Textos de Paixão
"Hoje eu vi a Lua e não lembrei do seu amor.
Ela que me recordava à ti, hoje nada despertou.
Meu coração não acelerou.
Em seu brilho, deleitava-me em prazer, hoje só me trouxe dor.
A cacimba em que, eu bebia de sua paixão, por vezes me afogou.
Parece-me que secou.
Já não me dispo das vestes do meu orgulho em seu ofurô.
Minh'alma regojizou.
Por ter se livrado dos grilhões do seu senhor.
Eu hoje vi a Lua, lembrei de tudo, lembrei de nós, da minha dor.
Lembrei dos olhos, lembrei do cheiro, do seu calor.
Lembrei de tudo, só não lembrei; Do seu amor..."
O FIM (soneto)
Talvez queria, quando tive. Mas quis
Que, este amor fosse tão duradouro
Entre o prólogo e o ponto... ser Feliz!
Um infinito e cintilante belo tesouro
E na rima aflita de poemas vindouro
Só me restam, as lágrimas e cicatriz
De um dia apaixonado e vivedouro
Sonho. Agora na magia, canto infeliz!
Tu, fado sagrado! Vós também, ilusões
Sangram em sofrimentos, íeis por mim
Como uma traquinice nas vis sensações
E, o meu amor, assim, em tom marfim
Vi que o olhar passou a ter decepções
E nas tuas sombras, razões para o fim.
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
21/02/2020, 05’32” - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
Mente delicada mente
Vivi do amor o seu ápice.
Fiz loucuras, me lambuzei dos prazeres da carne.
A mim, nunca importou reciprocidade.
Aprendi cedo que amar é doar.
E me doei.
Como uma cadela no cio,
Como a mais ardente e incandescente estrela que sabe da queda só depois de seu ciclo vencido.
Não caí...não. Ainda não caí.
Continuo.
Certa de que, enquanto corre na veia, a me aquecer inteira, o líquido vermelho como o coração que bate e pulsa e me estremece o corpo todo a cada vez que penso - somente penso - em ti - somente em ti - e lembro, do teu olhar a me engolir inteira,
Você virá.
Nem que seja só pra me cuspir
nova delicada mente.
O BEIJO (soneto)
Há no amor um toque de instante de magia
que é a do beijo, o afeto por ele entrelaçado
a alma em um infinito em êxtase de alegria
dos lábios comprimidos e todo encantado
Um mistério bendito de mutação luzidia
duma força e grandeza no prazer ansiado
aflito, mas, calmo nesta tão doce romaria
em um agito, corrompendo todo o agrado
O beijo flecha o olhar de todos os amantes
tão certeiro, em uma sensação de quantia
enfardando os pensamentos num abraço
É porque, entre os lábios ali soluçantes
o tempo estaciona, e ampara a harmonia
na paixão, no ser, ocupando todo o espaço
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
25/02/2020, 05’02” - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
RAZÕES DO AMOR
O amor ama aquele a quem se ama
Nas razões de o amante saber sê-lo
Ama porque se ama. O peito chama
Que arde, o verdadeiro calor e zelo
O amor é dado, é graça, de graça, apelo
Do coração... é odor que d’alma derrama
Um intricado e emaranhado longo novelo
Que tem a doçura na sua adocicada trama
Eu amo porque amo, assim, poder tê-lo
Perto de mim, e nunca demais pra mim
Então, nos sonhos sonha-lo sempre belo
O amador foge a regulamentos vários
Nos dicionários sai da explicação, enfim,
Sem amor, os amantes são solitários. (sem fim...)
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
28/02/2020, 11´54” - Cerrado goiano
Cadeias
Se o amor não me fosse cadeias
Estaria minh’alma em sossego,
De mim não se afastaria.
Quando um pouco de mim
Se desprende minh’alma,
Vagueia e cativa te ama.
O tempo passa sem você aqui,
E o cárcere de minh’alma
É toda uma vida vazia.
Edney Valentim Araújo
1994...
SONETO DO DESEJO
Quero-te no desejo sem fim
Um beijo que poete o amor
Aos sons dum anjo querubim
Assim.... no coração amador!
Que o olhar feche ao rumor
Da desdita, e vire-se pra mim
E beije-me com todo ardor
No meu amor que está afim
Viva só para a minha vida
Num esterno doce querer
Sem você ela é repartida
Quero-te no meu peito, ser
Prazer, e aos teus pés caída
A minha paixão, o meu viver!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
01/03/2020 – Cerrado goiano
Desejoso
Queria um tempo nesta vida
Em que me fosse eu a te entregar
Com todo amor em que me há.
Deixai o tempo conhecer
Que dele sou imune
Por eu muito te amar...
O que o amor não te me deu
O tempo nunca pode apagar,
Serei sempre seu
Se quiseres me amar.
Todo tempo que eu tivesse
Dele eu te daria o meu amor,
É assim que neste tempo eu vivo
Desejoso por te amar...
Edney Valentim Araújo
1994...
Com a brisa da manhã olhei pela janela e na rua avistava meu amor
com um lindo sorriso encantador
Acenando para min, fazendo assim meu coração acelerar
Aquela bela sensação que só o amor tem
Minha reação e simplesmente querer te abraçar
e mil beijos lhe dar
encher de amor
ate seu coração transbordar !!
POR AMOR (soneto)
Se por amor, nesta fortuna há sorte
Deixai a força dita para a satisfação
- Hoje, vazia e cansada deste porte
Minh’alma se abrirá pra está razão
E, em sede de querer ser consorte
Sobre o sentimento pus a emoção
Onde o silêncio no peito era forte
Agora deixo desabitada a solidão
Bendito seja pelo ideal podido!
Pelo beijo dado, e o bem querer
Pelo amor que no eu, é nascido
Pela envoltura, vividas no prazer
Pela a alegria da ventura ter sido
Por amor, vale a pena assim ser!...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
06/03/2020, 04’55” - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
COMPOSTO DE AMOR (soneto)
No eu também, o que em mim vistes
Avultando o encanto, dando portento
Ao próprio feitiço, elogios e fomento
Deveras díspar das que outrora ouvistes
És amor, sem dúvida, paixão. Portanto
Pense nos desencontros que sentistes
Tão secos, ásperos e de causas tristes
Que por mim, eu me derramo em pranto
Amador, me aflige, e é tão medo tanto
Que a dor inventa, tenta, o que não existe
Em tempo algum, pesar sem algum canto
Aí, em lugar de acalmar, a aflição insiste
Não desiste, é dos loucos, sem espanto
Dos amantes, assim, o tal amor consiste
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
15 de agosto de 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
Entregar
Quando minh’alma
Em abandono
Me afastar do seu amor...
Quando o sopro
Do meu fôlego se perder
Sem encontrar o suspiro do teu beijo...
Quando o brilho
Da luz translucida
Ofuscar-se em meu olhar...
Eu saberei
Que já não estou mais aqui
Pra te amar...
Mas deixarei contigo
Meu coração e o amor
Que nunca pude lhe entregar...
Edney Valentim Araújo
1994...
SE DIZ QUE AMA
Muitos nem amados sabem ser
Não se deixa ser amado...
Chama de amor
Mas não abraça forte
Não beija ardente
Não faz carinho
Não respeita a individualidade
Não respeita a privacidade
Não faz o bem...
Chama de amor
Mas não deseja o melhor
Não empreende o bem
Não quer está perto,
Não tem ciúmes, nem ponderado
Longe, saudades não sente...
Chama de amor
Mas não fica, não quer
Nem insisti pra ficar...
Não chama pra dançar
Não dar flores perfumadas
Não comemora datas importante
Não quer passear de mãos dadas
Não senta na praça colados
Não ver ao lado o por do sol.
Amados não saber ser.
Dessa dor
Tivesse eu um dia
O mesmo amor
Que de mim te prometia,
Eu não seria
Alma triste e vazia...
Flores crescem nas campinas
Onde ao longe nos fascina.
Se me é assim, tão distante o teu amor,
Eu vivo aqui
Tão de perto a minha dor.
Quem sabe dela eu esqueça
Que por uma noite me amou,
E de bom eu me lembre
Desse amor que em mim ficou,
Quem sabe assim
Eu me afaste dessa dor...
Edney Valentim Araújo
1994...
A chama do amor..
Terás frio na barriga quando encontrar
Ela que esteve a espera do seu dia chegar
Verás que nada se compara ou fora sentido
Sentirás o prazer de um sentimento correspondido
Arderá um calor que se confunde ao fogo
Navegando nas curvas que forma seu corpo
Projetará o universo nunca descoberto
Desvendando os caminhos do futuro incerto
Com a mais pura certeza de uma louca paixão
Contagiando os desejos que desperta emoção
A mente embaralha e direciona de um tudo
Gozará finalmente do melhor amor do mundo.
Trem da vida
Encontrei-te amada minha
Na estação do meu amor,
Onde o trem da vida passa
E só nos leva o coração...
Sigo vendo a vida finda
Que me passa tão ligeira e solitária
Da janela deste trem
Em que não atenho o teu amor.
E tão distante vão os trilhos
Se perdendo no infinito
Do horizonte dos meus dias
Em que te afastas assim de mim...
Pra embarcar-me em teu amor
De súbito tomaria esse trem
Em qualquer que fosse o tempo ou estação...
Mas se o trem da vida
Não me traz teu coração
Vai contigo o meu amor
Pra que me tenhas como queres.
Edney Valentim Araújo
1994...
Foi quase um poema,
quase foi um suicídio,
era quase um eu te amo,
quase era um amor.
Hoje é saudade,
é hoje solidão,
foi uma grande decepção,
uma decepção já se foi.
Amanhã serão lembranças,
será amanhã esperança,
o ontem eu já esqueci,
ela também me esqueceu ontem.
Era quase uma poesia,
quase foi uma história de amor,
foi quase um amor,
talvez eu seja quase poeta ou
um poeta do quase.
Que seja assim
Que bom,
Que só se entrega o coração
A um único amor...
Outro amor é “saudade” de passagem
Sem lugar par se abrigar...
Que bom,
Que não há quem possa
Lutar eternamente contra o amor...
Só se vence essa batalha
Ao se render e se entregar.
Que bom,
Que o amor é a afeição
De quem se apega com o apreço
A quem se doa sem cobrar...
É um tesouro inestimável a se cuidar.
Que bom,
Que o amor é abstrato e informe
Na mais concreta expressão
De dar-se a si mesmo a alguém
Sem se conter de se entregar...
Que bom,
Que o amor é a arte bruta
Posta as mãos do artesão
Pra entalhar os sentimentos
Do amor que idealiza.
Que bom,
Que bom que seja assim
As muitas formas de se amar...
Porque assim, Inexiste quem não ama,
Como não há quem não possa ser amado por alguém...
Edney Valentim Araújo
1994...
Trem
Que trem bom...
Eu também tô nesse trem
Que me pegou na prima vera,
A estação do amor.
Agora a “Maria” é só fumaça
Que me leva nesta estrada
Indo ela aonde for...
Ô trem bom
É estar com ela
Sobre os trilhos do amor...
Fica para traz
Só a montanha da saudade.
Que trem bom é esse trem
Que me pegou na estação do amor...
Onde todos os caminhos
Me tem por destino
O coração do meu amor.
Edney Valentim Araújo
1994...
ana clara você é um raio de amor
o qual nunca foi visto em uma flor
olho seu coração nele tudo encontro
mas foi tudo em um simples desencontro
Em um pedido de casamento
que por um momento
noto a felicidade
parecida com a nossa cidade
enxergamos juntos o sol
e vemos nosso futuro rodiado de girassol
Tento-lhe amar compulsivelmente
mas incumbe a mim viver livremente