-Lhe luzes, discernimento.

Só é capaz de ser alegre quem sabe ser triste, quando a situação exige.

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Algumas personalidades instagrâmicas ilustram bem isto: são cruéis na exata medida da sua falsa alegria".

Inserida por CarlaGP

LIBERTADOR

Sempre há dias que a tristeza bate em nossa porta, visitada de lembranças e alguma saudade. É quando a gente abre a porta do passado e se perde do presente. É quando a gente não ver o futuro. E a dor visita todas as janelas de nossa alma e faz a gente gritar em silêncio o nó na garganta . Faz a gente chorar sem lacrimejar e faz chorar como oceano a água salgada do amargo no peito. Tem vezes que não sabemos se a gente recorda mais felicidades ou barreiras impostas pela vida. Porque a gente esquece de sorrir ao acordar e olhar pro céu que está sempre pronto a nos esperar para o dia ou noite. A gente esquece de olhar pra gente e ver o quanto de tanto que a gente lutou pra chegar onde chegamos e que somos vencedores. A gente esquece de lembrar de um abração que ganhamos porque a gente existe na vida de alguém e muitas vezes a gente não quer lembrar o abraço que queria dar em outro alguém. Porque é fácil esquecer o que nos deixa bem, feliz, alegre. A gente se acostuma mais com o que nos incomoda. É mais fácil sorrir, então, por que lembramos sempre de sofrer? Porque a gente esquece de amar a gente mesmo para poder amar o próximo, a gente esquece da gente mesmo, quem dirá o próximo. Mas a gente diz amar o próximo até o próximo não atender o que criamos de expectativas, sonhos e ilusões. Porque amor, o amor mesmo é liberta-dor. A gente sofre porque a gente precisa aprender amar como se ama a dor sem sentir nada além do amor.

Inserida por DaniLeao

⁠INDIFERENÇA ...

Solidão, vivo tão falto, numa tristeza
onde os olhos se desfazem em pranto
distante daquele afeto, alegre encanto
onde a alma contemplou só surpresa

Tão privado ando disso, só incerteza
no sentimento, dor! No entretanto
há mais e mais querer, tanto, tanto
que sinto na emoção aquela certeza

Ando disperso, sofrente na tortura
dos convívios comigo tão ausentes
que me alucinam, sem a tal doçura

Vivo no viver dos esteios pendentes
e morro nesta agonia tal a loucura
do vazio, que parece que não sentes! ...

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
09/04/2021, 05’09” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠REPICAR

E os sinos dobram com melancolia
Na tarde do cerrado, triste sensação
E outras tristezas, aquela contrição
Hórrido vão que o pôr do sol esfia

O aperto na alma, a sombria poesia
Vazia, sem qualquer uma inspiração
Ao canto do entardecer, fria canção
Brandindo solitária emoção gentia

Dobram, e dobram. Saudade e prece
Funéreo sentir que nem mesmo sei
Donde vem, e pra onde então finda

E eles choram a sofrência que tece
As mágoas que na desilusão eu hei
Dando ao repicar mais tritura ainda!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Maio, 13, 2021, 20’09” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

As cores perderam o sentido nessa vida,
Tristeza vinculada nos maiores sonhos,
Obscuros nos caminhos,
Desnudo sentimento glorificado no teu amor,
Recorro tais ilusões para que solitude seja amena
Mas, virtude recita formosas palavras nuas,
No estante que caiu numa chuva de amor,
Sendo infinito a grandeza que ilumina nossas vidas,
Igualmente a relatos de nossos corações perdidos
Em plena perfeição do teu coração.