Textos de Mar
VAIVÉM AQUOSO
reprofunda
pedra bailarina
molda-se feito libração
y vaivém aquoso
quer viver a sede sem mágoa
lança cabelos aos cardumes
diz que ama porquê ama pois
pondera a gagueira ao ver
o a(mar) explícito/abundante/imponente
tomar ossos & musculaturas
feito o erotismo do
abraço
"Andei procurando sentidos que pudessem levar-me do náufrago ao porto.
Desembarquei em ti Bahia.
Solo que me era pouco conhecido.
Pisei na tua terra, banhei-me em tuas águas, abracei teus nativos e respeitei tua mata.
De ti não quero distância, quero teu mel, tua pimenta, dançar com os Pataxós e fazer eternas lembranças.
Agradeço teu conforto, teu zelo, teu alvoroço,
que sem nenhum esforço faz de mim um todo".
Declara sutilmente nesta noite o seu lado romântico que tanto preza o amor por estar linda, esbanjando simplicidade, usando um azul belo e delicado, cor que expressa vida, cuja tranquilidade está num céu ensolarado e na imensidão de um mar repleto de vida.
Um azul como aquele usado pela Cinderela com sua jovialidade confiante e destemida, ou do vestido da Alice, inocente, com sede de sair da normalidade ou ainda o da sua preferida, Bela, que era inteligente, que amava muito os livros, tendo uma essência esperta e aventureira.
Talvez ela seja também uma personagem simples e amável de contos de fadas, trazida felizmente pra esta realidade, então, merece ser fortemente amada por ser feita de muitas verdades que inspiram, conquistando amores e olhares.
Obviamente, não estou isento do equívoco, mas, sinceramente, encontro em ti, um equilíbrio instigante por seres docemente selvagem, uma mulher livre e carinhosa, que guarda amor e vivacidade no íntimo, ternura e esperteza nos olhos, detalhes profusamente vívidos.
Revelas uma graciosidade delicada, atraente, vestida de liberdade com uma personalidade prudente e uma naturalidade emocionante e impetuosa como as ondas do mar, os teus cabelos soltos, tocados pelos ventos, uma junção muito salutar, um rico avivamento pra o mundo a tua volta, pra quem souber te observar.
Não tens nenhuma obrigação de satisfazer a minha percepção a teu respeito, todavia, a tua presença instiga tanto que, mesmo sujeito ao engano, não consigo controlar meus pensamentos, que ficam tão à vontade transitando pela minha que logo são transformados em versos, conscientes e sinceros.
Uma emoção deleitosa de tamanha expressividade, uma arte divina que está em constante movimentação, certamente, a vida está por toda parte por ser capaz de avivar, de gerar felicidade, o que já justifica a minha grande admiração pelo mar, que é mais do que uma bela paisagem.
Admirar e ser renovado é uma rica oportunidade, uma forma de sentir-se abençoado através da valiosa simplicidade num breve momento de muito significado, saboreando fragmentos de liberdade, um primor detalhado, uma benesse do Senhor, repleta de vividade e de um genuíno amor.
Algo indispensável para suportarmos as adversidades ao revigorarmos as nossas forças, admirando os simples detalhes que estão a nossa volta e em diversos lugares que importam de fato, que alimentam a nossa essencialidade, então, um bem bastante admirável de muita profundidade.
Sua existência é provadamente rara, falo isso sem exageros, por ser bela de várias formas, tendo olhos vívidos, verdadeiros, que refletem o amor, uma autencidade no sorriso, um resplendor emocionante na alma, um caráter íntegro, muito encantador, uma prova de regozijo, um fruto legítimo do Senhor.
Singularidade difícil de encontrar por tamanha preciosidade, sendo bastante salutar para quem encontrá-la, desde que saiba o que é amar pra que possa respeitá-la, perceba suas qualidades, não a despreze por causa de suas falhas, as quais não diminuem o seu valor e o mérito de ser amada.
Quando for encontrada finalmente, será como alcançar a vida fascinante que existe no fundo do mar, chegar até um almejado oásis no deserto, ser conduzido por uma luz amável na densa escuridão, iluminado por raios de sol num dia cinzento, portanto, poder sentir uma distinta exultação.
Círculo
Quando pesa a escuridão n'alma
um rampante de centelha divina surge
quase que completamente apagada,
a esperança de continuidade fulge. Percebo que continua aflita, dos instintos ainda não abdicastes, suas mãos a miúde me tocam, trêmulas, um desvio de conduta, já sabes que não é mar e sim vale em uníssono o desejo crepita, o vício eclode, tudo desde a semente, do abismo, está lá, contínuas sofrendo na memória, lembre-se que agora são só estórias, agora sente, ama, chora, se envergonha, erubesce-se, estremece, o torvelinho que vai e te move, você esquece, mas sabe que no fim, tudo isso sempre volta.
É inegável a sua tamanha beleza, uma arte viva, detalhada, simples e bastante atraente, que reflete sua bela natureza abundante, que aquece com suas peculiaridades apaixonantes que avivam intensamente, então, de fato, uma mulher muito instigante, que adentra a minha mente.
Abraçada pela noite, fica mais evidente o fulgor dos seus encantos e observando atenciosamente, chego ao ponto de pensar que, talvez, tenha a essencialidade de uma sereia, o que justificaria ser tão encantadora e fortemente conectada ao mar, onde fica à vontade como se fosse o seu lar.
Sua agitação também é atuante, logo, seus momentos de tranquilidade são raros, oscilações incessantes de ânimos que não a fazem perder sua graciosidade e ainda geram um ímpeto de viver incansável que nem as forças das ondas nas rochas numa persistência notável.
(A)VENTURA
Para sentir-se perdido,
não é necessário constatar-se sem rumo.
Se estiver à deriva,
mesmo que à pouca distância da praia,
próximo à segurança de um porto,
estará perdido se não tiver objetivo.
O que nos leva a navegar não são as velas,
nem os ventos que as fazem avolumar,
muito menos a força das correntezas,
e tampouco o acaso em busca do incerto.
Para estar perdido, basta navegar contra a vontade,
mesmo que em águas rasas e calmas.
Para encontrar-se, é preciso sede de navegar,
para saciar os desafios do desconhecido.
Vontade de aquietar-se, quando calmaria,
ou disposto ao galope dos zimbrados.
Navegar não é somente uma grande aventura;
é, apesar de tudo e de todos, enorme ventura!
ITACIMIRIM
Talvez com o abraço teu
Meu mundo finalmente
Levite e encontre
Aquele rasgo azul no céu
Por sobre o mar
Inundar de ti
Esse sonho, enfim
E a paz de Itacimirim
Pois tu tens de mim
Mesmo tom que ali
Soou
Deixarem os grãos da areia, os pés
Sermos um mais, em cada um
Nós dois, na tez do céu azul, do mar
Rasgo na imensidão da voz
Que agora se eleva a permitir
Aquela imagem que fincou
Itacimirim.
Nossos ancestrais conheciam a sabedoria e a verdade que se expressam nas forças da Natureza.
Sabiam que:
O fluxo das marés nos revela que tudo na existência é cíclico, por isso, as nossas emoções vêm e vão, temos altos e baixos. Tudo o que um dia veio, um dia partirá!
O sol nos mostra que a nossa vida está ligada à força da luz e tudo é energia!
O vento nos recorda da leveza que nos habita e de nosso anseio por voar!
O céu que nos abriga, sob o qual tantas eras, acontecimentos, seres e povos passaram, nos remete que, diante de sua imensidão e grandeza, somos pequenos e precisamos conservar a humildade, pois a nossa existência, na face da Terra, é passageira e finita!
As estrelas sinalizam, com o seu brilho e numerosidade, que existe muita vida e muitos mistérios que não compreendemos e alcançamos!
Ontem senti teu cheiro quando caminhava à beira mar. Uma brisa bem manhosa me abraçou;
ah, fechei os olhos e, foi como se estivesse em mimha frente, grudada em mim.
Vi teu sorriso, mergulhei em teu olhar, beijei sua boca de cereja, arrepiei em tua pele macia...
E de repente seu cheiro se foi com o vento e só ficou a masesia do mar.
Você foi embora, levou tantos planos, sonhos, desejos, levou toda uma coda construída.... desmoronou. Até hoje não entendo. Meu coração era entregue somente à sua linda melodia que dizia: " te amo..." meu olhar brilhava porque via você, mesmo que longe, iluminando o espaço ao redor, uma luz intensa onde só você morava.
Mas se foi. Se foi num repente e a brisa me faz lembrar sempre... ah, por que? Pra fazer meu peito doer? Pra fazer um rio deslizar em meu rosto? Pra sentir o frio que antes era calor?
Seu amor me envolvia, sua voz me acalmava, seu corpo me embalava, seus sussurros me anivama a te querer mais e mais.
Mas hoje, é a voz do mar que ouço, é o vento que me abraça, é a solidão que me embala.
Nós somos como um rio poluído pelas impurezas que encontra no seu percurso.
O pensamento que antes fluía intensamente, agora se arrasta lentamente, carregado dos males, inquietudes e incertezas,
que os esgotos e as águas de outros rios,despejam na correnteza.
Se não podemos ser como o mar que, pela imensidão, nem se importa com a sujeira que despejam nas suas águas, podemos, como o rio, mudar o curso ou o trajeto, para não represarmos todos os males, que um dia transbordam, na enchente.
Paradoxo do mar
Tão sereno...
E ao mesmo tempo tão agitado,
Tão azul e tão acinzentado.
Meu semblante com ele se encontra e num instante eu o venero,
Fazendo das minhas palavras um grande mistério,
E neste paradoxo eu também me encontro,
tão brusca e tão amena.
Bem que eu queria assim ficar,
sempre perto do mar,
E as ondas contemplar.
Mas eu sempre quero estar aqui e estar lá
Tão livre que não dá para tocar,
E tão perto que me sinto a sufocar.
Devaneio
Sentada aqui no monte
Vendo o sol desaparecer no horizonte
Na esperança de que você não me desaponte
Aqui em frente ao mar
Fico esperando a lua chegar
Para que com ela meu coração
Possa se acalmar
A brisa do mar
Leva-me a imaginar
Onde é que você está?
Que não aqui para me abraçar!
Dia e noite
Sol e lua
Jamais deixarei
De ser sua.
Um dia me sentei bem na beira da praia E me perguntei por que a vida parece tanto com o mar...?!
Uma hora tudo tão calmo e Brando outra hora tudo tão tempestade
Tenho certeza que Deus sabia o que fazia quando criava o mar...
O mar e as suas ondas os ventos
A onda é a sua dor ...ela vai...volta..some..sobe..desce...
sempre...
Você precisa ser o mar que fica.
O mar é um encanto!
Que canta uma melodia ao amanhecer, ao som das ondas.
Anunciando de forma harmoniosa e alegre:
O nascer do sol.
Nas águas um espelho, que reflete a sua luz.
Na praia as ondas fazem uma dança esplêndida.
Com o vento a espalhar a espuma branca.
Nas areias macias que forma um caminho…
Durante a sua infância rara, a sua essencialidade era bela e resplandecente como uma linda estrela na terra conectada com o mar,
cujo amor por si mesma era vivo e inocente e estava sempre a brilhar.
Sendo feliz, não se cobrava excessivamente, nem se importava em disfarçar a sua essência, assim, sua postura era espontânea, sossegada e sua presença era tão amável e reluzente que superava constantemente as suas falhas.
Com o passar do tempo, foi se perdendo do que lhe era essencial, seu brilho já não era mais o mesmo, pois de tanto se decepcionar, tinha ficado insegura, não se amava mais como antes, mas graças a Deus ainda tinha uma fagulha de esperança, perceber a sua tamanha importância.
Graças ao Senhor, a partir do momento que lhe veio esta percepção, sua vida passou por uma linda metamorfose, a qual fez valer tudo o que enfrentou, logo, seu amor próprio ganhou asas e seu essencialismo foi renovado, dessarte, uma bela borboleta avivada.
Posso contar nas estrelas os dias em que não dormi a noite esperando que magicamente saísse de mim a dor de nunca mais te ter em meus braços.
Todos os dias relembro das tuas frases e imagino como seria bom se você ainda estivesse comigo
Você nunca esteve aqui
Nunca esteve verdadeiramente comigo
Tentei amar novamente mas
Só existe você na minha mente;
Homens, mulheres,
Eu quero você meu loirinho
Você e seus mares salgados que carregas no lugar de olhos!
Ela era um mundo em um só coração...
Amava o mar...o sol, a música... Amava Ivete ...
Amava tanto o amor, que não teve coragem de deixa -lo partir quando era tempo ...
E não deixando esse amor partir, se partiu seu coração...
E viveu na imensidão sem novamente encher seu coração...