Textos de Lua
Há quatro horas da liberdade do corpo, a mente já percorre vales de fogo.
A fotografia é fria mas a verdade transpira implorando um gole da garrafa vazia.
Uma cerveja e uma pinga, são a chave que abre a algema.
Uma volta de carro, depois um cigarro e aí tudo bem.
O balcão e o banquinho, esse sim é o caminho que busquei a semana inteira esperando a sexta-feira.
Espero o momento perfeito do sol encontrando a lua promovendo o encontro dos amigos de sempre que percorrem a estrada do zodíaco para brindar e respirar o ar seco e empoeirado de Brasília, do Cerrado, até a lua encontrar o sol.
A liberdade gelada do fim de semana me chama, aos gritos, aos berros, mas ainda estou presa em um sistema falho, de paisagem bucólica e ares de retidão.
Mas quando quebrarem-se os grilhões,as estrelas se apagam e a luz do seu isqueiro é a única que eu vou ver.
Passo a semana inteira esperando a liberdade e a minha liberdade é me prender à você.
Meu coração é o papel em que eu escrevo incansávelmente quando sinto. Dentro dele: a vida, as pessoas, sentimentos e o mundo. A saudade é a minha maior inspiração, sou altamente nostálgica, sensível e intensa. Meu negócio é sentir, enquanto bater esse coração aqui, sentir e escrever.
E quando parar de bater: não dobre, não rasgue, não jogue o meu papel fora. Eternize em você.
Fazer planos enquanto ouço a sua voz concordando, sentir aquele frio na barriga antes de você aparecer. Quero abrir a porta e ver o seu rosto, um sorriso, um beijo, um abraço longo e apertado.
Queria ter mais fé e acreditar que essa distância vai acabar um dia, e queria que esse dia, fosse hoje.
Já não quero mais ser só…
Eu quero ser você.
Quem sabe de mim sou eu.
Minhas atitudes não condizem com o que eu falo. Meus pensamentos não são meus sentimentos.
Meus sentimentos são minhas atitudes. O que eu falo são meus pensamentos.
Os pensamentos são os sentimentos, e as atitudes são minhas palavras.
No final, é tudo ao contrário. Eu vim pra confundir, e não pra me explicar.
Eu sou assim. Eu me invento.
AÑÃ’GWEA
Enquanto sinto o meu coração palpitar, observo a beleza dos raios de um sol de inverno afagar minha pele suja de terra, meus olhos pesam, apago.
Lá no alto da colina, por entre árvores criaturas fantasmagóricas dançam envoltas na brisa suave do vento.
Agora o vento sopra lentamente uma doce canção.
Será esta a canção das criaturas que habitam os céus ou daquelas nas profundezas dos mares?
Acordo desse sonho pesado algum tempo depois, a canção ainda ecoa como um grito que se sufoca
Agora posso ouvir o som da minha alma;
“Voe filha de Iamandu;
Voe bem alto e faça das nuvens um véu;
Espere pela noite e suas estrelas brilhantes;
Voe e dance como o vento no céu.”
SINFONIA
Nas sombras da tristeza me encontrei,
O coração em pranto, o peito apertado,
Lágrimas como chuva a cair, sem lei,
Em meio às lamentações, perdido e cansado.
A melancolia tece teias ao redor,
Emaranhando os sonhos, prendendo a voz,
Suspiros ecoam, pesaroso clamor,
Em busca de alento, anseio por uma voz.
Nas noites mais escuras, busco a luz,
Mas a escuridão parece tão densa,
Em meio às sombras, sinto-me em cruz,
Navegando em mares de tristeza imensa.
Porém, em meio a essa penumbra e dor,
Deixo um pedido ecoar em meus lamentos,
Que nenhuma nota de felicidade se cale,
Por causa dos meus tristes pensamentos.
Que mesmo nas horas mais sombrias,
A alegria encontre sua morada,
E que em meio às minhas melancolias,
A esperança seja sempre despertada.
Que a música da vida siga a tocar,
Um acorde de esperança e contentamento,
Para que a felicidade possa encontrar,
O seu lugar, rompendo meu sofrimento.
Que, ao contemplar o céu estrelado,
Eu possa ver além das nuvens cinzentas,
E saiba que, mesmo com o coração apertado,
A vida é uma sinfonia, complexa e lenta.
Ninguém sabia me dizer
Por céus e mares eu ando
Vejo o poeta e vejo o rei
Mas ninguém sabe me dizer
Ninguém sabe fazer o meu coração disparar e ficar seguro
Eu cansei de passar por céus e mares
E nunca saber o que é o amor
O que é o amor?
O amor dói?
Ou o amor é o espinho que não se vê em cada flor?
O que é o amor?
O peso de ser alguém dói. A cruz de cada um. As batalhas travadas. A incerteza de viver. Dói. Como me dói.
Pensar me destrói, sentir me reconstrói.
Tristeza me faz rimar, cantar, inventar... Amor, dor, lembranças, do que não importa mais.
Não é passado de amor, é passado de vida. De tantas que já fui, de tudo que já fiz.
E eu só queria entender, por que é que tristeza faz a gente querer transparecer o melhor de nós, afim de que alguém consiga entender, e então, te admirar...
Costumamos pensar que o amor e a vida são as nossas únicas certezas, mas, é o contrário, são as maiores incertezas que possuímos.
Como a vida poderia ser uma certeza, se desde que nascemos, estamos sujeitos à morte? Seja como for, viver é um risco, é assim que penso.
E como dizer que o amor é realmente um pássaro que na maioria das vezes acaba voando, sem destruir a ilusão de quem ama? Como eu, que amo tão intensamente. É difícil pensar no fim das coisas, passamos por isso várias vezes em nossas vidas, como aquele primeiro amor que você fez juras eternas, e na primeira pedra no caminho, a eternidade se perdeu e tudo então chegou ao fim, e você chorou, dias e dias, sem saber o que fazer, pensando que nunca mais encontraria alguém que pudesse te fazer sorrir como aquele alguém fazia, mas aí você tem uma nova chance, diante de seus olhos, e então vê que um outro alguém, este novo alguém, te faz sorrir mil vezes mais, que o primeiro amor não significa único, e que um novo amor, sempre pode te fazer ser melhor, isso faz parte do conceito das realidades diferentes, nada nunca será igual, como foi, tudo é diferente, de um jeito melhor, ou pior, isso é relativo.
Mas voltando, as coisas tem um fim, e é bom viver tudo enquanto elas existirem, sem medo, sem pensar no quanto você estará se entregando, sem medo algum, ame mais, ame e seja feliz enquanto puder.
Eu carrego comigo apenas duas certezas nessa vida: tudo vai passar, e confie em si mesmo. Só!
"Muitos destes pássaros eu tinha nos dedos, mas um à um voaram para bem longe, cortando-me os dedos e o coração, mas hoje, tenho novos pássaros e a certeza de que mais dia, menos dia, eles acabarão partindo também, mas deixaram-me os dedos e o coração intacto, dessa vez."
A maturidade te leva a observar ângulos que antes você não enxergaria nem se te colocassem frente a frente com eles. Só que assim como a verdade, encarar os fatos de forma madura também pode machucar. Mas você se machuca sabendo dos livramentos que está proporcionando a si mesmo.
— Lua Kalt
Seria algo estranho eu querer ter só a minha companhia?
Seria justo eu achar que todas as pessoas são horríveis por causa das que me machucaram?
Seria sensato eu me isolar por completo tentando fugir das maldades do mundo?
Seria loucura se eu dissesse que para o meu bem estar eu tive que desistir das pessoas?
—Lua Kalt.
VOCÊS NÃO PODEM ME SEGURAR
Na minha vida eu tenho visto de tudo!
Agora é hora parar não posso mais passar por isso
Conhecimento para vocês todas! minhas irmãs
Minhas irmãs problemáticas este é meu presente para vocês
Faz muito tempo não aguentava a dor de me sentir objeto!
Vejo todos os dias em todos os outros rostos de irmãs jovens
Vejo elas chorando vida cheia de dúvida correndo nas ruas
sem auto-estima pensando que costumava ser eu! que pena ( jovem irmã, irmã jovem)
E vida é muito bela pra sentar e esperar migalhas de ninguém, Isso não é amor !!!!!
O que importa o eles dizem ou fazem, não os deixe chegar até você ,
não tenha medo! você pode, você pode
Você pode irmã, mudar o seu destino
Eu tenho passado por isso, você pode! irmã você pode!
Passou o tempo de desistir
Eu senti minhas lagrimas transbordar, foi até a borda da borda
Minha vida vai mudar !!! A sua vida vai mudar irmã !!!
Vocês não podem me segurar
Garota não chore, através de suas mudanças vou segurar sua mão
Sempre que você estiver se sentindo pra baixo eu estarei lá para você confiar
Vocês não podem me segurar
Vocês não podem me segurar
Vocês não podem me segurar
Vocês não podem me segurar
Sinto sua falta todos os dias
Penso em você todos os dias
Tudo me traz alguma lembrança sua
Mesmo sabendo de tudo de ruim de vivemos.. e tendo em mente que você nem sempre era esse cara perfeito de algumas lembranças...ainda continuo sentindo sua falta.. algumas vezes a saudade chega a doer.. então respiro fundo.. enchugo as lágrimas.. e fujo de tudo que me lembre você .. músicas.. lugares... assuntos.. pessoas.. .mas vc está nos pequenos detalhes.. como se fizesse parte de mim. Me pego mergulhada em nossas lembranças dos momentos únicos.. momentos de nos como um casal de jovens sonhadores e ingênuos que acreditavam ter tido a sorte de ter encontrado a pessoa certa tão jovens.. E talvez você realmente fosse a pessoa certa. Sinto falta do seu abraço.. de dormir no seu peito. De nossas noites de vinho e rock... de nossas danças.. nossas brincadeiras quando riamos até doer a barriga..Acredito que sempre vou sentir falta desses momentos mágicos que vivemos juntos. Espero do fundo do meu coração que pra você também seja assim..que nossas lembranças boas sempre prevaleçam as ruins. E que de alguma forma isso venha te deixar feliz e que eu seja o motivo do seu sorriso nem que seja uma ultima vez.
Será eu um grande erro ?
Um acidente talvez
Algo que não deveria existir..
Pq nunca sou o suficiente para aquele pelo qual meu coração deseja..?
É sempre uma dor esmagadora depois
Um sentimentos de inutilidade
Me sinto uma completa imbecil
Com vergonha de mim
E no fim eu só quero uma maneira de sumir.
Tempo!
Palavra vasta..
Perceber que de repente tens tempo..
Para olhar para ti, para prestar atenção no caminho, para sentir mais, para contemplar, criar, amar a si próprio, pensar melhor.
Tempo, para semear.
Tempo, para deixar tudo para trás.
Tempo, para começar de novo!
Tempo...
... Tão valioso é o Tempo!
_Acredite!!!
Fruto Proibido
A carne adocicada da fruta-pele
desliza ao céu da boca
amaciando a fome com seu gume
tirando lascas da língua
inocente de sua safra
chega ao estômago mostrando
ter apenas sabor idêntico,
e num simples deslizar sorrateiro de garganta
se desfaz de suas cascas de alimento
revelando ser fruto proibido
pronto pra saciar a vida
do degustador sedento pelo seu
sumo.
Gaiola
Tec tec tec
bicava o poleiro
o pequeno Bem-te-vi
simulando ser os galhos dos pinheiros
por onde vida toda a cidade
Nunca esquecera aquele dia
em que uma mão muito ágil
olhou para si, elogiou seu canto
e o levou para bem longe daquelas árvores
Cada vez que recordava,
era tec tec tec
bica bica bica
canta canta canta
"Bem-te-vi, Bem-te-vi, Bem-te-vi"
enganando o tempo
fingindo ser um cantor
e não um prisioneiro.
Verborragia
É nos confins das mentes silenciosas
Que adormecem os verbos pungentes
Inflamados por salivas raivosas
São ricos em sentimentos latentes
Os sons que os ouvidos guardam
Reverberam pelos séculos encerrados
Emergem em meio a noites nubladas
E transbordam nos travesseiros
As noites longínquas agonizam em meio às luzes oscilantes da lua cheia
Solitária e flutuante
Despede-se no raiar do dia enquanto deixa seus apaixonados carentes
No embalar da melancolia
Em meio aos minutos escorridos
Com a cabeça latejando o vácuo
O grito se torna inaudível
O peito refreia todas aquelas emoções
Adormecidas
Mas os ouvidos inocentes
Não possuem proteção contra os sentimentos penetrados
E no epílogo do corpo
Eles são apenas a porta de entrada das emoções
Não são eles que sentem
Os sons são carregados pela veias que os levam até o coração
Esse quieto e dormente
Sente mesmo com sua derme grossa
Roupa que o veste
E sua clava de ossos na frente
Sua eclosão se dá para o corpo inteiro
Da ponta dos dedos
Percorrendo pela pele
Passa pelo rosto
Chega até a cabeça
Assim seus circuitos são acionados
Suas sinapses erram os trajetos corriqueiros
Uma tropa de pensamentos de berço
Voltam a sibilar raivosas na mente
As letras liquidificam-se
Perdem-se entre as vísceras
Preenchem os espaços
Até não mais caber e sair pelas chuvas torrenciais do corpo
A alma não escuta, não fala,
Pois quem sente é a carne
Que se desmancha em gotas pela face
Quando as palavras perversas,
Deveras diretas, a fazem pingar.
Léxico dos Sentidos
Cansei de regras
Teoremas
Cansei das ênclises
Próclises
E sempre detestei as mesóclises
Querer-te-ei?
Como poderia querer-te no futuro?
Ter você agora seria o único presente mais que perfeito aceito pelas minhas linhas
Preciso criar um novo tempo pro pretérito
Um que eu possa usar em qualquer texto
E sirva para todos os momentos com você
Eu quero rasgar o verbo
Expulsar todas as minhas hipérboles
Como alforria
Quero gritar interjeições
Sem analogias
Quero a palavra nua
E sentir todos os paradoxos da minha existência saindo pela boca
Não quero o uso correto do idioma
Quero gaguejar
Me lambuzar nos erros
E delirar entre as palavras tão livres expressadas
Quero cuspir palavrões
Buscar o sentido pejorativo
Escrever fora das linhas
Rabiscar tudo escrito
E quem sabe rasgar a folha
Quero me libertar da minha forma humana
Amar outras espécies
Afiar minhas presas
Usar minha prosopopeia
E me transformar em quem
talvez seja quem de fato sou
Eu quero a sinestesia
Aprender
Prender
A tua língua em mim
E jamais usar amar no verbo oculto
Eu quero abusar dos neologismos
E encontrar a palavra exata que sirva como palíndromo
Que mesmo que você leia de outras direções, o sentido será o mesmo
Mas antes, não se esqueça de respeitar meus parágrafos
Pois são eles que definem o começo
das minhas histórias
Então, engula minhas reticências
Não pause nas vírgulas
Saboreie cada silêncio
E você estará sentido o verdadeiro gosto do meu léxico
E o que vem depois serão palavras sinceras
sem pontos finais.
Eu não tenho respostas para nada, nem para mim.
Só sei que até meus pensamentos/sentimentos/atitudes estão erradas, e eu só queria está certa.
Não quero te preocupar, quero que fique bem, assim eu vou ficar bem daqui...
Mais a minha realidade de cabeça para baixo, sacudida, louca, envolvida, não vou te atrapalhar.
Só estou desabafando comigo mesma.
Comigo mesma, pensando que é vc.
É aliviante, mesmo que na frustrante imaginação do tempo.