Textos de Jardim

Cerca de 2190 textos de Jardim

Caminho

A correnteza leva embora,
o que traz de longe,
Por que não seguimos como antes,
o que começamos hoje?

A nossa vida segue,
como o rumo da paixão,
eu voo com as asas da liberdade,
pra encontrar seu coração.

Vamos escrever em cima,
das páginas do livro da vida,
andar sobre as flores despedaçadas,
entre as pedras em um caminho.

Não temos a beleza dos pássaros,
Apenas o tempo em nossas mãos,
o tempo que crio é coragem,
e o que perco é ilusão.

(César Jardim)

Inserida por cesarjardim

O AMOR É LINDO

O poder embriaga.
O caráter é difuso.
A carne é fraca.
A tentação é forte.
A presa é saborosa.
O prazer recompensa.
A jovem é doce, linda
Formosa e oportunista.
A trama é rotineira.
O desfecho é o previsto.
A esposa descobre.
A amante apanha.
O marido se defende.
A família reprova.
O lar se desfaz.
Os abutres saqueiam.
O patrimônio se esvai.
A Justiça não tarda.
A falência se apresenta.
O traidor é traído.
A traída já traiu.
O amigo também.
E teve mais alguém...
(Retrato em P&B de “Amor à Vida”, novela da Globo)

Inserida por Superjujar

Lolita Verão
Vem logo, Menina Veneno, Lolita Verão...
Aguardo ansioso e insone,
Na fria noite do outono
Da minha vida.
Vem aquecer este Velho Lobo do Mar,
Alquebrado por tantas tormentas,
Mas ainda louco para amar...
Vem incendiar meus sentidos
Com tua candura, tua malícia explícita,
Tua sensualidade implícita...
Vem realizar meus devaneios,
Saciar meus anseios.
(Juares de Marcos Jardim)

Inserida por Superjujar

América Menina, América Latina
Tão bela, tão formosa,
Nas mãos de gente ladina,
Te querem América latrina.
Quanta torpeza!
América, América Latina,
Abençoada pela Mãe Natureza
Teu povo tem triste sina.
Quando poderias ser fortaleza
Te fazem tão pequenina.
De governantes só vileza
E os políticos, qual aves de rapina,
Saciam-se na ingênua menina.

Inserida por Superjujar

INSEGURO...
Sabe, amor, aquela aliança?
Pois é, não te dei por falta de confiança.
É sempre assim, na hora de decidir,
Ainda me sinto uma criança.
Será que ainda há esperança?
Afinal, um viver só de lembrança,
De cultivar a distância.
Sei não...
Acho que nunca sairei da infância.
(Juares de Marcos Jardim)

Inserida por Superjujar

“Tua flor beijar”
Qual beija-flor quero te sobrevoar
Teu perfume aspirar, quiçá sentir seu calor
Suas palavras ouvir, um pouco te conhecer
Depois quem sabe em ti mergulhar
No teu ninho me aprofundar e teu néctar sorver
Por fim, te preencher me completando
Cantando teu sabor, polinizando nosso amor.
(Juares de Marcos Jardim)

Inserida por Superjujar

A MUSA DA PRAIA
Na praia, ela sorriu e... O dia nasceu, o sol brilhou, o céu se iluminou, a Natureza resplandeceu, meu coração acelerou, minh'alma cantou, meu corpo vibrou, o poeta em mim acordou, a musa me olhou e assim, de joelhos, quedei, pasmo, embevecido, escravizado... (Juares de Marcos Jardim)

Inserida por Superjujar

DESAPEGUE

Afogue essa saudade no fundo do poço
Lance as mágoas no rio de lágrimas
Que no mar deságuem as tristes lembranças
Enterre as tristezas sob pás de cal virgem
Apesar dos pesares respire esperança
Das dores extraia novos valores
Não fuja das tentações
Deixe fluir outras paixões
Incentive novos amores
Redobre sua fé na vida
Viva na plenitude a nova chance
Permita-se ser feliz...

Inserida por Superjujar

DORME, MENINA
"Dorm'inha pequena... Não vale a pena despertar..."
De doces sonhos abdicar,
Do gostoso sono acordar...
Fica assim, fica, Menina,
Me deixa desse jeito te amar.
Suavemente te acalentar,
Tuas costas massagear,
Os cabelos acariciar,
A nuca, o pescoço beijar...
Na pele os dedos deslizar
Descobrir-te inteira, teu corpo apertar.
E suavemente te encontrar,
Docemente me aprofundar,
No embalo te desbravar,
Divagar, devanear, exultar...
Qual submarino em tuas águas mergulhar,
Até não mais aguentar
E em ti desaguar..."
(Juares de Marcos Jardim)

Inserida por Superjujar

⁠Sacy Pererê saiu pra zoar, pra dar uns rolês. Moleque atrevido, consegue embaçar para-brisa em noite de lua cheia, travar câmbio de Kombi, contratar Uber e 99 e pagar com "cantadas", escapar da fiscalização nas blitz Teste do Bafômetro, e até frequentar Bares e Restaurantes Temáticos, saindo ileso sem apresentar a Comanda: tudo numa boa. Mas certo dia, no meio da noite, se deparou com um personagem mítico, mitológico: Zé Pelintra. Putz. Em plena madrugada, lua cheia esplendorosa, grilos mil ecoando, o silêncio era tal que dava pra ouvir o rastejar das serpentes, o passo lento das tartarugas, o lamento dos sapos na lagoa, a água fluindo no córrego. Sacy Pererê estancou, pela primeira vez sentiu um calafrio, o arrepio de nuca, estremeceu. (...)
Publicarei o segundo capítulo amanhã...

(Juares de Marcos Jardim - Santo André - São Paulo-SP)
(© J. M. Jardim - Direitos reservados - Lei Federal 9610/98)

Inserida por Superjujar

ALMAS GÊMEAS
Interessante. A gente nunca se viu, mas desde sempre nos amamos. Nossos caminhos nunca se cruzaram (nesta jornada terrena), mas quando nos conhecemos em algum momento (escola, trabalho, eventos) ou no Facebook foi como se fôssemos amigos de infância, namorados na juventude, quem sabe amantes na fase adulta, em outras épocas (outras vidas).
Você pode até não ter se dado conta, mas sempre que nos Curtimos, Comentamos, teclamos, estamos sintonizados na mesma frequência. Todos os dias, ao trocarmos as Saudações Matinais ou noturnas, sorrimos felizes ao retribuir. Certa vez alguém me enviou pelo Messenger, esta frase: "Quando você sorri ao relembrar de alguém, é porque valeu a pena tê-lo conhecido." O amor é transcendental, é infinito, é incondicional. Façam um teste: Respirando profundamente seguidas vezes, repitam mentalmente várias vezes "Eu amo e sou amado. Eu respeito e sou respeitado. Eu ajudo e sou ajudado." Em poucos segundos uma agradável sensação de bem estar invadirá teu corpo, teu coração baterá mais forte, tua alma vibrará. Eu acredito.
⁠(© J. M. Jardim - Direitos reservados - Lei Federal 9610/98)
Juares de Marcos Jardim - Santo André - São Paulo-SP

Inserida por Superjujar

⁠Ela é fogo, é paixão, sorrindo, enfeitiçando e incendiando corações, despertando intensas emoções, brindando ao amor, à felicidade, ela paira soberana sobre a cidade, buscando a plena felicidade, sem pretenções, sem veleidade, ela é beleza pura de verdade. Seu nome é...

(Juares Sasso Jardim - o Sacy Pererê do Grande ABC - Santo André - São Paulo)

Inserida por Superjujar

SAUDADES... MUITAS SAUDADES...
Certa vez meu pai falou: “Meu filho, não diga nem faça nada que um dia possam usar contra você. Respeite o próximo, as leis, as regras de convívio social. Cuide da sua vida e de seus familiares e amigos próximos. Tua saúde é o bem mais precioso: Assim poderá sobreviver e ajudar aos mais necessitados. E lembre-se sempre: 1) Quem bate em pequeno é covarde, quem apanha de grande é bobo. 2) “Lute para ter o que é seu de direito, jamais cobice ou tome nada dos outros.” Não assim, literalmente, eu acrescentei outros conselhos dele. Procurei pautar minha vida seguindo os conselhos do meu pai. Depois do décimo tombo sério e ralada geral, deixei de brincar / competir com o Carrinho de rolimãs. Depois de quebrar os óculos de um coleguinha, nunca mais usei o estilingue e a sacolinha com mamonas. Depois de ser atropelado por um caminhão aos 10 anos, nunca mais atravessei as ruas desafiando o trânsito. Fascinado por armas de fogo, após os primeiros tiros decidi manter distância dos gatilhos. E assim fui levando. Sempre preferindo prevenir, para depois não ter que remediar. Mas acidentes acontecem, independente dos seus cuidados. Nem todos os acidentes são provocados por humanos. Os fenômenos naturais provocam cataclismas, tragédias universais. Quem pode evitar os efeitos devastadores das erupções vulcânicas, dos terremotos e tsunamis? Quem poderia prever a mortandade diante da Gripe Espanhola? Agora me recordo dos versos da canção “Quem inventou o amor”, de Dorival Caymmi (Quem inventou o amor / Não fui eu / Não fui eu, não fui eu / Não fui eu, nem ninguém / O amor acontece na vida...). Pois então, quem criou esse terrível Coronavírus / Covidi-19 não fui eu, não sei quem foi, mas essa pandemia está me impedindo de seguir a rotina: Pagar taxas e impostos, comprar alimentos, pagar as contas mensais, abastecer o carro, curtir o samba raiz com amigas e amigos toda semana, paparicar os netos, procurar não dar trabalho para os filhos. Confinado voluntariamente desde o dia 14 deste mês, antecipei as medidas indispensáveis à preservação de todas as pessoas com as quais convivo, muitas das quais nem mesmo sei o nome. Recomendei ao síndico do meu prédio a imediata adoção de medidas, como disponibilização de álcool gel nos acessos (portaria, elevadores), a restrição para entrada de terceiros no prédio, as orientações básicas aos funcionários, a interrupção de quaisquer atividades nas áreas comuns. Repassei minhas preocupações aos familiares e amigos. Continuo seguindo à risca as recomendações das autoridades da área da saúde. Mas a saudade de tudo o que deixei de fazer é o que mais me martiriza, ao lado do pesar pelos adoecidos e pessoas menos afortunadas. Sinto muita saudade dos bailes, dos espetáculos teatrais e musicais que deixei de frequentar, dos cinemas que nunca mais entrei, das peladas domingueiras, das caminhadas diárias nos parques da cidade e até mesmo das missas.
Pois é. Não adianta “chorar o leite derramado”. Agora só nos resta orar e ter esperanças de dias melhores. Nesse meio tempo, é bom ir anotando na agenda tudo aquilo que nós gostaríamos de fazer. Até lá.
(Juares de Marcos Jardim - Santo André / São Paulo - SP)
(© J. M. Jardim - Direitos reservados - Lei Federal 9610/98)

Inserida por Superjujar

Sob a poeira do tempo, jaz imóvel tudo que outrora reluzia, imponente. Lembranças esparsas ao vento, epopeias submersas na lama do esquecimento. Quantas batalhas, derrotas e vitórias, espargidas ao vento. Agora, sozinho no obrigatório isolamento social e familiar, meu lamento é por tudo que deixei de fazer. Imperdoável adiamento. A locomotiva ficará imóvel, os vagões permanecerão estacionados, mas os trilhos continuarão por muitas décadas.
(Juares de Marcos Jardim - Santo André / São Paulo - SP)
(© J. M. Jardim - Direitos reservados - Lei Federal 9610/98)

Inserida por Superjujar

MOMENTOS IDEAIS PARA ORAÇÕES, MEDITAÇÃO: Às 06:00hs e às 18:00hs.
Poucos aplaudem o grande espetáculo, a dádiva da vida. A "civilização" nos treinou para sobreviver, recuar, avançar, guerrear, trabalhar em equipe, vencer a qualquer custo, defender espaços, transpor diariamente obstáculos, para podermos prover nossas famílias e auxiliar os amigos queridos. Paradoxalmente, essa entrega total compromete a própria existência. O que fazer? Como "equilibrar" trabalho, família, escola, saúde, religião, convívio social, esportes, entretenimento?
(Juares de Marcos Jardim - Santo André / São Paulo - SP)
(© J. M. Jardim - Direitos reservados - Lei Federal 9610/98)

Inserida por Superjujar

Outono - Noite fria - Madrugada sombria
Brilha a Lua de Outono, noite quase fria, madrugada sombria, assombros da planetária pandemia, que nos atingiu ao romper do dia, quando o povo ainda amanhecia. Implacável, cruel, tornou-se fiel companhia àqueles que com alguma doença incurável convivia, ao infortunado que com baixa imunidade sobrevivia, na esperança que de alguma forma a cura viria. Insone, eu prometia que resistiria, que escreveria e aos quatro ventos postaria, que amplamente compartilharia meus temores, presa fácil da sutil armadilha, da oceânica quinquilharia, da orbital pancadaria. Uma morte inglória assim, é tudo o que eu não pretenderia... Jamais sonhei que assim quedaria, inerte, sem a esperança de um novo e abençoado dia.
(Juares Sasso Jardim / Sacy Pererê do Grande ABC - Santo André / São Paulo - SP)
(© J. M. Jardim - Direitos reservados - Lei Federal 9610/98)

Inserida por Superjujar

⁠O sambista e o Covid 19
O sambista diletante, já aposentado, depois de contribuir ao INSS por uns 47 anos, começou a frequentar as Rodas de Samba nos Bares temáticos da sua cidade natal. O que era uma aspiração juvenil se transformou em paixão passageira e depois se tornou amor eterno. Resultou no casamento perfeito (tipo a fome e a vontade de comer). Bem assim. Desde a infância (anos 50), o dito “Sambista Diletante” tinha aprendido através das “ondas sonoras” das emissoras de rádio AM, a apreciar o Sertanejo Raiz, o Samba e o Choro, com destaque para os compositores e intérpretes dos anos 20 a 50. Nas Rodas de Samba reencontrou muitos “amigos de infância e juventude”, além de colegas de estudo e trabalho. A cada reencontro era uma festa. E também granjeou novas amizades. Os canais de comunicações Facebook, Whats e E-mail se tornaram a ligação quase que diária com alguns, uma vez por semana com outros, mas o importante mesmo era aquela agradável sensação do reencontro e da troca de energias. A música é linguagem universal, enleva, alegra, aproxima as pessoas. Até que a pandemia 2020 surgiu e foi necessário confinar as pessoas, isolar socialmente os mais vulneráveis (grupo de risco), a obrigar a população a usar máscaras faciais protetivas e seguir rígidos protocolos de segurança. Desde o início de março o Sambista Diletante se recolheu, juntamente com centenas de músicos e amantes da MPB, entrando no esquema de hibernação. E somente pelas redes sociais se comunicam com familiares e amigos. Alguns mais afoitos (e imprudentes) continuaram a frequentar os botecos preferidos, a se reunir com os amigos nas Rodas de Sambas, à revelia das orientações dos médicos e gestores públicos. Muitos contraíram o Covid 19 e alguns já partiram antes do combinado. Até quando assim será?
Juares de Marcos Jardim - Santo André / São Paulo – SP.
(© J. M. Jardim - Direitos reservados - Lei Federal 9610/98)

Inserida por Superjujar

⁠<Sambista Considerado>
O sambista considerado entrou no pedaço já lotado
Na cadência do surdo, lentamente caminhando
Sorridente, cheio de marra, a todos saudando
Sacou logo aquela morena faceira, garbosa, se exibindo.

Sem vacilar, encarou e foi desafiar, vem comigo sambar
Linda, atrevida, a Morena sorriu, logo aceitou,
No sapatinho, cheia de graça, foi se aproximando
O casal, enlaçado, no ritmo adequado, foi causando.

Roda formada, aplausos, incentivos e eles rodando
Alegres, felizes, seguros, o samba solto rolando
Na pista o casal se superando, igual Mestre Sala e Porta Bandeiras
Empolgados, todos caem no samba sincopado, bem balanceado.

Alegria geral na comunidade da Vila Sacadura Cabral...

(© J. M. Jardim - Direitos reservados - Lei Federal 9610/98)
Juares de Marcos Jardim – Santo André / São Paulo - SP

Inserida por Superjujar

⁠E ela partiu mesmo!
Foi assim tão de repente,
quando me dei conta já estava ausente.
Quedei mudo, carente, sem ação.
Inerte fiquei na Estação de Trem
vendo ao longe os vagões
sumirem no horizonte.
Um pássaro ao meu lado pousou
No meu ouvido sussurrou
"Bem te vi, bem te avisei,
você aprontou,
agora, nem eu nem ti".
Cabisbaixo, concordei,
naquele dia eu vacilei
Pela luxúria me entreguei
em alcovas com outras me deitei
aos prazeres me deleitei.
Confesso que gostei,
me esbaldei, esbanjei.
E agora?
Um Beija-flor veio e cochichou:
"Agora, aguenta coração!"

(Juares de Marcos Jardim - Santo André / São Paulo - SP)
Direitos Reservados

Inserida por Superjujar

⁠No meu caminho encontrei um jardim, com coloridas e poéticas flores, ali pairei qual beija-flor, me emocionei ao relembrar meu primeiro grande amor. E assim, a cada novo jardim, outras lembranças afloram, outros amores inesquecíveis. Minha vida tem sido assim, muitos jardins...

(Juares de Marcos Jardim - Santo André / São Paulo SP)

Inserida por Superjujar