Textos de poema
SORRIA, SORRIA (POEMA)
Ei amigo, sorria, sorria.
Sorria sem se esconder
por trás da sua rizada.
Escancare-a de modo
que as pessoas achem
que você não é normal
porque o mais legal...
É sorrir sem segredos
que tal botar nos lábios
um pouco de felicidade?
Sorrir espanta maldade!
Mostre-se sem medos
aventure-se com sua rizada
conquiste adeptos
forme uma grande corrente
Sabe o que é bom mesmo?
Sorrir faz com que a gente
seja feliz! Sorria. Viva feliz!
E torne-se amável, diferente!
REVOLUCIONÁRIOS DA HISTÓRIA
(Este Poema canção foi agraciado com a medalha honra ao mérito pelo grupo “Tortura Nunca Mais” do Arquivo Nacional)
No rosto do Brasil ainda sangra as torturas, os espancamentos
Seus jovens ainda reclamam dos maus tratos, dos confinamentos
Marcados pelo pavor da covardia
Opressão AI-5, contra rebeldia.
Nos seus ouvidos ecoam os gritos, ávidas mães que choram
Pelos filhos desesperados que imploram
Dos impiedosos quartéis da ditadura
De tanto medo, de tanta tortura.
Pela história manchada, pelos anos de chumbo
Por uma vida mais digna, pelos direitos humanos.
E hoje no arquivo maculado da memória
Prisões de fortes paredes frias
O fantasma da morte, aparição, nos campos de concentração.
Embaixo dos coturnos bem engraxados
Marcas da violência em corpos ensanguentados.
Revolucionários, estudantes, grande legião
Tanques de guerra, fazendo evolução...
Era preciso viver, era preciso sonhar
E contra os opressores era preciso marchar.
E hoje nos monumentos aos mortos, na lápide heróica da comemoração
Coroas de flores, homenagens na foto
A bravos homens destemidos que lutaram e morreram pela pátria
Mas não silenciaram diante do poder opressivo.
E aos que sobreviveram mesmo que mutilados de vontades e sentidos, nossa eterna gratidão.
Prestes, Olga, Gregório, Julião, Ivan Aguiar, Arraes, Amaury Caminha, Brizola, Zé Duarte e tantos outros.
SINFONIA DO AMOR
(Poema canção dedicado a Celecina Gizelle de Oliveira Cavalcanti Lima de Vasconcelos – minha mãe)
Teu olhar tem o brilho
Que ilumina as estrelas o luar!
Tem a paz que preciso
pra sempre te amar.
E quando te acho
Na contra- luz do candelabro
Tens nas mãos a melodia
Que abre as asas e voa
Voa pela imensidão das cidades
Voa pelos rios e vales
Por mares e oceanos
Ao suave toque do teu piano
E ser vivente do teu fruto
É como viver para sempre
Pois, só um grande amor...
Se vive e vive eternamente!
E para sempre viverás
E para sempre, sempre serás
Um concerto sem orquestra!
Escuta no céu o Criador
A mais nova sinfonia do amor
Pois, tudo que tocas
É brilho, beleza, esplendor!
AMOR AO SUL DO HEMISFÉRIO
(Poema canção)
Você me diz pra te esquecer
Que eu não preciso te entender,
Mas na verdade meu bem, só você...
Me traz sorte, me dá felicidade,
E eu adoro te querer porque
Você é a razão do meu viver.
Garota se você me quiser,
Fugiremos para o sul do hemisfério
De ferry boat, de trem ou teleférico
Compraremos um belo cartão postal
E nesse adorável clima
Nos amaremos intensamente até o Natal.
Nos alpes, nas geleiras, nas montanhas, nas cordilheiras,
No silêncio da noite adormecida,
Acordaremos lua e estrelas
Com nossa canção preferida,
Despertaremos o astro rei
A que horas da manhã? Isso eu já nem sei!
No paraíso do amor plantaremos uma flor
Não importa a origem nem cheiro nem cor,
Eu continuo esperando meu amor, ao sul do hemisfério.
E com o calor dos nossos corpos
Esquentaremos o gelado frio,
Brindaremos com taças de fino vinho, às margens do Rio Valdivia,
Ao amor e à poesia de Neruda, à vida,
Por isso mesmo não posso te esquecer
Se estamos juntos o universo fica à mercê.
AMÉRICA
(Poema canção)
Desenhei no coração da América...
As cores do meu amor!
Meu coração está na América
Feliz anda meu amor
Braços que não se rendem
Por ti lutarei, te amarei, América
O meu coração está na América
Minha casa, minha alma
Minha vida, meu amor por ti, América!
O solo que piso, a boca que beijo
A luz que brilha em meus olhos
Mesmo quando estou dormindo
Por ti, pra ti, América!
Menina amor do meu desejo
O teu destino eu desconheço!
Meu coração bate por América
O seio que beijo, que me alimenta
Te abraço e respiro teu amor
Minha estrada, meu sonho
Vou seguindo te amando...
Por que és minha grande paixão
Por ti, América, América!
A ti entreguei meu coração
Quando te descubro em mim
Teu rosto, teu contorno
O azul esverdeado do mar
Batalha que não para de sangrar
É só por ti América... América meu amor, América do Sul!
SIGA EM FRENTE
(Poema canção)
Ando perdido pelo caminho
Apenas na memória os dias, as horas!
Sem parente, sem vizinho
Vagando pela praça da história
Sem afago, sem carinho...
Sigo em frente, vou sozinho!
A cidade não vai a lugar nenhum
Você é apenas mais um
Desapareça no tempo, no espaço
Aconselhou um velho de vários saberes
São apenas crianças, não mulheres
Vendendo seus corpos seus sabores
Está no diário dos tabloides...
Cada vez mais sujo, cada vez mais mortes!
Sigo em frente...
Siga em frente vá sozinho,
Vasculhe outra rua, outra saída
As cartas já foram traçadas
Os viciados estão por todos os lados
Vigiados por olhares ocultos
Pela tristeza dos abandonados!
Os homens enlouquecem por dinheiro
Enchendo sacas, cofres, mealheiros
Meus heróis e bandas mudaram de nome
Ficam propagando a miséria
Na barriga dos que passam fome!
Está no diário dos tabloides...
Cada vez mais sujo, cada vez mais mortes!
NÁUFRAGO
(Poema canção)
(...) Quando você tomou o rumo
Quebrou uma rotina desvalida!
Minha vida respirou aliviada
Me soltei, me livrei, me libertei...
Das amarras enferrujadas
Que o cais do porto tratou de desgastar!
Já fui louco, já fui torto
Vivi sem nome, alma ferida
Meu barco procurando porto
Preso, encalhado, sem destino
Minha bandeira tremulando em desatino
Vivendo a esmo para encontrar...
Meus passos, meus pedaços!
Tristeza em viver a vida em desalinho
Apenas sonhando os sonhos...
De um rabisco em pergaminho!
MAR DE PAIXÃO
(poema canção)
Das janelas, das vidraças
Quando meu olhar se afasta
Procurando quem tanto amei
Nos lençóis frios de solidão
No cais de pedra da paixão
Minha praia anda deserta
E por horas a fio em alerta
Buscando nos olhos do farol
Um aceno dia e noite
Até o romper do sol
Mar de maré cheia,
Mar azul de pedra e areia
Mar de amor sem fronteiras
O tempo é triste de felicidade
Quando o mar se alegra em calmaria
Escuto sua canção em agonia
Dos gemidos cortante das ondas
Se tocando contra o cais
Do cais de pedra da paixão voraz
Mar de maré cheia
Mar azul de pedra e areia,
Mar de amor sem fronteiras!
PELOS PALCOS DA VIDA
(POEMA CANÇÃO)
Sou do mundo, sou da lida
Cantando o amor pelos palcos da vida.
Sou uma breve história,
Desconcertante memória,
Sinopse sem script, script sem nenhum roteiro
Ao longo de longos anos, cantando para o mundo inteiro.
Sou primavera sem flores,
Sou romance sem amores,
Sou verbo sem provérbio,
No palco da imaginação.
Sou os quatro elementos, sou magia e sedução!
Se o céu é o limite, sou anjo decadente
Mas trago comigo sempre a paz e o amor em mente.
Sou simples e primitivo, composto e derivado
Presente, pretérito, futuro, adjetivo, sujeito e predicado
Ao longo de longos anos cantando para o mundo inteiro
Sou a lágrima da tristeza,
Sou o sorriso da beleza,
A sombra inquieta da saudade,
Sou o algoz da maldade
Pelos palcos da vida
Sou amor sem vaidade
Ao longo de longos anos cantando para o mundo inteiro.
Pelos palcos da vida cantando para o mundo inteiro!
MADRIGAIS
(POEMA CANÇÃO)
Tudo aqui lembra você
Mesmo quando a cidade
Me sufoca de saudade
Bem dentro de mim...
Toda cidade é você!
Até a brisa do mar
Que soprava sem parar
Aquecendo nossos corpos
Acordando o prazer
Em mim toda cidade é você!
Eu te tocava como quem toca uma arpa
Eu te queria como a noite quer o dia!
Corpos trêmulos de amor
Na suave brisa da manhã!
Quando era noite...
Tinha você como um açoite
Corpos, canções, recitais
Despertávamos mais um dia...
Pois, sabíamos que outros dias...
Eram noites em madrigais!
MURO DAS ILUSÕES
(POEMA CANÇÃO)
No muro das ilusões
Pintei minha arte mais bela
Você que aparece nela
Fascínio de bela pintura
Retocada por minhas mãos
Sob olhar de contemplação!
Nos jardins da estrada
Não preciso de roupa engomada
Apenas de uma flor de encanta!
Na manhã da aurora boreal
Preciso encontrar seu sorriso
Por mais longe que ele possa estar
Minha roupa de puro linho
Serve apenas de burburinho
Pra quem me ver passar!
No mar de amor, onde tudo começou
Escrevi na areia fina
Nosso poema predileto
Que reinventa nossas vidas
Mas, o que eu quero mesmo
É você aqui, bem perto
E apenas de uma flor encantada!
PASSAGEIRO DO SILÊNCIO
(Poema canção)
Sou passageiro do silêncio
Nas noites, nas chuvas, nos ventos
Na solitária estrada do sentimento
No caminho incerto do deserto
Na vida meu maior contratempo
É a não previsão do tempo!
Na morte, meu maior tormento
É a frieza do isolamento!
Trago a pressa de lugar nenhum
Dos mistérios, dos medos, dos segredos
Embora, conheça o refúgio de cada um
dos amores, das paixões, dos guetos!
Se me calo ao raiar de um novo dia
À noite o meu mundo silencia
Se me agito na tempestade
O fogo abranda a minha iniquidade!
Por isso mesmo e muito mais
Não me acho guru, mas me acho capaz
O homem pode até morrer de susto
Mas por covardia, diz o ditado, jamais!
TERRA
(Poema canção)
Na terra que o homem trabalha
Arregaça as mangas, ara.
Adubando com afinco seu sustento
Com honra criando seu rebento
Homem simples, terra santa
De tão prometida fica esquecida.
Terra mãe, terra vida
Terra que amo, terra querida!
Terras de tão pucos homens
Homens de tão poucas terras!
Deixar a terra é desertificar o coração
É não expurgar os males da plantação
Forçadamente deserdar amor e chão
E sem terra o homem não sobrevive
Nem o arroz, nem o milho, a cana e o feijão
Lavrar a terra com paixão
Brotar o fruto de cada chão
O olhar feliz que corre a gleba
Na doce terra do sertão
Terra que nos alimenta,
Terra que nossa essência
Na terra que o homem trabalha...
Arregaça as mangas, ara!
Poema:
A falta de ideias por 1minuto(3x)
Quando não tenho no que pensar
Continuo a pensar
e penso em me desligar do mundo
Quando não tenho oque escrever
É claro que continuo a escrever
Sinto cada gota de tinta Derramada naquela folha virgem ...
É tanto peso na consciência
Ai se tu soubesses quantas palavras
podes carregar durante séculos
Ai se tu pudesses ver os insultos nesse teu corpo lindo e esbranquiçado...
Retratas a Paz!
Terreno perfeito pra descrever ataques de guerra ...
Mas é Mesmo assim o homem Criou-te pra poder criar em ti!
Ele usou-te pra guardas algos que poderá vir a usar no futuro ...
Sejam eles bons ou maus Dizeres
Tu Recebes da mesma forma...
És uma folha mas nem disso tens consciência...
Nós amantes da Escritura abusamos dos seus Companheiros
Chamamos os Rascunhos ...
A história mas dura e sincera que em ti ja foi escrita...
Aquela Mulher sem Nada nem amor pra dar!
Comer?
Era so quando dava
Dava quando tinha
E só tinha quando davam ...
Escreveram em ti que ela tinha um pequeno esboço de casa naquela zona baixa
É assim que era porque é assim que foi escrito!
Viveu nesse sitio insolado porque
Precisava parar de ter esperanças
Então desfez-se dos Vizinhos!
Aquela linda mulher tinha a sua miserável lixeira bem ao lado do rio...
É ali Naquela sujeira que ficava o seu armazém de forças...
Uma falha , menos um dia!
Uma calamidade na zona baixa Menos uma vida!
E foi assim o aconteceu
ali não havia destino algum
O tempo era Arma perfeita
Era Tiro e Queda ...
O caudal do Rio estava com tanta sede de vida que foi atacar até aquela que vivia na morte...
foi assim que aconteceu...
Porque foi assim que foi escrito..
Lá se vai mais um corpo flutuando na água (ouves no noticiário...)
E aquela criança inocente pergunta na sua mãe ...
Olha mãe! já que Tu não podes dar mais filhos porque não levamos um irmãozinho pra mim na rua?
E ela lacrimejando diz:
O teu pai não quer lixo em casa!
Vês? É duro nem?
Mas porque Refletes se tu nem pensas
Porque a angústia se tu nem sentes?
Tu és folha e isso é tudo ...
Mesmo sabendo que tu és um simples papel vou compartilhar os seguintes dizeres...
Se tu vês alguém na Rua pedindo esmola
E tu não vais ajudar!
Vês uma senhora sendo humilhada no chapa porque diz ja não ter dinheiro para pagar a sua passagem
E tens guardados contigo 50Mt
Não Dás a ela porque precisas comprar refrigerante?
E se fosse aquela pessoa que pra ela Agua ja não serve so pra hidratar?
Agua é mesmo vida!
Ela sim esta capacitada pra dizer
Sem água não ha vida ...
E sem dinheiro não ha agua!
Não pra ti!
Tu vives na cidade so bebes Mineral!
Vês é duro nem?
So me faça um favor
No dia que estiveres com sua casa pegando fogo ou seu filho quase Morrendo e tu não souberes como o ajudar,
Não atrapalhes os vizinhos!
Porque do mesmo jeito que tu não sentiste quando vistes quem vivia na morte
Ninguém vai sentir por ti porque tens o seu filho doente ...
Todos eles são como tu
A Arte de Humanismo se encontra Ausente...
Ate os moradores de rua têm um grupinho ao qual chamam família
Onde também preparam as comidas
Quando dá
Dá quando tem
E só têm quando a lixeira dá ...
É nesse esboço de família que eles passam os maus e os piores momentos
A vida é um quebra cabeça que só mesmo Deus tem a chave para o final?
Mas ti perguntas se estás incluso nesse jogo!
Então tu ficas fingindo que não sabes
Sabendo que estás sofrendo
Sofrendo seja por dentro por fora vai escondendo vivendo cada momento ate que partas e so fiques nos pensamentos...
É assim que é porque é assim que está escrito!
Poema:
Dizem que elas são construtivas mas Tu estás pouco se lixando pra isso..
Olhe isso não passa de uma maneira muito sua e desumana de dizer eu sei mais doque Ele...
Elas estragam...
Elas nos trazem aquele peixe morto numa das melhores caixas, ela nos tira o sorriso que tirávamos espontaneamente ...
Olha se tiveres guardes contigo
Mas quem são elas oque são elas?
Olha nem tu sabes so as usas ...
E Eu só sei que as temo
Quer dizer eu Temo pelo inimigo que não conheço por esse mesmo motivo
A critica Desgasta
Olha ela é o animal Ferox que pode atacar a si Mesma
Tu as usas inadequadamente
Na verdade Nunca ninguém está preparado para as Receber
E eu Não passo de mais um morador da verdade que trancou as portas para as críticas, prefiro elas longe de mim!
Prefiro acreditar que acredito!
Desejo partir sem senti-las
Gostava de Transforma-las em nada
É que nao faz sentido;
Vejo-te a ti e os seus Rebento
Criticando um pobre coitado por não saber investir Dinheiro...
Mas tu ti esqueces que ele não teve essa formação que tiveste...
Ele não aprendeu onde tu aprendeste
Ele não viveu nem viverá onde tu viveste ...
Porque não ti perguntas?
Enquanto eu estudava onde ele Estavas?
Enquanto eu dormia no luxo onde ele Andavas?
E Enquanto eu chorava para onde foram as Lagrimas dele?
Mas olha:
Vc não sabe oque é acordar e não ter comida na mesa ..
Não não vc não sabe vc tem é noção ...
Mas ele não!
ele tem isso tudo e mais um pouco...
Ele não só é pobre como tambem é coitado...
Sim ele não sabe investir dinheiro porque ele come como se fosse o ultimo dia!
Ele é so Mais 1 Robô Comandado pela fome...
Ele é mais Uma bala perdida quer vai vagando durante quilômetros e quilômetros a procura de Vítimas...
É aquele sofredor Que perdoa ate Um Mosquito porque compartilham o Desespero...
Ele é A sua própria pá e caixão. enterrado a 20 palmos da Felicidade...
Mas tu não
Tu não passas de mais 1 Bebê inocente
Que Grita porque queria ter ficado mais 1segundo no ventre pra aprender a Amar ....
O vazio o Caracteriza e Por isso ti sentes completo...
O Amor não ti pertence
És filho único da Ignorância!
A tua mãe teve outros com a humildade!
E os seus irmãos chamam-se:
Respeito e Consideração...
A chuva chegou levantando o cheiro da terra; inundando mares.
Para uns a chuva é poema, para outros, tragédia anunciada. Mas chuva é mãe! Piedosa, chega no leito do sertão, nutrindo o chão.
Chuva:
Lágrima filtrada! Forma poças que logo são pisadas. Com o vento segue o fluxo arrastando para longe a mágoa, e surge, de repente, de forma branda, no peito de quem ama, no colo da mulher amada.
POEMA INSISTÊNCIA
Amo-te tanto como o canto de soluço e pranto
Amo-te ainda na pungência de uma calma condolência
Ainda no silêncio da resposta transcendente
Amo-te loucamente tendo os olhos rasos de esperança
Numa dor que alucina, na saudade que agonia
Tenho sede de contentamento na certeza descontente
Amo-te simplesmente dessa forma insistente
Como aquele que se veste da mulher amada
Amo-te de forma desamparada
Como um apaixonado sedendo por colo
Como a criança triste que feriu o pé
Onde está a virtude se eu te amo da forma
Que alcança a infinitude?
Já não sei da razão, eu queria mesmo o desejo são
Dimensiono o esquecimento mas a persistência é como um calor
Que aquece o peito cheio de amor
Eu não tenho respostas,
Encontro sua dureza quando anseio pelo afago de sua mão
Amo-te como um ninho sozinho, aquele sem o passarinho
Que voou, voou e alcançou o céu
Vejo-te como uma caixa de surpresas
Hora sai braveza, hora sai leveza
Será que uma hora sai amor?
Amo-te almejando a desistência mas a teimosia da adolescência
Permanece na insistência.
Poema perfeito
Procurei um poema para mandar para você,
Encontrei uns bonitos, que falam de amor, de saudade,
Outros de felicidade, mas nenhum deixou-me satisfeito,
Sempre acho que para você tem que ser mais.
Então resolvi escrever para me justificar,
Porque os poemas que mandei são incompletos,
Nenhum fala do seu sorriso que me encanta,
E dos seus olhos que provocam minha alma.
Nenhum consegue descrever o quanto é maravilhosa,
Nem retrata a grandeza dos momentos ao seu lado,
São insuficientes para lembrar-me do bem que me fazem seus carinhos,
E do calor que domina meu corpo quando estamos juntos.
Não consegui encontrar um só capaz de descrever seus beijos,
Quando seus lábios se colam nos meus,
O pulsar do sangue em nossas veias,
A felicidade que transborda em meu coração.
Peço desculpas, meu amor, por não encontrar o poema perfeito,
Enquanto penso em nós dois continuarei procurando,
E se não encontrar nada à altura do que você merece,
Quem sabe um dia consigo eu mesmo escrever um.
Cantiga de Amigo
Nem um poema nem um verso nem um canto
tudo raso de ausência tudo liso de espanto
e nem Camões Virgílio Shelley Dante
--- o meu amigo está longe
e a distância é bastante.
Nem um som nem um grito nem um ai
tudo calado todos sem mãe nem pai
Ah não Camões Virgílio Shelley Dante!
--- o meu amigo está longe
e a tristeza é bastante.
Nada a não ser este silêncio tenso
que faz do amor sozinho o amor imenso.
Calai Camões Virgílio Shelley Dante:
o meu amigo está longe
e a saudade é bastante!
Cavalo à solta
Minha laranja amarga e doce
meu poema
feito de gomos de saudade
minha pena
pesada e leve
secreta e pura
minha passagem para o breve breve
instante da loucura.
Minha ousadia
meu galope
minha rédea
meu potro doido
minha chama
minha réstia
de luz intensa
de voz aberta
minha denúncia do que pensa
do que sente a gente certa.
Em ti respiro
em ti eu provo
por ti consigo
esta força que de novo
em ti persigo
em ti percorro
cavalo à solta
pela margem do teu corpo.
Minha alegria
minha amargura
minha coragem de correr contra a ternura.
Por isso digo
canção castigo
amêndoa travo corpo alma amante amigo
por isso canto
por isso digo
alpendre casa cama arca do meu trigo.
Meu desafio
minha aventura
minha coragem de correr contra a ternura.