Textos de poema
As vezes perdemos a capacidade de pensar, não porque somos frágeis a tudo que nos rodeia, mas sim porque nem tudo na vida é realmente como deveria ser. As vezes as pessoas nos surpreendem com comentários desnescessarios que nos promovem uma reviravolta na mente nos fazendo perder os sentidos mesmo estando em pleno estado de lucidez.
RECEITA DE MULHER
(Vinícius de Moraes)
Para ser uma grande mulher..!!!
É preciso que haja qualquer coisa de flor......
Que seja bela.....
Que seja sem ser.....
Que se reflita e desabroche no olhar dos homens.....
Que seja leve como um resto de nuvem, mas que seja uma nuvem.....
Que dê sempre a impressão de que se se fechar os olhos ao abri-los não mais estará presente.....
Que surja, não venha; parta, não vá.....
Que possua uma certa capacidade de emudecer subitamente....
E que em sua incalculável imperfeição constitua a coisa mais bela e mais perfeita de toda a criação........
Maria deu o Fruto doce à humanidade
e a lei do Senhor é uma grande bênção.
No lugar do fruto amargo que colhera Eva,
pelo Fruto de Maria toda humanidade se delicia.
A árvore da vida escondida no Paraíso,
dentro da Virgem Maria foi semeada
e dela nasceu, e sob sua sombra
a humanidade se sentou
e aos distantes
e aos próximos
seus frutos espalhou.
meu amor
Meu amor por você não tem fim
não tem barreiras
meu amor por você é sinsero , puro
e como as estrelas que estão lá sem espera nada em troca
só que fazer da tua noite feliz
como o sol , só que fazer do teu dia especial
como o vento que ama tua pele que vem e vai e a beja
como a agua que não sé inporta de ser quem é porque cuida de você
renova tua força e te faz viver
meu amor por você e infinito vai além do tenpo
além do vento da chuva que vai , do calor
mais com aveto e amor
ama todo mundo dis , viver o que ama quasse ninguém faz
me deixa entra no teu coração pelomenos uma vez
me da um pequeno espaço nem que seja bem apertado eu me encacho me espremo e fico pequeno
me deixa fazer parte de você
meu amor por você e maior que o infinito que o mar
meu amor e maior que podes inmaginar
[...] "Quanto vale um professor e a formação das gerações futuras em nosso quadro social?
Oxalá fossem os salários, proporcionais ao impacto e relevância social da atividade exercida.
Afinal, não apenas através da medicina é possível se salvar uma vida.
Mas, a sociedade vendida ao camarote, assiste imóvel ao cúmulo da desvalorização
Dos mestres nas salas de aula; Dos ‘valores’ a inversão.
Um verme de paletó e gravata, valendo-se dos privilégios de ser político,
Desviando rios de dinheiro e fazendo o eleitor de otário;
Enquanto um professor dedicado, Socialmente indispensável e devidamente formado,
Faz malabarismos intermináveis com as migalhas que lhe ensinaram a chamar de salário.
Elites políticas aprenderam há séculos, a fazer papel de parasita.
E o fazem muito bem, infelizmente. Sugam tudo o que podem, até de quem mais necessita.
Pensam: “Pra quê investir em Educação se o que nos mantêm é a doce alienação?”
“A essa gente, já lhes basta circo e pão!”
[...]
A NUDEZ
A nudez é a indiscrição poética
Do pecado na carne pervertendo
A alma na concepção dos desejos.
Iludido pelo encanto transcendental
Que desvirtua o ser e corrói a alma
Levando o indivíduo ao reles suicídio.
Mesmo que a visão enigmática turve
A consciência desequilibrada e torpe.
A nudez é a indiscrição poética
Desmemoriada abrupta e tísica
Em desavergonhada Saliência.
A nudez carnal nada mais é
Do que a descrição
Do obsceno
Poético em
Prosa
&
Versos
D`
G
Á
U
D
I
O
PROCÓPIO
Oh moça dos olhos claros e brilhantes
dos cabelos soltos e ruivos
como fogo radiante.
Tu que sempre amei
e tanto procurei,
onde estavas que
só agora lhe enxerguei.
Queria te encontrar
ver o teu rosto para
acabar com este desgosto
de não te conhecer.
Gostaria de lhe ter por perto
dizer o quanto te quero
e quando tudo estiver certo
mostrar a ti que meu amor é vero.
Acho que o tempo
apagará esta história que sou,
e quem mesmo amado
não saberá quem amou.
MORTO POR UM ABORTO
(Esta poema é produto de uma ficção que traz à tona o veemente repudio do próprio feto, contra UM CRIME CHAMADO ABORTO.)
Mãe! Eu consigo e você comigo,
Poderíamos viver juntos por muito tempo
Se não fosse esse seu inescrupuloso intento,
Prestes a decretar minha não-vinda.
Esse intento que desenfeita a beleza feminina
De dois corpos num só.
Que desvenda o mal que você apronta,
Ao ilustrar na tela do desrespeito à vida
Ao apresentar a aparição dos contras
E o desenrolar da eliminação dos prós.
Mãe! Eu que queria ser o fruto de sua existência.
A rósea flor da sua façanha,
Regada com o choro da criança que viria,
Sou, no entanto, um botão pisoteado num canto.
SOU UMA CRIATURA sendo abatida, sem clemência.
SOU UM SER sendo assassinado nas entranhas,
Sob os mandos e desmandos
Da frieza, da perversidade, da covardia.
Mãe, como é pecaminoso esse seu delito!
Emolduras um quadro com falso desenho.
Colas um cartaz com rasurados manuscritos,
Ocultando, no ventre, a falência de seu juízo,
Ao agredir-me, às escondidas, com golpes doloridos,
Certificando-se, assim, que não mais tenho
O vigor que possuí outrora.
O calor materno daquela ocasião...
Nos minutos daquelas horas.
Mãe, eu me perco na escuridão desse desafeto
E, pouco a pouco, desfalecendo,
Sou um feto doado à dor e à agonia.
...Me remexo, me enfraqueço.
Desfaço-me nesse embaraço
Que tanto me judia.
Que me tinge com o corante da violência.
Que me queima com o fogo do sofrimento,
Levando-me a saborear
A ceia das conseqüências,
Como o mais recomendável dos alimentos.
Mulher!
Você é simplesmente mulher, adiante,
Porém, jamais pura ou sublime.
Você não é mais digna
Da minha admiração que se finda,
Ao ser impiedosamente detonada, explodida,
Pela exterminadora sem-vergonhice do seu crime.
Você, pra mim, vale menos que uma moeda,
Pois a gestante que se preza não pratica isso:
Não ignora a semente de sua vida,
Pondo-lhe um maltratante sumiço.
Mulher, conclui-se o seu insensato desejo!
Sei que, prematuramente, sairei.
Que sua barriga logo... logo eu a deixarei,
Para entre os seres vivos não permanecer.
Para não dar e nem receber
Sequer um... um único beijo.
Agora, mulher!
Agora... agora tudo está para ser desfeito.
Se o arrependimento a fizer voltar atrás,
Não será possível dar um jeito,
Porque já é tarde demais.
Porque eu já presencio a morte
Vindo ao meu encalço, ao meu encontro,
E, daqui a alguns segundos,
Ela fará com que eu esteja morto.
Morto por sua conduta contrária.
Morto por seu aborto.
Por essa injustiça cruel e voluntária,
Que me traz o ponto final
De um total desconforto.
Adeus,
Mulher que não quis dar-me ao mundo.
Adeus,
Mulher que não quis ser a minha mãe.
Adeus...
É o meu irremediável fim... ADEUS!
DEUS TRISTE
Eis que Deus
Está triste!
- Ah, se você O visse! (?) -
Encabulado, pensativo,
Desolado, apreensivo...
Decepcionado com o baita disparate
- Solto, à mercê, sem rumo e sem classe -,
Dada à enorme disparada
Das dívidas contraídas;
Do pouco que se empreendeu;
Na adversa evolução propagante e às pressas,
Para com a nítida e solícita lição,
Tão recomendada a cada um
Dos amados filhos seus.
Ei-Lo, lá em cima,
Com suas sacras orientações,
Enviando-as aos cérebros, às mentes,
Aos conscientes corações,
Mas, inconformado com o acrescer do inverso.
Com o desrespeito,
O desleixo, o desapreço veemente.
Com tamanha falta de consideração.
Eis Ele, lá do Alto,
A ver tanto destrato!
A observar quem não é
Nem o esboço de um santo
E sim um mini-pedaço gostoso
Do bolo do mundo grandioso;
Um simples punhado de pó apenas;
Uma porção de cinza
Alçada ao mar, ao lago, ao ar,
Ou, então, reclusa num pequeno receptáculo,
Reservado à sua memória, à sua menção.
Querendo, o metido a Mecenas;
Na verdade, o desmedido inculto,
Ser o maior a qualquer custo,
Com seu dedo em riste insinuante,
Como se fosse um rei predominante,
A possuir o privilégio régio
De desejar mandar,
No todo, em tudo.
Eis que Ele...
Que Deus está triste!
Perplexo ante os flashes do funesto descrédito.
Impassível, sem descanso
Para com os fortes solavancos
Desembestados pelo incrível avanço do desdém.
Preocupado com a acintosa proporção de deslizes
Em série e, por tabela,
Transportados sobre descuidadas selas;
Com a gigantesca escalada da crise,
Forçando, intransigente,
Em concretizar a maldita façanha:
De, prosseguindo adiante, avante, além...
Querer fazer frente
À já tão corroída montanha
Do Amor e do Bem.
Eis que, assim,
Desfaz-se dos avisos - já passados e ao vivo -;
Desliga-se dos recados imparciais;
Idênticos, iguais. Convencionais ou virtuais,
Transmitidos aos fora-de-sintonia,
Com a ora desantenada, desconectada,
E errônea idolatria dos tais
Que julgam ter muito, quando nada têm.
Que, desleixados, inflexíveis,
Atolados até o pescoço,
- Remexendo-se entre a lama e a roer o duro osso -
Deixam fácil que as desqualificações da avaria
Tomem bastante conta daquilo
- Mas, que gosto pelo desgosto!
- Que vacilo, hein! -
Que eles acham,
Tremendamente, que lhes convém.
Hei! É chegada à hora!
É mais que agora e pode bem ser para você:
Se for um dos elementos dessa toda ofensa, aí;
Caso faça parte dessa turma,
Dessa massa sem graça,
Que se envolve, se agrupa, se abraça,
Para bulhufas, para o vazio de uma inservível busca,
Por favor, sai já, daí!
Pare! Arrêter! Stop!
Dê um basta para isso que tanto o afasta!
Dê o bote, o choque,
O ultimato, o firme golpe,
Neste que se dá de bacana
Para atrair e envenenar a alma insana,
E resgate, pelo braço, com eficiente contato,
Um outro que teima não haver mais defesa;
Que pensa que a ajuda intensa já não vem.
Que não vê o quanto está cheio
De recheio de embaraços,
Para que caia fora, também.
É conquista alcançada!
É triunfo exuberante, alvissareiro, celeste!
É só seguir as pegadas do Mestre!
É barbada, é tão legal!
Enfim, é o pró que dá fim ao mal,
Quando SÓ se quer O SIM!
Que ASSIM SEJA!
AMÉM !!!
Este sonho que eu sonho desde que sonho, ecoa sempre ao longe no deserto.
E os meus olhos cansados já não ponho na direção do seu destino incerto.
Hora longe de mim, hora mais perto, ouço o murmúrio d’água.
Pobre sonho! São meus ouvidos que me traem certo.
No desalento deste andar tristonho, desfaleceram pela longa viagem os meus sentidos exaustos, peregrinos numa ilusória crença da miragem.
Será que não existe a sombra boa, nem a água fresca que eu sonhei menina e que a vida inteira se caminha à toa?
Nós também queremos viver.
Nós também amamos a vida.
Para vocês escola; para nós pedir esmola .
Para vocês academia; para nós delegacia.
Para vocês forró; para nós mocó .
Para vocês coca-cola; para nós cheirar cola.
Para vocês avião; para nós camburão .
Para vocês vida bela; para nós morar na favela.
Para vocês televisão; para nós valetão.
Para vocês piscina; para nós chacina .
Para vocês emoção; para nós catar papelão.
Para vocês ir à lua; para nós morar na rua .
Para vocês está bom, felicidade; mas para nós... Igualdade.
Nós também queremos viver.
Nós também amamos a vida...
Pra que dos meus sentimentos correr?
Se no final é com eles que eu vou morrer
Meus amigos eu estou a perder
E eu vou acabar sozinha sem nem perceber
Eu quero muito gritar
E pra fora tudo colocar
Mas pra que fazer isso?
Se nada vai me fazer melhorar
Eu quero dos meus problemas fugir
Mas eis a questão, como fugir?
Se eu não tenho para onde ir
Eu queria muito voltar a rir e sorrir
Quero acreditar
Que eles vão mudar
Até que ponto tenho que chegar
Para que na sociedade eu possa me encaixar
Eu me perdi num corredor
Sem ela meu mundo está sem cor
Tenho que me trancar para o amor
Já que eu já conheço a dor
Da minha casa não quero sair
Mesmo com a liberdade de ir e vir
Mas porque eu iria?
Se eu fosse minha família eu magoaria
Essa menina não é desse mundo Há tempos não vejo tamanho talento Na beleza de um coração tão profundo Ela canta suave e doce como o vento Não perde nunca o brilho e o tom É linda e bela como só ela pode ser Ouvi-lá cantar, meu deus, que bom! Só quem presencia pode entender Queria ouvir sempre seu canto Nada me faria mais feliz no mundo Não existe, e digo, maior encanto Nanda, és mais maravilhosa que tudo
“Primeiro levaram e prenderam o pessoal da Direita, mas não me importei com isso, até comemorei! Eu não era da Direita! Em seguida levaram e acusaram os de Centro, mas não me importei com isso, eu também não era de Centro! Depois prenderam os de Centro-Esquerda, mas não me importei com isso porque eu não sou Centro-Esquerda! Depois acusaram alguns da Esquerda de traição, mas como eu sou fiel ao partido de esquerda, também não me importei! Agora estão me levando, mas já é tarde... Como eu não me importei com ninguém, também, ninguém agora se importa comigo...”
Poema azul
eu reconheço a distância
calada de um coração
essa distância-oceano
que é a distância dos anos,
dos autos, dos atos de fé
do labirinto tecido
à fina seda do sonho
que sonda o poente
eu reconheço a distância
forçada do exílio
do suicídio coroado
nas laudas do tempo,
do vento, do corpo que amei
eu atravessei o grito
dos seus olhos quando até
a palavra tempo cessou
e o relâmpago profetizou,
na escuridão, o retorno
e você diz que eu fiquei mais azul
Teu olhar é como um poema
Todo feito para descrever o quanto é linda sua alma.
Não é a natureza que te fez perfeita
e sim ela que de tão invejosa se inspira em cada gesto seu de toda sua beleza.
Sua beleza segui as formas da natureza, porque foi na natureza que teu olhar se fez o mais perfeito.
E quando me olha logo me encanto por essa loucura que é te ver de perto.
De perto e cada vez mais perto te quero cada passo teu rumo a minha presença é um momento que meu coração quase para de tanto prazer de estar diante de ti.
Esse teu olhar com esse sorriso só pode ser loucura, porque ele se espalha pelo dia o tornando mais feliz.
O dia é mais lindo quando te vejo sorrir.
O dia é mais alegre e se vai mais rápido do que os dias que tu não estar aqui.
A muito tempo não te vejo e os dias aqui amada minha são os mais longos e escuros.
Porque somente você tem tudo que sempre quis.
Poderia colocar o poema de Clarice aqui. que ninguém é eu e ninguém é você, esta é a solidão.
E dizer que a solidão tomou conta da minha vida, mas ao mesmo tempo eu estaria mentindo para o meu próprio ser.. Pior ainda eu estaria desvalorizando as minhas companhias.
A que ponto eu estou só ?
Solidão é quando não temos ninguém ao nosso lado.
E o que estou sentindo na verdade é a sua ausência!!
o pó e o amor
como o poema
são feitos
no dia a dia
o pão come-se
ou deita-se fora
embrulhado
(uma pomba
pode visitar o lixo)
o poema desentropia
o pó deposita-se no poema
o poema cantava o amor
graças ao amor
e ao poema
o puzzle que eu era
resolveu-se
mas é preciso agradecer o pó
o pó que torna o livro
ilegível como o tigre
o amor não se gasta
os livros sim
a mesa cai
à passagem do cão
e o puzzle fica por fazer
no chão
ARTE POÉTICA
Escrever um poema
é como apanhar um peixe
com as mãos
nunca pesquei assim um peixe
mas posso falar assim
sei que nem tudo o que vem às mãos
é peixe
o peixe debate-se
tenta escapar-se
escapa-se
eu persisto
luto corpo a corpo
com o peixe
ou morremos os dois
ou nos salvamos os dois
tenho de estar atenta
tenho medo de não chegar ao fim
é uma questão de vida ou de morte
quando chego ao fim
descubro que precisei de apanhar o peixe
para me livrar do peixe
livro-me do peixe com o alívio
que não sei dizer
O poema ensina a cair
sobre os vários solos
desde perder o chão repentino sob os pés
como se perde os sentidos numa
queda de amor, ao encontro
do cabo onde a terra abate e
a fecunda ausência excede
até à queda vinda
da lenta volúpia de cair,
quando a face atinge o solo
numa curva delgada subtil
uma vénia a ninguém de especial
ou especialmente a nós uma homenagem
póstuma.