Textos de Mar

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Onde calam todas as coisas


Calam as rochas
aos pés da montanha.

Cala-se a morte
diante da vida.

Calam-se o sol
diante da lua
e a lua
diante do mar.

O mar cala-se
nos braços do horizonte.

E o homem nos braços da mulher
tende a se calar.

Cala-se a fome
com um pedaço de pão
e a sede
com uma taça de vinho.

A alma cala no corpo
que por sua vez,
cala na terra
a sete palmos abaixo do chão,
sob um pé de manga rosa.

⁠Mas então sua voz se calou, se dissipou em meus pensamentos e voou, voou para onde meu coração não podia te encontrar. E logo tudo o que restara de ti também decidira ir se encontrar em outro amar.
Segui também o meu caminho, deixei-me ser guiada pelas estrelas, atravessei mares, atravessei rios, mas foram os velhos ventos ao norte que me levaram ao único lugar em que poderia estar: Longe de ti, ainda aprendendo como voltar a amar.

Encontrei Minhas Origens

Encontrei minhas origens
em velhos arquivos
livros
encontrei
em malditos objetos
troncos e grilhetas
encontrei minhas origens
no leste
no mar em imundos tumbeiros
encontrei
em doces palavras
cantos
em furiosos tambores
ritos
encontrei minhas origens
na cor de minha pele
nos lanhos de minha alma
em mim
em minha gente escura
em meus heróis altivos
encontrei
encontrei-as enfim
me encontrei

Quando uma mulher não sabe qual porto esta procurando, qualquer vento lhe serve de orientação.

Norte, sul, leste, oeste... uma bússola, uma estrela... permite-se... pensa... ousa... pisa no pier agonizada com a imensidade do mar, seus novos guias... não gritam como o vento, suspiram... inspiram.

Quando uma mulher sob seu navio pensativamente esteia, o vento se cala, e seus pés se permitem tocar o mar, sentir a areia.

Oh mar, parece-me mais seguro, te descubro ou volto pra ilha que penso ser mais seguro. Meu porto me prende com seu catavento, me desnorteira, presa estou, como um pescador sob o canto de uma sereia.

Quando uma mulher levanta a vela do seu navio, e pelo mar decide navegar, desiste do medo de amar, descobre nao ter medo do mar...

E de repente, alteia a ancora do risco do náufrago por medo de bater em pedras costeiras.

Não mais escuta, as ilusões do vento ou da sereia, esta momentaneamente perdida no mar. Na imensidão do oceano descobrindo o permitir se amar, amar o mar.

Acorda, alça as velas, aprende a das estrelas se orientar, e um dia se encontra... descobre que ao porto deve sempre retornar, mas nunca nele presa ficar.

Descobre o prazer de orientada, todo por do sol ao seu porto seguro voltar, anoitecer... enaltecer.

Seus olhos podem ate seu o seu navio almejar, mas nao mais perdida , apenas refletindo sobre seu destino, no pier... sem agonia, suspirando sob sua estrela, e pensando sem medo: quem diria... Ah..MAR!

Não conhecemos o louvor do amor, sem conhecer a dor.

Não conhecemos a superação da dor, por não reconhecermos o amor.

Ao ouvir o som do bater do meu coração, a onda do mar volta a bater... a cantar, meu pulmão enche de ar... voltamos respirar.

Sabe que es verdadeiro, jovem amor marinheiro , aprendiz do mar... apenas ainda enganado pelo medo de no amor velejar.

Reconheça bela moça, sou profundo, não costeiro.

Saimos do mar, voltamos a amar, fortes como uma onda suave como uma dança, es tao divino e perfeito como tu me encanta.

Balança, acalma, bate coração, respira alma... ah enfim lavou-se, esta calma.

Encanta quando canta, encanta quando balança, tão suave, porém forte como uma onda... lava a alma e encanta.

Canta pra mim bela moça, canta... me entenda, supere a dor, reconheça meu amor, não desencanta.

A sombra do teu sorriso.

Um dia no começo de uma de nossas primaveras a
muito tempo atrás, andávamos juntos
de mãos dadas pela areia da praia, com os pés na água do mar.

Você pegava as conchinhas segurava em sua mão e as
examinava, se faltava um pedacinho,
você as devolvia ao mar...

Eu lembrei por muitos dias
Nas minhas caminhadas solitárias...
Da sombra do seu sorriso...

Quando você foi embora, foram também
as cores dos meus sonhos
junto com as luzes da alvorada

Peço que olhe mais uma vez
dentro dos meus olhos meu amor, e veja todos os momentos
lindos que as lembranças trazem de nossas vidas...

Você nunca foi tão amada minha pequena estrelinha do mar...
Hoje a melancolia toma conta de meu coração,
e uma lágrima beija meus lábios, e eu penso
nos teus...

Agora em toda a primavera
quando eu pegar uma conchinha do mar,
eu estarei lembrando
Da sombra do seu sorriso a me iluminar.

⁠Na areia da praia,
Há solidão enterrada
As ondas levam os sonhos desaparecidos
Conchas vazias de palavras incompreendidas do amor
Na areia da praia,
Está enterrado o riso das crianças,
Memórias de férias,
Invernos lentos, cheios de verões dourados,
Horizontes em movimento,
Desejos que partem
Na areia da praia,
O mar apagou corações desenhados com um dedo,
Juramentos esquecidos com cores desbotadas
Palavras flutuam
Na areia da praia.

Olhos azuis

Na imensidão dos teus olhos azuis
Torno-me um velejador
Disposto a navegar em alto mar
Ou perece por teu amor
Viajante delirante
Já não sei mais quem eu sou
Poeta, solitário,
Ou um simples velejador
Rodeado pelo azul do céu do mar
Rodeado por teu amor
Parto ao inesperado
Das incertezas deste amor
Assim como as mulheres
Dominam-nos pela força do olhar
Sou levado pelas ondas
Deste amor
Vai e vem
Neste alto mar
Espero ir de encontro
Olhos azuis
Aqui estou

Acordei hoje e no mesmo instante ainda sonolento olho pro lado e vejo essa imagem!
Confesso que velei esse sono por algum tempo, inevitável a maresia que molhou o meu rosto.
Deitar e ter vocês próximo aos meus braços é me sentir como uma ponte firme que unem nosso sonhos e as fantasias de um futuro antes tão inacessíveis.
Não tem como não estar repleto de sentidos, de ser exato e até
alheio ao mundo, fulgaz ao caos,
remando e remando a vida que eu escolhi pra mim.
Mas percebo nitidamente que estava enganado, como fui tolo nessa certeza da força dos meus braços.
Não era eu, na verdade era o sopro que o Senhor sempre moveu pra mim.
Sigo ainda, agora aparando as lágrimas e algumas estrelas no caminho.
Não preciso mais ater-me a olhares sutis e desconhecidos e muito menos desvendar enigmas.
Só preciso aparar a brisa
e fugir da preocupação com o tempo.
Fugir do destino sem um guia.
Confesso que achava que eu que vivia fugindo dessas águas sossegadas, e olha que eu achava que era o dono do Timão, mas nessa manhã entendi que não estava fugindo de nada, estava me preparando pra voltar pra você, só não estendia o que o mar queria de mim, pois me levou por águas profundas e agitadas!
Mas tudo isso era pra eu aprender dar o verdadeiro valor da calmaria dos seus braços e entender o que ele queria guardaria para mim...

Nao é por nada não, mas esse papo de que o mundo tá perdido é furado.
Ainda existem pessoas que não aceitam o vulgar, cuja principal característica é não se deixar caracterizar.
Não somos muitos os que lutamos por país mais justo e também por uma sociedade mais igual, e por mais que sejamos poucos, aprendemos que qualquer pouco é muito independentemente de qual seja a causa social.
E há quem diga que a religião religa as pessoas ao amor, só que as guerras santas ainda são travadas, e ao mesmo tempo que exigem respeito eles matam, e espalham medo e dor.
Essa luta não é minha, é de um planeta inteiro, que sabe que terra é vasta e que o mar ainda é profundo, que são sete bilhões de pessoas no globo, e nem uma delas é igual ao resto do mundo.

Raios e trovões
Ondas agitadas
Arraias e tubarões
Portas ainda seladas
Redemoinhos e tufões
Embarcações atracadas

O mar começava a falar
E eu o queria escutar
Sua voz tão bela e serena
Fez-me lembrar de quando ainda pequena

"Ele irá te guiar
Não importa aonde fores
Irá te fazer sorri
Dividirás com ele todas as tuas dores

Quando desamparada estiveres
A ele deves consultar
Pois ele é gentil e bondoso
Melhor lar que ele não há"

O mar
Nada mais faz
Do que te acolher, cuidar, e soltar
Não olhes para trás
A não ser que à terra queiras voltar
Lembre-se que a terra nada mais faz
Do que teu último exaurir.

Amor

Ah o amor, o amor é algo surpreendente, algo divino, algo maravilhoso, mas como vivê-lo intensamente quando se estar longe?
Ah o amor, o amor tudo suporta, tudo crê...
Mas qual o sentido do amor se não amar?
Por isso amo, amo muito e brindo o novo ano, brindo por você , brindo por nós e viva o amor que temos em nós!!

Meu bosque, meu mar, meu amor.

Penso em ti penso em nós
No teu corpo como queria tocar
Todo ele eu afagar
Como amo nos desejar
Num louco amor te excitar
Mergulhar no teu mar
Com as minhas mãos te acariciar
Ter-te todo meu
Pra sempre vivermos a nos amar
Sentir o nosso amor nos molhar
Nos teus gemidos me afogar
Até nosso corpo flutuar.

Lua

Procyon nos presenteou logo após esse pôr de sol, enquanto a chuva regava nossa porção de infinito
Rezei aos meus, refiz a rota de volta ao seu caracol, não aprendo, esse é meu defeito, por sorte sou erudito
No reflexo da poça, o vira-lata lambe a lua cheia, quase tão linda quanto seus olhos gigantes
O tempo voa, enquanto isso,risca seus desejos na areia
E a maré leva de seu jeito elegante
Momentos passando ao contrário, bem perto de amanhecer
E nós aqui, sorrindo e fugindo do caos da terra
Te convido todas as noites a orla comparecer, são quase 6, em pouco tempo nosso romance se encerra.

"Amor é isto: a dialética entre a alegria do encontro e a dor da separação. E neste espaço o amor só sobrevive graças a algo que se chama fidelidade: a espera do regresso. De alguma forma a gota da chuva aparecerá de novo, o vento permitirá que velejemos de novo, mar afora”.

(Trecho de "Onde mora o Amor", do livro 'Tempus Fugit'. São Paulo: Edições Paulus, 1990. )

O que se passa aí dentro?
O que houve que o deixou tão confuso sobre você mesmo?

Você tem seu universo particular, sua forma de agir, pensar.
Só não esqueça que dentro de cada um também há vida, momentos, cortes e feridas.

O calor que no teu corpo habita, em meu corpo fez breve moradia, e já não mais corresponde com tua saída vazia.
Seu toque, sua pele, seu beijo, se perderam em meio ao gracejo que a vida nos aprontou, como também por sorte e pouco tempo nos transbordou.

Mas a vida é assim, água que não deve ser desperdiçada, areia pisada, doce e marmelada, choro e ventania, água de coco e maresia, verso, prosa e poesia.

Lá no tempo que fui criança, uma coisa que lembro que precisávamos ter, era paciência. Nada era da noite para o dia. Filme na TV não era uma escolha e um clique. Falar com um amigo não era uma mensagem com retorno imediato. Fotos só depois de reveladas. Tudo levava tempo. E paciência era o remédio contra a agonia da ansiedade. Hoje, o ritmo super-hiper-mega acelerado das informações e tecnologias exige rapidez em tudo. Uma velocidade tão desesperadora que não se consegue ter calma para um minuto de espera. A paciência, atitude tão essencial para a vida, não está sendo mais trabalhada em nenhum momento da vida. Tudo tem que ser rápido, pra agora.

Assim, muitos ficam presos ao vício do sofrimento exagerado por não saber esperar. Falta de calma, machuca a alma. A paciência é um bem a cultivar. Um sentimento com o qual conquistamos a liberdade da autonomia de mudar o tempo que incide sobre nossa vida. Conquistamos o poder de pará-lo ou acelera-lo. Somos nós quem determina o quanto se pode suportar a espera pelo que ainda não veio ou aguardar calmamente o que ainda não temos. Paciência traz a paz e a tranquilidade necessárias para não enlouquecer nos momentos de incertezas. Paciência deixa a atitude mental fortalecida para a luta dolorosa contra a ansiedade. Paciência é a chave que abre e que fecha muitas das angustias criadas em nossa cabeça e muitas das amarguras depositadas no coração. Ter paciência é ter a confiança na colheita, mesmo que o fruto demore a amadurecer. Até mesmo quando a semente ainda nem foi ao chão.

É preciso ter fé no amanhã que ainda nem sabemos que vem. Paciência não se conjuga, não é verbo. É um dom. Se tem. É a força de usar a esperança para vencer o desespero. Algumas coisas podem até acontecer antes do planejado, mas nada nesta vida precisa pular etapas e ser apressado. Aprendi com uma boa dose de tempo e com a porção certa de paciência, que boas coisas sempre acontecem para aqueles que descobrem que não é tempo perdido o tempo passado. Que sempre vale a pena a paciência de ter esperado. Enquanto o que quer não chega, tenha calma, fique em paz, entrega pra Deus, confia e aceita.

Mergulho da alma

Minha alma imerge na profundidade do oceano dentro de mim ao adormecer todos as noites, e sempre vejo as pegadas de meus passos num caminho de barcos ancorados, onde o farol são os vaga-lumes que iluminam a escuridão para eu passar, instantes esses que as estrelas parecem me acenar... na areia observo os moluscos brincando com a maresia... e nesse cenário inglório e intangível cheio de magia, suspiro profundo ao despertar para a vida todos os dias...

Pessoas encarceradas dentro de si mesmas, com suas lágrimas contidas, seus sorrisos negados e seus sonhos continuamente frustrados, são como represas.
Como um dia sua força foi represada, não será fácil reaprender a ser rio, reaprender a ser oceano. Mas chega o dia em que a força das águas não poderá mais ser suportada e imprimirá destruição sobre si e sobre outros. Já vimos isso.
Os rios de emoções devem fluir tranquila e suavemente pois, se contidos, não conseguiremos detê-los quando entornarem...

À beira da praia, sentado na areia,
Vejo as águas, vivas, que dançam em volta de uma sereia
Brilhante horizonte que acorrenta o meu olhar
Se eu seguir a linha do sol eu vou te encontrar?

O vento que transcorre no meu rosto incolor
Canta canções perfeitas, perfeitas pra quem chorou
O brilho está por aí, minha alma desbotou
Já tentaram me pintar, mas a tinta não secou

Se meu anjo decidisse vim tentar me ajudar
Pediria suas asas pra o mar atravessar
Não tenho barco, não tenho braços que consigam aguentar
A cada dia que passa mais distante você está.