Textos de Filosofia

Cerca de 2258 textos de Filosofia

‘αυτοκτονία’

Sucumbir-se de forma gradual dentro do próprio ser é uma forma demasiadamente eficiente de autofagia, ou de eliminação fracionada de tudo aquilo que representa, fagocitar sua persona ( εγώ ), ou o que o meio construiu, moldou e manipulou em favor do tempo colapsado.
Torna-te caos, extermine-se e reconstrua-se.
Ou volte novamente a este plano.
( metempsicose).
Para talvez buscar respostas que gritam no amargor de seu âmago, ou criar maiores questionamentos, sem ao menos saciar-se dos que já os possui.

Inserida por guto_giacoobe

Uma outra temporada

Hoje olhei pra trás e percebi a mentira em que estou imerso.
Como analisar as recordações antigas nos mostra como de fato éramos,
Tenho essa impressão própria fantasiosa e nem sabia que na realidade não é real.
Que choque! Só de perceber que não me orgulho dos meus feitos,
Achava que era engraçado, mas o que sinto hoje é vergonha!

Eu realmente estou deixando um legado? Eu sou uma pessoa que inspira a grandeza?

Eu tenho orgulho das pessoas que me cercam, admiro seus pontos de vista!
Como a pessoa que eu percebi ser hoje é digna dessas amizades?
Já passei por fases de autoconhecimento, esse pensamento novo nem se compara...
É muito maior!

Vou mudar!

Inserida por jonas_flores

Trajetória

Não quero morrer em vão
Não vou deixar passar a vez
Sairei por aí para explorar
Chega dessa insensatez

Meus passos, Meu caminho
nessa estrada estou sozinho
amadurecimento para aprender
aprendizado para amadurecer

Conversando com o vento
levo minha vida
a procura daquela sensação...
O frio na barriga

Encontrando buracos
saltando as barreiras
pagando micos
sorrindo das besteiras

Meu lema é a liberdade
é isso que procuro
alguém que não me queira longe
e que não precise estar sempre junto

Nos momentos solitários
estarei a escrever
para eternizar meus dias
A quem quiser ver

E a cada fogueira e sorriso
vou agradecer a Deus
Obrigado meu pai e amigo
o meu caminho é seu!

Inserida por jonas_flores

O despertar

No anoitecer gélido,
acomodado junto ao supedâneo
contemplo a construção simétrica e harmoniosa,
com colunas e pórticos jônicos,
circunvalado pelo jardim recoberto de hera,
as luzes, reverberadas por candeeiros concatenados,
proporcionam beatitude!

Absorto nas obras helenísticas:
as aspirações, a razão e o irracional,
os questionamentos socráticos,
a busca das verdades pelas suas ideias,
as perguntas frequentemente reveladoras...
O saber, injustamente retribuído com uma taça de cicuta!

“Acalma-te poeta, a intenção não é a de emular nem exortar...
Quais as perguntas que te fizestes ultimamente?
Do que tens medo?
Pergunta-te, sê um crítico, não hesites!
Eis o ardil, conhece-te a ti mesmo, é fundamental...”

Na presença da solitude,
refutando imagens icônicas,
repleto de perguntas.
Repasso o epítome que desafia...
Recolho-me às mais profundas nuances do ser.
As luzes, impetuosas, irrompem...
Uma epifania...
É o despertar da filosofia
O triunfo da Eudaimonia...
Compreensível? Está indo a fundo? Não...
Tudo acaba no silêncio reflexivo deste poema...

Inserida por paulo_J_brachtvogel

Meu amigo Dark

Vivo eu nas trevas !
E isto mim consome
Quero ser Luz
Eu também sinto essa fome

É triste é frio é tenso
Acho que já é tarde
É foda e eu sei
E as vezes mim sinto um covarde

Eu não sinto medo
E quase sempre não sinto nada
Eu sei de tudo isso
E mesmo assim não sei de nada

Eu vejo a luz no fim do túnel
Eu vejo 1001 possibilidades
Eu vejo ela tão próxima
Que quase já não vejo nada

Eu vejo a vida se esvair pelos dedos
E o tempo corromper a carne
Sim ! O tempo ele mim parece mais covarde

Quando eu fui já não mais era
E quando era eu nem fui
Eu não sei se eu venho mais
Mais um dia todo mundo vai

Eu não tenho medo
Também não tenha
Daime a tua mão e partiremos juntos

Lá eu não sei
Mais nada é pior que o mundo
Nada , nada é melhor que o mundo
É isso é o pior

Exatamente !

Eu vivo nas trevas
Aqui é frio triste e tenso
Eu não tenho medo disso
Sou privilegiado porque eu penso

Eu vejo a luz no fim do túnel
E corro contra o tempo
Corro Contra o vento e o que vinher
Não posso perder isso

Eu preciso ver
Nem que eu morra cego
Até que eu morra cedo
Mais não posso morrer de cede

Eu não sou um covarde
Você que entendeu errado
Eu não tenho medo
E sempre estou do lado

E aí está o meu único medo
Que é não estar
Eu passo frio fome
Fico sego e morro seco

Mais se eu chegar do outro lado
E não tiver nada
Nem um sarcasmo tipo
Aqui é Lugar nem um

O simples vazio de não existir
E o pior terror que eu não vivi
E pior que um Diabo que também morreu seco
Ou um paraíso que não tem sexo

É eu não sou um covarde
O tempo é que é
Tudo passa e o tempo leva
Coitado dele que veve com a culpa

Vai morrer sozinho gordo e surdo
Por engolir o mundo
Quando eu for que seja sol
Eu morrerei sorrindo
Porque eu naci chorando

Você que fica festeje
Não mim deixa só
Não mim deixe ir
Mim guarde aí com vc

Não tenha dó
Lembre-se do que é bom
Queime o edredom
Mais guarde o nosso som

Viva os nossos sonhos
Venda os nossos votos
Veja os nossos filhos
Leia aquele livro

Lembrece de mim
Mim guarda no seu peito
Enquanto isso existir
Serei eu eternamente vivo !

Inserida por Arthur_Rios_Tupan

Como Eu Não Devo Escrever -

⁠Têm alguns poetas contemporâneos
(bem mais conhecidos
que eu),
com dezenas de milhares
de seguidores em suas
Redes Sociais,
que tudo que escrevem
e eu leio,
me causa desânimo.
É algo tão superficial
e vazio
e desnecessário
que me desestimula.

E eles continuam a soltar
suas frases (rápidas),
várias e várias todos
os dias,
alimentando e sendo
alimentados por
genteda mesma
espécie.

E não há nada de errado
nisso,
eu também tenhomeus
momentos de "desgraça-poética",
mas eu me ergo,
ainda que rastejando,
ainda que invisível
à massa, à glória,
ao sucesso,
e não me permito compactuar
disso tudo - nessa intensidade,
nesse entusiasmo, nesse profissionalismo.

Alguém então me pergutou:
"E por que continua a
segui-los?"

A resposta é simples:
Para saber como eu não
devo escrever.

Inserida por SilvioFagno

⁠⁠⁠Um Dos Grandes Gestos -

A coisa mais bonita que
existe é se doar por
alguém.

É,
a todo custo,
lutar, cuidar, proteger - estar ao
lado de alguém em qualquer
situação.

Se fala muito em adorar
entidades,
venerar deuses... tudo
isso é muito fácil:
é tudo feito em troca de
uma suposta proteção
divina, superior.

As pessoas, naturalmente,
têm essa necessidade de
algo assim grandioso como
proteção, como refúgio.

Mas dedicar-se a alguém,
com cuidados, afeto,
respeito, amor,
admiração...
é um dos grandes
gestos humano.

Sim,
ainda que seja em troca
do amor da outra
pessoa;
ainda que seja em busca
de algo recíproco,
essa é uma devoção, uma
entrega por algo
do mesmo tamanho - sem superpoderes nem
divindade.
Tão falho, imperfeito e humano
quanto o outro.

E abraçar esse risco
é a coisa mais linda
do mundo.

Inserida por SilvioFagno

Guardar Palavras -

⁠Aqui,
diante do teu rosto sob
a luz suave do sol,
tudo que eu deveria fazer era
guardarpalavras:
pois faltam-me adjetivos
convincentes.

Mas assim como no sol,
assim como no céu e
neste fim de tarde
no teu rosto,
"Deus" sabe, "Deus" sabe
o que fez.

Inserida por SilvioFagno

⁠Ângulo -

⁠Um amor inteiro,
quando não pode mais
ser amor,
vira ódio à direita
num ângulo de
noventa
grus.

Alguns (raros),
adormecem em sonhos
leves à esquerda,
e se transformam em
algo parecido com
amizade.

Mas amor só morre
(quando morre),
como indiferença na
outra extremidade
a cento e oitenta.

O amor bateu forte:
entrou feliz, sorridente,
sonhador pela porta
da frente.

Comeu, dormiu, sonhou
mais, brincou mais,
sorriu melhor.
Mas chorou...

O amor apanhou e,
triste,
acabou expulso pela porta
dos fundos de uma casa
mal-assombrada
chamada: realidade.

Inserida por SilvioFagno

⁠Preciosos como a vida

Existe um entendimento do que seja humildade, algum tipo de pudor diante do mundo, que faz com que as pessoas vivam e se comportem como se fossem menos do que são. Como se soubessem menos do que sabem ou não tivessem os atributos e as habilidades que têm, encolhem-se, escondem-se, ou não percorrem o caminho que as levaria a se tornar o que deveriam ser. Ser o que você é, tornar-se o que deve ser, não ofende, não humilha, não menospreza. Não existe nenhuma razão para que você renuncie aos seus dons. Eles são preciosos como a vida e lhe foram dados para que a sua jornada no mundo seja possível e completa. Observe os animais na natureza: os tigres nunca são menos do que tigres. Eles existem e cumprem a sua jornada inteiros, com toda a sua exuberância. E o mundo é maravilhoso porque os tigres existem, e porque eles são tigres. O mundo é maravilhoso porque as abelhas existem e porque elas fabricam o mel. O mel é, em si, uma maravilha, e por não omiti-lo ao mundo é que as abelhas são abelhas e completam a sua jornada. Assim, os dons que lhe foram dados, e na proporção em que lhe foram dados, a força, a inteligência, a beleza, são, em si, maravilhas, e por não omiti-los ao mundo é que você se torna inteiro e cumpre a sua jornada.

Inserida por CarlosAlbertoSilva

⁠⁠⁠Uma Eternidade -

⁠De alguma maneira,
tudo é necessário - no seu
tempo, ao seu modo, à sua
medida:
do cientista ao coveiro.

Intelectual nenhum
faria bem o trabalho diário
de um rude
lavrador.

As diaristas
salvam mais famílias
do que âncoras de
telejornais.

Os padeiros estão acordados
todas as madrugadas,
trabalhando e trabalhando
para que o pão chegue
quentinho à mesa
do empresário que,
por sua vez,
nutre dezenas de empregos
e, consequentemente
de famílias,
mas enquanto isso,
dorme.

Se uma pessoa diz amar o
que faz e faz com empenho
e dedicação,
por mais simples
que seja,
há aí algo de muito
valioso,
e há nisso
uma eternidade.

Quando o ser humano entender
que a vida não é esta
competição sangrenta - como
tem sido por séculos, e
intensificada neste último -
(ainda que, de algum
modo, naturalmente haja),
estrangulando o mal
do ego,
não haverá nem muito
nem pouco:
mas o necessário.

Inserida por SilvioFagno

⁠⁠⁠Àqueles Que Me Mataram -

Me sinto completamente
vencido, derrotado.
Talvez isso,
denuncie uma fraqueza:
minha fraqueza.

E,
de fato,
de certo modo,
eu me sinto, realmente
mais fraco que cada um deles.

Mas eu não suportaria fazer
o que fizeram, como
fizeram - COVARDIA.

Muito menos ser
um deles.

Inserida por SilvioFagno

Não Feche a Porta -

⁠Tem sido uma grande aventura
te acompanhar.
Uma aventura cansativa,
cheia de desafios,
dificuldades.

Uma aventura que,
depois que ficamos só
você e eu,
às vezes, bate medo, insegurança.
Afinal, antes,
éramos, certamente mais
fortes.
Havia mais gente - mais abraços, mais colo,
mais sonhos... (é, tá frio,
né?!).

Tudo bem,
não importa muito como
a vida será daqui
pra frente, moleque.
Você só precisa me deixar
estar por perto,
te dar uns conselhos,
fazer um som e,
de vez em quando,
me dar um abraço apertado.

Porque,
apesar das perdas e
decepções,
apesar dos sonhos que
se foram para sempre,
você é o melhor que tenho
e, pra mim é tudo,
e essencialmente o que
mais importa.

(Não,
não feche a porta...
papai não vai
ficar!).

Inserida por SilvioFagno

⁠O Mesmo Caminho -

Depois daquela primeira
vez,
por conta de um copo
d'água (isso sete anos
antes),
não me recordo mais
quantas e quantas vezes
eu peguei o mesmo
caminho com lágrimas nos
olhos e aperto no peito.

Com aquele gosto amargo
do desprezo, da decepção, entalado sufocando, quase insuportável.
Sempre acompanhado de
uma frase:
"é, mais uma vez".
Na esperança que aquela
fosse a última. (Nunca foi).

Ah,
meu pai sentiria vergonha
de mim.

Inserida por SilvioFagno

Hoje eu perguntam o que mais me incomoda
andar com a cara fechada não diz que sou hostil
Nessa vida de erro, tudo ficará suspeito,
difícil de se expressar pela arte, mas é o que amo e não tem outro jeito...

Uma hipocrisia sem meio e não se sabe se tem fim
pode ser até desesperançoso que isso parte do próprio povo
Não sei qual os limite que isso ultrapassa,
caminhe ao lado contrario e nunca junto a massa.⁠

Inserida por Batistauer

A Fórmula do Mal -

⁠Junte política e religião;
Acrescente consideráveis partes de egoísmo, insensibilidade, hipocrisia
e fanatismo;
Misture tudo ao discurso do "bem
moral" e "em nome de Deus",
e crie assim
as pessoas mais crueise perigosas
da históriada humanidade.

Inserida por SilvioFagno

⁠⁠⁠Ande -

Há um segredo em
meu peito, venha: ande.

Aqui
pode estar revelado em meio a sinônimos, desejos, afetos —
no contrário, no oposto,
no lado inverso:
do nome,
da escrita,
da intensão.

Observe mais: ande.
Não pare, continue:
ande.

A quero bem, longe.
A quero bem, triste.
Sem mim não, distante
não.
Então: ande.

Sem ti (aqui) não
há luz
nem cheiro
nem som.
Vamos, depressa: ande.

Conserte este
equívoco;
Conserte meus
dias;
Conserte meu
coração —minha vida:
ande.

Conserte-se desse
aveso,
que eu converto-me
(in)verso,
para ficarmo-nos
a um passo:
ande.

Inserida por SilvioFagno

⁠⁠⁠O Que Mais Dói -

O que mais dói é que a
gente sabe o quanto
é intenso,
cuidadoso, amoroso.
(E como é, talvez um
dia não mais
será).

O que mais dói é que a gente
sabe que, neste momento,
somente a outra pessoa
pode recebê-lo assim,
desta forma,
com toda esta força,
com toda esta vontade
e devoção.
(E como é, talvez um
dia não mais
será).

E é essa forma
(bela, nobre,grandiosa),
de sentire se dar,
transformada num sentimento
qualquer: inútil e desperdiçado,
o que mais machuca, o que
mais maltrata — o que
mais dói.

Inserida por SilvioFagno

⁠⁠⁠⁠⁠⁠Ó Deus do Tempo -

Ó Deus do Tempo,
por que tanta
maldade?

Por que puseste no Poeta
uma alma leve e melancólica
a carregar esse enorme peso da
angústia, do sofrimento?

Por que o fizeste assim:
tão intenso e lírico e
devoto — prisioneiro da inspiração,
dos sentimentos, da imaginação —
ó Senhor do Tempo?

Ora,
por que desnudaste
sua alma — que é seu canto,
seu caminho, seu universo inteiro?
É ela que o tem,
ó Senhor,
e sempre chega primeiro e,
ainda que guarde (acesos
ou em delírios ou em sono
profundo),
todos os mistérios da vida,
vive, quase sempre,
escancarada, entregue,
desprotegida.

Perdoe-me, ó Deus,
por tantos questionamentos,
tantos maldizeres, tantas lamentações,
mas por que fizeste,
insisto,
por que fizeste do Poeta
um desgraçado — mal-amado, ridicularizado, incompreendido?
Em que para alcançar a
poesia — sua vida — precisa,
mais que todos, sangrar,
rasgar... despedaçar-se
em versos.

Ó
meu Senhor,
por que o deixaste eternamente menino?
Sim, menino: ingênuo, tosco,
inseguro, contudo,
menino sonhador e nobre e
grande, mas menino.
Ainda que velho, menino;
ainda que sábio,
menino — ainda que vivido.

Sim,
Senhor do Tempo,
criaste também o céu, a lua,
as estrelas, o vento, a sorte,
o sangue, o fogo, o som,
o silêncio, o ar, as aves,
a água, a flor, o amor, a amizade,
a palavra, o agora, o olhar,
o pensamento...

Ó Deus do Tempo,
assim, intimamente baixinho,
como num segredo sussurrado, confessas-me:

Então,
serias tu (também)
Poeta?

Inserida por SilvioFagno

Diga Não -

⁠De vez em quando
é necessário que você decepcione
também:
diga não, falte, descumpra o combinado — frustre as expectativas egocêntricas de algumas pessoas.

Elas precisam entender
que para dar certo,
é necessário que elas também
queiram e façam por
onde dar.

E se nada mudar:
mude-se.

Inserida por SilvioFagno