Textos de Sartre
(...) Sartre em sua famosa frase resumiu muito dos sentimentos abraçados pelos indivíduos, ao citar – “o inferno são os outros.” Como esconder-se do olhar do outro, dos seus julgamentos, dos diferentes pontos de vista que incomodam.
Inferno, este aqui citado, não se trata de um local quente e carregado de indivíduos diabólicos, aqui há escolhas. Adicionar, excluir, permitir, bloquear, aceitar, recusar. Existem essas e tantas outras formas descobertas pelos indivíduos para tentar controlar os “estranhos invasores”. (...)
(...) A voz ecoa mais uma vez, “o inferno são os outros”. As pessoas falam, qualificam, avaliam e em alguns momentos chegam até a tolher os planos alheios. Será que sem o outro a vida poderia ser mais fácil?
Os conflitos tendem a surgir à medida que há diferentes percepções sobre uma mesma idéia. O olhar do outro aponta, aprova e desaprova. É assim com as crianças, que aprendem a formar suas diretrizes através da visão do adulto.
O desafio é aprender a conviver com esse “sujeito infernal” e julgador, este individuo que insiste em refletir uma imagem distinta e igual a vossa. É extraordinário o quanto o julgamento alheio 'faz sentido', trás significado, ao mesmo tempo em que perturba também atribui um valor existencial. (...)
“O inferno sã nossas escolhas”
Amanda Palma
Sartre baseou grande parte da sua filosofia com base na frase “O Inferno são os outros”
Fico com a frase de Amanda Palma porque nem sempre o inferno são os outros, mas nós mesmos, com as nossas nem sempre boas escolhas para não dizer com as nossas péssimas escolhas.
Há muitos anos eu escrevi que não dá para acertar todas, o importante é não errar todas...
Eu errei muitas, muito mais do que acertei, mas não errei todas, escolhi certo, escolhi bem a Amanda Palma.
Sem medo de cair no cichê hoje andei pensando em Sartre ...
“ Não Importa o que fazem de você. O que importa é o que você vai fazer com aquilo que fazem de você.”
Andei pensando na possibilidade que todos temos de sermos ao mesmo tempo objetos e sujeitos de uma mesma ação....
Nesses dias de horas de interrogações algumas sutilezas têm me saltado aos olhos.
Algumas verdades irrevogáveis de repente se tornam nuvens passageiras....
Não é que viver na dúvida seja tarefa confortável nem tão pouco desejável.
Mas o que tenho percebido é que alguns pilares que me sustentaram pelos meus poucos e bons anos eram de açúcar...
O que faltava era a coragem de chover em mim para derretê-los...
Sempre foi mais fácil empurrar para debaixo do tapete aquilo que me fragiliza, que coloca bem a minha frente minhas limitações, minha falta de controle.
Porque perder o controle é coisa pra gente grande que sabe lidar com isso.
Algumas situações acontecem porque assim tem que ser e descobrir os seus porquês simplesmente não resolve nada...
Por mais difícil que seja devo admitir que algumas coisas são porque são sem nenhuma explicação mirabolante.
O que posso decidir é o que vou fazer com os fatos....
E hoje os mil eus que moram em mim decidiram ver cada um da sua maneira uma mesma situação dos mais variados ângulos.
Sorte minha que dona desses mil eus pude e posso escolher sempre o que melhor se encaixara à minha personalidade tímida....
Fiquei pensando em paradoxos...
No caos da ordem ou no caos para ordem....
Talvez quando se tenha as maiores certezas é quando se necessita não de brisa e sim de furacão....
Furacão para mexer e para bagunçar.
Para gritar.
Para gritar aos olhos da alma de quem teima em não ouvir.
Sorte minha que tive Ele.....
Furacão mais singelo que fez meu céu ficar em tom cinza pra depois se abrir em mil cores e mil possibilidades....
Porque se eu não perdesse o controle pelo menos uma vez jamais saberia o gosto agridoce de ser mortal....
Sim outros furacões já passaram, mas talvez eu não estivesse pronta e desarmada para viver no caos de mim mesma.
Alguns ventos são mais do que brisas.
Algumas histórias não se perdem no vento.
Algumas pessoas estão no seu lugar porque precisam estar. Algumas delas surgem pra mexer, remexer e ficar.
Algumas são especiais e ponto.
Talvez se Ele não tivesse aparecido jamais eu teria meu passaporte paras mil questões que hoje coabitam em mim....
Jamais eu entenderia o que o poeta dizia com a dor é inevitável, o sofrimento é opcional.
Porque pra bom entendedor meia palavra basta....
Porque se Ele caos não tivesse invadido minha vida talvez hoje ainda fosse a mesma.
O mais interessante disso tudo é perceber que alguns oceanos não cabem em mar.
Nem no meu mar de palavras soltas e frouxas.
Algumas relações jamais acabam, apenas se transformam....
Algumas palavras precisam ficar soltas no ar.
Então pra aquEle que mexeu no meu mar de segurança e simplicidade o meu mais sincero obrigada e o meu carinho de sempre....
E nesse ponto, how much difference does it make?
Porque ser especial é uma forma de estar em alguém de uma maneira qualquer ainda que se transforme com o tempo, mas sem que jamais se perca....
Sempre considerei
a frase de Jean-Paul Sartre:
'o inferno são os outros' - mesmo
quando retirada de contexto - como
perspicaz ironia...
Uma vez que, na eficaz sagadestinada
ao aperfeiçoamentodo espírito,
não serão permitidos desleixos,
omissões; nem imodestas
'saídas à francesa'!
Os dilemas de um franco-libertário - Ep. 2
A expressão mais ouvida pela boca dos conservadores é “liberdade”: liberdade para dizer o que querem, para fazer o que querem, como se não seguir as regras do jogo liberdade fosse. O que se mostra nítido é que não conseguem diferenciar o conceito de liberdade do de libertinagem, pois que a liberdade não precisa tampouco ser visível a olhos alheios, mas simplesmente que a vivencies em ti: antes em tua consciência, e depois em teus atos. E dessa forma, para o libertário que és, não serão as correntes do corpo que irão te cercear, mas aquelas que impões a ti mesmo quando atropelas todas as regras pelo exercício da tua alegada “liberdade”.
Por definição, não é apenas falsa, mas imoral, a liberdade que privilegia alguns em detrimento de outros, numa mesma escala de poder. “Numa mesma escala de poder?”, perguntarás... E te direi que não há nada mais desigual do que tratar desiguais de forma igual, e para tanto existem as diferentes escalas de atuação, e a cada qual se aplicam as regras que seus papeis lhes conferem. A isso chamamos de “ordenamento jurídico”, indispensável para que o direito à liberdade se estenda a todas as diferenças.
Liberdade, portanto, não é simplesmente pensar e agir do jeito que entendes ao cobrar o que é bom pra ti, mas transitar livremente dentro desse ordenamento; e opressão é lhe extrapolar as fronteiras, horizontal ou verticalmente, para subverter o pensar e o agir de outrem. Precisas antes aprender a pensar livremente, questionar – inclusive a ti mesmo – e formar tuas próprias opiniões não submetidas a dogmas e doutrinações. A tua real liberdade é, antes de tudo, a tua autonomia intelectual, sem o qual nunca serás livre. Enquanto não desenvolveres pensamento crítico para discernir entre uma coisa e outra não exercerás de forma autêntica a tua liberdade, pois que não se mostrará ética e, tampouco, responsável.
A liberdade legítima não pode prescindir da igualdade como um de seus pilares mais substantivos, asseverando a cada qual a posição que lhe caiba para escapar a injustiças. E quando atrelada a um “ismo” coletivo correrás sempre o risco de vê-la convertida de livre-arbítrio em efeito-rebanho, e é quando precisarás tonificar tua essência de franco-libertário, que só responde à própria consciência. O conceito de que “a união faz a força” não se estende ao cérebro, pois que, no grupo em torno de um lider, somente um exercerá a prerrotativa de pensar, cabendo aos demais segui-lo. Na ausência dele, por outro lado, nem dois dentre todos seguirão na mesma direção, o que pode se mostrar ainda mais desastroso do que a direção única, por mais equivocada que se mostre. Daí porque teu discernimento deverá ser o fiel da balança na batalha contra a opressão e a ignorância.
Súmula
Constituindo-se no segundo episódio da série "Filosofando”, o texto de Luiz R. Bodstein explora o conceito de liberdade a partir de uma perspectiva individualista e crítica, questionando a dicotomia entre liberdade e libertinagem, a visão superficial do conceito de liberdade, e defendendo que a liberdade em sua expressão mais plena consiste na autonomia intelectual e na capacidade de discernimento crítico sobre a complexa relação entre decisões individuais e ordem social. O autor argumenta que a liberdade não se manifesta apenas em ações visíveis, mas também na consciência individualizada, na capacidade de pensar criticamente e formar opiniões próprias, livres de dogmas e doutrinações. Pelo aspecto da interação social, afirma que liberdade não se resume à ausência de restrições externas, mas a capacidade de transitar livremente dentro de um sistema de normas e leis, respeitando a igualdade e os direitos de todos, sem que essa igualdade se traduza por uma homogeneização de pensamentos. Ele critica o tradicional conceito de que “a união faz a força” no que toca ao pensamento individual pelo argumento de que a liberdade de pensamento exige capacidade de questionamento e formação de opiniões autônomas. Bodstein destaca a importância do discernimento individual e da responsabilidade em relação ao próprio pensamento, advertindo contra a alienação e o conformismo advindos da adesão acrítica a ideologias ou líderanças que se estabelecem sem o crivo das análises racionais.
"O Brasil é um país onde os ignorantes julgam e condenam os sábios, a saber, o contrário também ocorre. No entanto, é um grande descaso e preconceito de ambas as partes. Afinal, o sábio não vive as mazelas do ignorante, por sua vez, o apedeuta não aprecia a sobriedade e filosofia do iluminado, preferindo viver em sua caverna confortavelmente, recebendo as migalhas do assistencialismo deletério."
Thiago S. Oliveira (1986 a)
Apesar da contemplação profunda a mim mesmo, como uma Alma Humana Terrestre, confesso que não consigo ver-me nem imaginar-me como algum tipo de Matéria nem Energia nem Força nem Informação!
Por isso, concordo com Siddharta Gautama que enxergou o Vazio, concordo com Jesus Cristo que preferiu dizer simplesmente "Eu Sou" e concordo com Sartre que entendeu o Ser como sendo o "Nada"!
Portanto, em termos Físicos e de Matéria, a Alma é o Nada e o Espírito também é o Nada, porque não se enquadram em nenhum tipo de Matéria nem Energia nem Força nem Informação conhecido pelo Homem do Planeta Terra!
Mas, em termos de Propriedade, a Alma é uma Matriz Consciente-Inteligente influenciável gestora do Corpo e o Espírito é uma Matriz Consciente-Inteligente ininfluenciável administradora do Corpo!
Assim, imagino-me como o Nada, mas, apenas vejo-me como uma Matriz Consciente-Inteligente influenciável gestora do Corpo.
“Sartre” disse que “o homem é angústia” em razão da responsabilidade das suas escolhas. Para “Freud” a angústia é um mecanismo de defesa que se organiza a partir do conflito. “Munch” imortalizou esse sentimento em uma só imagem “O grito”. E eu... Eu não preciso dizer mais nada. Deito, rezo e respiro. É preciso tomar fôlego para que os “amanhãs” venham recheados de novos temas.
Eu nao lembro ao certo a célebre frase de Sartre que ele escreveu: “ Não importa o que fizeram com você. O que importa é o que você faz com aquilo que fizeram com você.” Eu carrego a essência dessa frase. Não estamos ilesos à existência humana, todos nós passamos, ou, estamos passando por alguma coisa. E essa frase, tem a nuance de nos colocarmos em reflexão as nossas ações diante os desafios. E é isso, não vamos agradar todos, mas podemos chegar o mais próximo possível do coração de alguém, e, quando chegar, cuida bem dele.
O inferno são os outros já dizia Jean Paul Sartre. Eu blindei o carro, construí um bunker, estou com colete a prova de balas, estoquei alimentos e fugi pras colinas... mas não sei se aguentarei uma bomba nuclear, um grande meteoro, um tufão violento ou um terremoto sinistro. Morro do coração. Agora pensando bem na verdade eu adoraria surfar num BIG Tsunami, isso é verdade. #soul #bigrider
"O que é o materialismo, se não o estado do homem que se afastou de Deus;(...) ele passa unicamente a preocupar-se com os seus interesses terrestres. "Nunca se é homem enquanto se não encontra alguma coisa pela qual se estaria disposto a morrer. "Não há necessidade de grelhas, o inferno são os outros. "Um homem não pode ser mais homem do que os outros, porque a liberdade é semelhantemente infinita em cada um. "A desordem é o melhor servidor da ordem estabelecida."
Nas ruas há também uma quantidade de ruídos equívocos que perpassa. Produziu-se pois uma mudança durante estas últimas semanas. Mas onde? É uma mudança que não se fixa em sítio nenhum. Fui eu que mudei? Se não fui, então foi este quarto, esta cidade, esta natureza; é preciso escolher?
Paradoxo das escolhas..A vida, é fundamentada do consciente desejante do devir. Como serei produto existencialista do projeto da filosofia sartriana? Será que posso experienciar a vida, no aposteriorismo das escolhas angustiantes! de condenar-se a ser, falho, como uma maquina quebrada? ou o ter mérito de viver o melhor da vida com desafios a vencer?