Textos de Rita Lee
Ele não sabe mais nada sobre mim. Não sabe que o aperto no meu peito diminuiu, que meu cabelo cresceu, que os meus olhos estão menos melancólicos. Ele não sabe quantos livros pude ler em algumas semanas. Não sabe quais são meus novos assuntos nem os filmes favoritos. Ele não sabe quantos amigos desapareceram desde que me desvencilhei da minha vida social intensa. Ele não sabe que eu nunca mais me atentei pra saudade. Que simplesmente deixei de pensar em tudo que me parecia instável. Que aprendi a não sobrecarregar meu coração, este órgão tão nobre. Ele não sabe que tenho estado tão só sem a devastadora sensação de me sentir sozinha. Ele não sabe que desde que não compartilhamos mais nada sobre nós, eu tive que me tornar minha melhor companhia: ele nem imagina que foi ele quem me ensinou esta alegria.
O que me interessa no amor, não é apenas o que ele me dá, mas principalmente, o que ele tira de mim: a carência, a ilusão de autossuficiência, a solidão maciça, a boemia exacerbada para suprir vazios. Ele me tira essa disponibilidade eterna para qualquer um, para qualquer coisa, a qualquer hora. Ele apazigua o meu peito com uma lista breve de prós e contras. Mas me dá escolhas. Eu me percebo transformada pelo que o amor tirou de mim por precisar de espaço amplo e bem cuidado para se instalar. O amor tira de mim a armadura, pois não consigo controlar a vulnerabilidade que vem com ele; tira também a intransigência. O amor me ensina a negociar os prazos, a superar etapas, a confiar nos fatos. O amor tira de mim a vontade de desistir com facilidade, de ir embora antes de sentir vontade, de abandonar sem saber por quê. E é por isso que o amor me assombra tanto quanto delicia. Porque não posso virar as costas pra uma mania quando ela vem de uma pessoa inteira. Porque eu não posso fingir que quero estar sozinha quando o meu ser transborda companhia. O amor me tira coisas que eu não gosto, coisas que eu talvez gostasse, mas me dá em dobro o que nunca tive: um namoramento por ele mesmo. O amor me tira aquilo que não serve mais e que me compunha antes. O amor tirou de mim tudo que era falta.
Quantas palavras foram gastas para falar do silêncio. Quantos abraços foram aceitos impregnando o meu campo energético com um peso denso, e quantas vezes me protegi de uma carícia sincera. Quantas vezes suguei e fui sugada chamando isto de bondade. Quanto mais adequada eu tentava ser, mas eu me perdia do que eu era. E abafei minha loucura no peito comprimido para ser socialmente agradável. E escrevi coisas otimistas quando estava sofrendo de tanto medo. E ninguém sabia que aqui do outro lado eu estava chorando. E deixei que me julgassem sábia quando sou apenas mais uma buscadora tateando no escuro à procura da luz que pretendo beber a grandes goles.
Há na cultura mundial de hoje toda uma mitologia, toda uma idealização das revoluções, como se não fossem acontecimentos separados, mas sim etapas de uma caminhada em direção à liberdade crescente. Pode-se discernir, de fato, um sentido geral e unitário na sucessão de revoluções — mas ele não aponta na direção da liberdade crescente e sim no do crescimento do poder, no do aumento da distância entre o poderoso e o homem comum.
O médico verdadeiro não tem o direito de acabar a refeição, de escolher a hora, de inquirir se é longe ou perto. O que não atende por estar com visitas, por ter trabalhado muito e achar-se fatigado, ou por ser alta noite, mau o caminho ou tempo, ficar longe, ou no morro; o que sobretudo pede um carro a quem não tem como pagar a receita, ou diz a quem chora à porta que procure outro – esse não é médico, é negociante de negociante de medicina, que trabalha para recolher capital e juros os gastos da formatura. Esse é um desgraçado, que manda, para outro, o anjo da caridade que lhe veio fazer uma visita e lhe trazia a única espórtula que podia saciar a sede de riqueza do seu espírito, a única que jamais se perderá nos vaivens da vida.
Palavras são como a violência
Quebram o silêncio
Vem colidindo
Dentro do meu pequeno mundo
Doloroso para mim
Me perfurando por dentro
Você não pode entender
Minha Garotinha
Tudo que eu sempre quis
Tudo que eu sempre precisei
Está aqui em meus braços
As palavras são muito desnecessárias
Elas só podem prejudicar
Promessas são ditas
Para serem quebradas
Os sentimentos são intensos
As palavras são insignificantes
Da satisfação sobra
então, a dor
As palavras são inexpressivas
E esquecíveis
Tudo que eu sempre quis
Tudo que eu sempre precisei
Está aqui nos meus braços.
As palavras são muito desnecessárias
Elas só podem prejudicar
[...] a filosofia, quando o é de verdade, não reside nos textos, nas 'obras' filosóficas, e sim no filosofema, no conteúdo essencial de uma conexão de pensamentos, intuições e outros atos cognitivos que forma o mundo e o estilo próprios de um determinado filósofo. É isto o que nos permite distinguir entre 'as obras de Aristóteles' e 'a filosofia de Aristóteles'. (Esta distinção é impossível em literatura: em que consiste a poesia de Shakespeare senão nos textos de Shakespeare?) Há filósofos sem obra — a começar do pai de todos nós: Sócrates —; há filósofos cujo pensamento nos chega por obras escritas por testemunhas ou por ajudantes (não conheceríamos o pensamento de Husserl sem a redação de Fink). Mas não há filósofo sem filosofema — e aquele que publique dezenas ou centenas de livros eruditíssimos, com opiniões de estilo filosófico sobre assuntos filosóficos, não se torna por isto um filósofo. A filosofia de um filósofo não está em seus textos, mas num certo modo de ver as coisas, que é transportável para fora deles e participável por quem quer que, saltando sobre os textos, faça seu esse modo de ver, integrando-o no seu próprio.
Definições, conceitos, significações, frases, textos, livros, são atributos os quais nos valemos, quando nos predispomos a fazer uma leitura mais acurada, de algo que queremos conhecer melhor, seja apenas por curiosidade, necessidade profissional, para cumprir uma exigência escolar, ou qualquer outra.
Conceituar pessoas é o mesmo que traduzir textos de uma língua que você não conhece; traduzir o amor é o mesmo que tentar ler esse mesmo texto sem ao menos conhecer o alfabeto...E falar sobre mim, é falar de um texto em construção, que as vezes rabisco, apago e até redijo em cima. Eu sou a história que construo, com os acertos e recomeços inevitáveis, com sorrisos largos e sinceros, e as vezes, lágrimas que chegam a manchar o texto de minha vida. Todavia, escrevo EM CAIXA ALTA, que é pra tudo ficar muito claro. Sou autêntica, sincera, amiga, carinhosa e tudo o mais que a sua personalidade mereça. No texto da minha vida, os personagens são seletos, as páginas totalizam 23 anos, e o final Deus já reservou para mim...
Quem divulgar textos vinculados a autor Desconhecido é no mínimo um golpista: destrói o que não pode possuir, negar o que não compreende, insultar o que inveja. Eu nem os leio para não cair na tentação de querer passar para os outros. Eu sempre penso que foi o divulgador de texto de autor desconhecido quem tirou o nome do verdadeiro responsável pelo brilhante texto. Como é que o Autor Desconhecido vai tornar-se conhecido um dia? O Sem nome!!!!
É trágico que na maior parte das vezes nossa cultura comece a ensinar as crianças desde cedo a comparar-se aos outros para verificar não só como estão se saindo mas até mesmo para saber quem são. As escolas dão notas, os times esportivos são escolhidos e alguém sempre fica por último. Os grupos dos “incluídos” se formam.
Eu não aprendi a te resistir e a cada vacilo seu, um pedido de desculpas com essa voz rouca que me enlouquece, é o suficiente para quebrar qualquer armadura que eu tenha vestido só pra te encarar.E olha que ninguém derruba minha pose assim tão fácil.Mas você conhece todos os meus caminhos e sempre pega o atalho certo,
pense no PASSADO como lembranças de acontecimentos e conquistas que foram agradaveis, gratificantes e satisfatorio. O PRESENTE ? Bem, pense nele em termos de desafio e oportunidade , e em recompensas disponiveis para a aplicação de seu talento e energia, quanto ao Futuro, é o tempo e o lugar em que todas as ambições dignas que vc tiver estão ao seu alcance .
Qual foi a última vez que você sentou na mesa e prestou atenção no que estava comendo, sem precisar pegar no celular pra ver qual nova notificação acabou de chegar? Qual foi a última vez que você esteve presente para a água do chuveiro que cai sobre você todas as vezes que você vai ao banho? Ou até mesmo não pegar no celular quando está em uma roda de amigos? Pense nisso.
Mas só ultimamente que o joelho dele esbarrando no meu debaixo de uma mesa de bar estreita me deixa sem palavras. É uma pequena alteração no campo gravitacional entre nós, mas subitamente todas as minhas estrelas estão desalinhadas e os planetas tirados de órbita, e me vejo aos tropeços, sem mapa ou direção, em meio ao território assombroso de estar apaixonado por meu melhor amigo.
É bem confortante permanecer na minha melhor companhia.Voltamos e nos perdemos sem medo de pular nossos abismos. O escuro de nossas lacunas descansa o olhos do mundo, sem que seja necessário qualquer resposta. Nos dilaceramos com óbvio. E rimos das banalidades virais. Quando me encontro só não há solidão, só uma tristeza que insiste em sorrir a face do mais profundo de minha alma. E então me perco de novo dentro de mim. E me encontro, me desperto, e volto para aquilo que ainda nem sei, mas me faz o que sou. Presa dentro do que serei e acolhida pelo que eu fui.
By Cyrlene Rita dos Santos.
Inspiração Clarice Lispector.
Tem dias que me sinto gente grande;
Tenho compromissos,
horários,
gente importante querendo falar comigo
E outras tantas coisas de gente que cresceu....
Mas tem dias que me sinto inútil...
pareço não servir pra nada;
Parece que todos esqueceram de quem eu sou;
Parece que até meus amigos partiram....
E tem dias que me sinto importante,
necessária...
Me sinto útil,
realmente parte deste universo.
Mas se tem dias que me sinto imensamente feliz
esses são aqueles que posso estar contigo!!!
È uma vontade que vem do nada e é constante.
È conseguir ver o paraiso num simples sorriso teu.
È venerar cada pedacinho do teu corpo.
È o desejo de poder parar o tempo quando vc me abraça.
È querer te fazer feliz acima de ser feliz.
È achar que a tua voz é a sintonia perfeita.
È uma saudade que doi muito mas que só me faz te querer ainda mais.
È uma admiraçao e fidelidade que te defende acima de tudo e de todos.
È a capacidade que eu tenho de passar o dia seguinte inteiro repassando em pensamento cada momento que tivemos no dia anterior, e derrepente sair da orbita comum, e quando voltar em si perceber que estou sorindo sozinha.
È a força pra perdoar e esquecer cada vez que voçe erra comigo.
È o arrependimento e a vontade de voltar no tempo cada vez que eu erro com voçe.
È brigar e fazer o amor mais perfeito do mundo depois que fazemos as pazes.
È o medo enorme de te perder e a sensaçao de vazio que me causa quando voçe sai da minha vida.
Èra a vontade boba de gritar, pular, cantar e dançar que me dá quando voçe volta para minha vida.
È sonhar em dormir e acordar do teu lado para sempre.
È nao querer dormir quando estamos juntos.
È nao conseguir dormir quando estamos separados.
È te respeitar por querer, nao por obrigaçao.
È me doar de corpo alma e coraçao.
È uma certeza.
È amor.
Rita Cruz
No que se resume a sua vida? Baladas, bebidas, milhões de "amigos" que você mal sabe o nome? Ou trabalhando pra viver em shoppings gastando seu dinheiro em dívidas com a sua aparência? Viver da gratidão dos outros, da vida mansa que veio fácil?
Viver atrás de uma máscara é muito menos difícil e arriscado.
Deixar-se ser controlado pela vida é muito menos difícil e arriscado.
Mas a vida cobra, e um dia você vai perceber que começou muito tarde a encarar sua realidade de frente, sem te dar a chance de voltar para reparar seus erros.
Arrisque-se. Seja você, viva para você e não para ser um alguém diferente aos olhos dos outros, é por isso que inventaram os espelhos.
Humildade não é pobreza.
Humildade não tem nada a ver com condição financeira.
Humildade não é baixar a cabeça.
Humildade não é submissão cega.
Humildade é uma edificação no caráter.
Humildade é o tratar das pessoas.
Humildade é gentileza de coração.
Humildade uma beleza na alma.
Humildade é dom de Deus.