Textos de Paixão
MEU CORAÇÃO DE POETA
Meu coração de poeta
É de menino que canta!
Que brinca todos os dias
Que vive feliz, e encanta
Quando triste nada reclama
Rindo esquece os problemas
E logo seus males espanta!
Brincando, a alma distrai
Renegando seus dilemas!
Meu coração de poeta...
Às vezes até anda por aí
Sozinho querendo amar
Mas, nunca a outro coração
Brinca querendo trapacear!
Meu coração é simplório
Quando recebe insultos...
Não revida, sábio ignora
E vive a vida sempre assim
Com amor na sua plenitude
Na real, sem ser tolo, ilusório!
GUARDE MEU CORAÇÃO
Guarde meu coração
Embaixo do seu lençol
E quando chegar madrugada
Esquente seu corpo, sua alma
Pois, ele é a sua morada!
E se puderes enfeitiça-o
Com teu amor, minha amada!
Deixa-o sempre pertinho
Pra poderes te agasalhar
E do teu coração bem juntinho
Pra quando bater o frio.
Em vez de te envolveres
Com o gelado cobertor
Te cubras protegida
Pelo abraço do teu amor!
QUANDO EU TE DISSER
Quando eu te disser
Que já não te amo
Não me dê ouvidos!
É porque certamente
Estarei em processo delirante
Terei perdido os sentidos
Sendo você meu sonho
Tudo de melhor no mundo
Logo acordarei e rapidamente
Extravasarei todo meu amor
Ainda mais forte e apaixonante
Dedicado, romântico, audaz
Porque todos os dias
Te amo cada vez mais!
O SOL E A LUA
(Do recital Noites Ensolaradas)
O sol e a lua
Se encontraram no universo.
Não era noite, não era dia.
Fitaram-se longamente
E logo veio a perplexidade
Entreolharam-se numa mistura
De sonho, paixão e fantasia
E esse olhar de cumplicidade
Fez com que a lua se despojar-se
Linda, iluminada, clara e pura
E o sol com a força que irradia
Dominou-a com carinho e majestade
A lua não demorou para entregar-se
Usou como sedução sua compostura
O sol a prendeu fortemente
E suspirando emitiu toda sua energia
A lua satisfeita e apaixonada
Fez com que o sol a ela se declarasse
E assim sem que ninguém notasse
O sol e a lua se amaram loucamente!
É COM VOCÊ QUE VOU ESTAR
Mesmo que demore
Um dia, um ano, uma eternidade
Haveremos de nos encontrar.
Portanto, nunca me esqueça!
E quando quiser matar saudade
Lembre-se dos nossos encontros
E em especial de certos momentos
Que nem mesmo o sol, o vento
Apagarão do nosso olhar
Corpos despidos, gestos, rostos,
Desejos, vontades, carinhos.
Seja lá, por onde eu andar
Percorrendo qualquer caminho
Mesmo que não seja fisicamente
É com você que eu vou estar!
A vida é feita destes desencontros,
de amores sem essências
e toques insignificantes.
Toques exuberantes,
sem paixão,
só de um instante.
O peito é marcado,
por lembranças do passado
que atormentam sem razão.
Quando de repente,
a emoção toma conta da gente
e eu encontro teu retrato
guardado bem ao lado
de um coração amargurado
que te chama com paixão.
Destes desencontros só restam a certeza,
não existem desavenças
que impeçam nosso amor.
Este amor que surge assim,
do vazio
que preenche o coração
e que faz do teu sorriso
a construção da minha nação.
QUANTO TEMPO O TEMPO ESPERA?
Quanto tempo o tempo espera?
Um minuto, um segundo
Talvez espere dias, anos...
Depende do que se espera
Pra esperar nesse mundo!
De uma coisa tenha certeza
Vá devagar, preste atenção
Tudo tem sua hora certa.
Não atropele, nem desespere
Pois, aquela vexatória pressa
É inimiga da perfeição!
ALMA DE POETA
Minha alma tem a cor
De uma linda flor!
Tem cheiro de perfume
Que se espalha no ar
Que vive sorrindo a cantar!
Minha alma dança...
Ao som das flores
Rubras, amarelas
Jovens e donzelas
Minha alma voa...
Voa sobre os pomares
De todos os lugares
Voa com esplendor
À procura de seu amor
Minha alma vive de paz
Rosa branca e lilás
Minha alma é de poeta,
Sem rumo, sem hora certa.
O ÚLTIMO BEM QUE ME RESTA...
O último bem que me resta
Não tem preço, não tem pressa
É a minha sublime parte do que fica de saudade!
Eu, corpo de uma vida que chora, ri, pede passagem.
Se tudo que tenho é pouco ou demais
O que mais importa se eu não fui capaz...
E a lembrança viva de tudo que vivemos sem saber...
Pois minha intensa lembrança é e será sempre você.
E quando partir levarei comigo
Recordações de velhas amizades
A simplicidade de um legado
E a certeza de inesquecíveis momentos.
Eu com meus sonhos, meus pecados, eu e você.
Minhas paixões, não as revelarei,
Se tudo quanto perdi, ganhei.
Basta-me ver o que fala tua boca
E a lembrança viva de tudo que vivemos sem saber.
EM CADA CANTO DA TERRA
Eu sou o dia e a noite
E das rosas o jardim
Das brumas a mais suave
Eu sou corpo, sou morte
Todos os pedaços de mim
Eu sou feito de sonhos
De amor e de poesia
Sou o mais lindo amante
De romantismo exacerbado
Sou a lágrima da nostalgia
Sou sujeito imperfeito
De todos os lugares
Sou menino de engenho
Feito do mel da doce cana
Sou terra, sou dos mares
Eu sou a rosa dos ventos
Que navega nos pensamentos
Eu sou a ode da lira
Sou pássaro, sou a flor
Que canta, que inspira
Eu sou o grito de liberdade
Sou cada gota de chuva
De longínquos lugares
Que escorre de saudade
Eu sou a mão do mendigo
Nos choros, nos pesares
Em cada canto de terra
Eu sou a alegria de viver
LUZ DO SOL E DAS ESPERANÇAS
Luz do sol...
Luz das esperanças!
Que sempre nos abraça
Que nunca se cansa
Dai-nos diariamente
Paz, amor e felicidade!
E mais uma vez...
Dai o dom da vida
No nascer de cada criança
Fazei brotar a esperança
Em cada nova semente!
Dai-nos a alegria de viver
Saúde em cada resplandecer!
Dai-nos a bênção dos anjos
Com sabedoria e luz também
A proteção da misericórdia...
Induzindo-me para o bem!
SABE DE ONDE VENHO?
(Do recital “Alma de Poeta”)
Sabe de onde venho?
Te digo com todo empenho:
Nascido na terra dos poetas
Desde cedo aprendi a amar
Sua cultura, seus engenhos
Pra sempre, aqui é o meu lugar!
Eu venho do meio dos canaviais
Onde os sonhos perduram
E que na labuta do dia a dia
Ao longo da vida não morrem jamais
Eu sou da terra dos poetas
E trago em minha bagagem
A força que o homem irradia
Amor, felicidade e resistência
Liberdade, sonhos e poesias
Sou da terra das Palmeiras
Que se elevam pra bem pertinho do céu
E é dessa terra fértil, enluarada
Que muitos dos seus filhos
No cabo da foice e da enxada
Cultivam e semeiam o doce do mel
Eu sou da terra que todo poeta
É uma eterna criança
Nada teme e sempre vai a luta
Guerreiros, justos valentes
Com coragem, fé e perseverança
SEMEANDO SONHOS
Hoje, a vida me perguntou:
“O que farás quando acordares do sonho de viver?”
Respondi-lhe com propósito:
Minha estrela-guia me conduz para um recanto de paz e luz...
Lá, viverei da brisa que sopra os mares,
dos ventos que embalam os penachos das palmeiras da minha terra.
Adormecerei até florescer nos campos,
o aroma das flores.
Viverei da espera infinda pelo reencontro de cada amor,
que em vida amei e por eles, certamente, com amor serei nutrido.
Abraçarei cada amigo que convivi.
Deixarei que o silêncio tranquilo da aurora
avive em meu semblante os momentos de felicidade!
E a sombra da calmaria, de nada terei temor.
Viverei da essência de cada canção que um dia escrevi.
Reviverei cada um dos poemas adormecidos,
calmos e latentes como um vulcão pronto para entrar em erupção.
Me entregarei completamente ao tempo da espera...
Viverei dos desejos incontidos
entre o real e a simples ilusão
de tê-los um dia podido ou não evidenciá-los.
Esperarei com perseverança ao chamamento do juízo final.
Mas, enquanto do sonho de viver eu não acordar,
seguirei vivendo e semeando novos sonhos,
pois, sei que ainda é tempo de viver e de sonhar!
MÁGOAS ÀS MARGENS DO UNA
(Do recital “Alma de Poeta”)
Vou jogar as mágoas
Às margens do Una
Para que as águas do Rio
Carreguem para o mar
Sob o olhar da Baraúna
Toda minha tristeza
E que o mar sem fim
Feliz possa desaguar
Fazendo ressuscitar
Quem gosta de mim
Mas, se por acaso o mar
Esquecer de se lembrar
Novamente as mágoas
No Rio irei jogar
Porque todo amor
Que existe em mim
É um mar sem fim!
ONDE NAVEGAR MINHA NAU?
Onde navegar minha nau?
Tudo anda tão seco, árido
Esturricado pela desilusão
Sem encanto, sem vento
Desamparado, sem manual!
Onde navegar minha nau?
Sem água, sem dia, noite
Ferido no próprio coração
Perdido na solidão do tempo
Vivendo como um Bacurau!
Onde navegar minha nau?
Se não existe porto, mar
Tudo anda revolto na imensidão
Sem ver na linha do horizonte...
Um destino que possa atracar!
PINTAM A VIDA OS POETAS
Pintam a vida os poetas
Com cores fortes, vibrantes
Sem adornos, em linhas retas
Exposta numa imensa tela
De amor e poesia delirante
E neste quadro pintado
Com ternura e simplicidade
Logo se vê o lindo retrato
Exibido sem alguma vaidade
E dá-se as vezes na vida
Sem leitura, o mesmo trato
Mas vida de poeta
É vida bem vivida
Nada lhe sobra, ou falta
Tendo no horizonte o céu
Está completa a sua pauta
E todas as pérolas juntas
Nada teria para o poeta
Rubis, diamantes e ouro
A divina importância
Nos seus versos e rimas
Seu tão estimado tesouro.
CALA-ME COM TUA BOCA
Cala-me com tua boca!
Deixe apenas que eu sussurre
Meu grito silencioso, introspectivo
Prazer delirante de tanto querer-te
Murmurando em teus ouvidos
O mais sábio de todos os adjetivos!
Cala-me com tua boca...
Deixe apenas que eu respire
O aroma da tua pele morena, macia
Quando desnuda como flor viçosa
O vento bate, sopra, passa, se delicia
Antes que eu em teus braços delire!
SIGA EM FRENTE
(Poema canção)
Ando perdido pelo caminho
Apenas na memória os dias, as horas!
Sem parente, sem vizinho
Vagando pela praça da história
Sem afago, sem carinho...
Sigo em frente, vou sozinho!
A cidade não vai a lugar nenhum
Você é apenas mais um
Desapareça no tempo, no espaço
Aconselhou um velho de vários saberes
São apenas crianças, não mulheres
Vendendo seus corpos seus sabores
Está no diário dos tabloides...
Cada vez mais sujo, cada vez mais mortes!
Sigo em frente...
Siga em frente vá sozinho,
Vasculhe outra rua, outra saída
As cartas já foram traçadas
Os viciados estão por todos os lados
Vigiados por olhares ocultos
Pela tristeza dos abandonados!
Os homens enlouquecem por dinheiro
Enchendo sacas, cofres, mealheiros
Meus heróis e bandas mudaram de nome
Ficam propagando a miséria
Na barriga dos que passam fome!
Está no diário dos tabloides...
Cada vez mais sujo, cada vez mais mortes!
NÁUFRAGO
(Poema canção)
(...) Quando você tomou o rumo
Quebrou uma rotina desvalida!
Minha vida respirou aliviada
Me soltei, me livrei, me libertei...
Das amarras enferrujadas
Que o cais do porto tratou de desgastar!
Já fui louco, já fui torto
Vivi sem nome, alma ferida
Meu barco procurando porto
Preso, encalhado, sem destino
Minha bandeira tremulando em desatino
Vivendo a esmo para encontrar...
Meus passos, meus pedaços!
Tristeza em viver a vida em desalinho
Apenas sonhando os sonhos...
De um rabisco em pergaminho!
É PRECISO SABER PERDOAR
Todos os dias vou aprendendo
Que é preciso saber perdoar!
E se alguém disser a você
Que é fácil, estará mentindo!
A prática do perdão é necessária
Para desafogar o ódio no coração
À medida que você vai perdoando
Aumenta a sua convicção
Você cresce espiritualmente
Melhora sua estima como também
Alivia o peso da consciência
E além de tudo nos faz bem!
Não quero dizer com isso
Que você precise necessariamente
Se humilhar, se ajoelhar, ter afeto
Basta você o mal não desejar!
E pedir sempre que Deus...
Ampare e ilumine seu desafeto!