Textos de Osho

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'No presente apenas a consciência é necessária, mas não a mente. A mente só é necessária em algum lugar do futuro, do passado, mas nunca aqui.
Quando você sentir que a mente foi para outro lugar, quando você estiver em uma cidade e sua mente estiver do outro lado do mundo, fique alerta imediatamente e volte pra casa, volte para o lugar onde você se encontra.' - Osho -

A Arte de Viver em Equilíbrio

"A vida consiste de extremos. A vida é uma tensão entre os opostos. Para ser exatamente no meio significa sempre estar morto. O meio é apenas uma possibilidade teórica; só de vez em quando você está no meio, como uma fase passageira. É como andar em uma corda bamba; você nunca pode estar exatamente no meio, por qualquer período de tempo. Se você tentar, você vai cair."

"Se você pode amar e se você pode rir, totalmente, de todo coração, sua vida se tornará uma tal felicidade e uma bênção, não só para si mesmo, mas para todos os outros. Você vai ser uma bênção para o mundo. "

"A cada momento há a possibilidade de ser total. Seja o que for que esteja fazendo, fique tão completamente absorto, de modo que a mente não pense nada, esteja simplesmente ali, seja apenas uma presença. E mais e mais totalidade virá para você e o sabor da totalidade o tornará cada vez mais e mais capaz de ser total.
Procure perceber quando você não está sendo total. Esses são os momentos que precisarão ir sendo abandonados pouco a pouco. Quando você não é total... sempre que você estiver na cabeça -- pensando, refletindo, fazendo cálculos, sendo astuto, achando soluções engenhosas --, você não é total. Pouco a pouco, vá se descartando desses momentos. Trata-se apenas de um velho hábito. Hábitos são difíceis de se deixar. Mas eles morrem certamente -- se a pessoa persiste, eles morrem."

"Estas três mulheres estão suspensas no ar, livres e brincalhonas, porém alertas e interdependentes. Num número de trapézio, ninguém pode permitir-se estar um pouquinho "ausente", mesmo por uma fração de segundo. E é essa atitude de atenção total ao momento presente, que está representada aqui."

"Podemos sentir que há coisas demais para fazer ao mesmo tempo, e ficar hesitando ao tentar fazer um pouquinho aqui, um pouquinho ali, em vez de fazer uma coisa de cada vez e até o fim. Pode ser, também, que acreditemos que o que cabe a nós fazer é algo "chato", porque nos esquecemos de que o que importa não é o que fazemos, mas a maneira como o fazemos.

Desenvolver a capacidade de estar presente por inteiro ao responder ao que quer que surja, da forma como vier, é um dos maiores presentes que você pode dar a si mesmo. Dar um passo de cada vez ao longo da vida, dedicando a cada um deles a sua total atenção e energia, pode trazer uma grande e nova vitalidade e criatividade a tudo o que você faz."

O TAO DA CORAGEM
A vida não escuta seus raciocínios; vai por seu próprio caminho sem deter-se. Você tem que escutar à vida, a vida não vai escutar seus raciocínios, não lhe interessam suas descrições.
Quando caminha pela vida, o que você encontra? Aproxima-se uma grande tormenta, e as árvores grandes caem. Deveriam sobreviver, segundo Charles Darwin, porque são as mais aptas, as mais fortes, as mais poderosas. Note em uma velha árvore de oito metros de altura e trezentos anos. Apenas a presença da árvore dá força, dá sensação de força e poder. Há milhões de raízes que se estenderam pela terra, aprofundando para que a
árvore esteja de pé com todo seu poder. A árvore, é obvio, luta, não quer sucumbir, não quer render-se... mas cai durante a tormenta, morre, já não está viva e toda a força que
tinha se foi. A tormenta foi muito, a tormenta sempre é muito, porque vem da totalidade e a árvore só é individual.
Também há pequenos arbustos e ervas; quando chega a tormenta a erva cede, por isso a tormenta não pode lhe trazer dano. Quando muito a limpará bem, nada mais; arrastará toda a terra que se foi acumulando sobre a erva. A tormenta lhe dá uma boa ducha, e quando se acaba, oo pequenas arbustos e as ervas estão de novo dançando felizes. A erva quase não tem raízes, até uma criança a pode arrancar, mas venceu à
tormenta. O que ocorreu?
A erva seguiu o caminho do Tao, o caminho do Lao Tzu, e a árvore seguiu o caminho do Charles Darwin A grande árvore era muito racional: tentou resistir, tentou demonstrar sua força. Se tentar demonstrar sua força, será derrotado. Todos os Hitlers,
Napoleones e Alejandros são árvores grandes, fortes. Serão derrotados. Os Lao Tzus são pequenos arbustos: ninguém os pode derrotar porque sempre estão dispostos a ceder.
Como você irá derrotar alguém que está disposto a ceder, se disser: «Você já me derrotou», se disser: «Senhor, desfrute de sua vitória, não precisa se incomodar, já me venceu»? Inclusive um Alexandre se sentiria inútil diante de um Lao Tzu não poderia
fazer nada. Isto é exatamente o que aconteceu...
Na época do Alejandre havia um sannyasin, um místico que se chamava Dandamis; nessa época Alexandre estava na Índia. Quando ele ia partir para a Índia, os amigos lhe pediram que quando retornasse lhes trouxessem um sannyasin, já que essa estranha flor só florescia na Índia. —Traga-nos um sannyasin —leles pediram—. você vai trazer muitas coisas mas
não se esqueça de nos trazer um sannyasin, queremos conhecer o fenômeno do sannyas, o que é, o que é exatamente um sannyasin.
Ele estava tão entregue às guerras e as lutas que quase se esqueceu; mas quando estava retornando, quando estava na fronteira da Índia, de repente se lembrou. Quando estava a ponto de abandonar o último povoado, pediu a seus soldados que fossem ao povoado e perguntassem se havia algum sannyasin pelos arredores. Por acaso naquele momento ali, ao lado do rio, estava Dandamis, e o povo disse: — vocês chegaram em um momento oportuno, chegaram no momento certo. Há muitos sannyasins, mas sempre é dificil encontrar um
verdadeiro sannyasin, e agora um verdadeiro sannyasin está aqui. Você pode receber darshan*, pode lhe visitar.
Alexandre riu e disse: —Não vim aqui para receber darshan, mandarei meus soldados o buscar. Vou levá-lo para o m meu país.
—Não vai ser tão fácil —disseram os aldeãos.
Alexandre não acreditou, que dificuldade podia haver? Tinha conquistado os os imperadores e grandes reis, que dificuldade podia ter com um pobre mendigo, um sannyasin? Os soldados foram encontrar-se com o tal Dandamis que estava nu na beira de um rio. —Alexandre Magno o convida a lhe acompanhar a seu país —disseram—. Te dará todas as comodidades e te proporcionará tudo o que necessite. Você será hóspede do rei.
O faquir nu riu e disse: — diga a seu amo que quem nomeia a si mesmo magno não pode ser magno. E ninguém pode me levar a nenhum cidade... um sannyasin se move como as nuvens, com liberdade absoluta. Não sou escravo de ninguém.
-Deve ter ouvido falar do Alexandre Magno, é um homem perigoso. Se disser que não, ele não se importará com você, simplesmente cortará sua cabeça —lhe disseram.
O sannyasin disse: —É melhor que digam a seu mestre que venha pessoalmente para que ele possa entender o que estou dizendo.
Alexandre teve que ir, porque os soldados voltaram e lhe disseram: —É um homem estranho, luminoso, emana algo divino. Está nu, mas em sua presença não se percebe, somente depois é que notamos. É tão forte que em sua presença se esquece de todo o mundo. É magnético, e está rodeado de um enorme silêncio; é como se os arredores é que gozassem com sua presença. Vale a pena vê-lo, mas parece que o pobre homem vai ter problemas, porque ele disse que ninguém o poderá levar a nenhum lugar, que não é escravo de ninguém.
Alexandre o foi encontrar já com a espada desembainada. Dandamis riu e disse: —Baixe sua espada, aqui não te servirá de nada. Volta a embainhar a espada; aqui não lhe servirá de
nada porque só pode ferir meu corpo, e faz muito tempo que o abandonei. Sua espada não vai poder me ferir, portanto volte a guardá-la; não seja infantil.
E contam que esta foi a primeira vez que Alexandre obedeceu as ordens de alguém, porque na presença deste homem não podia recordar quem era. Voltou a guardar a espada e disse:
—Nunca conheci a um homem tão belo. —Quando voltou para seu acampamento disse—: É difícil matar um homem que está disposto a morrer, não tem sentido fazê-lo. Pode-se matar alguém que resiste, então, tem faz algum sentido; mas não se pode matar alguém que lhe diz: «Esta é minha cabeça, corta-a isso foi o que Dandamis realmente disse: —Aqui está a minha cabeça, pode cortá-la. Quando cair você verá como ela rola pela areia, e eu também a verei cair rolando pela areia, porque eu não sou meu corpo. Sou um uma testemunha.
Alexandre teve que falar aos seus amigos: —Eu podia ter trazido alguns sannyasins, mas não eram verdadeiros sannyasins. Logo que me encontrei com esse homem que era realmente um estranho; tinham razão no que diziam, é uma estranha flor, mas ninguém lhe pode obrigar porque não tem medo da morte. Se uma pessoa não tiver medo da morte, como pode lhe obrigar a fazer algo?
Seu medo é o que o escraviza, é seu medo. Se não tiver medo você não é um escravo; de fato, seu medo lhe obriga a escravizar os outros antes que eles lhe escravize.
A pessoa que não tem medo, não causará medo a ninguém e ninguém a temerá que —. O medo desaparece completamente.

A vida também é um instrumento musical: demasiado tenso e não há música; demasiado frouxo e tampouco há música. As cordas da vida tem que estar justo no meio, nem demasiado tensas nem demasiado frouxas; somente então surge a música...
Não vai de um extremo a outro, do luxo até a austeridade, dos prazeres ao auto castigo. Tentam estar justo no meio.

Nunca seja um masoquista.

"Não se torture em nome seja lá do que for.

As pessoas têm se torturado demais em nome da religião, e esse nome é tão belo que você pode continuar se torturando.

Portanto, lembre-se - eu ensino a felicidade, não a tortura! Se às vezes você sentir que algo está se tornando pesado, áspero, isso terá que ser mudado (através do movimento interior, da observação silenciosa).

Aos poucos chegará ao ponto em que nenhuma mudança é necessária. Então alguma coisa se ajustará absolutamente - não só com a sua mente, mas também com o seu corpo e a sua alma."

Em lugar do medo, viva o amor; eles são polos opostos. As pessoas geralmente acham que o amor e o ódio são opostos; isso é errado, eles não são. O amor e o ódio são a mesma energia. O amor pode se tornar ódio, o ódio pode se tornar amor; eles são conversíveis. Então eles não são opostos, são complementares.

Na realidade nós amamos e nós odiamos a mesma pessoa: o amor e ódio estão sempre juntos. A oposição real é entre o amor e o medo. Eles nunca estão juntos; se você se tornar muito apegado ao medo, o amor desaparece. O medo não pode ser convertido em amor; eles não são conversíveis.

Somente o amor torna alguém rico. O medo aleija, paralisa, e quanto mais paralisado, mais medroso você se torna; então é um círculo vicioso. O amor lhe da asas, ajuda-o a relaxar na vida, lhe dá coragem para experimentar a vida de maneiras diferentes. Permite-lhe todo o espectro da vida, é multidimensional. É o arco-íris inteiro, todas as cores da vida. Então a primeira coisa: abandone o medo e beba mais e mais amor, substitua o medo por amor.

E a segunda coisa: pense no céu, na vastidão; pense na liberdade, no infinito. Não pense em coisas pequenas, triviais. O medo sempre pensa em coisas pequenas; o amor nunca pensa em coisas pequenas. O amor está pronto para sacrificar tudo; o amor pensa somente no vasto. É uma águia no vento, a procura do desconhecido.

Até o momento, o pensamento geral é que o individuo existe para a sociedade, que o individuo precisa seguir o que a sociedade dita, que o individuo precisa se ajustar à sociedade. Esta se tornou a definição de um ser humano normal: aquele que se ajusta à sociedade. Mesmo se a sociedade for insana, você precisará se ajustar a ela; assim, você será normal.

O problema para o individuo é que a natureza requer uma coisa, e a sociedade requer o contrario. Se a sociedade demandasse o mesmo que a natureza demanda, não haveria conflito e teríamos permanecido no jardim do Éden. O problema surge porque a sociedade tem seus próprios interesses, que não estão necessariamente em sintonia com os interesses do individuo. A sociedade tem seus próprios investimentos, e o individuo precisa ser sacrificado. Este é um mundo de cabeça para baixo. Deveria ser justamente o inverso. O individuo não existe para a sociedade, é a sociedade que existe para o individuo. Como a sociedade é apenas uma instituição, ela não tem alma. O individuo tem uma alma, é o centro consciente.

"... Tu não tens tua própria face, tens apenas, as opiniões de outros sobre ti. Alguém diz que és belo e começas a pensar que és belo. Alguém diz que és feio, tu te sentes magoado e trazes, como uma ferida, o fato de alguém ter dito “feio”– tu te tornaste feio.
Tu não passas de um amontoado de opiniões alheias, tu não sabes quem és. Sabes apenas o que os outros pensam que és. E isso é estranho, porque esses outros que pensam quem tu és não conhecem a eles próprios – conhecem-se através de ti. Esse é um belo jogo: conheço-me através de ti, tu te conheces através de mim e ambos não sabemos quem somos..."

QUEM FOI SEU MESTRE?

Quando o grande místico sufi Hasan estava morrendo, alguém lhe perguntou: "Hasan, quem foi seu mestre?".

Ele respondeu: "Tive milhares deles. Se apenas enumerasse seus nomes, levaria meses, anos, e agora é tarde demais. Mas certamente lhe contarei sobre três Mestres.

"Um deles foi um ladrão. Uma vez me perdi no deserto, e quando cheguei a uma aldeia já era muito tarde, tudo estava fechado. Mas finalmente encontrei um homem, que tentava fazer um buraco na parede de uma casa. Perguntei-lhe onde poderia ficar, e ele respondeu: " A esta hora da noite será difícil, mas pode ficar comigo se for capaz de ficar com um ladrão!".
"E o homem era tão harmonioso- fiquei por um mês! E toda noite ele dizia: "Estou indo agora a meu trabalho. Vá descansar e rezar." E quando ele voltava, eu lhe perguntava: "Conseguiu algo?, e ele respondia: "Esta noite não. Mas amanhã tentarei novamente, e se Deus quiser..."Ele nunca se desesperava, e estava sempre feliz.

"Quando eu meditava e meditava por anos a fio, e nada me acontecia, muitas vezes havia momentos em que ficava tão desesperado, tão sem esperanças, que pensava em parar com toda aquela bobagem. E de repente me lembrava do ladrão que toda noite dizia: "Se Deus quiser, amanhã vai acontecer".

"E meu segundo mestre foi um cachorro. Eu me dirigia a um rio, sedento, e um cachorro apareceu, também com sede. Olhou para o rio, vendo lá outro cachorro - sua própria imagem - e ficou com medo. Ele latia e se afastava correndo, mas sua sede era tamanha que acabava voltando. Finalmente, apesar do medo, simplesmente pulou na água, e a imagem desapareceu. E eu sabia que aquela era uma mensagem de Deus para mim: devemos dar o salto, apesar de nossos receios.

"E o terceiro Mestre foi uma pequena criança. Cheguei numa cidade, e uma criança estava carregando uma vela acesa. Ela se dirigia à mesquita, para lá depositar a vela. "Apenas por brincadeira, perguntei ao menino :"Você mesmo ascendeu a vela?. Ele respondeu: "Sim, senhor". E continuei: " Houve um momento em que a vela esteve apagada, depois houve outro em que ela se ascendeu. Você pode me mostrar a fonte da qual a luz veio?".
"E o menino riu, assoprou a vela, e disse: Agora você viu a luz se indo. Para onde ela foi? Diga-me!

"Meu ego e todo o meu conhecimento ficaram despedaçados. E naquele momento senti minha própria estupidez. Desde então abandonei toda a minha erudição".

Quem é Deus?
Deus não é um quem! Não é uma pessoa. Deus é a totalidade! A Soma total de toda a existência. Deus não é um alguém. Deus é o todo. Eu sou Deus, você é Deus. Todo mundo é Deus. O todo é Deus. Então, não pergunte quem é Deus, pergunte o que é Deus. A Vida é Deus, o Amor é Deus, a Luz é Deus.

A pessoa que ama a si mesma se torna graciosa, elegante. A pessoa que ama a si mesma é destinada a se tornar mais silenciosa, mais meditativa, mais devotada do que a pessoa que não ama a si mesma. Se você não ama a sua casa você não a limpa; se não ama a sua casa não a pinta; se não a ama não a circunda com um belo jardim, com uma lagoa de lótus. Se você se ama, criará um jardim ao redor de si mesmo. Tentará aumentar seu potencial, tentará demonstrar tudo o que está dentro de você para ser expressado. Se você ama, continuará banhando a si mesmo, nutrindo a si mesmo.
E se ama a si mesmo, ficará surpreso: os outros amarão você. Ninguém ama uma pessoa que não ama a si mesma. Se não pode nem amar a si mesmo, quem mais vai se importar?”

(Osho)

Fique sempre no presente, porque toda falsidade vem do passado ou do futuro. O que passou passou, não se preocupe mais com isso. E não carregue o passado como um fardo; do contrário, isso não deixará que você seja autêntico no presente.
Além disso, tudo o que ainda não aconteceu de fato não aconteceu, não fique se preocupando à toa com o futuro, senão isso interferirá no presente e o estragará. Seja verdadeiro no presente e você será autêntico. Estar aqui e agora é ser autêntico.

"Se as pessoas puderem dançar um pouco mais, cantar um pouco mais, serem um pouquinho mais malucas, a energia delas estará fluindo mais, e os problemas delas irão, aos poucos, desaparecer. Por isso insisto tanto na dança. Dance até o orgasmo; deixe que toda energia se torne uma dança, e subitamente você verá que não possui nenhuma cabeça.
A energia presa na cabeça vai movendo-se ao redor, criando lindos padrões, pinturas, movimentos. E quando você dança, chega o momento que seu corpo não é mais uma coisa rígida, torna-se flexível, fluindo. Quando você dança chega o momento que sua fronteira não parece mais tão clara; você funde-se e dissolve-se no cosmos.
Dai minha insistência na música e na dança, pois somente na dança você irá sentir que seu corpo, sua mente e você estão funcionando juntos.
E a alegria é infinita quando tudo funciona junto, a riqueza é grande. Aprenda a dissolver seu corpo, mente e alma. Encontre meios nos quais você possa funcionar como uma unidade."

UM CONTO ZEN - OS DOIS MENINOS
Osho

Havia dois mosteiros vizinhos cujos mestres tinham meninos de recados.
Os dois meninos costumavam ir ao mercado, buscar legumes ou outras coisas para os mestres.

Esses mosteiros eram antagônicos entre si, mas meninos são meninos.
Esqueciam-se de suas doutrinas e encontravam-se no caminho para conversar e se divertir juntos.
Estavam proibidos de conversar, pois os mosteiros eram inimigos.

Um dia, o menino do primeiro mosteiro disse a seu mestre:

"Estou confuso; estava indo ao mercado quando vi o menino do outro mosteiro e lhe perguntei: Aonde você está indo? Ele me respondeu: Para onde o vento soprar. Fiquei sem saber o que dizer; ele me confundiu."

O mestre então disse:

"Ninguém do nosso mosteiro foi alguma vez derrotado por alguém do outro, nem mesmo um empregado; portanto você tem de acertar as contas com esse menino. Amanhã pergunte novamente aonde ele está indo. Quando ele disser: Para onde o vento soprar, você dirá: E se não tiver vento?"

O menino não conseguiu dormir a noite toda, pensando no que aconteceria no dia seguinte.
Ficou ensaiando muitas vezes como falaria com o outro garoto.

No dia seguinte esperou à beira da estrada e quando o outro menino chegou, ele logo lhe perguntou:

"Aonde você está indo?"

O garoto respondeu: "Aonde meus pés me levarem."

O primeiro menino ficou novamente sem saber o que dizer. Sua resposta estava preparada.
Mas a realidade é imprevisível. Ele voltou muito triste e disse ao mestre:

"Aquele menino não é digno de confiança. Ele mudou e eu fiquei sem saber o que fazer."

Então o mestre disse: "Da próxima vez quando ele responder : Aonde meus pés me levarem você dirá: E se você ficar aleijado, ou se suas pernas forem cortadas?"

Novamente o menino não pôde dormir.
De manhã cedo, foi esperar o outro na estrada.
Quando ele chegou, o primeiro perguntou:

"Aonde você está indo?"

E o menino respondeu: "Buscar legumes no mercado."

O primeiro menino ficou atrapalhado e foi dizer ao mestre:

"Esse menino é impossível! Está sempre mudando!"

A vida é aquele menino.
A realidade não é um fenômeno fixo.
Você tem de estar presente nela espontaneamente, só então a resposta será real.
Se sua resposta é preparada de antemão, você já está morto.

Então virá o amanhã, mas você não existirá mais.
Estará preso no ontem, no que passou.

Todas as mente muito verbais são fixas. (...)

Essa é a diferença entre um homem de sabedoria e um homem de conhecimento.

O homem de conhecimento tem respostas prontas - você pergunta a resposta já está lá. (...)

Se você vai a um homem de sabedoria ele não tem respostas para você.

Não tem nada pronto.
Ele está aberto; é silencioso.

Ele responderá mas primeiro sua pergunta irá ressonar no seu Ser e não na sua memória.
Ninguém pode predizer qual será sua resposta.

OSHO em Raízes e Asas

Inserida por RivaAlmeida

Pode-se fazer meditações a partir de qualquer coisa. Qualquer coisa que o leva a você mesmo é meditação, e é imensamente significativo encontrar sua própria meditação, pois nesse próprio encontrar, você encontrará imensa alegria

Você não deveria deixar passar inconscientemente nem mesmo um único momento. A observação afiará a sua consciência. Essa é a religião essencial, e tudo o mais é apenas conversa.

Não, se você puder fazer somente a observação, nada mais é necessário

Inserida por Gabriel86

- Preocupação excessiva com a opinião dos outros;
- Sente-se mal quando recebe algo, pois na verdade não se considera digno de aceitar o que os outros dão;
- Fala repetidamente sobre o que motivou a sentir culpa;
- Raiva reprimida;
- Dificuldade em assumir responsabilidade pelos próprios atos;
- Sente-se rejeitado;
- Responsabiliza o outro pelo próprio sofrimento;
- Sente-se vítima em algumas ou muitas situações;
- Geralmente se pune ficando doente, ou sendo vítima frequente de acidentes, ou seja, autopunições constantes;
- Dificuldade em expressar os reais sentimentos;
- Não consegue falar 'não';
- Necessidade em agradar;
- Sempre fazendo algo pelos outros e raramente para si mesmo;
- Dificuldade em fazer algo só para si;
- Não consegue administrar o tempo, pois está sempre sobrecarregado;
- Baixa autoestima;
- Falta de amor-próprio.

Inserida por Gabriel86

Amado Mestre, O que é o amor?
Por que tenho tanto medo do amor?
Porque o amor se parece com uma dor insuportável?
Você pergunta: “O que é o amor?” É o profundo desejo de ser uno com o todo, o profundo desejo de dissolver o Eu, o Você, em uma unidade. O amor é isso, porque estamos separados da nossa própria origem, por isso, sente-se a necessidade de se voltar para um todo.

Se você arrancar uma árvore, ela sentirá o grande desejo de enraizar no solo, porque esta é sua verdadeira vida. Agora ela está morrendo. Separada a árvore não pode existir. Ela tem que existir na terra. Isso é amor.

Seu ego se tornou uma barreira entre você e a sua terra, o todo. O homem está sufocado, ele não consegue respirar, perdeu suas raízes.

O amor é um desejo de nutrição; o amor é enraizar-se na existência. E o fenômeno se torna mais fácil de se você cair no polo oposto – é por isso que o homem é atraído pela mulher, e a mulher pelo homem. O homem pode encontrar sua terra através da mulher, ele pode voltar a ficar com seus pés no chão, através da mulher, e a mulher pode por os pés no chão através do homem. Eles são complementares. O homem sozinho é metade. Quando essas duas metades se encontram e se misturam e se fundem, pela primeira vez nos sentimos enraizados, com os pés no chão.

Não é somente na mulher que você se enraíza; é através da mulher que você se enraíza em Deus. A mulher é simplesmente uma porta, o homem é simplesmente uma porta. O homem e a mulher são apenas portas para Deus. O desejo de amor é o desejo de Deus. Você pode entender isso, ou não pode entender, mas o desejo de amor realmente prova a existência de Deus. Não existe nenhuma outra porta.

Porque o homem ama Deus é. Porque o homem não pode viver sem amor, Deus é. A ânsia de amar simplesmente diz que sozinhos nós sofremos e morremos, juntos, nós crescemos, somos nutridos, realizados, preenchidos.

Você pergunta: “O que é o amor? Por que tenho tanto medo do amor?” É por essa razão que a pessoa tem medo do amor – porque no momento que você entra na mulher, você perde seu ego, e a mulher quando entra no homem, perde seu ego.

Agora isto precisa ser entendido: você pode estar enraizando no todo, somente se perder você mesmo; não há outra maneira. Você é atraído em direção ao todo por estar se sentindo desnutrido, e então, quando chega o momento de desaparecer no todo, você começa a sentir muito medo. Um grande medo surge porque você está perdendo a si mesmo. Você recua. Este é o dilema. Todo o ser humano tem que encarar isso, passar por isso, entender e transcender isso.

Você precisa entender que ambas as coisas estão surgindo da mesma coisa. Você sente que seria lindo desaparecer – nenhuma preocupação, nenhuma ansiedade, nenhuma responsabilidade. Você se tornará parte do todo, como as árvores e as estrelas. A simples ideia é fantástica! Ela abre portas, portas misteriosas para dentro de seu ser, ela da nascimento à poesia. Ela é romântica. Mas quando você realmente mergulha nisso, surge o medo de que: “Eu vou desaparecer, e quem sabe o que vai acontecer depois.”

É como um rio alcançando o deserto, ouvindo o sussurrar do deserto. O rio hesita, quer ir além do deserto, quer ir em busca do oceano; sente que existe um desejo, um sentimento sutil, uma certeza e uma convicção de que “meu destino é ir além!” nenhuma razão possível pode ser apontada, mas existe uma convicção interior de que “eu não terminarei aqui. Tenho que continuar procurando algo maior.”

Alguma coisa lá no fundo diz: “Tente energicamente! E transcenda esse deserto”.

E então o deserto diz: “Ouça-me: o único jeito é evaporar-se, entregando-se aos ventos. Eles o levarão além do deserto”. O rio quer ir além do deserto, mas a duvida é muito natural: “Qual é a prova, a garantia que depois os ventos permitirão que eu volte a ser um rio? Uma vez que eu tenha desaparecido, não estarei absolutamente controlando a situação. Então qual é a garantia que eu me tornarei novamente o mesmo rio, com a mesma forma, com o mesmo nome, o mesmo corpo? E quem sabe? E como poderia confiar que, uma vez que eu tenha me rendido aos ventos, eles permitirão que eu volte a me juntar?” este é o medo do amor.

Você sabe, está convencido de que sem amor não há vida, sem amor você permanece faminto por algo desconhecido, permanece insatisfeito, vazio.

Você é oco; você apenas um recipiente sem conteúdo. Você sente o vácuo, o vazio e o tormento disso. E você está convencido de que existem meios capazes de preenche-lo.

Mas quando você se aproxima do amor surge um grande medo, surge a dúvida: se você relaxar, se realmente mergulhar nele, será capaz de voltar novamente? Será capaz de proteger sua identidade? Vale a pena correr esse risco? E a mente decide não correr esse risco, porque pelo menos você é subnutrido, mal alimentado, faminto, miserável – mas pelo menos você é. Desaparecendo em algum amor, quem sabe? Você iria desaparecer, e qual é a garantia de que haverá felicidade, haverá beatitude, haverá Deus?

É o mesmo medo que uma semente experimenta quando começa a morrer no solo. Isso é morte, e a semente é incapaz de conceber que haverá vida surgindo desta morte.

Inserida por RivaAlmeida

Quando o Valete de Fogo entra em sua vida, é um sinal de que você está preparado para receber o novo. Alguma coisa maravilhosa está despontando no horizonte, e você tem exactamente a qualidade da inocência feliz e da lucidez, para recepcioná-la de braços abertos.»

"No momento em que você começa a enxergar a vida como uma coisa não-séria, como uma brincadeira, toda a pressão sobre o seu coração desaparece. Todo o medo da morte, da vida, do amor - tudo desaparece. A pessoa começa a se sentir muito leve, ou quase sem peso nenhum. Tão leve ela se torna, que é capaz de voar no céu aberto.
A maior contribuição do Zen é oferecer-lhe uma alternativa à postura de homem sério.
O homem sério fez o mundo, o homem sério inventou todas as religiões. Ele criou todas as filosofias, todas as culturas, todas as moralidades; tudo o que existe à sua volta é uma criação do homem sério.
O Zen excluiu-se do mundo sério. Criou um mundo próprio muito divertido, cheio de risos, no qual até os grandes mestres se comportam como crianças."

Inserida por Gabriel86

"Eu não sou um lógico, sou um existencialista. Acredito nesse belo caos da existência
e estou pronto para ir aonde quer que ela vá. Não tenho uma meta, porque a existência não possui uma meta. Ela simplesmente é, florescendo, brotando, dançando - mas não pergunte porque. Apenas um transbordamento de energia, sem motivo algum. Estou com a existência."

Inserida por kinhogaroti

PACIÊNCIA E CONFIANÇA

Pergunta – Amado Osho, qual é a essência da paciência?

Osho – A paciência tem sido explorada pelas pessoas. Há séculos temos a pobreza, e os povos foram aconselhados a apenas serem pacientes – “É um teste de sua confiança em Deus”. A eles foi apenas dito que fossem pacientes, que “é apenas uma questão de alguns anos e então vocês adentrarão o paraíso”.

A paciência tem sido usada como parte da exploração de povos em todas as áreas, mas ela é uma linda qualidade. Ser paciente, para mim, significa confiança – confiança na natureza, na existência, em você mesmo. As coisas estão melhores a cada dia; o que quer que aconteça, a sua paciência encontra algo melhor para você. É uma alquimia muito grandiosa; transforma sofrimento em bênção. É um grande instrumento em suas mãos; você apenas precisa entender que o instrumento deve ser usado por você, e não pelos outros sobre você.

Há mudanças constantes na vida – a vida é um fluxo. Heráclito diz: “você não pode pisar duas vezes no mesmo rio”. Eu digo a você: “você não pode pisar nem mesmo uma vez no mesmo rio”. O rio está continuamente se movendo. Há altos, há baixos, há dias e há noites. A paciência consiste em ver as coisas de forma que tudo se torne uma alegria para você.

Por exemplo, você pode pensar que todos os dias foram encapsulados entre duas noites escuras. Isto lhe trará miséria e tristeza: “oh, que vida, apenas um pequeno dia, e duas grandes noites escuras”. Um homem de entendimento verá cada noite como tão pequena entre dois lindos dias ensolarados. A vida é a mesma – é a sua perspectiva que muda.

Há pessoas que não olharão para as rosas, e sim para os espinhos. Elas sentirão profundo desespero pelo fato de a existência não produzir rosas sem espinhos, mas estarão prestando mais atenção aos espinhos do que às rosas. Um homem de entendimento amará a rosa, e enxergará o espinho como a proteção da flor. A mesma roseira está fornecendo seiva a ambos – à rosa e ao espinho. O espinho deve ter alguma função natural. Sua função é proteger a rosa – é um soldado, um guardião.

Uma vez que você veja a vida de um ângulo diferente, seu coração começa a pulsar de um jeito diferente. Tudo pode ser visto com olhos negativos, e há pessoas que pensarão em tudo desta forma. Elas se tornarão bons críticos, mas serão grandes fiascos na vida. Mas há uma maneira de se ver a vida com olhos positivos.

Eu estava visitando um palácio em Jaipur, na Índia. Jaipur é uma das cidades mais lindas do mundo; o homem que a estava criando, Maharaja Jai Singh, queria superar a beleza de Paris, mas morreu antes de completar o projeto. Então, Jaipur se tornou uma cidade incompleta, mas possuidora de tremenda beleza. Nenhuma outra cidade indiana possui esta sua qualidade.

No palácio, o neto de Maharaja, que agora tomou o lugar do avô, disse-me: “por favor, não repare se você vir alguma coisa incompleta no palácio”.

Eu disse: “qual o problema”?

Ele disse: “Meu avô tinha uma certa visão de que nada deveria ser feito completo, porque se fosse, teria um certo ar de morte. As coisas deveriam permanecer incompletas, pois assim têm a possibilidade de crescimento. E por coincidência, ele não pôde completar Jaipur; ele morreu. Esta foi a filosofia de toda a sua vida: ele nunca fez nada completo. Alguma coisa sempre estará faltando, e as pessoas que enxergam com olhos negativos imediatamente notam a coisa que está faltando. O palácio como um todo é tão lindo, mas toda a preocupação destas pessoas se concentra na pequena pedra que está faltando, e elas ficam frustradas.”

Talvez Maharaja Jai Singh tinha algum entendimento da vida.

Na vida nada é perfeito, tudo tem alguma imperfeição. Imperfeição significa que a vida ainda está se desenvolvendo, que a evolução ainda está acontecendo. O dia em que tudo estiver completo será o pior dia da existência, pois neste dia tudo se tornará morto. Não haverá crescimento, não haverá necessidade de evolução; tudo estará confinado. Não olhe para as imperfeições; olhe para a tremenda beleza que circunda as pequenas imperfeições.

É uma mudança de perspectiva que traz paciência a você. Então você entende que tudo é bom, e que tudo será ainda melhor, pois há séculos vem se tornado melhor e melhor. Não há necessidade de se preocupar com o amanhã; amanhã será melhor. A existência toda está engajada em melhorar a si mesma. Você apenas tem de ser um pouco paciente; você não deve ter pressa. Você não deve pedir que tudo lhe seja dado agora.

Tudo vem no tempo certo.
Tudo vem quando você está maduro.
Tudo vem quando você merece. Esta é a minha experiência.

Nos últimos trinta anos eu não senti, nem mesmo por um único momento, nenhuma impaciência, e testemunhei que tudo segue se tornando melhor e melhor. A própria existência está envolvida neste processo; somos parte dela, não há motivos para se preocupar. Mesmo algo que parece escuro hoje pode se revelar apenas o começo de uma nova aurora. A noite é mais escura logo antes do amanhecer.

Apenas observe a vida. Tente entender a vida, e a paciência virá até você por conta própria.

Inserida por lyne-sena