Textos de Saudade de Falecido
Há sentimentos que desafiam o tempo, sobrevivem ao vento impiedoso dos anos e se escondem nas sombras do inconsciente, florescendo inesperadamente em um suspiro ou em uma lembrança fugaz. O amor que carrego por ela é assim: uma chama que arde, mesmo sem combustível aparente, alimentada por memórias que já não sei se são reais ou apenas fragmentos embaçados pela saudade.
Não sei mais por que a amo, mas a verdade é que essa pergunta já perdeu o sentido. Amo porque é inevitável, porque está tatuado na minha alma, como um eco que ressoa mesmo quando o mundo silencia. Ela vive em mim, entre as palavras que não foram ditas, entre os gestos interrompidos e as promessas que ficaram suspensas no ar.
Há dias em que esse amor me aquece, envolvendo-me com um calor suave, quase nostálgico. Mas há outros em que ele me corta, trazendo uma dor sutil e persistente — a dor da ausência, da impossibilidade, daquilo que o tempo levou, mas jamais apagou. A saudade é uma presença constante, um fio invisível que me puxa para o passado, mesmo quando tento avançar.
Quase vinte anos se passaram, mas o coração não entende de calendários. Ele apenas sente. E eu sinto — o amor, a dor, e a saudade entrelaçados em um nó que me mantém vivo, lembrando-me de que algumas histórias não precisam de um final, porque continuam a ser escritas dentro de nós.
“Quando o dia se vai e a noite chega nossas memórias sintetizam o que de mais belo viram e conseguimos captar, as lembranças do dia que termina já começam nos apontar sentimentos de saudade, esperança, silêncio, suavidade e paz!
Assim nos despedimos de mais um dia tendo na memória as imagens que captamos desde o amanhecer e que vão estar conosco na noite que se inicia.”
Como não amar Vitória?
Me lembro como se fosse hoje,
Quando tu me disse que eu tinha vibe de dia de domingo,
Me lembro como se fosse hoje do primeiro encontro,
Você descendo da moto e eu pensando, que linda, um dia quero ter em meus braços ainda!
Foi mais que braços,
Me joguei de cabeça,
Te injetei em minhas veias,
E seguem circulando até o coração,
Teu,
Bombardeado de amor,
Cheio,
Para que todos os domingos sejam nós,
E todos os dias sendo nós sejamos o domingo.
Dia 7
São 7 dias sem ti meu amor,
Sem teu sorriso largo que faz reluzir minha alma,
Sem teu olhar de oceano que traz de volta a calma,
Um dia de cada vez,
Sem largar da tua mão,
Mesmo que distante,
Todos os dias estás comigo...
Não importa o quanto tempo,
Sem lamento,
Te aguardo,
Atenta,
Desmontando meu mundo,
Me remontando para à cada dia estar melhor,
Assim como tu!
Às vezes não entendemos os propósitos do Universo,
Há momentos que ficamos até perplexos,
Porém Ele está além do nosso entendimento,
Eu acredito no pleno amor,
Puro,
Cheio de sabor e sem dor!
É esse que quero compartilhar,
Somos um espelho,
Eu acredito em você e você em mim!
E isso nos mantém,
Que a energia de amor que te emito,
Chegue como um abraço quente,
Envolvente,
Que chegue até a alma,
Vagarosamente,
Beijo seu pescoço,
Rosto,
Boca,
Nariz,
Testa!
Ataque de beijos!
Saudade de brincar de Jiu-jitsu kkk,
Tão pouco tempo,
Tão lindos momentos,
O livro está sendo escrito,
Mesmo com o lápis quebrado,
A emenda foi feita,
Está sendo apontado,
Nos encontramos logo alí,
Na próxima página,
Em branco...
Para que minhas novas poesias,
Cresçam como botões de rosa em ti,
E o colorido do teu giz,
Venha colorir e ilustrar nossos dias.
Saudades...
Das risadas...
Dos abraços...
Das conversas...
Dos momentos de paz...
Dos olhares que não precisavam de palavras...
Saudades de momentos que foram tão perfeitos que,
quando comparados ao fim tão trágico que tiveram, chego a duvidarque de fato existiram.Minha mente convence-me de que tudo não passara de um mero sonho.
O café e a alma
Em cada manhã que surge no horizonte,
Desperta-se a cidade com um ritual constante,
O aroma do café, quente e envolvente,
Penetra os lares de forma aconchegante.
Na xícara pequena um universo se esconde,
Memórias e sonhos, cada gole responde,
Aquece o coração, desperta a mente,
É o néctar divino que nos faz presente.
Nos encontros de amigos, nas conversas triviais,
O café é testemunha de momentos especiais,
Um elo de união, um convite ao sorriso,
Transforma cada instante em algo preciso.
No silêncio da noite, ao som da solidão,
O café me abraça, dá paz ao coração,
Companheiro fiel de noites insones,
É ele que acalma os meus demônios.
De terras distantes, em grãos selecionados,
Traz consigo histórias de tempos passados,
Cada gole uma viagem, cada cheiro uma lembrança,
O café, tão simples, nos dá esperança.
Que nunca nos falte esse elixir encantado,
Que une e separa com um trago apressado,
O café, poesia líquida, essência da vida,
Nas manhãs, nas noites, em cada despedida.
Quando nós conhecermos, senti-me sobrecarregada por gratidão, senti-me presenteada, como se uma prece fosse atendida.
Ao partir sem se despedir, senti que todas as orações de agradecimento tivessem se perdido.
Será que é por isso que te foste tão cedo e sem se despedir?
Será que é por este motivo que tive que reaprender a viver sem você?
Para aonde vão às orações perdidas?
Ainda me recordo de você e continuarei recordando-me. Descanse em paz!
Os poemas que líamos juntos, foram escritos por nós dois.
Fomos autores da nossa própria história, e quando você partiu, tornei-me um livro incompleto, uma narrativa sem fim.
As pessoas tentam-me ler, mas as páginas estão incompletas e as que ainda existem, eles não intendem. Talvez ninguém nunca saberá ler-me da forma que você me leu.
As vezes repouso nas memórias, recordando-me das pequenas viagens e planos que fazíamos.
Dos lugares que tivemos e tornaram-se nosso.
Das manhãs de fim de semana.
Do som dos pássaros tagarelando lá fora.
Da luz do sol espreitando a cortina. Das peças de roupas perdidas pelo o
quarto.
Do café compartilhado.
Do efeito de adormecer e acordar alinhada nos teus braços.
De nos perder na forma genuína do amor, e da preguiça de voltar para as nossas vidas.
As vezes me pego recordando-me de nós, das despedidas e reencontros, e dos abraços longos e apertados.
Ultimamente você tem se mantido tão perto de mim, quanto os meus pensamentos em você.
Mesmo em orações, a minha mente recorda em ti, é como se a saudade tivesse braços, e a usasse-as para lhe manter perto de mim.
No entanto, prometo-me soltar qualquer lembrança sua, e deixá-lo ir.
"Fecho os olhos...
Não há forma melhor de encurtar a distância.
Não conheço outro jeito de acessar o impossível.
Como máquina temporal, trás o momento, infinitas vezes ao ponto escolhido.
Olhos são portais das memórias.
No avesso das minhas pálpebras, um mundo paralelo, insiste em acontecer."
Apetite de Amanhãs
Deus, em sua eternidade, não precisa de lembranças;
Nós é que forçamos o recordar.
O tempo, esse sábio que a tudo cura,
Desenha as marcas de quem somos.
Não há ferida que ele não toque,
E não há memória que ele não visite.
A conferência da saudade não nos deu a dádiva do esquecer.
No ensaio da solidão, guardo algumas dores enquanto ofereço sorrisos.
A saudade vem nostalgiar,
Recorda até as desnecessidades.
Bendito seja o inventor da memória,
Que nos dá o poder de reviver os dias,
De devotar a delicadeza
E discernir que a esperança é diferente da espera.
Olho para o passado, sim,
Mas tenho apetite de amanhãs.
Dia 5
Como se pode ter certeza antes de ter certeza?
Foi assim com a gente,
Mais que Mega da Virada, acumulada,
Eu te amo nos detalhes,
Na forma como nossos olhares em cores se misturam,
Como arte abstrata,
Tudo se espalha como se não houvesse explicação,
Mas, o sentimento é a maior força,
Isso não se explica,
Se vive,
Se preenche,
Nao vejo a hora de estar contigo novamente,
Com você todos os melhores momentos,
Os sorrisos dos presentes de simplicidade,
Feitos à mão, mas, de todo o coração.
DEPOIS DA CURVA, HÁ UM RIO
Pouco importa o sol ardente,
O rosto molhado e a garganta seca;
Pouco importa a poeira da estrada,
Os pés descalços e as pedras no caminho;
Pouco importa o andamento sem fim,
As pernas cansadas e o quase parar;
Pouco importa as quedas sofridas,
Os laços desfeitos e o tempo perdido;
Pouco importa o pensamento distante,
A saudade no peito e a incerteza constante;
Pouco importa se a vida é dura,
Os sonhos são muitos e o tempo é pouco;
Depois da curva, há um rio.
Após longos anos de ausência, perguntei ao meu velho avô:
- O que aconteceu por aqui? Por que nossos campos já não são mais belos?
Com a mesma simplicidade de sempre, ele respondeu-me, sem demonstrar qualquer espanto:
- Não houve nada, meu filho. Foi você que cresceu tanto, que já nem consegue mais ver as coisas que antes sentia.
Dia 11
Bom dia meu amor,
Hoje achei um cachinho teu,
Voando pelo quarto,
Como uma pena de anjo...
Pairando pelo ar,
Não vejo a hora de te encontrar,
Ah! Se eu pudesse te materializar!
Estás aqui comigo hoje e sempre,
Não precisa de representatividade,
Me gerou alegria, com um toque de saudade,
Só Deus sabe!
Estou aqui meu amor,
E de ti, não vou sair...
Te amo quilômetros de distância...
Vou te esperar o tempo que for,
Só vai fortalecer o nosso amor.
A passagem sempre foi uma grande perda para nós, mas sabemos que em algum dia teremos de descansar.
O legado e história de vida, colecionando amigos, conquistando o carinho e corações de todos, plantar sementes boas não quer dizer que estaremos aqui para colher todos os frutos, pois talvez estaremos em outra morada e em uma outra estação.
Até breve.
Sinal do Universo
Pedi ao Universo um sinal. Apenas um sinal. Um só. Mesmo que fosse fraquinho. Pequeno. Nebuloso. Um resquício de poeira. Seria apenas um único sinal, mas o único emitido foi o silêncio. Um silêncio sepulcral. Como se a morte tivesse passado e levado para o submundo todas as palavras. Foi tão intenso e tão triste, que senti como se um raio tivesse atravessado o meu peito e rasgado a minha única esperança. A única saída foi me encolher.
Abracei a saudade tão apertado, tão apertado, que quase sufoquei-a. Caminhamos em direção ao nada e percebi a esperança me esperando do outro lado da ponte. Atravessei-a calmamente sem tirar os olhos dela. Ao nos encontrarmos, nos abraçamos e percebi que tínhamos muita coisa em comum. Ela pegou na minha mão e seguimos caladas sem pretensão de chegar em algum lugar. Queríamos sentir apenas o frescor do vento daquela manhã de fim de verão.
Durante nossa caminhada silenciosa entendi que a esperança vem do substantivo “esperar”. Esperar o tempo certo. Esperar que as coisas se alinhem. Esperar que dará tudo certo. Esperar que a conexão se encaixe e se torne uma só. Esperar que a vida se encarregue de fazer acontecer no momento que tiver que acontecer.
Se fechar os meus olhos ainda te vejo, segura de si, cheia de certeza e repleta de vontades, quando se despiu, não das tuas roupas, mas dos teus receios,
sabendo onde queria chegar.
Se fechar os meus olhos ainda te vejo, sem medo de se entregar.
Se fechar os meus olhos ainda ouço a tua voz e sinto o teu cheiro.
Eu te amo, mamãe.
Quantas vezes deixamos de dizer essas doces palavras,
apesar de saber o quanto ela desejava ouvi-las?
E, agora, as dizemos em oração.
Saudade de minha mãe
Demorou, mas reconheço...
De coração, teus cuidados agradeço,
pois sempre corria quando eu precisava,
dizendo que me amava.
Fizestes do amor o caminho,
para encher-me de carinho.
Sempre com seus cuidados,
e seus beijos ternos e carinhosos,
quando estávamos dengosos.
Mãe, doce palavra, que chega n'alma,
e que sempre na dor, nos acalma.
Mãe quero apenas te abraçar,
e todo meu amor lhe dedicar.
Desculpas venho lhe pedir,
pelas vezes que te fiz se afligir.
Mãe, antes tarde do que nunca.
Por que não disse que te amo mais vezes?
Mãe, onde estiveres...
Perdoe-me agora, tá?
Venha secar esta lágrima teimosa...