Textos de Lua
Tu estás mais frio
Que o meu café
Que te esperou
Junto comigo
Durante um dia inteiro
Meu cigarro
está apagando
E a chama que havia
dentro de mim
Parece se apagar
junto com ele
No ritmo do tango
Lamento
Sabe meu bem
Me embriaguei
Diversas vezes
Dei meu corpo a outros
Mas nenhum mereceu o meu fogo quanto você
Onde estás agora
Aquele a quem
Entreguei minha alma ?
Esta carta deixei
Antes de acabar
meu whisky
E assim parti para outra vida
A qual eu não carregasse
Junto de mim nenhuma dor
Eu espero muito
que não volte
Não quero que sinta
toda dor que senti
Queria ter te dado o último beijo, não foi possível
Na verdade
Não te esperei
A penas um dia
Já se passaram 10 anos
Desde a última vez que te vi
Com amor
Luísa
Existem mil razões pra se desprender,
Existem 7 dias pra depositar o desapego,
Eu te quis o dia inteiro.
E a lucidez chegou antes de eu imaginar perder - me lentamente por ti.
Domingo, encontro, amigos,
o pensamento longe.
Quero que vás,
quero que fiques,
quero permanecer,
quero sentir e
E sempre senti sozinha.
Assim desejo continuar,
Até encontrar uma razão para novamente amar.
Saudades de quando tudo era leve,
De conversas paralelas,
De como nos entendíamos.
Daí você olhou pro lado, olhou pro outro,
Resolveu seguir.
Ê laiá, a saudade aperta o peito,
Mas se te faz feliz desse jeito,
Eu aceito.
É assim, um dia um cresce e amadurece, no outro
A gente brinda de novo.
Aquele velho abraço de amigos,
Talvez fique pra mais tarde,
Talvez fique apenas na lembrança.
Minhas tardes não são das melhores,
Meus pensamentos chega a doer dentro da cabeça.
O estresse chega no auge,
Eu vejo então, as folhas caindo, o vento com pressa, e me sinto mais morta do que viva.
Invejo um pássaro diversas vezes, só por que ele tem a liberdade de voar,
Mas no fim da tarde, ele morre que nem eu.
Se não for pelas mãos do homem, morre pelo término cíclico de vida.
BIG BANG
Provocada pelo filho do vento
Disforme e rejeitado
A partir da erupção quente e densa
Do vulcão dantesco
A expansão dos meus dissabores
Arranca minha pele
Dilacera minha carne
Deixa expostos meus temores.
Com a alma em carne morta, eu existo
Nascida da explosão vazia
Que ecoa num grito expressionista
Da arte demente de Munch
E percorre, tortuoso, o papel
Misturando letras com lágrimas
De água e óleo na pedra calcária
Imprimindo meu pesar
Em recitativa ária
De uma diestesia evoco o grande Shaman
Que cala todos os sinos para que eu vire poeta
Transformando em arte a minha agonia
Porque o Big Bang da Alma é a poesia
IMORTAIS
No fim do arco multicolorido
da Mensageira de Hera
Me aguardava leviano
O anjo que combinava o som com o silêncio
Que sucedeu a morte dos filhos de Urano
A voz grave e melódica
De coração dissonante
Cantava o silêncio de força orquestral
Que profetizava o arranjo final.
O anjo enfermo que quer curar
E se cura
Almas expostas que sangram
E sangrando se misturam
Até se tornar singular
E a alma ensolarada e siamesa
Regra os excessos e duplica sua força
Surgida do vazio original
Amparada por Eros percorre do Caos ao Cosmo
Se tornando imortal.
MÚSICA ALTA
Ontem eu fui ao inferno em busca de aventuras
O som estava alto do jeito que eu gosto
O cheiro era morno, a cerveja era quente
Risadas histéricas, uma loira gelada
Dançando lindamente
O inferno acolhe em seus braços
Bancando o indulgente
As almas enfermas, de olhar embebido
Em água e sódio
Que carregam o triste sorriso do incoerente
E celebram para abortar o ódio
O inferno te envolve em um enredo
Te lambe sem segredo
Com sua língua bifurcada e repelente
Enquanto a vida, obediente
Segue o curso que seguiria se você não tivesse o medo
De viver e de ser gente.
Tudo o que você ama e preza
O inferno ignora
O vendedor do ingresso te despreza
Quem você amava, morreu
A bússula que te norteava
Agora só aponta para baixo
As crianças cresceram e não carregam nada seu.
Você agora é um morto-vivo
Que passa os dias olhando sua vida estagnada
Através de uma janela trincada pelo calor
Você não sente nada.
A música fica alta demais quando você quer descansar.
Pequenos raios dourados remanescentes do falso brilho do sol, arrancam alegria da amargura e personificam o quantum de amor que exite em todo o ódio.
Inocência que sai pelos poros da luxúria frívola daquilo que deveria ter sido amor, mas não foi, para não ocupar o lugar da doçura quente, tardia e atemporal que traz à tona a verdadeira insanidade que é o amor confrontado à realidade.
Insones conversas
Insones conversas desencaminhadas
Que mudam a vida e não levam à nada
Só eu e você enquanto a noite vira madrugada
Eu, você e nossa vida em pauta
Soluções na bandeja
Teoria musicada
O amanhecer transforma
Os garranchos em vida
jogando no lixo a certeza lírica
Da poetisa que se conscientiza
Que só o que sabe
É tornar arte
Palavras difíceis
Que nunca sentiu
Triste essa artista
Que fez do papel
Seu coração
Triste essa artista
Que recebeu o dom
De emocionar
Sem emoção
Insones conversas desencaminhadas
Que mudam a vida e não levam a nada
Que tentam viver e se perdem na estrada
É nas falácias da madrugada
O único momento em que me encontro
Desarmada
E eu, menina, sempre tão desalmada
Assumo que tudo não passa de medo
De não ser amada
ENQUANTO OS ANJOS DORMEM
O adormecer dos anjos
Desperta o desejo sonegado.
Declinamos corpo, alma e espírito
Aos prazeres do pecado.
Libertos desse dogma,
Desobrigados da culpa,
Atraídos e embriagados
Ofertamo-nos à divindade
Que habita o ser amado
O despertar da sutileza amaldiçoada
Faz desabrochar a flor nascida
Nas pegadas de Buda Gautama
Que nos conduzem ao Éden,
Entorpecem
Para atingirmos juntos o Nirvana
Enquanto lá fora os espelhos se partem, escuta por favor o meu abraço, que sai detrás da máscara que me cala gritando o amor aprisionado no coração de gelo, agora derretido, pingando as lágrimas que eu queria chorar e não consigo porque a máscara que ostento é blindada, feita para fazer com que os sentimentos me corroam por dentro.
Escuta meu abraço porque ele é a única coisa que me restou.
Há quatro horas da liberdade do corpo, a mente já percorre vales de fogo.
A fotografia é fria mas a verdade transpira implorando um gole da garrafa vazia.
Uma cerveja e uma pinga, são a chave que abre a algema.
Uma volta de carro, depois um cigarro e aí tudo bem.
O balcão e o banquinho, esse sim é o caminho que busquei a semana inteira esperando a sexta-feira.
Espero o momento perfeito do sol encontrando a lua promovendo o encontro dos amigos de sempre que percorrem a estrada do zodíaco para brindar e respirar o ar seco e empoeirado de Brasília, do Cerrado, até a lua encontrar o sol.
A liberdade gelada do fim de semana me chama, aos gritos, aos berros, mas ainda estou presa em um sistema falho, de paisagem bucólica e ares de retidão.
Mas quando quebrarem-se os grilhões,as estrelas se apagam e a luz do seu isqueiro é a única que eu vou ver.
Passo a semana inteira esperando a liberdade e a minha liberdade é me prender à você.
Sempre quando vejo escrito "Rua sem Saída" fico na dúvida se realmente é.....vem uma sensação de que estão me enganando e quero ir lá conferir.....imagino que vou encontrar uma passagem secreta para outro lugar.....a mesma passagem de quando era pequena e viajava de SP para o Rio....a mesma sensação....de que havia uma passagem, um atalho que me faria chagar mais rápido.....o mesmo atalho que o lobo pegava para chegar na casa da vovó......
E até hoje ninguém me convence que não há.....
E quando você quebra a cara com alguém, e aí você tem que respirar fundo e os seus próximos passos serão cuidadosos.
Então você começa a pensar em viver um dia após o outro, devagar, sobrevivendo a choros, a vontades de ir atrás quase que implorando para que lhe ame, porque afinal, você merece ser amada.
E você já não pensa mais em si, não se cuida mais, até o dia que você cai em si, e percebe que ele não merece nenhuma lágrima a mais sua. Chega!
A LUA
Há dias em que meus pensamentos se perdem entre as nuvens
E só se encontram em meio as estrelas,
Há dias em que sou tão vazia de tudo,
e vezes que estou cheia de nada..
Há dias que quero cheirar as rosas,
mas lembro dos espinhos que me afastam..
Há dias preciso falar palavras que de mim não saem,
param em meus olhos, que sem querer me denunciam;
Há dias que a distancia não é o bastante,
e estar só perto não é suficiente
Há dias que meus gestos agem sem cérebro
ou meu cérebro pensa sem agir..
Há dias que não consigo ouvir uma música inteira sem passar para a seguinte;
entre outros que repito uma unica durante todo ele;
Há dias em que escrevo livros no pensamento
e os que pego a caneta e o papel e a folha fica em branco..
Há dias que converso sobre o mundo e o fundo
mas no fim não disse o que grita em mim..
Há dias que quero apenas chorar,
Engraçado.. São nesses em que as pessoas mas veem meu sorriso!
Há dias que eu me quebro tentando entender coisas
e uns que não faço questão de raciocinar..
Há dias que sou um portal,
Já no seguinte, um beco sem saída;
Há dias que não sei o que é virgula,
E aqueles que sou um ponto final.
Há dias que de tão alegre, esqueço de respirar
Enquanto tem os que respiro fundo para me acalmar..
Há dias que uma mosca me tira a atenção
No mesmo passo que o mundo desaba ao meu redor, sem que eu perceba..
Há dias que queria ser um pássaro pra livre voar
mas também uma estatua para não sair do lugar!
Há dias que não suporto a solidão,
E os que só me quero, pois de mim preciso..
Há dias que sou a solução
E tem uns que sou apenas um ponto de interrogação.
Há dias que queria ser o Sol, por isso não apareço...
Há dias que sou lua que crescente, sorridente
Há dias que sou uma nova lua,
Há dias que sou lua cheia e brilhante,
E dias que quero ser só a metade,
Então fico minguante.
A maldade esta nos olhos de quem não conhece um coração sincero.
Quem tudo deduz malicioso, é poluído pelo excesso de sujeira presente no universo, sujeira que eu digo, são mentes não recicláveis, que juntando entulhos, e não procuram separar os lixos, para que possam ter um ambiente agradável dentro de si próprio, simplesmente aceitam o que lhes são jogados, sem se dar conta de que estão criando bichos, um bocado de ilusões e coisas que deveriam ser descartadas.
Porém, aos olhos de quem é puro tudo é como a luz. Dá a vida! E saber ver além de um simples lixo, consegue imaginar o novo, o diferente o inusitado, pois sua essência é enxergar no mais podre, sua beleza. Existe sentimento. Sabem observar as coisas, e absorver o que lhe é útil. Reciclando as ideias, com transparência de alma e decência no sorriso.
Esconda-me,
da vida, de mim, de outros
Esconda-me, pois não quero mostrar-me
Tem sentimento demais em meus olhos
Que se piscar, escorrem pelos ventos...
Esconda-me,
Que a vida quer me achar, me cobrar e me dizer o que devo fazer
Não, por favor, deixe-me aqui, diga a ela que não estou pronta, quero fugir.
O fim a mim não cabe, e a esperança me habita
Estou encima do muro, não quero descer
Terei de escolher caminhos, medir os passos
Algo? Alguém... Esconda-me, quero só fechar os olhos e fingir.
Será que ainda posso? Ou terei de reagir? Admitir? E decidir?
Ah, não! Esconda-me.
Saudade!?
O, saudade...
De a mim uma trégua de sua dor,
Ausência dos olhos
Falta de cor
Carência do que já passou
Do tempo azul, do amor
Arde o peito, faz doer
Tem coisas que não voltam
E outros que não chegam
Em todas possui a saudade
Tanto das lembranças
Tanto do que não se viveu
Do pirulito colorido
O cobertor dividido
Corações unidos,
O saudade,
Deverias ter o poder de voltar ao tempo, no lugar de só doer e mais doer, a dor que é recordar e não mais poder reviver.
Quem sabe de mim sou eu.
Minhas atitudes não condizem com o que eu falo. Meus pensamentos não são meus sentimentos.
Meus sentimentos são minhas atitudes. O que eu falo são meus pensamentos.
Os pensamentos são os sentimentos, e as atitudes são minhas palavras.
No final, é tudo ao contrário. Eu vim pra confundir, e não pra me explicar.
Eu sou assim. Eu me invento.
Confessando
Se é questão de confessar
Não sei andar de bicicleta
E tenho medo do escuro
Se é questão de confessar
Me irrita sua distância
E as vezes em que você é imaturo
Comigo nada é fácil
As vezes até sou extremista
Porque não sei ser morna quando se fala do coração
Se é questão de confessar
Não gosto muito de salada
E não canto muito bem
Se é questão de confessar
Penso muito em você
Mais até do que deveria
Comigo nada é fácil
As vezes até sou boba
Porque não sei ser racional quando se fala de você
Eu gostaria que a estrela mais brilhante do céu essa noite
Realizasse esse meu desejo
Em ter você aqui comigo
Te abraçar apertado
E esquecer todas as brigas das tolas e desnecessárias brigas
Se é questão de confessar
Meu orgulho me corrói a alma
E fere o coração
Se é questão de confessar
Penso em você bem mais do que deveria
Se é questão de confessar
Não gosto de salto alto e de cebola
Se é questão de confessar
Morro de medo de altura
E tirando todos os meus muitos medos
Algo grandioso
Concretizou-se em mim
Aconteceu
Apaixonei-me por você
Sou uma tola pois
Não é o mesmo pra você
Por favor, confesse a mim
O que afinal sou pra você