Textos de Luar
Lua, Luar
Ah, se eu pudesse tocar-te
desenhar-te com o dedo
Pálida, branca como gelo.
Solitário, hei de amar-te.
Ah, se eu pudesse descrever,
este encontro entre nós,
o desejo de estarmos sós,
no lampejo, dou-me a escrever:
"- O fino véu translucido,
banha-me de corpo inteiro,
que jaz prazenteiro,
do meu eu, esmorecido.
Todo eu já combalido,
de minh'alma esvanecido,
pois, de ti entorpecido,
meu eu tenho carecido.
Hoje doudo por inteiro,
no silêncio matreiro,
Fugaz e sorrateiro,
ser d'alma poeteiro."
Ah, se pudesse o nevoeiro,
não me deixar arrefecido,
minh'alma teria oferecido,
como amante... fiel escudeiro.
Tão pálida sua luz sombria,
farta-me de tal maneira,
e ao meu coração esgueira,
quente dentre a noite fria.
A face da terra acaricia,
luzente como um ser divino,
toca nest'alma de menino,
que no gélido sereno, ardia.
Como amantes de histórias antigas,
Deusas, homens e meninos,
finda o espírito, tais desatinos,
nesta e noutras épocas vindouras.
Dominante o nevoeiro,
descansa no campo enegrecido,
Pálida, repousa sobre o outeiro,
e finda o campo enegrecido.
Sob o luar, o jardim dormia em silêncio, envolto por um brilho prateado e suave. As flores, serenas, exalavam perfume enquanto o orvalho cintilava como pequenas estrelas sobre as folhas. O vento dançava entre as árvores, fazendo histórias antigas e sussurros esquecidos.
Era mais que um jardim, era refúgio, mistério e poesia sem palavras, onde a beleza se escondia nas coisas simples da noite.
Menina de Luz
Menina de luz, sorriso de mar, nos olhos carrega o brilho do luar. Seu rosto, um poema em forma de verão, com traços que tocam o coração.
Cabelos de nuvem, dançando ao vento, cachos que guardam tempo e sentimento. Como uma deusa que pisa no chão, com passos que espalham inspiração.
A pele morena, sol em flor, traz no silêncio um mundo de cor. E quando sorri, tudo ganha sentido até o dia parece mais bonito.
Ela é força, é flor, é melodia, é o que o mundo sonha em poesia. E mesmo sem saber, encanta o lugar, só com o jeito de se expressar.
O dia acabou, a noite chegou, é hora de contemplar a luz do luar, disse-me um anjo assim Escolha bem o pensamento que você levará para a cama e hora se entregar aos braços de Morfeu se deixar levar pelo sonho de estar nos braços de sua amada. Meu coração se contorceu minha balançou mais minha razão logo respondeu: chega já estou farto de brincar de amar onde a sombra da nostalgia é transparente Percorri a imensa escuridão Abracei a amargura onde chorei as magoas do coração
BOA NOITE
Hoje o céu foi abandonado pelo luar. Vi mais uma noite se revirar entre meus lençóis. Deito-me mais uma vez, sob o mesmo travesseiro que guarda meu corpo, enquanto minha mente e alma viaja por territórios inexistentes. Viaja a fim de desfrutar das infinitas possibilidades dadas pela minha tão fértil imaginação.Por favor, não me acorde.Pois quando minha esperança se esgotar Quando eu não puder continuar
Quando minha história acabar quero que saibam que eu lutei, que tentei e que muito amei Boa noite.
O dia acabou, a noite chegou, é hora de contemplar a luz do luar, minha alma cansada descansa sob o manto da noite.Irei voar na imensidão do espaço.Quando sua noite chegar
e o medo assolar e a angústia gritar Lembre-se de olhar para noite estrelada lá estarei eu, sua estrela sorridente que nunca deixou de te amar. Boa noite.
Próxima Parada: Estação Verão
Em terras do Norte, frio e Yule, Duendes e fadas dançam ao luar, Elfos na neve, um espetáculo sutil, Chocolate quente nos aquece a sonhar.
Enquanto no Sul, é verão e calor, Água de coco e limão a refrescar, Litha celebra o Sol em esplendor, Na praia, risos e alegria a vibrar.
Ostara se despede com gratidão, Dando lugar à nova estação da magia, É tempo de sonhos e realização, Cada dia um novo conto de fantasia.
Estendemos os braços para o novo, Entre luzes piscantes e canções, Bem-vinda, estação que renova, A promessa de mil emoções.
Feliz Litha, que a luz nos guie, E traga paz a cada coração, Que a magia brilhe e inspire, Celebramos com renovação.
No jardim dos sonhos, onde as flores dançam ao luar,
Raphael e Jaqueline, em amor a se encontrar.
Raphael, o trovador, com seu coração a pulsar,
Jaqueline sua musa inspiradora, com seu olhar a encantar.
Entre suspiros e carícias, suas almas se entrelaçam,
Em cada beijo trocado, juras de amor se enlaçam.
No livro da vida, suas páginas se escrevem em poesia,
Raphael declama versos, e Jaqueline é sua melodia.
Que o destino os guie juntos por caminhos de felicidade,
Onde o amor de Raphael e Jaqueline seja eterna verdade.
Que o tempo, como cúmplice, os una com ternura,
E que a história desse amor seja eterna, e pura.
Por: Raphael Denizart
DESCOBRIDORES DE
MISTÉRIOS
Um Homem e uma Mulher
se acariciam sob a luz do luar.
Ele fala no ouvido dela:
— Prefiro conquistar teu
coração todos os dias
do que esperar datas especiais
pra te elogiar.
— Todo dia é um novo dia
pra nós...
— Porque somos descobridores
de mistérios — diz ele
contagiado pelo júbilo dela.
— Sabemos que o nosso
amor não é só um sentimento,
é uma força também.
— Sim, meu amor. Te amo.
— Também te amo e sempre
amarei.
❤
Mar, luar e canção
(uma história em versos)
Assim, como para anunciar a chegada de alguém,
O mar cantava um hino.
Ambos sozinhos – eu e o mar,
Unimo-nos e esperamos que sua preferida
Se enfeitasse para nos ver.
Você fazia das ondas lindos saltos...
Estava contente, feliz!
Trazia algumas pérolas que tomara para si.
Estavam ali, na superfície, vindas de suas profundezas
Para ofertá-las à sua amada.
Enfeitava-se e compunha hinos,
Hinos ora alegres, ora tristes, serenos ou enfurecidos.
Estava impaciente, nem tudo preparado
Pois faltavam os pássaros...
Mas eis que surgem, assim, em bandos
De tenras nuvens calmas, diferentes do mar.
O sol se foi e seus raios vermelhos beijavam os céus,
Abraçavam as águas...
Então, ela se fez surgir!
Não era pura, mas singela...
Seu manto rosa dourado reluzia...
Tomando para si as pérolas
Que horas depois vestiu!
De seu rosa feminino tornou-se mais pura, prateada...
Surgindo sua imagem trepidante por entre as ondas do mar.
E o mar, apaixonado, tomou-a, beijando-a...
Mas não era ela... Somente seu reflexo, sua luz!
E mesmo assim ele se fez feliz!
Nisso, como num encanto,
Uma canção saltitante se fez ouvir...
Mais pássaros, eram eles, brancos... calmos.
Um grande bando...
Rezavam, como em prece suplicante
Para os que ali, embaixo de suas asas, descansavam...
Outros, brincalhões, trocando encontros com as águas,
Inspiravam-se naqueles que ali foram felizes,
Aos que ali admiraram o mar!
Ainda não era noite...
As estrelas não se faziam todas presentes
Para constituir o grupo daquelas
Que, antes da amada do mar chegar,
Enfeitavam-na com vestes simples, femininas
Para, na terra, os seres se apaixonarem.
As nuvens estavam ligeiras, douradas,
Cobrindo muitos desses mitos infantis.
O mar, então, repleto de esplendores, deixou soltar um suspiro,
Suspiro de namorado que ama realmente alguém.
Cada vez mais se fazia noite...
A lua, muito mais feliz, atirou, de modo admirável,
Uma luz que se fez voar pelo espaço...
O seu prateado, às vezes modesto,
Deixava o mar louco e este se enfurecia.
Chegava, então, às praias com suas ondas de censuras amargas,
Amargas por não poder tê-la.
E foi assim que se fez noite.
Noite encantadora, repleta de esplendores.
Fiquei triste... tinha que partir.
Não podia ficar ali eternamente...
Lágrimas começaram a rolar.
Fiquei triste, tão triste que mal podia caminhar por entre a imensidão da noite.
Suas espumas, tão suaves, estavam sempre a me beijar...
Eu ia sorrindo, enquanto a tristeza me invadia.
Pensei:
E quando tudo terminar? O que será do mar?
Irá se enfurecer e com toda a sua força crescer para aos céus implorar
Por outras noites, assim, lhe acompanhar!
Mar, com suas canções...
Canções saltitantes e felizes
Acabará por chorar eternamente por não poder rever a lua novamente!
Não, você não tem um coração!
Não tem olhos, nem ilusões.
O amor pela lua acabará, pois tem outras coisas para amar...
Esta noite não mais se fará...
Foi a primeira e única; aproveitem-na.
Não se esqueçam de se amarem,
De se amarem a todo custo.
Então, deixei-os a sós.
E mesmo que meu coração doesse, eu já havia assistido ao espetáculo.
Sabia que iria ficar assim, noite adentro,
O mar cantando suas canções para se declarar à lua,
A lua, cheia de emoção, amaria por toda a noite o mar!
(junho de 1967)
Poesia do campo
Aqui tem paz, tem ar puro, tem águas limpas. Pela manhã o cheiro do café é um convite para agradecer pelo dia e ser grato por tudo! Aqui os vizinhos dizem "bom dia", "boa tarde" e uma maravilhosa noite! Se ouve ao longe musicas, aqui a gente sai nas noites quentes para ver as estrelas e o luar, e nas noites frias fazemos uma fogueira para aquecer ao som da viola e comemos milho-verde tomando chá de amendoim! Aqui tem alegria porque a alegria está nas coisas mais simples vida. E só aqueles que conseguem ser gratos pelo quem tem consegue enxergar a felicidade na simplicidade.
Caatinga espinhenta
Que arrebata o obstinado espírito
Do vaqueiro empinado de olhar empírito
Aboiando triste o magrelo barbatão
Caatinga malvada
Que açoita o espinhaço calejado
Do caboclo obstinado
Em morrer pelo seu mórbido sertão
Caatinga bravia
Que o tempo e a vida desafia
Impávida de decadente e ousada teimosia
Que não morre pela falta d'água fria
E nem se entrega ao sol ardente do meio dia
Caatinga sem noção
Que fura o olho do desavisado
E enlaça o valente de coração apaixonado
Com tamanho luar que atenua a valentia sem razão
Caatinga desalmada
Que abriga a alma perdida na desolação
E oculta o mistério do espectro fujão
Extinto da incrédula civilização
Caatinga estranha
De morredouro existir
Que ora parece deixar de viver
E de súbito volta a reluzir
Sentei na cadeira de balanço
Levantei minhas pernas para o ar
Admirei com ternura o encanto
Que aquele doce recanto
Tinha à luz do luar
Lembrei da terra bendita
Que durante anos foi meu refúgio
Terra de minha donzela querida
Onde o mais belo sorriso
Aparecia por detrás do muro.
Veio a memória os infindáveis momentos
De um amor considerado louco
Fiquei perdido em cada pensamento
Que naquele triste relento
Me parecia pouco
Cá estou eu, lá está ela
A beleza de sua face não mudou
Apenas não existe mais o brilho
Por não ter em seus delírios
Esse homem que tanto te amou.
Quatro Estações
Primavera em minha vida foste.
O frescor de tua pele, o sorriso,
os olhos vivos e alegres eram
borboletas à minha volta.
O amor cresce com os dias, e o nosso
foi quente e ardente.
Eras a chama que aquecia meu coração,
e juntos éramos chamas de um verão.
Passam-se os anos a vida continua,
nós vivíamos o nosso amor eterno.
Tínhamos a calma dos anos,a paciência
de quem já vivera o moderno, vivíamos
agora o nosso outono.
O luar da vida, passou para os cabelos.
A ligeireza e a volúpia foram-se,
foi-se também o teu frescor.
Restou apenas um ser, que respira e vive
desse amor, que até o meu fim será eterno.
Só eu acabei vivendo o inverno.
Roldão Aires
Membro Honorário da Academia Cabista de Letras Artes e Ciências
Membro Honorário da Academia de Letras do Brasil
Membro da U.B.E
Canta inquieta e solitária uma ave,
talvez em busca de companhia,
aprecio com calma a voz dela,
temendo que cesse a melodia
Ela só quer sozinha ficar
num jardim de flores perfumadas,
esperando que chegue o anoitecer,
para partir, voando sobre a invernada
Ave que sabe bem seu rumo,
como ela deveríamos ser,
ter um bom momento especial,
depois seguir, simplesmente viver !
O ANOITECER NA MATA
Lourdes Duarte
As eminências se azularam
Anunciando o anoitecer
A luz crepuscular, como véus dourados
Desceu sobre as montanhas, deixando-as nuas
Ao som de uma harpa encantada.
A magia da noite para ficar mais bela,
Surgiu a lua com seu manto prateado
A despontar nos montes clareando a terra
Como um véu de noiva, as mais belas.
Ao som da harpa encanta, na mata se ouvia
O coaxar das aves que se aninhavam
No aconchego da noite entre as folhagem,
As mães cobriam seus filhos nos ninhos.
Da floresta, via-se o céu alto e profundo
Sob densas e frescas folhagens das árvores gigantes
Visão inesquecível que vi, nessa minha jornada
A lua como um pássaro branco, imponente,
Silenciosa cobria suavemente a terra.
Da cabana onde me encontrava,
Jamais imaginei ver beleza igual,
Um misto de medo e admiração
Passei a noite em claro, a observar,
Uma noite de lua cheia na mata.
Pedi ao amigo vento
Pra me fazer flutuar
Vou colorir as estrelas
E no céu vou rabiscar
Palavras de um poema
Pra tornar uma canção
Meu quadro vai ser as nuvens
O meu lápis minhas mãos
Sinto o abraço da chuva
Meus pés dançam pelo ar
Meu corpo gélido aquece
Vejo a lua despertar
Tu chamaste o meu nome?
Minha alma te escutou
Senti cantar minhas frases
O seu brilhou ressoou
Anjo me dê tuas asas
O espaço vou alcançar
Eu quero ouvir minha música
Bem de perto do luar.
A lua tem uma mágica. Ela tem o poder de unir as pessoas.
A lua que eu contemplo aqui é a mesma lua que alguém está contemplando em qualquer outro lugar do mundo e ela pode conectar esses dois corações se estiverem pensando um no outro.
As pessoas podem estar juntas, mesmo muito distantes, quando admiram a mesma lua, uma pensando na outra.
A lua faz a conexão das almas!
Se por algum motivo, um dia ficarmos distantes, serás pelo menos uma agradável lembrança, quando eu avistar um pôr-do-sol radiante no fim de tarde diante do mar, bem no horizonte ou algumas flores, principalmente, as tulipas, cativantes e delicadas e ao admirar um luar apaixonante de uma noite enluarada.
Tendo esta presença tão simples, linda e marcante, não podes ser esquecida, já que, assim, evidencia a tua natureza entusiasmante que inspira e alegra ricamente o semblante, então, és notadamente resultante da sabedoria divina, um regalo expressivo na mente pra ser lembrado sempre que possível.
Dito isso, espero honestamente que possas mudar aquilo que for necessário, mas que a tua vívida singularidade seja preservada, guiada continuamente por Deus, contrariando as possíveis adversidades, desta forma, serás felizmente lembrada, abençoando e sendo abençoada.
Há muitos anos num planeta longínquo,
Havia dois Seres Imortais poderosos
que viviam em constante conflito,
O Luar preferia a Escuridão
para sempre observar as estrelas
senti aquela calmaria no coração
Já Aurora, amava a Claridade
por revelar as belezas naturais
e fazê-la desfrutar uma aprazível simplicidade,
Então, durante um tempo lamentável,
a Claridade e a Escuridão lutaram
por domínio,
Enquanto, aos poucos,
aquele mundo ia sendo destruído,
Demorou, mas, felizmente, perceberam
que ambos eram importantes ,
que aquela disputa seria irrelevante
se tudo não mais existisse,
Depois, uniram-se, usando seus poderes para que tudo fosse reconstruído,
Finalmente, o objetivo foi alcançado,
num perfeito equilíbrio,
A Claridade e a Escuridão conseguiram
seus espaços,
E assim, voltou a reinar, naquele lugar,
a Paz e a Harmonia,
Luar tornou-se o Guardião da Noite
e Aurora a Guardiã do Dia
E desta União aguardada,
nasceu Crepúsculo, queseria o Guardião da Madrugada no Futuro.