Textos de Mar
Menino do Mar
Na vasta areia, sereno e sujo, juntando as pedrinhas que vinha do mar, o jovem garoto olhava o horizonte, seus olhos brilhavam e encantava o lugar. Contava ao vento os seus pensamentos, criando histórias com a imaginação, enquanto escrevia em um pequeno papel, palavras importantes, refrão por refrão. - Porque está sozinho pequeno garoto? ''Será que uma criança vai saber falar''. - Não sei o motivo de estar sozinho, quero achar um jeito de poder voar. ''Não entendi nada, senti sua inocência e rapidamente ele perguntou''. - Se eu sentar nas nuvens posso ver de perto brilhantes estrelas que pro céu voou? - Talvez se você pedir ajuda a lua, descubra um jeito de como alcançar, quem sabe por escadas, até uma corda, um trem flutuante, com balões de ar. A simples criança me olhou confiante, talvez minhas palavras pudessem ajudar, pegou sua caneta e escreveu no papel e disse que um dia iria tentar. - Você deixaria ver o que escreve? - Você me ajudou então posso deixar. Peguei a cartinha e li bem baixinho os versos daquela criança do mar.
''Mamã e Papá, esto a pocura di achar um jeto di podê voá, a vovó me dise qe viraram estelas, colado no céu voces sempe vão ta, eu amo voces e esperem qe um dia eu vou achar um jeto dai alcançar, vo faze uma lista e achá um jeto, me esperem qe chego, ta.
- pulando
- agarrando no pasarinho
- pedindo as asa pa meu anjinho potetor
- subi na avore
- pedi ajuda a lua
- escada
- ou coda
- balao de a
- trem voador''
A vó do garoto chamava-o de longe, pegou sua cartinha e ali partiu, de costas corria feliz, não sabia, que dura escolha você decidiu, achar um motivo ingênuo, difícil, sua pura inocência iria o guiar, nada eu falei, nem mesmo tentei, a única coisa que fiz foi chorar.
Vento, pássaros cantando, brisa do mar, folhas verdes, céu azul e uma janela - janela da alma? vidraça? um simples vão no imaginário?
Cachorro latindo, caminhão passando, coração a pulsar;
Teclas sendo pressionadas, respiração ofegante (ansiedade?);
Pequeno momento de percepção e reflexão na solidão criativa.
A grande contradição
Europeus em alto mar
Auto lá
Em seus países deveriam ficar
Mas vieram em nome da religião
Para civilizar
Pingentes em suas correntes
A cruz de prata
A luz reflete
A boca diz sou bom
E a mão bate e fere
Em missão
De conceder nova visão
Ao pobre indígena
Que "não sabe"
O sentido da vida
Ouro e prata
São as primeiras palavras
Pensadas por quem chegou
Na nova terra
É a grande América
Venha ser um de nós
Ore, leia e siga -me
E por trás há a adaga
Que é penetrada
Através da baixa guarda
Matar, roubar e destruir
Disseram isso do inimigo
Mas foi o que os europeus
Fizeram aqui
E tiveram a audácia
De dizer
É em nome da palavra sagrada
Nenhuma vida nunca foi um mar de rosas, sempre há algo ou várias situações, que ocorrem em algum momento da nossa jornada que nos tira o ânimo, a força, o amor-próprio, a paz de espírito. A maioria de nós tem marcas tão profundas que nos causam não a paralisação dos nossos órgãos, mas a paralisação da nossa alma.
Quando a alma paralisa, as emoções adormecem, nós perdemos a fé no outro, pois dentro de nós todos os nossos sentimentos estão anestesiados. É uma dor muda e que nos emudece. São as aflições da alma, que estagnam a nossa existência. É um subconsciente que deseja um pouco de luz, ar, umidade, e novamente desejar viver.
Canto maior
Eu sou como gente-chuva
Cai, levanta, gira, sofre
E corre para o mar.
Aprendi
Que o meu espaço
Sou eu mesmo que o faço
Para eu poder viver.
Eu sou como gente-fogo
Vai, enfrenta, briga, alastra,
E foge para o ar.
Quero a dor da gente
Dor que o povo sente
Volto a gritar ferir.
Não me faça um estandarte
Ponto e vírgula
Esta arte
Pode acontecer.
No meu cordão
Em meu refrão
Não há lugar incerto.
Livro: Travessia de Gente Grande
Ademir Hamú
Versos Escarpados Vol. II Poema Amor de Jmal
Nas falésias
Escarpadas beira mar
...Multicores se fazem !
Nas falésias
Escarpadas do coração
...Só o rubro se tem !
* * *
Nos
Caminhos desertos desta vida
...Os verdes gramados !
...Os riachos de aguas frescas e doces !
...As sombras suaves das palmeiras !
Podem ser
Miragem !
Tenhas cuidado pra não
Chorar !
* * *
...Abeira das levas do mar
Esta um coração
Desejoso por este mar navegar
O que dirá ao seu amor?!
Que ficara
Em terra
Por seu bem amado
... Esperar !
* * *
Uma canção acenada de alma
É como um belo pássaro
Em voejo de espectro
Pelas alamedas
Obliquas dos corações
Sempre deixando
Um bom indulto
Pela
Vida ...
***
Hoje não deixo de ir e vir
Também brinco e aceno
Canto e escrevo
Sempre acreditando no que há vir
Seja no agora ou no porvir
Sim eu creio
Na vida !
...e igualmente
No amor !
Jmal
Poema
Versos Escarpados - parte 2
by Jmal
Inverno de 2011 - São Paulo
No mar dos meus sonhos
Tem flores com teu nome
Folhas de algodão,
Pássaros, com tua voz
Tem jardins e borboletas
Tem colmeia,
Mel de avelã
Tem rosas
Tem beleza
Tem rios de primavera
Tem tardes de hortelã
Tem galope na madrugada
Tem beijos, de maçã
Tem cores e fantasias,
Tem campinas e verdes
Tem florestas,
No mar dos meus sonhos
Tem aquário e peixes,
Tem estradas com poesia
Caminhos, de versos...
Tem músicas, melodias
Tem rouxinol que canta
Tem palmeiras e sábias,
Tem paixão que me toca
Amor, que devora
Tem olhares,
Tem poemas.
No mar dos meus sonhos
Tem um garoto de Ipanema
Tem luar, sertão
Menino apaixonado
Abraços, beija flor.
Tem desejos...
Tem sonos acordados
No mar dos meus sonhos
Tem gaivotas,
Gaiolas que me prendem
Sinfonia e violão,
Tem misturas, ritmos...
Tem marés, ondas
Cantador, violeiros
Tem um louco que me ama,
Tem boleros, tangos
Balés e pandeiros
Tem moleque maneiro,
Tem um homem sedução.
No mar dos meus sonhos
Dança, praia
Rio e mar,
Coração.
Sou vida, sou sonhos, sou desejo, sou ilusão
Sou mar imenso de altas ondas, de águas mornas
Sou praia que paquera a areia, que pisa...
Sou flor desejada no jardim da sedução.
Sou verso, sou rima e prosa
Sou passado presente na saudade,
Sou loucura que vê imaginação..alucinação !
Sou olhar que te rouba na escuridão,
Sou brilho, sou madrugada, sou canção
Sou o que tu deseja, te provoca...
Sou olhar que te consome,
Sou sol, sou lua, imensidão.
Sou poeta que te declara amor, paixão...
Sou razão perdida, esquecida...
Sou o que manda e comanda,
Sou coração !
As dificuldades são a base da construção do nosso caráter.
Um mar calmo nunca fez um bom marinheiro,
mas um bom navio com certeza nos ajuda a passar pela tempestade.
Por isso agradeço às pedras no caminho,
principalmente àquelas pequenas, pontiagudas no fundo do sapato
sempre me lembrando que por maior incômodo que causam,
são só pedrinhas, muito pequenas diante do que tenho a caminhar pela frente.
Mas o maior agradecimento vai àquelas pedras preciosas, raras,
minha família, meu amor, meus amigos, meu ouro, meu bom navio num mar revolto!
A base do meu caráter.
Abril vermelho
Vejo o mar agitado se abrir
e a multidão em polvorosa ir em direção à costa
vejo ondas cada vez mais altas
e a rebentação cada vez mais forte
vejo professores em todo território nacional
rebelados e rebelando-se contra o sistema
ao meio dia
à meia noite
a todo tempo
vejo punhos se cerrarem
e a malta se unir nas ruas
não vejo a inércia de antes
vejo sangue, dor, lágrimas
vejo esperança, força, garra
prevejo mudanças profundas
oriundas dessa tormenta
vejo o povo retomando o controle
promovendo revoluções em série
vejo o povo nas ruas de mãos dadas com a Educação
e a marcha diária de ocupação nas praças e palácios dos governos
somando um, dois, três milhões...
Ainda não consigo enxergar o fim dessa peleja
mas vejo nitidamente o início de tudo isso
vejo acontecer em tempo real revoluções por minuto.
Piratas em alto mar,
Sem saber onde irão chegar.
Apenas seguindo o mar,
Sem saber onde irão chegar.
Piratas livres a cantar,
Sem saber onde irão chegar.
Apenas observando o luar,
Sem saber onde irão chegar.
Livres a festejar,
Sem saber onde irão chegar.
Piratas que não sabem se irão voltar!
A moça que eu quero casar
Já falei pra lua declarei pro mar
Que sem você não quero ficar
Você faz parte do meu respirar
É a moça que eu quero casar
Todo mundo ver todo mundo nota
Que você é a panela e eu sou a pipoca
Feito pra se misturar
Eu sou café e você é açúcar Ta na hora de se entregar Não deixe o amor passar Vem ficar juntinho de mim
Agente vai passear no jardim Porque amar é bom
E te querer é o meu dom
Não consigo te dizer não Porque meu coração
Te quer pra sempre
Eu te quero eternamente
Já falei pra lua declarei pro mar
Que sem você não quero ficar
Você faz parte do meu respirar
É a moça que eu quero casar
Poeta Antônio Luis
Mar de ilusão;
Seria o amor um profundo e triste
mar de ilusão?
Chama acessa da paixão dificilmente apaga
Fácil, o problema que quando acessa se não alimentada logo escurece.
Triste mesmo o amor em algumas ocasiões, chateia aborrece, a onda chega traz mais decepções, mais ilusões.
Não pretendo ser mais um pescador de ilusão, neste jogo da paixão. A maré baixa novas paixões reaparecem, e as ondas logo se enfurecem. É amor fui predestinado para viver neste dilema.
E nadar neste mar enfurecido nunca foi meu lema.
Um mar de ilusão seria na verdade uma miragem? Não sei exatamente explicar.
É semelhante andar em um deserto escaldante, alucinações aparecem e você já
não sabe mais o que é realidade, assim tem sido o amor na minha vida nestes últimos anos um melancólico e profundo mar de ilusão..
LÍQUIDO VITAL...
Em meu leito...
Em sinuosos seguir, serpenteio para o mar. Amando.
Nascentes...
Broto do chão transparente,bonita,fresquinha, desejada.
Como chuva...
Desço do céu de brancas nuvens. Em vida cíclicas... Irrigando o mundo.
Vejo...
Corações, aflitos, saltitantes. Acolhendo-me, filtrando-me, acondicionando-me...
Amor
disponibilizo afagos, havendo ou não reciprocidade. Assisto a todos, de igual modo.
Em gotas...
Até jorro, mas é de gotas em gotas, que no dia a dia,me ponho a gotejar;
das folhas, dos telhados, das torneiras,... na boca dos pássaros,dos bichos...
Destilo meus anseios vitais, inodoros,Incolores...
União...
Unindo-me à turbilhões de moléculas,irmãs, me sinto mais forte e útil para servir. E fazer a vida acontecer.
Gero a vida...
Quebro a inércia da semente, o broto cresce e parece, enchendo de graça, o viver.
Sacio...
A sede, e amoleço o barro, as rochas, os ânimos, e desânimos...
Poesia...
Em prosas e versos, me refaço...Me vejo e revejo, mais bela ainda.
Nas dificuldades...
Contorno obstáculos e venço os desafios. Dando exemplo de persistência.
Milagres...
Acontece ao eclodir invólucros da esperança.
Mas...
Com tudo,minhas virtudes não me tornam, a "toda poderosa".
Sou igualmente a vocês: dependo dos mesmos cuidados,respeito... Amor.
(05.03.18)
O ar...
Eu olhei para o mar
Eu olhei para lua
Eu olhei as estrelas
E nada encontrei
O que eu procurava
Estava no ar que eu respirava.
Ele estava dentro de mim
Saia sempre de dentro de mim
Eu nunca poderia ficar sem ele
Nunca me abandonaria
Mas eu parei de senti-lo
Abandonado pelo motivo da minha respiração
Minha mulher, a única dona do meu coração.
Minha cabeça agora doía
Meu estômago agora chorava
Meus pulmões escurecidos ficaram
Sim, eu estava viciado
Morrer agora seria melhor
Meu ar se tornou pó.
Mas eu vi
Mas eu ouvi
Aquela voz
Aquela risada
Era meu filho
Que por mim
Todo dia chamava.
Ele dizia papai
Ele dizia meu pai
Meu coração estremeceu de dor
Eu já não tinha mais valor
Ele me abraçou e meu mundo desabou
Ele me perdoou e meu ar limpo ficou.
Élcio José Martins
08/MARÇO – DIA INTERNACIONAL DA MULHER
Oito de março, data legal,
Uma marca social,
Já preparado o cerimonial,
Pra comemorar um dia especial.
É dia da mulher que canta,
Da mulher que encanta.
Tem uma que é santa,
O poder mais alto de levanta.
Esta mulher há tempos sofrida,
Mesmo com luta aguerrida,
Mil anos perseguida,
Aos poucos ganha guarida.
O tempo passou,
Uma ou outra emancipou.
Um novo rumo norteou,
Veio da vitória que o sutiã conquistou.
A luta feminina,
Já vem de menina.
O direito determina,
Maria da Penha incrimina.
Ainda falta respeito,
Ainda falta direito.
Ainda há preconceito,
Mas só ela sabe fazer bem feito.
É dona de casa,
Mãe e gestora,
Estudante e professora,
Sempre uma grande lutadora.
Passa fome para o filho comer,
Martiriza-se, se o filho adoecer.
Nunca foi de esmorecer,
É luta diária do amanhecer ao anoitecer.
Fica sem dormir até o filho chegar,
Prepara com amor o almoço e o jantar,
Balança o berço com cantigas de ninar,
Chora sozinha nunca é de lastimar.
Parabéns mulher guerreira,
Seja casada, amante ou solteira.
Parabéns você mulher altaneira,
És primeira, nem segunda e nem terceira.
Oito de março apenas marca a lembrança,
De um tempo sem esperança.
Hoje já há direito e confiança,
Quiçá o único baile seja a alegria da dança.
FELIZ DIA INTERNACIONAL DE TODAS AS MULHERES!
Élcio José Martins
“Derrepente”
… E derrepente…
Este mar maravilhoso.
Esta brisa…
… este ar.
… E derrepente…
O teu jeito.
O teu sorriso.
O teu abraço.
… E derrepente…
Os nossos olhos.
Nossos abraços.
E quem sabe!
Os nossos melhores momentos.
… E derrepente…
Os sonhos.
Os encantos.
O nosso encontro.
… E derrepente.
Nada foi tão derrepente.
… Derrepente.
Foi o melhor que poderia ter nos acontecido.
… Derrepente foi isso.
E porquê não?
Admilson
11/03/2018
"Ah! O meu olhar
Quando ver o mar
Fica a sonhar com o amor
Que em algum lugar está
Ah! Como queria
Um dia te encontrar
E nós teus braços me aconchegar
Com os olhos novamente
Voltados para o mar
A brisa fresca a tocar a face desse olhar
Que busca os teus encontrar
E para sempre ficar presa nesse olhar
Nem longe de ti
E nem do mar."
Há o azul
De cima
Mistérios quase perfeitos.
Não suporto o mar
Me domina a inveja.
Balanço de liberdade
Aperto no peito
E a voz ondulada
Encanta e seduz.
Te quero longe
E me aproximo.
Não querendo
Amo tuas ondas.
Me deixa livre,
E me prende.
Odeio teu cheiro
E me vicio.
Há consternações em teu leito
Tua música
Fúnebre
Festiva
Morre tão viva.
Mar que não amo;
Mar que amo;
Mar não és
Poesia de
Versos, rimas
E marés.
Trago em minh'alma
todo o mar com sede de silêncio .
Deixo-me ir pela maresia
Para bem depois nas ondulações
do tempo me aventurar .
Um segundo a me respirar
é toada de vento
e vale muito mais
do que todo o alento a me acariciar.
Tenho como lema :
Sou livre
para Ir e Vir onde bem minh'alma re-pousar .
Não ... Não quero no barulho
e nem mesmo ter que me explicar .
Mesmo sabendo
que nem todos entenderão o meu silêncio
Estou nas águas da calmaria a me aventurar .
Pois é na travessia do profundo de mim
Que consigo extasiar-me
e senti-me plena a existir .
Mesmo sabendo
que nem todos estarão a me esperar
quando ao submerso voltar.
Inda assim ...
Hei de no meu silêncio atravessar .
Pois com a sabedoria e maturidade aprendi:
Quando a alma fica presa no cais
É no instante do silêncio
que o encanto da paz se refaz .