Textos de grandes Pensadores

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A emoção mais bela que podemos experimentar é o sentimento do mistério. É a emoção fundamental que está no berço de toda a verdadeira arte e ciência. Aquele que desconhece essa emoção, aquele que não consegue mais se maravilhar, ficar arrebatado pela admiração, é como se estivesse morto; é uma vela que foi apagada. (...) Sentir que por trás de qualquer coisa que possa ser experimentada há algo que nossa mente não consegue captar, algo cuja beleza e solenidade nos atinge apenas indiretamente: essa é a religiosidade.

Albert Einstein
Como vejo o mundo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2011.

Nota: Trecho adaptado.

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Não consigo conceber um Deus pessoal que tenha influência direta nas ações dos indivíduos ou que julgue as criaturas da sua própria criação. Minha religiosidade consiste numa humilde admiração pelo espírito infinitamente superior que se revela no pouco que conseguimos compreender sobre o mundo passível de ser conhecido. Essa convicção profundamente emocional da presença de um poder superior racional, que se revela nesse universo incompreensível forma a minha idéia de Deus.

O verdadeiro fundador da sociedade civil foi o primeiro que, tendo cercado um terreno, lembrou-se de dizer 'isto é meu' e encontrou pessoas suficientemente simples para acreditá-lo. Quantos crimes, guerras, assassínios, misérias e horrores não pouparia ao gênero humano aquele que, arrancando as estacas ou enchendo o fosso, tivesse gritado a seus semelhantes: 'Defendei-vos de ouvir esse impostor; estareis perdidos se esquecerdes que os frutos são de todos e que a terra não pertence a ninguém'

Quem dirige os homens não deve dirigir as leis, quem dirige as leis não deve, pela mesma razão, dirigir os homens; do contrário, suas leis, ministras de suas paixões, perpetuariam muitas vezes suas injustiças, e ele jamais poderia evitar que intuitos particulares alterassem a idoneidade de sua obra.

E a filosofia, como dizia o mestre Platão, nasce do espanto. Quem perde o espanto pelas coisas, perde a vida em grande parte. Se mantenho o gosto pela vida, apesar de não ser uma pessoa de temperamento alegre, é porque nunca perdi o espanto pela vida. E o espanto é o irmão gêmeo do encantamento.

Eu estava em uma profunda crise existencial. Einstein sabia o quão profundo, encantador e ao mesmo tempo impossível seria escapar do espaço-tempo. Eu era uma menina incomum. Estava bem claro, desde sempre, que eu não seria mais um pontinho no meio do pontilhado humano. Eu tentava, ao menos, ser diferente e não optar pelas mesmas escolhas erradas que outros haviam optado ao longo dos séculos. É magnífico estar viva, estar neste planeta redondo, achatado nos pólos, ter o livre-arbítrio e se incomodar, questionar, sobre o funcionamento das coisas e sobre a barreira moral que as dificultava e as impedia. Fascinante mesmo é ser curiosa em relação às coisas, e não às pessoas. Fascinante mesmo é olhar para cima sem medo de observar os planetas, as constelações, imaginar as galáxias vizinhas, sem o receio de se perguntar se existe vida lá fora. Uma vez eu li, uma frase de algum sábio, que dizia que o primeiro passo em relação às novas descobertas é se livrar, negar a verdade aceita. Se Arthur Eddington não tivesse se questionado sobre a teoria gravitacional, a fantástica e ao mesmo tempo errada “ordem das coisas” de Newton, jamais teria encontrado um jeito de provar a teoria da relatividade e dar sentido ao universo curvo de Einstein.

Porque seu filho (a) não acredita em Deus?!
- Estou lendo Nietzsche e Platão ao mesmo tempo e refletindo como os jovens estão todos os dias mais distantes do divino. Mãe e pai, não existe um ódio por parte de seus filhos e nem tão pouco o não aceitar que Deus existe, eles só não acreditam e isso não é de todo um mal. Vejam o que passam em sua família, seu lar, vejam quantos sofrimentos você mulher, você homem sofrem para dar u o pão de cada dia, vejam quantos de seus parentes são víboras, cobras e principalmente vermes que não fazem nada, mas se pautam na religião, vejam a educação crítica que você deu, note eles estão colocando em prática. Mesmo Nietzsche sendo crítico de Platão, precisa usar a Republica para lembrar-se da Caverna e seu mito. Seus filhos não conseguem entender porque vocês sofrem tanto, são tão ingênuos, aceitam sofrer e porque nestas horas o todo poderoso não se faz presente.
Que tal passarmos a não informar para eles (as) que: Deus quis assim, Deus sabe o que faz, Deus prepara algo melhor para nós. Pegando agora o próprio Heráclito que se baseava no divino para entender, ele colocava que o mundo, é um fluxo permanente em que nada permanece idêntico a si mesmo. Tudo se transforma no seu contrário. E o fogo como princípio eterno, agora começam a entender porque inferno criado pela Igreja Católica e envolvida em fogo. Você acha mesmo que a aulinha que ministrei para seu filho falou só que “É impossível entrar no mesmo rio duas vezes”? Não, expliquei que o fogo que significa mudança, instabilidade se opõe radicalmente ao ar que representa o céu, o repouso em que Deus é fonte confiável do conhecimento e da ordem. Expliquei que existe o tal do livre arbítrio que naturalmente você escondeu e agora sofre com isso, mas não se preocupem, muitos tem um bom caráter e farão o bem por saberem discernir o que deve ser feito. Eles não deixaram de acreditar em Deus, eles só não aceitam o seu, os seus deuses.
E pare de ficar postando Nietzsche no face, Nietzsche é erudito, sendo assim uma boa metáfora para o erudito é compará-lo ao verniz, pois este autonomiza o objeto em relação ao sujeito, algo que torna o conhecimento petrificado, numa prática contínua de deixar o passado, ou o conhecimento de outros povos, sempre válido para o presente. Os mais qualificados usam de maneira ponderada e vem vocês postando como se fosse nuggets de pizza.
Não estou pedindo desculpas, afinal, fiz de propósito.

Inserida por ProfGlaucoMarques

⁠Controle dos Desejos nas perspectivas de Platão e Nietzsche

A questão de como o ser humano deve tratar o desejo é um tema debatido desde a época de Sócrates (400 a.C.) e continua sendo relevante na era da inteligência artificial. Platão e Nietzsche são dois pensadores que abordam o tema de maneira divergente, sendo um assunto pertinente para reflexões contemporâneas.

Em primeira análise, Platão, na obra “A República”, afirma que “Eis a messe de males que recolhe o indivíduo de alma mal governada e que há pouco classificamos como sendo o mais desgraçado dos homens”. Ou seja, quando o desejo ultrapassa os limites e busca governar a alma, o corpo torna-se desordenado, semelhante a uma cidade governada por um tirano.

Em segundo lugar, Friedrich Nietzsche, em “Além do Bem e do Mal”, declara que “Envergonhar-se da própria imoralidade é um degrau da escada no extremo”. Para ele, o ser humano não deveria se envergonhar de praticar uma imoralidade; e os desejos não deveriam ser reprimidos. Nietzsche acreditava que a negação dos desejos era um ponto de fragilidade, propondo que o ser humano deve aceitar seus desejos como uma manifestação natural de sua existência.

Destarte, é necessário destacar que princípios morais universais são válidos independentemente de interesses pessoais ou desejos individuais. Ações baseadas apenas no desejo pessoal inevitavelmente colidem com os valores de outras pessoas. A habilidade de lidar com os desejos pode evitar conflitos éticos e conduzir o homem ao senso de justiça. Para evitar isso um colapso social, é necessária uma lei universal que transcenda os interesses individuais. Esta lei pode ser encontrada no entendimento de que existe um Deus que nos ensina a amar ao próximo como a nós mesmos.

Inserida por R_drigos

Nietzsche dizia que no caos de nós próprios é que se originam estrelas. E eu concordo. Só deixamos sorrir, porque um dia também tivemos que chorar. Sei que muitas vezes estamos diante de situações que fogem às nossas expectativas e precisamos nos reinventar. Mas o caminho sempre existe e nos permite a chance de ver o bonito. Aproveite a sua vista. Aproveite o seu momento. Aproveite a vida. Se deixe olhar.

Hoje o ensino universitário está permeado pelo discurso. Quem discursa bem é o melhor. Parece muito com a Ágora grega, nos tempos dos sofistas ( termo pejorativo atribuído por Platão, mas que por outra interpretação eram os caras do momento). Hoje não mudou, apenas as roupagens mudam. Quem dera se um dia eu chegasse a ser um bom sofista.....

Eu, aliás, quando sobre filosofia digo eu mesmo algumas palavras ou as ouço de outro, afora o proveito que creio tirar, alegro-me ao extremo; quando, porém, se trata de outros assuntos, sobretudo dos vossos, de homens ricos e negociantes, a mim mesmo me irrito e de vós me apiedo, os meus companheiros, que pensais fazer algo quando nada fazeis. Talvez também vós me considereis infeliz, e creio que é verdade o que presumis; eu, todavia, quanto a vós, não presumo, mas bem sei.

(Em "O Banquete")

Ele é delicado. Não é com efeito sobre a terra que ele anda, nem sobre cabeças, que não são lá tão moles, mas no que há de mais brando entre os seres é onde ele anda e reside. Nos costumes, nas almas de deuses e de homens ele fez sua morada, e ainda, não indistintamente em todas as almas, mas da que encontre com um costume rude ele se afasta, e na que o tenha delicado ele habita. Estando assim sempre em contato, nos pés como em tudo, com os que, entre os seres mais brandos, são os mais brandos, necessariamente é ele o que há de mais delicado. É então o mais jovem, o mais delicado, e além dessas qualidades, sua constituição é úmida. Pois não seria ele capaz de se amoldar de todo jeito, nem de por toda alma primeiramente entrar, despercebido, e depois sair, se fosse ele seco. De sua constituição acomodada e úmida é uma grande prova sua bela compleição, o que excepcionalmente todos reconhecem ter o Amor; é que entre deformidade e amor sempre de parte a parte há guerra.

(Em "O Banquete")

Com efeito, todos os homens concebem, não só no corpo como também na alma, e quando chegam a certa idade, é dar à luz que deseja a nossa natureza. Mas ocorrer isso no que é inadequado é impossível. E o feio é inadequado a tudo o que é
divino, enquanto o belo é adequado. Moira então e Ilitia do nascimento é a Beleza. Por isso, quando do belo se aproxima o que está em concepção, acalma-se, e de júbilo transborda, e dá à luz e gera; quando porém é do feio que se aproxima, sombrio e aflito contrai-se, afasta-se, recolhe-se e não gera, mas, retendo o que concebeu, penosamente o carrega. Daí é que ao que está prenhe e já intumescido é grande o alvoroço que lhe vem à vista do belo, que de uma grande dor liberta o que está prenhe.

(Em "O Banquete")

Na verdade, foi este sem dúvida um ponto em que em minhas palavras eu deixei passar, que também os seus discursos são muito semelhantes aos silenos que se entreabrem. A quem quisesse ouvir os discursos de Sócrates pareceriam eles inteiramente ridículos à primeira vez: tais são os nomes e frases de que por fora se revestem eles, como de uma pele de sátiro insolente! Pois ele fala de bestas de carga, de ferreiros, de sapateiros, de correeiros, e sempre parece com as mesmas palavras dizer as mesmas coisas, a ponto de qualquer inexperiente ou imbecil zombar de seus discursos. Quem porém os viu entreabrir-se e em seu interior penetra, primeiramente descobrirá que, no fundo, são os únicos que têm inteligência, e depois, que são o quanto possível divinos, e os que o maior número contêm de imagens de virtude, e o mais possível se orientam, ou melhor, em tudo se orientam para o que convém ter em mira, quando se procura ser um distinto e honrado cidadão.

(Em "O Banquete")

Assim, múltiplo e grande, ou melhor, universal é o poder que em geral tem todo o amor, mas aquele que em torno do que é bom se consuma com sabedoria e justiça, entre nós como entre os deuses, é o que tem o máximo poder e toda felicidade nos prepara, pondo-nos em condições de não só, entre nós, mantermos convívio e amizade, como também com os que são mais poderosos que nós, os deuses!

(Em "O Banquete")

Rússia e América, consideradas metafisicamente, são ambas a mesma coisa: a mesma fúria sem consolo da técnica desenfreada e da organização sem fundamento do homem normal. Quando o mais afastado rincão do globo tiver sido conquistado tecnicamente e explorado economicamente; quando qualquer acontecimento em qualquer lugar e a qualquer tempo se tiver tornado acessível com qualquer rapidez: quando um atentado a um Rei na França e um concerto sinfônico em Tóquio puder ser "vivido'' simultaneamente; quando tempo significar apenas rapidez, instantaneidade e simultaneidade e o tempo, como História, houver desaparecido da existência de todos os povos; quando o pugilista valer, como o grande homem de um povo; quando as cifras em milhões dos comícios de massa forem um triunfo, – então. Justamente então continua ainda a atravessar toda essa assombração, como um fantasma, a pergunta: para que? para onde? e o que agora?

A decadência espiritual da terra já foi tão longe, que os povos se veem ameaçados de perder a última forca de espírito, capaz de os fazerem simplesmente ver e avaliar, como tal, a decadência (entendida em sua relação com o destino do Ser). Essa simples constatação não tem nada a ver com pessimismo cultural nem tampouco, como é óbvio, com um otimismo. Com efeito o obscurecimento do'mundo, a fuga dos deuses, a destruição da terra, a massificação do homem, a suspeita odiosa
contra tudo que é criador e livre, já atingiu, em todo o orbe, dimensões tais, que categorias tão pueris, como pessimismo e otimismo, de há muito se tornaram ridículas.

Martin Heidegger
Introdução à metafísica. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1999.
Inserida por runesh

⁠A maioria das pessoas é mais ou menos escrava de algo, escrava da hereditariedade, do meio ambiente, das opiniões alheias, dos costumes e das ideais daqueles que pensam por ela; analisado em um nível ainda mais profundo, muitos são escravas das emoções, das sensações, do prazer, e até escravas de si mesmo. Os escravos gostam de afirmações depreciativas diante do conhecimento, vezes sem fim com aquele ar de superioridade de deuses do Olimpo (looking down on) afirmam: — "sou livre e só faço o que me apraz e o que bem entendo". Bem, analisando mais profundamente essa questão, não somos livre em quase nada, nossa margem de manobra é bem finita, alguns não conseguem explicar o que faz elas terem certas preferências, ou o que faz elas quererem isto ou aquilo.

Na verdade transformam seus desejos no querer e um certo grau de liberdade está no querer pelo simples querer e não a busca incansável pelo prazer.

Entendem a diferença?

Chrīs Nunes

Não estar ocupado e não existir representam a mesma coisa. Todas as pessoas são boas, exceto as ociosas. Cada um deve dar a si mesmo todo o trabalho que possa para tornar a vida suportável neste mundo. Quanto mais avanço em idade, mais sinto a necessidade do trabalho. Ele se torna pouco a pouco o maior dos prazeres e substitui as ilusões da vida".
/ Voltaire, citado por Will Durant /

Conheci muitas pessoas que não gostam de si mesmas e tentam superar isso, persuadindo primeiro os outros a pensarem bem delas. Feito isso, elas começam a pensar bem de si próprias. Mas essa é uma falsa solução, isso é submissão à autoridade dos outros. Sua tarefa é aceitar a si mesmo, não encontrar formas de obter aceitação.

A exigência de castidade reforça a veemência e interioridade do instinto religioso, ela torna o culto mais caloroso, mais entusiástico, mais apaixonado. O amor é o estado em que os homens vêem as coisas como elas não são. A força da ilusão está no amor em toda sua potência, assim como a força de adoçar, de transfigurar.