Textos de Incertezas
Diálogo a vida
Ah a vida... me fascina, me domina, me faz ver além da retina.
A vida chega-nos assim, sem avisar.
Estamos sempre a caminho do desconhecido.
Primeiro passamos longos meses num mundo provedor, aconchegante e protetor. Esse mundo intrauterino nos acolhe nos alimenta e nos transforma.
Porém, chega um momento em que não nos cabe nele permanecer. Na medida em que nos transformamos ele também se transforma e em terríveis contrações nos repeli.
Nascemos...
Em meio a dores, angústias, medo do desconhecido, um novo mundo se abre para nós e aquilo que parecia ser o fim é o início de um novo ciclo. A vida.
Pode ser que seja doloroso o viver, mas não deixará de ser fonte de inspiração. Estamos em constante processo de transformação e todas as metamorfoses vividas sejam elas positivas ou não, nos inspira a sermos mais fortes, mais leves, mais e/ou menos críticos e como somos com nos mesmos.
A vida é uma incógnita e estamos sempre buscando achar o “X” da questão.
E possivelmente a resolução está exatamente em não acharmos respostas. O resultado sempre nos encontra e na maioria das vezes nos surpreende.
Será esse o segredo. Não fazer planos?
Deixar a vida seguir o seu curso contornando os obstáculos.
Estamos sempre querendo interferir. E é natural somos humanos.
Talvez o problema nem seja tentar descobrir e interferir nos resultados, mas no quanto as descobertas e interferências nos afeta positiva e negativamente.
Parece mais simples quando trocamos as interrogações pelas reticências.
Reticência é vida que segue...
Interrogação é acumulo de bagagem, ansiedade.
Se a sua mochila anda cheia de interrogações. O que acha de tira-la dos ombros e carregar apenas os bons sentimentos, pois é alimento e garantia de forças para mover os passos.
Talvez nos tornássemos leves sem os pesos desnecessários que insistimos em carregar.
A vida não para e o nosso processo continua no Aqui e Agora.
Lutamos para ser no mundo e para vencer o mundo a caminho da plenitude da vida, mas a única certeza que temos é que em temíveis transformações e terríveis contradições o mundo nos vence e nos expulsa.
Morremos...
Mas, será esse o nosso fim?
O que importam as interrogações.
Talvez Aristóteles tivesse razão e o princípio da sabedoria seja a dúvida.
Viviane Andrade
No teatro da vida
cansei de ser ator;
Por que me deram esse papel ?
Não poderia ser eu, um figurante,
pegar meu cachê e ir embora... ?
Por que toda vez
tem que ser assim ?
Já estou ficando
cansado dessa cena...
O que era para ser mágico
aos poucos se revela
sendo ilusão (será?).
Aaahhh essa vida de incertezas,
que faz confundir o real com imaginário
não me deixando viver em paz...
Queria eu poder deixar de atuar
mas como, se estou cercado de atores ?
Paradoxo
Silêncio que fala
Barulho que cala
Encontro tardio
Caminho que se separa
Quero ficar
Quero seguir
Quero entender
Quero fugir
Quero dormir...
Quero lembrar
Quero esquecer
Preciso aceitar
Preciso entender
Preciso acordar...
Mentira, verdade
Chegada, partida
Amor, ilusão
Fantasia, paixão
Ficar é sofrer
Ir é sentir dor
Aceitar é fugir de mim
O que fazer então
se só sei viver assim?
PALAVRAS PESADAS
Quando percebo, que existem pessoas amarguradas, clamando pelos cantos da alma, tentando achar os porquês de suas aflições, não sabem que as respostas estão nas palavras que saem de seus corações, usando suas bocas como canais, para transmitir isto ao mundo. Palavras estas, que casão uma alma ingênua, para afligir com a mesma intensidade, a podridão de sua origem. Palavras tristes, que não sabemos seus fundamentos, ou as quem criou. Carregadas de ódio, sufoco, choro, pranto e dor. Alma ingênua, pensando que alguns mililitros de lagrimas pudessem limpar estes pátios cobertos de uma espécie de sentimento, nem mesmo o Químico Antoine Lavoisier, poderia discernir seus componentes de clamor.
Amores
Não sou de amores vulgares
E nem de amores sérios.
Não sou das certezas no amor
E muito menos desprezo as incertezas.
Não sou de não olhar pra amar
E também fecho os olhos,
Quando o amor me queira entrar.
Não corro risco no amor,
Tão pouco quero segurança;
Uso-me apenas do verbo amar.
Sou de amores sérios
Quando dos vulgares amores,
Sentimentos sabem tão bem decifrar.
Desarrimo de minh'alma
Olá desarrimo de minh'alma
Veio passear sob minha existência?
Derreado estou, me acalma
Jamais vi tamanha insolência.
Falta-lhe singeleza
Estou doando gentileza
Tu estás penosa, realeza
Tão soberano é teu coração.
Já não cabe em ti a incerteza
Afirmo sim, com certeza
Hoje é maior minha esperteza
Deixe de ver na contramão.
Olá, fastio dia normal
Estás carregado de benevolência?
Doe teu amor de natal
Faça jus a minha crença.
Veja quão prostrado estou
Já nem sei pra onde vou
Já nem sei quem sou
Dentro dessa barafunda.
Quero que isso se organize
Espero que ninguém deslize
Por favor, bendize
Livrai-nos desta barra funda.
Golpe
Rasgou o amor ao meio e com o coração cheio de gelo
apunhalou com força a presa.
Ela não esperava o golpe e triste, traída, ferida
se perguntava ainda:
Por que? Por que? Por que?
Por que o golpe certeiro, ligeiro,
se ela apenas confiou, amou, esperou
e teve paciência a cada dia?
O que ela não imaginava
é que era apenas cruel utopia.
Ela achava que o amor não se dobrava a obstáculos,
que tudo vencia.
Ela achava demais, mas nada sabia.
Os atos provaram, os atos falhos falaram,
a calaram.
Por que a quebra da confiança,
porque a volta em todas as juras,
Por que as súbitas dúvidas?
Por que de repente tanta incerteza,
em contraste com sua pureza
d'alma?
Foge dela a calma,
foge a alegria, foge a paz.
Fogem todos os planos pisados.
Sonhos maltratados, aniquilados
daquela que já não se reconhece mais.
Dividida sigo então,
entre o espanto e a aceitação,
espaços vazios e sonhos tardios,
entre a confiança no futuro e a fragilidade que a distância provoca.
Meu pensamento tua imagem invoca e dividida me pergunto:
onde será nesse mundo
que vou poder te encontrar? Quando?
Quando será pra mim permitido te amar?
Será que vou precisar trancar as cartas, rasgar as roupas, as fotografias, as mais valias, os enganos?
E os tantos e santos planos? Ficarão esquecidos em alguma gaveta da mente?
Ou seguirão em frente, prontos pra realização?
Afinal nos diremos sim ou não?
Dividida me sinto entre o desejo forte e a busca de um norte seguro,
entre as mesmas incertezas que teus silêncios me causam
e que minhas vontades pausam.
Dividida me torturo.
A filha agora diz não,
a família apela cautela e eu me pergunto:
E então?
O sentimento continua forte e latente,
por mais evidente que se forme um novo padrão de comportamento teu
com o qual não consigo bem me encaixar, porque eu nunca soube lidar com espaços vazios.
Sinto falta de clareza, sinto falta dos detalhes, da sutileza e da exatidão das ações antes executadas, sinto falta das palavras, tuas, que antes pra mim não faltavam, bastavam, me completavam.
Antes minha entrada era no mesmo instante notada, agora passa despercebida e vou em busca da saída
pra essa minha divisão. Multiplico os acertos, diminuo as tristezas, somo as certezas, mas nesse cálculo falta ainda a resposta certa da questão.
Não sei por quanto tempo vou aguentar, não espere de mim mais do que posso dar, peço que não me dê nenhum motivo pra desconfiar.
Cuide de mim, cuide do que já é seu com atenção redobrada.
Se parar pra pensar vai ver que sou constante, que me mantive fiel em tudo o que te disse desde o primeiro instante.
Sou fiel no amor que sinto, sou fiel no que consinto, sou fiel na entrega e na longa espera.
Que nosso amor seja vício, nunca desperdício e jamais uma quimera!
Que vire romance, filme, que se mantenha firme,
que dele ninguém duvide nem se canse de admirar.
Que seja a mais perfeita revelação do que é amar.
Dividida eu sigo então,
com algum porém ou senão
mas lotada de desejo, calando o medo
com um sorriso no rosto,
amor exposto e entregue a paixão.
Dividida eu digo sim. Afinal, por que não?
O horizonte visto hoje será apenas a miragem do amanhã?!
Devagar o velho caminha, procurando um destino,
lentamente ele se perde, num encontro de ruínas.
Que estrada infinita, ele não vê a direção.
Apenas sente-se distrair aos olhares que se vão.
Desconhecidos esses trilhos, que o empurraram a andejar.
O nobre, escassamente segue.
Sem enxergar além, apenas permanece.
- Que direito então o homem tem?
- Incontestável!
O horizonte visto hoje é a miragem do amanhã...
Ele continua a vagar.
Sempre, sempre...
Até a esperada morte, finalmente,
então o levar.
Canção a dois.
Talvez o tempo, neste instante, não nos permita alterar nossos destinos,
talvez a lua não concretizou os ciclos do nosso amor,
ou, ainda, talvez nossos corações não estejam pulsando à mesma frequência.
É difícil entender que, embora haja um sentimento que exclama por liberdade, a vida, neste momento, não o deixa escapar.
Aprisionou-o e simplesmente virou as costas, sem data para retornar.
E assim optamos por fazer, a amizade, que nem os nove círculos abalará, manterá acesa a chama que nos aquece afim de sustentar-nos durante a longa e fria
jornada que trilha a vida,
e quando esta, finalmente nos encontrar, talvez o tempo, enfim, nos conceda a decisão,
talvez a lua finalize seu estado de metamorfose e, por último,
nossos corações possam pulsar de modo a unificarem-se pelo resto do compasso que rege esta canção.
Hoje é apenas mais um dia que eu penso em você.
Hoje não senti fome, frio, cheiro e nem sabor
É como se meus sentidos não existissem
Apenas resignaram-se com as amarguras de anteontem.
Mais do que nunca estou sem chão.
Um, dois, três, quatro ou cinco anos não farão diferença,
dia esses que virão, assim como aqueles que passaram,
que se foram e que obedecem uma frequência inexata.
Eu, embora seja fraco,
penso em continuar resistindo, pois de nada adiantaria se não estivesse pensando em
você.
Riso feito de promessas vagas
De chantagens claras
De dilemas mil
Com olhar de uma frieza plácida
Lança quimeras pálidas
Um fabuloso ardil
Um quase não praticamente sim
Incertezas sem fim
Parecem me tragar
E os seus lábios nesse ínterim
Com um sussurro enfim
Tentam me enfeitiçar
Com doces engôdos
E certezas que nada têm a assegurar
Tomo o risco, me exponho
Porque esse momento vale o que virá.
No seu rosto angelical
De intransponência abismal
Encontro queda e redenção
Nele encaro meu bem, meu mal.
Certeza Incerta
Se você quiser te dou o sol
se você quiser te dou a lua
pra você sempre lembrar que a minha alma é tua
nem o brilho do sol é tão especial
Nem a beleza da lua consegue competir
você é mais perfeita e nem se esforça pra isso
perfeito é o beijo seu, que me deixa com um sorriso
sorriso no rosto, meio sem reagir
impossível resistir a essa tua beleza
nem tento lutar, pois é impossível resistir
por mais que eu tente, nunca vou me permitir
permitir te esquecer, prefiro essa incerteza
Nada é incerto de um certo ponto de reflexão
basta tentar sempre em frente seguir,
sem nenhum medo no coração
medo é para os fracos ou não
quem é forte não sente medo,
vive sempre com muita emoção
Carrego meus pesadelos todos sobre mim.
Muitas vezes me perco em minhas vontades, fico preso a meus pensamentos procurando um fim.
Num andar incerto espero um indício.
Como decifrar cada peça das palavras de um suicídio?
Dou um passo e outro me deparo com o abismo.
Em um caminho que insisto.
Sem levar a culpa ao ceticismo.
Odeio e também amo,
sou um simples ser, intitulado humano.
Às noites entrego tudo aquilo que não me pertence...
Adverso a si, entrelaço-me ao vácuo entre os suspiros...
Tento, enfim, destruir o que me destrói...
Quando, como, onde? Terás fim com meu último suspiro?
Ou carregar-me-ei pelos escuros labirintos de incertezas?
Ocultarei, assim, minha própria existência?
Enfatizarei, assim, somente a dor?
Das chuvas irei carregar-me...
Tempestades e dilúvios a me rodear...
Sempre desejando afogar-me
Naquilo que parte de mim nunca fará...
De novo me vejo só, Opção? Vontade? Negativismo? Achismo? Realidade? Destino?
Logo me deu uma vontade de ouvir música, na hora, YOUTUBE, diversidade, verdades e mentiras, ouvi-las, aceitá-las, segui-las ou continuo ha procura, do que mesmo? De mim mesmo, mas se eu mesmo me procuro, retifico, a procura de EU mesmo. Chego a pensar que o Cão, deixou de ser o melhor amigo do homem, retifico novamente, não existem mais melhores amigos, JURO, pelo que não sei, mas JURO que isso era importante, porque digo que era se ainda acredito nisto? Tamanho desencontro, tamanha incerteza, Querer ou ser?
Afinal,
(H)A que viemos? ~
Eu gostaria de não ser assim.
De não ser tão insegura,
De não ter pelo menos um pouco de certeza sobre algo.
Eu gostaria de ser diferente,
De ser normal
De ser leve como a neve.
Eu gostaria que tudo isso sumisse,
Fosse embora e nunca mais voltasse...
Ou melhor, nunca tivesse existido.
Tudo poderia ser tão fácil.
Minha mente literalmente me tortura.
Eu gostaria de ser saudável.
Fisicamente, ainda sou. Mentalmente, nenhum pouco.
Não tenho algo para me dar razão.
Não tenho cabeça, não tenho corpo.
Eu gostaria de nascer novamente e começar tudo de novo.
Não tenho vida, não tenho nada.
Apenas tenho essa ansiedade que de pouco em pouco me mata.
...E no fim nada foi real, não passou de um sonho qualquer, ou melhor, pesadelo, enfim, acordei, mas nem sei quem sou, onde estou e quem são vocês.
Deveria estar feliz, mas preferia voltar onde estava, ao menos em meus pesadelos eu os conhecia, conhecia a mim mesmo.
Nem ao menos me lembro como era andar, foram anos aqui deitado, anos em inércia, maldito seja aquele que não optou por encerrar isso, maldito seja...
Homenzinho deambula sem diretrizes tampouco bussola,
permanentemente com prumo e branda procura,
aquilo que almeja mas nem o que sabe como almejar,
também com anseio, o fito a ele pertence procurar.
Um nômade em rumo e sem trilho não é nômade,
e até camundongo deixa de ser se o queijo a ele desinteressar,
por que homenzinho é despejado em incultura se próprio ele edifica sua estremadura?
Sua vida é um infinito jogo hipóteses,
se homenzinho erra porque se arrisca,
nunca saberá quando acertar,
se arriscar faz parte da vida,
o homenzinho nunca virará "homem" se nunca tentar.
Não se trata de vencer ou ganhar quando o jogo é por dados,
mas quantos sua palma carrega antes de jogar,
Se homenzinho falha porque se arrisca,
pior ou melhor ficaria ele se não tivesse arriscado?
Estou no meio deste “sei lá”.
O que é o “sei lá”?
Ah, ele se resume a ummundodentrodeummundo...
ainda se fosse omundodentrodomundo, o conceito seria mais fácil de explicar
ou, pelo menos, de entender.
Mas sei lá...
Isto é meio que bom: o não saber.
Não, não... eu me enganei. Isso é ruim!
Ou, talvez, sei lá!
Só sei que, depois que sair desse mundo, vou pra outro ainda sem saber explicar o “sei lá”.
O outro mundo?
Ah, sei lá!