Textos de poema
Gaveta
Qual fim levou as lembranças que em ti deixei?
Talvez jogaste-as na primeira gaveta
E trancando-as com duas voltas e meia
Vislumbrastes esquecer-me por escassez...
Seja sincera, achastes mesmo, desta vez
Que expulsar-me-ia desse teu coração?
Tire-me da gaveta e guarde a solidão
Porque ela sim merece o esquecimento!...
E pra nós dois, que tal o renovamento
De tudo isso que ainda será recordação
(Jefferson Moraes)
Olinda, Pernambuco
26/08/2014
Açude
Lembro-me daquele açude
Lá no sítio de tia Maria
Onde a água refletia
Meu rosto com plenitude
Lá estava a juventude
Que nunca mais revivi
Só me restou, por fim
A pior das crueldades
Me banhar com a saudade
Que a gente sente de si
(Jefferson Moraes)
10/09/2014
Olinda, Pernambuco
Sextilha de número 1
(da série: Uma Sextilha por noite)
Uma angústia quando vem na madrugada
Dilacera qualquer coração dormido
A reflexão que o silêncio presenteia
Faz com que sobressaia o envolvido
Pode ser saudade ou arrependimento
Seja o que for, estou aqui sentindo
(Jefferson Moraes)
18/09/2014 - 3h50
Olinda, Pernambuco
SE PUDÉSSEMOS MEDIR A SAUDADE
Se pudéssemos medir a saudade
Seria algo sem começo, mesmo sem fim.
Não haveria futuro nessa humanidade
Mas não seria ruim.
Se pudéssemos medir a saudade
Veríamos o mundo passar em volta
Falando com legitimidade.
Uma grande reviravolta
Se pudéssemos medir a saudade
E compará-la com um padrão
Qual seria essa unidade?
E poderíamos criar então?
Se pudéssemos comparar a tristeza
Estaríamos sem intimidade
Algo muito justo, com certeza.
Se pudéssemos medir a saudade
Pode ser muita, pode ser pouca.
Receberemos essa questão
Controlaremos essa ansiedade louca?
Para caber aqui, na palma da mão?
VERDADE ABSOLUTISTA
Acaso se eu soubesse
Sobre a curiosidade
Seria um grande estresse
Descobrir a verdade
Em bom favor da dúvida
Continúa inalterável
Rígida, firme, súbita
Inexpugnável
Vi verdades que são
Mudadas entre sempre
Minutos que se vão
Convida: “sempre entre”
Mas ainda o tempo passa
E a verdade ainda muda
É coisa que se faça?
Verdade não se iluda
Escrevo, para de mim essa tempestade,
A tempestade sempre volta
Cidade, estados, nações e a loucura coletiva
Procurei, com essas dúvidas do mistério.
Lia em qualquer canto
Notas, de almas se vendendo
Cada o doce de amar?
Vejo no objeto uma gota sua.
Vi ali, nas calçadas o teu sangue
relembrei as tuas andanças,
chorei tuas lágrimas
me perguntei: aonde existiu civilização.
Quando imagino em ti meu corpo
cadê a luz desse mundo
cadê aqueles que procuram viver?
Vejo a música entrar...
tirou a razão que ocupou-se a realidade,
a maior luta é a interna
pois dela nasce todas as outras
Difícil encontrar belas terras
sempre não serei nada
mas cadê o homo sapiens?
Sempre pensando em não ser alienado
e esquece que tem sentimentos e a metafísica.
O homem que se diz: "não sou alienado"
se alienou nas próprias afirmações,
Hegel te deu os rios das incertezas,
Cabê a cada um encontrar tuas ilhas,
o problema Hegel, é que na nossa mente,
os sonhos são infinitos,
e nossos oceanos, raramente, são calmos
Parado no tempo, diante do relento
Refletindo de cada momento que se foi
Pra aonde eu vou? O vento não sopra mais
A vida passa tão sem graça, a paz é ilusão.
Solidão consome o coração. Percepção…
Liberdade. Observar e contemplar o universo.
Agradecendo por tudo e por nada. Aprendendo.
ViVenciAndo cada sentimento, percebendo,
Que estou só de passagem, porque daqui,
Nada se leva… nada… nada se leva.
Hoje acordei com saudade dela mas não posso vê-la„
Lembrando da gente deitados na grama, ela sorrir„
Me faz feliz, volte pra mim, quanto tempo faz?„
Coração que bate ta vazio, cade aquela paz?„
Mas lembro que só ela é a quem traz„
O tempo voa, e ela se foi„
Talvez ela voe„ voou„
Me deixou, sozinho„
E aqui estou„
Vento sopra forte indicando a direção que se deve tomar„
Sinta o som, voe para longe sem sair do chão„
A imaginação colore o preto e o branco„
Faz a mente se por a pensar„
Em momentos, lembranças, viagens..
Da vida que nunca mais voltarão„
Ainda bem que eu fiz tudo o que eu quis fazer„
Poder sentir a alegria de ver mais um sol nascer„
Como a vista é linda, vem cá„
Deixe de bláblá.
AMOR DOS SONHOS
Sou o seu sofredor
Que vive so para te amar
Mesmo em segredo
expulso a sua dor
Que cultivo em seu olhar
Vai me disculpar
Passo todas noite te
transando
e' a melhor forma de te
amar
sei que sou culpado mas
estou adorando
Me deixe assim em
segredo
Se eu disser que te amo
Estarias a cometer
pecado
Dizendo que tens
namorado
Da maneira que me tocas
Me deixa sem palavras
O seu beijar verdadeiro
Na realidade es a marreta
do pedreiro
POR: DURAO
Ana Pet
Quando eu tinha 5 anos de idade eu tinha uma melhor amiga, o nome dela era Ana, não ! não era uma Aninha uma menina de idade próxima. Ela tinha 74 anos, era nascida na antiga Iugoslávia, era recheada de histórias, tinha vindo nova, toda vez que contava sobre sua infância seus olhos enchiam de lágrimas, guardava as lembranças empacotadas, falava muito do seu primeiro namorado um tal de Paulo, e ela conseguia relatar com tanta maestria o primeiro beijo que dava agonia pela sinestesia que ela conseguia descrever. Eu chegava 12:20 todos os dias da escola, deixava minha mochila e descia para o apartamento 21, isso todos os dias. Ela sempre me questionava sobre como tinha sido na escola, uma vez discutimos por que ela havia feito salada de tomate e cortou em rodelas e eu era acostumado a comer picado, como fazia minha vó, ela me obrigou a comer. Foi a unica vez que aquela leveza que eu era acostumado a ser inexistiu.
Ela brincava de boneco, eu imitava cenas de filme de luta, ela sorria e entrava no meu mundo e falava que eu lutava muito, na época morava a exatas duas quadras de onde eu atualmente moro. Hoje aos 26 anos a vida se encarregou de me afastar da Ana, hoje literalmente hoje passei em frente ao edifício Flávia - confesso - escorregou uma lágrima ao imaginar que provavelmente ela não esta mais nessa vida e ela nem me viu crescer e ela repetia sempre e lembro da entonação da sua voz dizendo: - "Junior você vai ter um futuro lindo"
E é isso toda minha infância empacotada e guardava ás sete chaves na minha memória e no meu coração.
As vezes gosto de pegar e reabrir esse baú. E quase um ritual que faço e acabo voltando no tempo.
E sabe, as vezes sinto saudade de como eu era.
Um sonhador que acreditava que sabia voar.
Por que no fundo eu era inocente, e talvez bem lá no fundo, eu ainda seja
AMIGO APAIXONADO
Nao repar oque tenho
Nao repar do jeito que caminho
Nao repar onde vivo
Nao repar do jeito que vivo
Nao repar em meu sofrimento
Nao tenho estudo completo
Nem sei oque esta na sua mente
oque nao tenho e' dinheiro suficiente
Quero que repar em meus olhares
Quero que repar em meus andares
Quero que oiça no que ti vou pedir
Quero que acredite para dicidir
Me tire deste castigo
De viver como amigo
Me coloque do seu lado
Como o seu namorado
ISTO E' AMIGO APAIXONADO
Por: DURAO
EU SOU ISSO POETA CAFRIAL
Por um sorriso teu
Foi um sorriso seu
Foi um instante perto do céu
Como um amanhecer de um dia
Eu te observei!
Em um momento me perdi
O tempo parou quando lhe observei
Era como renascer das cinzas.
Você se foi e a noite chegou
Veio o frio tomando dentro de mim
Um coração perdido em metáforas.
Foi um sorriso seu
Fez valer a pena viver
Meu mundo parou por você.
Acreditei de novo no tempo
Bastou apenas um olhar seu
Meu coração voltou a bater.
Foi como um começo, eu sei.
Faltavam-nos palavras
Mesmo tendo muito a dizer.
Por um sorriso teu, resolvi viver
Tirou-me do tempo e do espaço
Fiquei perdido, apaixonado por você.
Perfume de uma amor.
Erros nem sempre são para sempre
Lamentações as vezes nos fazem recordar
Esquecer também faz parte de viver...
Lembranças as vezes me trazem você
Mesmo doendo prefiro, a lhe esquecer
Odeio pensar que tudo pode ter um fim...
Costumo deixar o tempo passar
Longe de você sobram me as rosa
Um agridoce perfume perdido no ar...
Se soubesse que sonhos são eternos
Jamais acordaria ou dormiria para sempre
Unidos pela surpresa de nossas alegrias...
Daria minha vida por mais um segundo
Se este instante fosse ao teu lado
E quem sabe assim sentir o teu perfume...
Não desejo nada alem de uma felicidade
desde que a felicidade seja você
Mesmo que o amor contrarie a razão...
Aprendi com o tempo a implorar, uma chance
Surpresas também podem nos encantar
Perdidos ou em busca de um lugar seguro.
O vento soprou teu perfume pra mim.
Fez comigo o contrario do amar
Transformou lembranças em dor...
Esquecer tornou-se difícil pra mim...
ADEUS
Será que sei alguma coisa da vida?
Despreocupado com resultados
E dali você sempre foi
o primeiro a sorrir
Escondendo a dor
Da luta contra a solidão e tristeza
De uma pessoa boa
Que mesmo no escuro, enxerga a beleza
Do pouco que sei
é que não foi fácil
te pedem pra ser feliz
para esconder aquela cicatriz
E o que pude fazer pra ajudar
ajudar a lutar
contra a solidão?
nessa vida, o que é a felicidade?
não é dinheiro, nem o luxo
apenas algo vazio
que o inventor não traduziu
Assim como a noite sequestrou
A beleza da cidade
Assim como a vida se fechou
Para quem busca a própria identidade
Do nada que sei
é como você se foi
Até a próxima vez
não será mais só um mês
Não recomponhas
tua sepultada e merencória infância.
Não osciles entre o espelho e a
memória em dissipação.
Que se dissipou, não era poesia.
Que se partiu, cristal não era.
Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário.
Convive com teus poemas, antes de escrevê-los.
Tem paciência, se obscuros. Calma, se te provocam.
Espera que cada um se realize e consume
com seu poder de palavra
e seu poder de silêncio.
Não forces o poema a desprender-se do limbo.
Não colhas no chão o poema que se perdeu.
Não adules o poema. Aceita-o
como ele aceitará sua forma definitiva e concentrada
no espaço.
Um poeminha de um vagabundo…
pra dama de olhos de fogo„
do olhar penetrante„
te deixa num instante, pensante„
á mulher mais linda do mundo„
me olhando nesse instante?„
sem compreender o amor…
ela faz o tempo parar..
sem ter motivo pra eu compreender amá-la„
sabendo que isso tudo vai.. vai passar„
o tempo voa…
Vem pra cá,
me traz um cigarro.
Não liga para a bagunça,
queria tanto um abraço.
Amanha já é segunda
eu não sei mais oque faço.
Me tira dessa solidão profunda
-antes que tudo vá pro espaço-
me responde uma pergunta.
Se tudo na vida acaba
porque buscamos a perfeição,
e ao longo dessa estrada
remendar os pedaços do meu coração?
Sou poeta do sol, porque admiro a via láctea, meu lar.
Apesar de sua imensidão, sinto que ela cabe nos limites
do quintal de minha casa, pois é de lá que a posso ver.
lá eu sintonizo sua luz e me transporto em uma viagem,
pra alcançar o universo, me sentir livre, com toda paz
e assim, poder então conversar com meus amigos incomuns!