Textos de Luto

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Quatro estações são necessárias para que se possa passar adiante depois de uma perda. O primeiro tudo depois da morte é sempre o mais difícil: o primeiro aniversário, o primeiro natal, o primeiro réveillon, as primeiras férias... são as ocasiões mais doloridas. Mas o passar dos dias ameniza a dor e vai dando lugar a uma certa nostalgia, ao carinho da lembrança.

Pensamos no instante da perda que nunca mais seremos capazes de sorrir, mas isso não é verdade. Depois de algumas auroras e alguns entardeceres, vamos descobrindo que a vida ainda está muito presente, que ainda somos capazes de nos alegrar com outras coisas, sem que isso diminua o amor e a saudade que sentimos de quem partiu.

Aceitamos dificilmente a morte porque nos esquecemos com facilidade que nossa vida na terra é apenas uma passagem. E quando alguém parte, é como se acordássemos para essa realidade: somos eternos para a vida, mas não a terrena! Inconscientemente pensamos na nossa própria morte e na daqueles que ainda estão conosco.

Mas... enquanto o sangue pulsar nas nossas veias, é a vida que pulsa e tudo o que podemos e devemos fazer é vivê-la. Alguém que amamos parte para sempre e isso é tremendamente doloroso. Essa pessoa é insubstituível ao nosso coração, já que cada pessoa é única em si no nosso viver e somos conscientes disso. Mas outros que amamos e que nos amam ainda estão por aqui e isso deve ser motivo de alegria e reconforto.

Por esses, pelo menos, devemos nos reerguer, reagir, fazer um esforço. E para nós, para nosso bem. Deus nos consola; amigos, família nos consolam... só precisamos é aceitar as mãos estendidas. Quatro estações e um pouco de paciência... o sol vai brilhar novamente, a alegria vai de novo encher o coração e tudo vai voltar ao normal. É preciso acreditar nisso!

Hoje a tristeza tomou conta do meu mundo e a saudade bate forte no meu coração. Você partiu e dói muito pensar que seus olhos se fecharam para sempre. Não sei como será o dia de amanhã, mas sei que nunca nada voltará a ser como era, pois você não está mais aqui. Sei que o tempo vai me ajudar a aceitar esta realidade, mas hoje apenas quero chorar. Para sempre recordarei você e tudo que vivemos. Descanse em paz.

Hoje eu pensei em você com saudades e meu coração se encheu de tristeza e fez as lágrimas transbordarem pelos meus olhos. Mas não há nenhuma novidade nisso, porque eu pensei em você ontem e anteontem e todos os dias desde que você se foi. Sua falta aperta tanto o coração que a saudade escorre pelos olhos. Penso em você em silêncio e às vezes chego a chamar seu nome, mãe. Sua lembrança continua viva dentro de mim, eternizada em meu coração. Ah, mãe, como eu queria que estivesse aqui.

Hoje o dia acordou triste e cinzento. Tudo à minha volta parece chorar sua partida, mas é no meu coração que ela pesa mais. Você se foi para sempre e saber que devo continuar vivendo sem a sua presença é muito doloroso. Esta é a despedida mais difícil que alguma vez enfrentei, e aquela que deixará marca eterna. Pois o seu lugar no meu coração ficará para sempre vazio, e apenas a saudade lá poderá entrar. Até sempre!

Luto deve ser algo que todos temos em comum, mas parece diferente em todos. Não é só pela morte que temos que sofrer. É pela vida. Pelas perdas. Pelas mudanças. E quando imaginamos porque algumas vezes é tão ruim, porque dói tanto... temos que nos lembrar que pode mudar instantaneamente. Quando dói tanto que não se pode respirar, é assim que você sobrevive. Lembrando-se que um dia, de alguma forma, impossivelmente, não se sentirá mais assim. Não vai doer tanto. O luto vem em seu próprio tempo para todos. À sua própria maneira. O melhor que podemos fazer, o melhor que qualquer um pode fazer, é tentar ser honesto. A parte ruim, a pior parte do luto, é que não se pode controlá-lo. O melhor que podemos fazer é tentar nos permitir senti-lo, quando ele vem. E deixar pra lá quando podemos. A pior parte é que no momento em que você acha que superou, começa tudo de novo. E sempre, toda vez, ele tira o seu fôlego. Há cinco estágios de luto. São diferentes em todos nós, mas sempre há cinco. Negação. Raiva. Barganha. Depressão. Aceitação.

Dizem que o tempo cura todas as feridas, mais quanto maior é a perda mais profundo é o corte. E mais difícil é o processo pra ficar inteiro novamente. A dor pode desaparecer, mais as cicatrizes servem como lembrete do sofrimento. E o deixam preparado, para nunca mais ser ferido. Enquanto o tempo passa nós nos perdemos em meio as distrações. Agimos por frustração. Reagimos agressivamente. Entregamo-nos à ira. Durante todo o tempo tramamos, planejamos e esperamos ficar mais fortes. E sem que percebamos, o tempo passa e estamos curados, prontos para começar de novo.

Hoje é um dia triste em que as lembranças de uma dolorosa perda estão invadindo meu coração. É o aniversário de morte de uma pessoa que significava muito para mim e apesar de todo tempo que já passou ainda sinto muito a sua falta.

Não há nada pior que vermos partir alguém importante e perceber que as saudades aumentam a cada dia que passa. Ficam as lembranças para consolar o coração e as memórias de que valeu a pena cada momento que vivemos juntos.

A teoria nos ensina a viver o luto e até superá-lo, mas na prática tudo fica complicado e saudoso, sofremos, não há opções menos dolorosas, menos traumáticas, menos doídas, nos aprisionamos ao ente querido.
O caixão desceu, areias jogadas em cima, flores, aplausos, homenagens, cartas e desabafos, o melhor enterro fúnebre que posso pagar, mas não conseguimos deixar quem amamos partir.
As perdas são inevitáveis, é o destino certo de todo mundo, a ausência faz sofrer, fica um sentimento de vazio, uma sensação de perigo, os motivos não convencem e começamos a viver de lembranças boas, de apego ao passado, de dolorosas saudades, se já é difícil perder um jogo de tênis, dinheiro, celular, documentos, que dirá perder afetos, perder pessoas amadas, perder a triste experiência de não mais ter.
A morte é passagem, a morte é isso, a morte é aquilo, a morte está longe de ser conceituada, a ausência de vida, o amor que se foi, a esperança de cura que acabou, o luto traz força brotada de dentro, utilizamos a paciência, repousamos com choro e soluços, paralisamos a vontade de viver, a vida fica sem graça, o luto é obrigatório, mas ninguém nos ensinou, aprendemos na marra, deixamos de pertencer a vida do outro que se foi, ganhamos um anjo, uma estrela, um guia.
Luto = Lutar por recomeço

A pior dor que alguém pode viver é ver algum ente amado partir. A impotência diante da morte é o que nos faz lembrar que somos humanos, e nos darmos conta de como a vida é frágil.

Apesar do sofrimento é preciso lidar com a morte com força e coragem. É preciso pensar que, embora essa pessoa querida não esteja mais entre nós, o amor nunca vai embora. O amor e as boas memórias sempre ficam depois da morte.

Viva o seu luto, chore, sofra. Mas saiba que você não estará sozinho nunca em sua dor. Olhe para o céu e tenha a certeza de que há uma estrela lá em cima brilhando e iluminando cada um dos seus passos.

Quando toda esta dor passar, vai ficar apenas a saudade de quem se foi. Essa saudade vai sempre fazer o seu peito apertar, mas a memória que se mantém viva em seu coração, vai lhe dar força para volta a sorrir.

Siga em frente e viva a sua vida com paz e felicidade. Todo mundo tem uma missão e precisa seguir o seu próprio caminho para que possa se tornar também uma estrela na grandeza do céu e na infinitude da eternidade.

A Inexorável Dor da Perda de um Filho

Ela, mãe, está sofrendo. Ele, pai, está sofrendo. Acabam de perder um filho para a mais forte de todas as guerras: a inexorável passagem para o outro plano. Seu filho amado está indo embora! – uma viagem às pressas, inesperada, sem tempo para dizer adeus. Um jovem com todas as alegrias e sonhos da sua idade e do seu tempo.

Seríamos realmente capazes de imaginarmos a dor desses pais? Sentirmos o tamanho desse luto? Demais para ser suportado. Imensamente. Uma dor que não tem nome e dói só de pensar. Falta o ar. Consome o equilíbrio. Falta chão. Sucumbe-se às lágrimas. Uma dor que não seca, mas faz murcharem as forças, rouba os sonhos, dilacera a alma. Interrompe a esperança, invade nossas entranhas e leva uma parte de nós – a vida perde um pouco a suas cores....

Não é fácil aceitarmos a inversão da ordem natural no ciclo da vida. Não estamos nunca prontos, não queremos enterrar um filho. Quando a natureza não cumpre o ciclo como deveria é dolorosamente terrível e assombra.

– uma separação consumada fisicamente, mas que jamais conseguirá romper com os laços... não há substituições, filho é filho e ponto.

Impossível medir a dimensão da dor da perda de um filho. Não conseguimos mensurá-la, é uma dor única, intensa, egoísta e gigante. A perda de um filho é ferida que não cicatriza, é pra toda a vida – essa dor terá momentos que se converterá em saudade, mas nunca será menor. Os pais ficam perdidos na sua dor, um vazio inconsolável, um lamento interminável. Que ninguém se atreva estancar essa sangria no coração de uma mãe e de um pai... O choro é demasiadamente solitário e triste – não se decifra um amor que transborda em lágrimas.

Não encontro consolo. Não há nada que possa arrancar esse tormento que estraçalha o peito dessa família. E nesse momento, não posso e não devo - hoje as lágrimas têm e devem cair. Tem que ser assim.

Hoje a dor é dessa mãe e desse pai. Amanhã ou depois, quem sabe a serenidade venha bater às suas portas.

Hoje, quero manifestar meu sentimento solidário e companheiro, fazer uma prece e desejar que esse jovem encontre muita luz em sua passagem. Que a mãe, o pai, os irmãos e todos os familiares, no devido tempo, encontrem motivos para a difícil superação dessa dor, hoje latente.

Que a resiliência seja. Que encontrem a habilidade de persistirem nos momentos difíceis quando a saudade doer - e ela dói, vai e volta, e continuará a doer... Mas, será preciso continuar, lamentavelmente, essa é uma das mais tristes regras que nos são impostas: - sobrevivermos com a ausência física daqueles que muito significaram à nossa continuidade, à nossa existência. Que o tempo faça o que é dele fazer - leve um dia a dor embora e deixe apenas a saudade terna e mansa.

Meu coração vestiu o luto eterno porque você partiu deste mundo. Não sei como lhe dizer adeus para sempre quando ainda tinha tantas outras coisas para dizer. Queria ter tido mais tempo para dizer, e para fazer tudo que ainda sonhava viver ao seu lado. Agora virão os dias, os meses e os anos. O mundo continuará sua caminhada como antes, mas para mim nada voltará a ser igual. Sentirei sua falta todos os dias. Vá com Deus!

Quem dera pudéssemos voltar no tempo e quem sabe nos reencontrarmos, para novamente nos abraçarmos, e eu ter mais uma chance de dizer o quanto te amo, o quanto me faz falta.
Mas sei que quem parte não volta e é por isto que a saudade nos fere tanto, ela me traz a certeza que jamais o terei de volta.
Não nesta vida por isto digo que ê breve a despedida. Até breve pois logo aí no céu novamente te verei minha vida.

Parece um sonho

Parece um sonho que ela tenha morrido!
diziam todos... Sua viva imagem,
tinha carne!... E ouvia-se, na aragem,
passar o frêmito do seu vestido...

E era como se ela houvesse partido
e logo fosse regressar de viagem...
- até que em nosso coração dorido
a Dor cravava o seu punhal selvagem!

Mas tua imagem, nosso amor, é agora
menos dos olhos, mais do coração.
Nossa saudade te sorri: não chora...

Mais perto estás de Deus, como um anjo querido.
E ao relembrar-te a gente diz, então:
Parece um sonho que ela tenha vivido!

Queria tanto ir te encontrar, mas nessa vida há uma missão a ser cumprida. Você cumpriu a sua, e eu estou a realizar a minha. Já aprendi que a morte dói, a saudade dilacera, o amor fica, que o sorriso pode ser superficial.
Aprendi que nem todos te amavam, e que alguns já até te esqueceram. Não os culpo... é preciso amor verdadeiro pra depois da partida permanecer.
Algo que já aprendi e levo até o fim da vida é que foi fácil te amar e é impossível te esquecer...

Eu quero saber quem inventou a dor
Eu quero saber quem inventou o luto
Eu quero saber se o mesmo não tinha gente
Gente que abraça, afaga, compartilha e brinca
Gente que protege, ama, se doa
Gente como a gente
Gente que nos fez gente
Eu só quero saber...
Quem foi essa gente que diz que sente?
Eu só quero saber, se vai existir o reencontro da minha gente em algum momento, isto meu bem, seria tangente.

Como começar a escrever sobre uma perda, sobre uma dor anunciada, o inevitável, um sentimento de saudade já anunciado?

Angústia, agonia e muita revolta... não tenha dúvidas.

Ninguém está preparado pra enfrentar tragédias, para aceitar perdas, pra aceitar o fato de vida ser tão frágil, ver a incapacidade de evitar isso.

Fica na cabeça, no coração de quem está aqui para ver tudo isso, se tudo que acontece em nossa vida pode realmente ser evitado, se há culpa, se algo deixou de ser feito, inevitavelmente se explicando e dividindo a culpa por perdas.

Achar um culpado para expressar os sentimentos ajuda, em partes até alivia, mas não resolve como um todo.

É difícil aceitar e entender, a vontade de dormir acordar e pensar que foi um pesadelo, as lembranças de ontem, de um tempo atrás, de muito tempo, serão agora apenas lembranças... aquele sorriso que estará apenas na memória, no coração.

Se tudo na vida tem um motivo, se nada é por acaso, que algo aconteça.

Se é preciso perdas e tragédias para se dar mais valor e atenção a vida, se é preciso sacrifício, dor e lastimas para algo a mais, só cabe ao tempo responder, cabe à fé de cada um confortar.

Que as pessoas que estejam sofrendo hoje, por qual motivo for, com a saudade, que elas sejam fortes, que não se percam, que elas em vida não deixem saudades aqueles que ficam, aqueles que ainda estão aqui e precisam de suas vidas.

Saudade dói, dói muito, mas ver pessoas que amamos em vida nos abandonarem junto aos que já se foram, dói muito mais.

Se há motivos para estarmos vivos, que continuemos, que vivamos nossas vidas por nós, por aqueles que nos amam, por aqueles que amamos e por aqueles que fizeram e nós deram momentos inesquecíveis em nossas vidas, que vivamos agora por eles, por um grande futuro que o destino não os deixou viver...

Assim a saudade, que insiste em doer, será um dia então confortada.

Você partiu deixando para trás muitas lágrimas, muita dor e um vazio no meu coração que jamais será preenchido. Ainda não acredito que não voltarei a olhar nos seus olhos, a escutar sua voz, a apertar você nos meus braços. Mas não digo adeus para sempre, pois acredito que um dia nos reencontraremos. E até lá terei a lembrança de tudo que vivemos para acalmar esta saudade eterna. Vá com Deus e descanse em paz!

Quando as grandes árvores caem, tremem as pedras de colinas distantes. Os leões se refugiam nos pastos mais altos e até os elefantes procuram segurança. Quando as grandes árvores caem nos bosques, as pequenas criaturas se retiram em silêncio, seus sentidos alterados para além do medo. Quando as grandes almas morrem, o ar ao nosso redor se torna leve, fino, estéril. Respiramos, brevemente. Nossos olhos, brevemente, veem com uma clareza dolorosa. Nossa memória, repentinamente agudizada, examina, remoendo as amáveis palavras não ditas, os caminhos prometidos nunca percorridos. As grandes almas morrem e a realidade que nos une a elas nos abandona.

Temos de aprender a confiar em nossa capacidade de enfrentar a dor. Podemos suportar muito mais do que pensamos. A experiência humana é testemunho disto. Tudo que temos a fazer é aprender a não ter medo da dor! Aperte os dentes e deixe doer. Não tente escapar mas não se deixe abater. Não vai durar para sempre. Um dia, a dor terá ido embora e você continuará a ser o que era.

Harold Kushner
Quando tudo não é o bastante

Deus costuma usar a solidão
Para nos ensinar sobre a convivência.
Às vezes, usa a raiva para que possamos
Compreender o infinito valor da paz.
Outras vezes usa o tédio, quando quer
nos mostrar a importância da aventura e do abandono.
Deus costuma usar o silêncio para nos ensinar
sobre a responsabilidade do que dizemos.
Às vezes usa o cansaço, para que possamos
Compreender o valor do despertar.
Outras vezes usa a doença, quando quer
Nos mostrar a importância da saúde.
Deus costuma usar o fogo,
para nos ensinar a andar sobre a água.
Às vezes, usa a terra, para que possamos
Compreender o valor do ar.
Outras vezes usa a morte, quando quer
Nos mostrar a importância da vida.

Paulo Coelho

Nota: Trecho adaptado do livro "Manual do Guerreiro da Luz".