Textos de Lua

Cerca de 3885 textos de Lua

ó dama da noite, por que gosta tanto de me provocar?
como eu tentaria o infinito se apenas um olhar teu me encanta
seria esse o meu motivo esse para despencar?

ó jeitosa dama, pra que ser tão teimosa? você pergunta
será que sou mesmo? me questiono
é mesmo teimosia minha sentir o doce cheiro do teu perfume e não se apaixonar

Inserida por isabela_suckow

⁠Vestida de vermelho e preto
Eu sou a morte sofrida e sangrenta
Eu sou a praga da morte rubra
Que leva reinos a calamidade

Eu sou um pouco de Edgar Allan Poe
Com uma pitada de Shakespeare
O amor e a loucura
O desejo e a tão temida destruição
A vida e a morte
O azar e a sorte

Sou a dama escarlate
Montada no cavalo da morte
Cavalgando pela escuridão
Procurando a quem devorar

Sou o brilhante luar
Que clareia e mostra a direção
Sou paz e segurança
Sou luz, pra quem me procura
E escuridão para os que me temem

Talvez eu seja o eclipse
Luz e escuridão
Medo e salvação
Verdade e ilusão

Eu sou miríades de sentimentos
Com estradas cheias de novas direções.
Eu sou a bondade e a maldade,
E a necessidade de viver
Eu sou mundos e fundos
Eu sou tudo e ao mesmo tempo nada

E não a ninguém igual a mim...

Inserida por AnabelSouto

ESGUIO CRISTO

"Ressoe sua voz em meus ecos

Para que eu tampe meus poros com flama,

Seja inumerado para eclipsar o esguio Cristo

No compacto silêncio do centauro que nunca se enervou,

Divida a voz e o sal que nos compenetra

No espasmo que rabisca a humanidade eviscerada,

Revide o dedo por cima da lua e conheça quantos povos

Emudeceram no penhor da realeza,

Simule a dobra de escândalo conhecida das nações

E altere o celeiro envolvido no sopro do adormecimento,

Tonifique aquele esmero incompreendido

Na lordose da sua exuberância simbiótica."

CAROLINE PINHEIRO DE MORAES GUTERRES

Inserida por CAROLINE__GUTERRES

⁠Às vezes, gosto quando o céu noturno não está estrelado porque posso pintar o cenário perfeito na tela negra do firmamento, com a minha imaginação.

Desenho luas cheias, algumas, especialmente, coloridas na cor de anil, dos girassois, das amestistas e das esmeraldas, e cheias de estrelas no seu interior.

Circundo as reluzentes com a silhueta da esférica prateada.

Penduro um lindo móbile de pequenas luas crescentes, nas pontas das cintilantes.

Enfeito a lua minguante com uma magnífica tiara de estrelas.
Como ela fica brilhante e imponente, apesar de discreta!

Ativo vários cometas e os faço bailarem no infinito como um cardume de encantos a estontear o meu espírito que vive entregue à magia do sonho.

Às vezes, me entristeço apreciando a beleza do céu estrelado. A lua quando não está ausente está distante.

Inserida por Gracaleal

⁠Porque Posso Sonhar. Sonho.

Quisera, na ausência do cintilar das Estrelas, no negro céu, infinitas Borboletas encantassem o meu olhar na direção do firmamento.

Quisera, quando as pontiagudas policromáticas não pudessem me entorpecer de fascínio, as esbeltas e poderosas transformadoras de vida pudessem colorir a escuridão. Ocupando o universo com a majestosa liberdade para transitar sob leveza e maestria.

Quisera as Estrelas e as Borboletas, em festa, bailassem em torno da Lua.
Quisera, na Lua, tivesse um jardim e nele houvesse muitos girassois para reverenciar o Astro Rei, convidado especial para o encontro mágico dos mais belos símbolos de soberania, no salão nobre do breu.

Quisera eu também estivesse à altura de ser convidada para este encontro festivo de luz, brilho e imponência.

Quisera eu pudesse ser a fresta desta fantasia por onde os olhares nus dos que, na terra, creem no impossível, por serem dotados de uma alma sem as limitações da matéria, e à distância fossem espectadores deste momento singular. Seres que, assim como eu, são espíritos do Infinito conectados ao imaginário através do coração. Este abrigado no peito da carne escaldante de desejos, porém fria de delírios saudáveis e sustentáveis dentro das necessidades de um ser em trânsito. Um coração descolado do mundo real, sem se dispersar dos movimentos dos pés.

Poucos se identificarão. Poucos aceitariam o convite para o banquete do desprendimento e da paz. São apegados ao solo. E ao tudo do solo.
Não são viajantes das Estrelas como, assiduamente, eu sou.

Inserida por Gracaleal

⁠Almejo aquele dia de sol,
A brisa quente que encosta na pele como o calor de um abraço,
O gosto do sal no corpo,
O azul do céu encontrando o mar,
Do nascer do sol,
Até o alaranjar do entardecer,
E quando ele se pôr,
A lua cresce imponente,
Seu reflexo clareia aquele barquinho atracado na ilha,
Serenidade e paz,
Todo o bem que isso trás,
Coração quente,
Mãos dadas,
Nosso vinho, um violão,
Isso sim é um dia bom.

Inserida por LeticiaDelRio1987

⁠Olha o céu
Abre a janela e vê o sol
Que no silêncio de estar só
Irradia o quarto teu

Olha o céu
Abre a porta e vê a lua
Que à noite clareia a rua
E ilumina o sonho teu

Olha o céu
Que as estrelas estão lá
E o universo é só teu

Olha o céu
Que o futuro então virá
Nesse mundo meu e teu

Inserida por RomuloBourbon

⁠Quando ela sorriu o sol perdeu o brilho, ele ficou fissurado!

Pois não sabia que existia outro brilho tão forte quanto o dele.

A lua? a lua ficou com inveja! Pois seu sorriso iluminava a noite!

Um sorriso tão lindo que enfeitiçava as estrelas.

Hoje ela sorriu pro mar, pobre mar!

Mau sabia ele que no seu sorriso havia as mais belas pérolas já vistas.

E eu? eu continuo bobo! Pois te
ver sorrindo me deixou alegre,

alegre como nunca fui antes...

Inserida por binho131

⁠Somos seres artísticos.
Buscamos no nosso íntimo a tinta pra colorir os dias.
Três luas em peixes buscando entender o mundo, as pessoas e a nós mesmos.
Tentando compreender, sem julgar, sem nos auto criticar, sem lembrar das escolhas mal pensadas que já fizemos.
Cada um com sua arte, mas sempre com sentimento, que faz parte, de quem já achou que vivia de amor e brisa.

Inserida por ingridribeiro

⁠Entre quatro mil estrelas
Aqui o lugar é lindo
Tudo é leve e mais fácil
Não significa que não da saudade
Porque quando o peito dói
E o coração aperta
Tudo fica difícil novamente.
Sei que ai tambem não está fácil
E as vezes essa dor que te consome
É a mesma que também me faz chorar
Mas como sempre dizíamos
A vida não é fácil
E quem disse que seria?
Faz um tempo que andei distante
Tentando não me prender aqui
Mas não consegui.
Há pessoas na vida que um simples adeus não basta
Nunca bastará
E por isso todas as noites quando voce se deita fazendo perguntas para a lua
Ali estou eu, entre quatro mil estrelas
Brilhando de saudades sua.

Inserida por AutoraSamyraG

⁠Chá com os Poetas e a Moça Bonita
Quando ainda não vinha a noite,
Camões adentrou sobressaltado.
Tinha visto na Caravela,
O mar inteiro lamuriar-se.
Deixavam, pois, como aferira,
restos de tudo a enturvar as águas.
Logo em frente estava Quintana,
vindo de longe no vagão de um trem,
a confabular com uma andorinha,
que em frase pausada silabava:
- No ar há tanta fumaça,
que nem se pode mais voar sozinha.
Enquanto se aguardava o Mia
a descrever Um Rio Chamado Tempo,
perceberam Shakespeare acomodar-se,
frente ao sol que já não se via,
proclamando sem muito assombro:
- Falta humano no divino, mais virtude no humano.
O saber não deve destruir a vida,
feito punhal a ferir o coração dos homens.
Escutaram-se ruídos vários, ao ouvir-se o abrir de portas.
Era Pessoa com Ricardo junto com os demais heterônimos.
Todos apóstolos frente ao pão, resolveram recitar Drummond,
que bem se diga, já havia previamente antecipado:
- Saí cedo de Itabira, vou embora para Pasárgada.
Quem sabe acho Bandeira, coberto num trono de palavras.
Neste instante chegou Vinícius e sua elegante diplomacia.
Asseverou solenemente. Trouxe-lhes taças e o vinho.
Não lhes privei do chá inglês, mas devem considerar com atenção.
Melhor é sorver o sentir com um espumante entre as mãos.
Já não se sabia mais as horas. O ar estava em cantoria.
A moça junto à janela que as primeiras letras fazia,
das palavras guardava afeto para se doar em cada livro.
Foi dela a sugestão que cada um deixasse de si, apenas um verso transcrito.
Eu, mero assistente, por obra de atrevimento, também fiz provocação.
Por que não escrever os poemas em simples folhas de pipas.
Soltaríamos as Pandorgas em cada um dos cantos do mundo.
E poderiam as mesmas se irem a procurar um novo dia.
Prontamente Camões assinalou:
"...Da alma e de quanto tiver,
quero que me despojeis,
contanto que me deixeis,
os olhos para vos ver.."
Em seguida chegou-se Mia a sentenciar num repente:
"... Deixo a paciência dos rios,
mas não levo,
mapa nem bússola,
porque andei sempre,
sobre meus pés,
e doeu-me às vezes viver.
Hei de inventar,
um verso que vos faça justiça".
Quintana com seu sotaque ergueu-se com voz doce e macia, a reverberar clarividente:
" ... Porque o tempo é uma invenção da morte:
Não o conhece a vida - a verdadeira -
em que basta um momento de poesia,
para nos dar a eternidade inteira..."
Vinicius após servir o vinho, pediu um aparte.
Moça com perfume de flor, por favor, escreva para mim:
"... A coisa mais bonita,
que há no mundo,
é viver cada segundo,
como se não fosse o fim..."
Alberto, ao lado de Pessoa, também se pronunciou:
"...Mesmo que o pão seja caro
e a liberdade pequena,
sei que a vida vale a pena,
quando a alma não é pequena.."
Já se adentrava a noite alta e as pandorgas versos partiam.
Foi quando fitei a moça que de olhos gris se vestia.
Então clamei a ela, antes que também se retirasse:
Agora que a lua cheia chegou,
como teus olhos em ternura,
borda-me entre o céu e a tua boca,
numa indelével tecitura.
A moça nada me disse, repousou na minha face.
Por ali ficamos embebidos de poetamento,
como se por um breve instante,
tivéssemos tocado o infinito.
Carlos Daniel Dojja
In Poemas Para Crianças Crescidas

Inserida por carlosdanieldojja

⁠⁠CÉU NOTURNO

⁠Vem a noite no céu do meu roçado,
Posso ver as estrelas bem ao lado.
Não há postes, fumaça, impureza,
Só céu limpo, ar puro, natureza.

Parece até um quadro bem pintado.
E a Lua? Lado tão iluminado!
Vejo do telescópio, com clareza,
Via Láctea, céu limpo e beleza!

Constelação, cometa, meteoro…
Astrônomo? Sou mero amador.
Mas no cosmos, eu nada ignoro!

Céu noturno, imenso esplendor!
Tens noção do quanto te adoro?
Mais que os sóis e todo o seu ardor.

Inserida por RomuloBourbon

⁠Antes da tempestade

Chuva amanhã, mas hoje à noite o céu está claro, as estrelas brilham.
Ainda assim, a chuva está chegando,
talvez o bastante para submergir as sementes.
Tem um vento do mar empurrando as nuvens;
antes que você as veja, você sente o vento.
Melhor dar uma olhada nos campos,
ver como eles são antes que alaguem.

Uma lua cheia. Ontem, uma ovelha fugiu para a floresta,
e não uma ovelha qualquer – o reprodutor, todo o futuro.
Se nós voltarmos a vê-lo, veremos seus ossos.

O capim se agita de leve; talvez o vento tenha passado por ele.
E as novas folhas das oliveiras se agitam da mesma maneira.
Camundongos nos campos. Onde as raposas caçam,
amanhã haverá sangue no capim.
Mas a tempestade – a tempestade lavará tudo.

Em uma das janelas está um menino, sentado.
Mandaram-no para a cama – cedo demais,
em sua opinião. Então ele se senta na janela –

Está tudo em ordem agora.
Onde você está agora é onde você irá dormir, onde acordará de manhã.
As montanhas firmes como um farol, para lembrar a noite de que a Terra existe,
que ela não deve ser esquecida.

Sobre o mar, as nuvens se formam conforme o vento aperta,
dispersando-as, dando a elas um propósito.

Amanhã a aurora não virá.
O céu não voltará a ser o céu de hoje; ele prosseguirá como a noite,
exceto pelas estrelas que vão se dissolver e sumir quando a tempestade chegar,
durando quem sabe umas dez horas.
Mas o mundo como ele era não vai voltar.

Uma a uma, as luzes das casas da cidade se apagam
e as montanhas brilham na escuridão refletindo luz. Nenhum som. Apenas gatos se enroscando na entrada.

Nenhum som. Apenas gatos se enroscando na entrada.
Eles farejam o vento: tempo de fazer mais gatos.
Mais tarde, eles vagarão pelas ruas, mas o cheiro do vento os espreita.
É o mesmo nos campos, atrapalhados pelo cheiro de sangue,
ainda que por ora apenas o vento desperte; estrelas deixam o campo prateado.

Estamos longe do mar e mesmo assim reconhecemos os sinais.
A noite é um livro aberto.
Mas o mundo para além da noite permanece um mistério.

Louise Glück

Nota: Tradução de André Caramuru.

Inserida por pensador

Admito meu crime...sou réu confesso....
Fotografar dirigindo ainda é pior que falar ao celular
Muito cedo e ela estava la....bem acima da ponte...sensibilizando minha retina com sua beleza matutina...não me aguentei...porque
sinto especialmente nesse tipo de lua de hoje uma necessidade de comunicação...não de minha parte, mas por parte dela....como se ela quisesse me dizer algumas coisas...tipo vai Luiz!!!. não desiste!!!, Luta..persiste!!!....aprende comigo essa lição das fases....entende que nem sempre estaremos sob a luz intensa do sol...e que o mundo da voltas....e as coisas melhoram....e a terra gira ...

Minha companheira de todo amanhecer...na maior parte das vezes tímida....oculta....mas hoje vibrante..gigante, irradiando toda a luz que consegue....luas cheias me animam....deve ser porque sou filho de Ogum.....deve ser porque sou filho de Jorge...guerreiro....deve ser porque meu dragão interior habita esse lado iluminado da lua..

Inserida por schaun

aproximAR


ora as frestas das pálpebras
a vassoura não alcance

uma lufada - epahey-vento (de dentro) traz à Virgem enquanto Lua

a crítica
crua, nua, vegana
racionalmente água
filha de pedra

sabe
com uma linha da mão
coser retalhos prum vestido que será trajado em sua casa limpa
pós faxina
onde coração y pés precisam se aproximAR - não tão coletivo
Acuário sem seus delírios

o
fôlego
é um timbre
próximo

Inserida por fabricio_hundou

VÁ (5X)

porquê não demoras
o en(canto) é veloz
sonhar é o orgasmo

a flecha que dispara cega
acerta a c'alma
à paixão se entrega

o coração sagitarianamente palpita em:

vá vá vá vá vá!

y o cérebro-pedra-bruta silencia
Capricórni'agoniza
castra
acolhe
deseja prioridades
um calor beijado

você
você
Lua

Fabrício Hundou

Inserida por fabricio_hundou

Escrever as vezes cansa, verdade.
Mas em alguns momentos a inspiração dentro de mim se debate e não há outra saída senão elaborar a minha arte.
Não sei se a terra é redonda ou plana, se o homem foi a Lua ou se ainda vai a Marte,
Mas sei que a morena soberana é o motivo pelo qual meu coração ainda bate.

Inserida por IsaacSantiago

Em cada nota da canção
certamente há poesia
nascida como cascata no coração
de quem compõe em harmonia

A música nos cura os males
da alma e ajuda a seguir o caminho
embalados em maviosos acordes
que soam aos ouvidos em carinho

Vem a saudade, vem a alegria
em cada compasso que insinua
o amor que se houvera um dia
sob o sorriso da faceira lua

Outros tempos, outras quimeras,
ou a esperança de algo melhor,
a melodia é sempre uma oferta
de vida plena soando amor

Inserida por neusamarilda

#Foi #numa #noite #bela...
Foi numa estrada sem fim...
Foi sob as estrelas...
Que aquele homem veio até mim...

Quando eu chegava ao fim...
Quando eu não tinha mais nada...
Em madrugada solitário...
Aquele homem veio até mim...

Não sei de onde surgiu...
Qual vento o fez vir...
Sorrindo...
Aquele homem veio até mim...

Em seus olhos eu pude me ver...
Sua força pude sentir...
Sua voz grave e rouca...
Falou assim para mim...

"Não há estrada real...
Para a felicidade se encontrar...
Há quem seja feliz...
Sem nada ter...
Há quem seja triste...
Sem fazer por merecer...

Ninguém se perde em estrada reta...
Nem mesmo em noites sem luar...
Verdade não é caminho para riqueza...
Sabedoria é que deve procurar..."

O cavalheiro da noite então perguntou:

"- Qual a sua estrada homem?
- O que quer tu encontrar?
Cada um faz seu destino...
Cada um paga o que deve pelos desatinos...
Viver é um desafio..."

A lua se escondeu...
E um forte vento soprou...
E na poeira que levantou...
Aquele homem que veio até mim...
Desapareceu...

Continuei a caminhar...
Tendo as estrelas como companhia...
A noite eu já não mais temia...
Sabia que ali estava...
Em oculta companhia...
Aquele homem que veio até mim...

#Ai...#ai...

É chegada a hora...

Do sofrer...

Pai onde está você?

Mãe cadê?

A brisa sopra...

O vento se anuncia...

As estrelas tão longe...

São frias...

Em noites, sob lua prateada...

Sozinho...

Na madrugada...

Ergo mãos ao céu...

Que quero alcançar...

Em vão...

Lágrimas são pesadas...

Correm pela face fartas...

Coração tão pesado bate...

Chega a doer...

Cansado...tão cansado...

Penso eu: "De viver"...

Ah...mais nessa agonia...

Voz funda se pronuncia:

"Amanhã é um novo dia"

"Vai dormir"...

Pesado me ergo...

Em meu leito...

Me deite...

Sem ninguém perceber...

Eis que amanhece então....

De ontem me lembro bem...

Mas não comento com ninguém...

Me visto de alegria...

No espelho combinando cores...

Disfarçando minhas dores...

Tentando pelo menos...

Atrás de um sorriso ...

Triste ...

Um brilho de olhar...

Medo de olhar nos olhos dos outros...

Me esconder...

E me ver ali refletido...

Sem coragem a me enfrentar...

Disfarço então com conversas tolas...

Gestos estudados...

Chego até a esquecer...

Melhor assim proceder...

Tenho tanto a fazer...

De nada me adiantaria lamentar?

Ninguém mesmo vai entender...

Tem também a contar...

Saberia eu escutar?

Quem poderia?

Colecionar tristezas e alegrias...

Da vida eis a grande arte...

Mais a grande magia mesmo....

É poder transformar...

Toda decepção...

Toda dor...

Toda ilusão...

Em felicidade...

Em paz...

Em amor...

É poder no sorriso triste...

Fazer ser sincero...

Das lágrimas derramadas...

Orvalho para uma flor...

Do suspiro uma brisa...

Da tempestade a calmaria...

Transformar o feio em bonito...

Não perder o juízo...

Seguir adiante...

Quem sabe então...



Sandro Paschoal Nogueira

— em Conservatória, Rio De Janeiro, Brazil.