Textos de Mar
Timoneiro
Se me fosse imposto optar
Entre a pedra do chão que sangra
E o céu que engole o dia,
Eu ficaria com o mar,
Onde o tempo se desfaz em ondas
E a eternidade é apenas um sopro.
Nos braços do meu barco
— solidão que navega —
Paro em portos de ausência
E parto levando memórias
Que ainda não gestaram.
Longe do ruído do mundo,
Sou um vulto que vaga e sonha.
O balanço do mar é um relógio,
E remo, rezo e remo até que a noite
Cante em meu braço cansado.
Quando não puder mais suportar,
Soltarei os remos,
Redirecionarei a rota dos silêncios.
E se não souber o que fazer,
O vento, antigo mestre, saberá,
Pois ele é voz do que em mim nunca cessa.
Amor é imensidão, é mar e em seu corpo quero navegar.
Como não amar se és mar
E se és mar é amar
Como se és sol
E eu só não sei amar.
Te amei, sorri
Partiu, senti
Você foi, você foi...
Uma palavra, duas situações
Foi um grande amor, meu ar e meu chão.
Você foi, você foi...
Uma palavra duas atitudes
Foi-se embora, levando suas virtudes.
Te amei, sorri
Partiu, senti
Partiu, partiu....
Duas ações, consequências ou verdades
Partiu pra uma nova vida e deixou a saudade.
Partiu, partiu.....
Duas ações, verdades ou consequências.
Partiu meu coração levando a inocência.
Tudo em você é intenso, é imenso.
Um oceano de prazeres e amores infinito.
Como não amar se és mar
E se és mar é amar.
Como se és sol
E eu só não sei amar
Amor é imensidão é mar e no seu corpo quero navegar.
amor_in_versus
Teu coração instável é um mar profundo, onde poucos têm acesso, por ser um mundo incomparável que usa o amor como oxigênio e muitos não conseguem respirá-lo, não suportam nem as fortes ondas de emoções sinceras, consequentemente, chegam no máximo até a superfície por não te amarem verdadeimente.
Já a tua graça tão evidente é uma flor desabrochada com detalhes delicados e amáveis, uma amostra inegável das tuas águas que fazem florescer os olhares e sorrisos daqueles que sabem amar, um brilho espontâneo de felicidade por estarem contigo, mulher simples e amável, cujo viver é significativo e muito abençoado.
Portanto, és feita de profundidade, alguém que se entrega por inteiro, que não ama pela metade, tanto que chega a estranhar quem não faz o mesmo e por fora também és bela com uma essência vívida e amorosa, um reflexo de quem és por dentro,
logo, uma profundez que aflora.
O mar é nitidamente enigmático,
abriga uma grande beleza no seu íntimo,
passa uma sensação de equilíbrio
apenas com a sua superfície,
mas muitas vezes fica agitado
semelhante a um coração que acelera seus batimentos
quando está bastante emocionado,
fica impaciente com o vaivém de suas ondas
como se de alguma forma quisesse ser notado
ou seja a maneira que ele encontrou pra desabafar,
e, talvez, seja justamente por ser assim tão expressivo
que muitos com ele identificam-se e o apreciam.
É evidente que este enigma faz parte de algo divino
e inexplicável, assim, mesmo que não faça sentido,
merece ser contemplado.
Início de uma noite de verão; um tom de amarelo adentra pela janela.
A chuva cai leve, sem pressa e os pássaros estão felizes.
A sensação quente traz um certo conforto e o breve vento refrescante traz um alívio.
Algumas nuvens cinzas navegam o céu assim como navios navegam pelo mar.
Outra nuvem solitária no horizonte, iluminada pelo pôr do sol, se assemelha a uma explosão devoradora de vidas.
Os esboços das casas assumem um tom rosado e as árvores são apenas sombras.
A escuridão quase completa se instala, a luz do poste queimou.
Fim de um dia qualquer em Tamandaré.
Um dos motivos da separação do casal
Vários casais, quando se casam, se decepcionam por fazer uma avaliação precipitada dos seus cônjuges, achando que tudo vai continuar como um mar de rosas, quando não, um começa a apontar os defeitos do outro, se esquecendo que cada um tem uma parcela de culpa que promovem as contendas. O pior é quando não há feedbacks no diálogo, e nem pensam em aparar as arestas, e sim deixam crescer os estímulos estressantes. O correto é, quando tiverem mais calmos, resolverem o problema com um diálogo sadio, isso quando querem viver bem e se tiver o amor em jogo, o sacrifício é louvável, não o bem-estar de si, e sim o do relacionamento. Quando não, essas são uma das razões dos casais se separarem.
Além-mar
Ir ao outro lado do mar, ao desconhecido, foi a curiosidade humana e o empreendedorismo que ainda no século XV, lançaram os portugueses ao mar. Coragem era a palavra em mente na busca de um objetivo: descoberta de rotas , explorar novas oportunidades! Eles não sabiam, mas o movimento das naus sobre as águas, embora fosse lento, aquilo os levaria a se tornarem numa potência mundial no século XVI.
Assim devemos ser. Ir além mar! Levantar as velas e seguir à frente a navegar por oceanos tendo em mente que encontraremos um
Eldorado do outro lado.
Durante a viagem, haverão tempestades, ventos, águas invadirão a nau, que irá balançar de um lado para o outro, náuseas intermináveis, medo pode bater, mas cerramos os punhos e foco no objetivo, encarar a tempestade! A tempestade passa, os céus se abrem, a luz do sol desce como uma cortina transparente - a bonança chegou! É o momento de seguir sob águas tranquilas. Fazendo uma alusão à história bíblica, chegou o momento da rota para a terra do leite e mel!
Queria passar um tempo
numa casinha simples na praia
desfrutando de alguns bons momentos,
às vezes, ficaria sentado na frente
apreciando o mar
com vaivém de suas ondas,
os pássaros de asas abertas
usufruindo de suas liberdades
e os raios de sol como fios de ouro
deixando ainda mais rica aquela imagem,
não precisaria de muito luxo,
aproveitaria até em dias nublados
com a chuva molhando o meu rosto
e lavando a minha alma,
um cenário bastante satisfatório
daqueles que o ânimo e a fé restauram.
O mar e sua imensidão , tão pleno quanto o coração.
coração de quem acredita, que em tudo o amor abita.
a onda que marcha , até a praia e sua faixa, cada uma que acaba , é outra que se renova.
é tão lindo e tão belo, que só o maior Artista poderia Criar tal obra.
a calmaria e a ira fundadas em uma cina , arte que admiro, me acalmo e me alucino, que me faz acreditar que em tudo tem seu A-mar...
Longínquo tempo
Longínquo tempo.
A neve cobria a estrada.
Meus passos ficavam marcados.
Eu andava apressado.
Corria e ria…
Não sentia o frio que cortava meu rosto e mãos descobertos…
Não importava se era o frio da neve ou o calor do deserto.
Tinha você por perto.
Hoje estou só.
Não chove, nem venta.
Não neva também.
As ondas espreguiçam-se languidamente pela areia…
Uma vela lá longe tremuleia…
Ando.
Vagarosamente.
Não deixo marcas na areia.
A água do mar se encarrega de tudo apagar.
Não quero mais marcas.
Comecei a ter medo.
Já não sorrio… não rio mais.
Minha alegria ficou perdida há tanto tempo…
Minha alegria está tão lá atrás.
Há um tempo iniciei a saga de esconder…
E assim, confesso, tenho conseguido sobreviver.
Por muitos anos,
fui um astuto pirata,
tive marcantes aventuras,
passei por vários lugares,
conheci muitas pessoas,
poucas, as confiáveis,
consegui algumas vitórias,
escapei de alguns entraves,
tive algumas paixões,
mas nunca um amor de verdade,
vivi assim por bastante tempo,
até chegar aquele fatídico momento
Quando, após uma árdua batalha,
perdi toda a minha tripulação,
milagrosamente, consegui escapar
daquela terrível situação,
depois, fiquei cansado
de tudo e de todos,
resolvi seguir meu próprio caminho,
solitário, sem um rumo exato,
neste meu grande navio,
desde então, tenho velejado,
ancorando em algum porto
só quando realmente necessário,
por estes mares,
já enfrentei o sol escaldante,
ventos fortes e tempestades,
mas também desfrutei
de brisas, de belas paisagens
e de momentos de tranquilidade,
há alguns dias, cheguei neste arquipélago, onde estou ancorado,
um lugar deserto e bem afastado
que aparentava não haver nenhum morador
até que, há trinta noites, isso mudou,
estava contemplando as estrelas
quase num total silêncio,
ouvia apenas as ondas do mar
e, às vezes, os assobios dos ventos,
quando, repentinamente, pude ouvir
um canto suave e muito atraente,
fui surpreendido, nem sonhei
que pudesse existir um som tão lindo,
não pude resistir, precisava descobrir
de onde vinha,
olhei, várias vezes a minha volta
sem sucesso, até que avistei
sobre algumas rochas
às margens de uma ilha próxima,
um ser esplêndido cantando
que da cintura pra cima,
era uma mulher de uma pele macia,
uma face delicada,
cabelos cumpridos
e olhos de um brilho raro,
enquanto que, na parte de baixo,
possuía uma calda cheia de escamas
de um tom dourado,
senti uma forte euforia
que nuncatinha sentido antes,
olhava-me profundamente
que parecia que já me conhecia,
sensação hipnotizante,
tentei aproximar-me, mas,
infelizmente, ela assustou-se
e preferiu afastar-se,
frustrado, fiquei refletindo
muito sobre aquele fato ocorrido
até pegar no sono,
depois do dia ter amanhecido,
acordei, já de cabeça fria,
acabei lembrando que já tinha
ouvido muitas histórias
sobre aquela criatura,
que tratava-se de uma sereia
daquelas que atraíam os navegantes pra uma morte certeira,
entretanto, penso que assim não seja,
que, talvez, apenas, os fizessem
ignorar as suas vidas antes
deles conhecerem-nas.
Durante todas estas noites,
tenho tentado revê-la
e não penso em desistir,
não sei o que me aguarda,
quiçá, eu pereça,
mas sinto que, finalmente,
encontrei uma razão pra estar vivo,
se estás lendo estas palavras,
é muito provável que eu já tenha fisicamente morrido,
entretanto, certa vez, disseram-me
que só se morre de fato
quando se é esquecido,
então, escrevi está carta
e coloquei nesta garrafa
a fim de que alguém a encontre
e saiba da minha existência
e da minha história.
Viver pode ser uma grande aventura
ou uma intensa loucura,
vezes, pra uns, serás um sábio aventureiro,
em outras, pra outros, serás um louco,
melhor não dar tanta atenção.
assinado, Capitão Fer que, finalmente, encontrou seu propósito.
O MEU MAR
O mar da minha alma, do meu coração
Que enamorada de ti me encontro
Olhar-te me causa espanto
O mar que é uma sepultura aberta
Que as saudades deixam tristeza
No peito como uma ferida aberta
Mesmo o mar sendo traiçoeiro
Nunca será ignorante, malcriado
Incompetente e tão insignificante.
ANTIGO VERÃO
E penetrar o mar. E captuar o céu.
Deitar-se ao calor, brincar com a luz. Vestir-se com a areia.
Molhar-se de suor, ter gosto de sal
Respingar água no mundo, cobri-lo de orvalho... para enxuga-lo ao sol...
Sentir quente a rua.
Vontade de caminhar, parar, não pensar.
Desfocar nas lembranças, os rostos de cada incontro, Sufocar nelas as vozes, confundindo os momentos. Ter vontade de viver até o que já morre. Predispor-se e depois ceder ao amor...
IMAGEM
Sol, sal, calor..... Mar, amor, cor....
Palavras antigas que o coração pronunciava Nos seus vinte anos....
E a alma escutava.....
Prudente, solitária, desconfiada.....
Atenta,... mas.... curiosa e impaciente Temendo aquele encontro tanto esperado....
Hoje vaga recordação do passado....
Frágil, opaca, imperceptível,...... desbotada....
Tão distante....., mas nunca esquecida......
O fim da noite se aproxima, em breve, determinados pensamentos ficarão mais à vontade, adoram o silêncio, o momento deles de grande expressividade entre a racionalidade e os sentimentos, a frieza e a fogosidade numa busca incansável por equilíbrio, a bênção da sobriedade, tudo isso acontecendo na minha mente, um mar agitado de muita profundidade, diálogos persistentes de calmarias e tempestades,
cenas recorrentes, fantasia e realidade.
O PERFUME DAS ESTRELAS
A noite às vezes me traz esta saudade
Daquele azul escuro do meu mar
Que me acalmava com seu murmurar...
A noite às vezes me traz esta saudade
Do infinito abraço daquele céu... Cheio de estrelas,... cheio de mistério...
A noite às vezes me traz esta saudade
Das minhas antigas noites passadas junto ao mar Da eterna magia que faz sonhar.......
A noite às vezes me traz esta saudade
Da onda que te fala e te escuta Daquela escuridão quase irreal..... ...que sentia no coração e na pele...
A noite às vezes me traz esta saudade De ressentir o Perfume das Estrelas.......
Praia e mar
ceus e águas que se fundem
e também confundem
ao olhar para o horizonte
não se sabe onde termina o mar
onde começa o horizonte
Vontade de colocar os pés
nesta areia fina , branca e transparente
mergulhar na água morna e relaxante
mesmo num dia de sol quente
aos meus olhos aparenta
ser muito aconchegante
coqueiros embelezando a paisagem,
tudo é muito convidativo
mas distantes estão da minha realidade
que mais se assemelha
ao consolo
da água no chuveiro
Manhã de verão
A neblina era incomum e densa
O ar quase fumarento e incerto
Sua textura era absolutamente perfeita
Para uma manhã que estava apenas começando.
O sol surgiu detrás da neblina
O vento suave enroscava meus cabelos
Que voava suavemente.
Com a mente livre
Acompanhei os contornos do horizonte
E com a ponta dos dedos perlonguei
Até sentir o céu perto de mim.
Abruptamente percebi que estava só
Apenas eu e o mar
Afaguei minha pele
Senti o arrepio
Quando percebi o murmúrio suave das ondas...
CONSELHOS DO MAR
Olhando para o mar entendi que:
A vida é uma construção.
Aprendemos a amar baseado nos pequenos detalhes.
O amor está entre a neblina da confusão mental.
A paz vive nos momentos de reflexão.
A luz irradia de dentro.
A morte é a libertação do espírito.
Só agradecendo receberemos a recompensa.
Se doando ao próximo seremos agraciados.
Precisamos caminhar com os próprios pés.
Precisamos gostar da nossa companhia.
O que vem é apenas complemento.
Tudo acontece por algum motivo.
Parando e colocando os pés no chão, entenderemos os mistérios e os segredos da natureza.
Que a vida nada mais é que a nossa própria imagem.
O sol nasce de trás do horizonte e entre nuvens
Densas banha as águas revoltas da imensidão do mar.
O pescador adentra no mar e lança longe a linha de pesca
E pacientemente fica a espera de mais uma fisgada.
Entre o silêncio e a espera sempre haverá uma nova
Possibilidade e sonhos que poderão ser realizados.
O homem e o mar se conectam de alguma forma
E entre eles serão revelados segredos inimagináveis.
O rumor é forte e a maresia deixa o ar impregnado.
O voo rasante e o grito das gaivotas quebra o silêncio.
O céu encoberto deixa a manhã de janeiro pálida e a
Brisa canta suavemente deixando o momento impar.