Textos de Filosofia
Por que o homem deve evitar ser traidor, ser pomposo e ser arrogante? Porque o traidor é impuro de coração, o pomposo reflete o apego à matéria e o arrogante segue a fraqueza do ego. Dessa forma o traidor vive em desconfiança, o pomposo vive como escravo do dinheiro e o arrogante vive caído. Sendo assim, a permanência desses três fatores permite você manifestar mais do eu menor, a personalidade.
Por que o homem deve procurar ter lealdade, simplicidade, humildade? Porque o leal é puro de coração, o simples reflete o espírito e o humilde segue a mais sublime ética e moral. Dessa forma a lealdade o faz confiável, a simplicidade o faz generoso, e a humildade o faz sensato e refletido. Sendo assim, o desenvolvimento desses três fatores permite você manifestar mais de você, a essência.
Evita as longas discussões, sobretudo com pessoas dispersas, que juntam argumentos sobre argumentos, sem ordem e sem disciplina, misturando juízos apenas de gosto com algumas pseudo-idéias mal-formadas e mal-assimiladas. Evita essas discussões que não são em nada benéficas.
Se não for possível conduzir o colóquio com alguém em boa ordem, segundo boa lógica, cuidadosa e organizada, é preferível que te cales. Sempre sê disciplinado no trabalho mental. Essa é a regra importante, e nunca ceder às vagabundagens do pensamento em conversas diluídas, dispersas, em que se fala de tudo e não se fala de nada.
Ser filósofo é, pegar a falar do ridículo que a princípio todo mundo ri.
E a partir de então com o passar do tempo ele inverte de tal maneira o ridículo que todos começam a entendê-lo. Diante disso o ridículo passa a ser algo tão normal quanto para o filósofo. Em suma, filosofia muitas vezes é desridicularizar o irrefutável.
AUTOCONHECIMENTO E EDUCAÇÃO
Todos aqui já tiveram acessos de tristeza ou desespero de origem desconhecida. Todo mundo já teve isso. Ora, se existe algo na tua própria alma que você não sabe de onde veio, existe, portanto, um conteúdo que é estranho a você. Ou seja, a tua alma é tão conhecida quanto uma cidade onde você acaba de desembarcar pela primeira vez. Você está perdido dentro de si mesmo. A tua alma é o instrumento pelo qual você conhece o mundo, mas se você a desconhece dessa maneira, quantos metros você espera avançar no caminho do conhecimento antes de ter limpado as lentes com as quais você vai olhar para este mundo? Uma certa limpidez de alma, um certo conhecimento do indivíduo por si mesmo, de modo que ele saiba de onde vêm suas emoções, de onde vêm seus desejos e o que o compõe efetivamente por dentro, são condições sine qua non da verdadeira educação. Não existe educação sem o efetivo autoconhecimento. Mas se num curso universitário de filosofia você levantar esse problema, dirão: 'Se você quer autoconhecimento que vá procurar um padre ou um psicanalista, pois nós estamos aqui para estudar filosofia'. Mas que raio de filosofia é essa que não se preocupa em saber se a alma do sujeito está habilitada para ela? Que raio de ensino é esse que não cumpre a condição da maturidade que Aristóteles e Platão colocam como condição básica para o estudo da filosofia? O que eu quero dizer é que ao longo dos tempos a noção de educação foi sendo perdida. Ela é conservada hoje apenas em núcleos muito limitados, em grupos de pessoas que sabem e continuam cultivando o seu verdadeiro sentido. Mas o ensino de massas, público e privado, não está dando às pessoas senão um grosseiro simulacro de educação.
Eu sou eu mesma!
Sou assim como eu quero e vou ao meu compasso.
Sou o meu tempo, minha hora e minhas próprias experiências.
Eu sou a minha natureza, minha realidade e minha verdade.
E isso me parece bem, pois não tenho que me preocupar com o fim de nenhum encanto à meia-noite.
Eu sou o que vejo, o que respiro, o que penso e o que sinto.
Prefiro me aceitar sendo assim;
Do que ter todo o trabalho cansativo de fingir ser quem eu não sou.
Tem um sentido a minha vida? A vida de um homem tem sentido? Posso responder a tais
perguntas se tenho espírito religioso. Mas, “fazer tais perguntas tem sentido?” Respondo: “Aquele que considera sua vida e a dos outros sem qualquer sentido é fundamentalmente infeliz, pois não tem motivo algum para viver”.
Bolhas Sociais.
Como matam gênios diariamente.
As bolhas sociais, como gosto de chamar são organizações, grupos de seres humanos que em um determinado momento descobriram que partilham de algo em comum e quiseram se organizar de alguma forma. Isso é instinto, seres humanos sozinhos morrem.
Partindo como base disso, outros humanos te dão estímulos o tempo todo, estímulos amorosos, valores, moral, sobre ética, pessoas ao seu redor de certa maneira estão te influenciando a todo momento. De fato, caso se cerque de pessoas incoerentes com o seu padrão de visão de mundo, quanto mais você convive e conhece essas pessoas irá ter mais coerência.
"Tudo que existe faz parte da nossa experiência"
Logo, você só está ciente e compreende aquilo que absorve através de leitura, visualização ou qualia.
Mesmo que de forma inconsciente recebemos e analisamos absolutamente tudo que nós é apresentado, especialistas afirmam que nosso cérebro recebe de seus sensores cerca de 11 milhões de bits de informação por segundo. Através disso, o seu consciente toma consciência do que é mais cabível e importante a partir de sua percepção.
Acho importante salientar meu nome é Rafael, tenho 19 anos, nasci no dia de São Geraldo do ano de 2003, (um fato interessante é que também é o "Dia do Chefe", porém não me considero um chefe, a recompensa para aqueles que compartilharem, partilharem ou aprenderem com qualquer pensamento meu, é um simples fato de empatia! você concluiu e percebeu algo completamente diferente de mim). Nunca me enquadrei no sistema de ensino convencional e até onde me lembro a minha própria arrogância fez isso, como hoje acredito que a arrogância discorra de uma forma que não entendo da imaturidade, e que, mesmo que no meu atual momento a humildade não se trate de uma virtude e sim de um exercício. Estudei tudo que estudei até o momento por conta própria, caso algum erro gramatical ou de concordância ocorra é por conta deste fato, então devem me corrigir de qualquer engano ou erro!
Então agora que já estamos contextualizados sobre os possíveis erros de português, devemos seguir!
Não lembro de forma exata como cheguei a essa conclusão, mas o fato é que acontece. Imagine um pintor famoso que por decorrência da pressão exercida em sala de aula por seus costumes de pintura serem "socialmente estranhos", é reprimido até nutrir ódio por essas pessoas ou pela pintura e nunca se torna, nem pintor, nem famoso. Algo que seria lindo, quase como uma música aos olhos para tantos apreciadores de arte pelo mundo, seria para mim somente um pedaço de papel na parede pelo simples fato de eu ser um completo leigo sobre tudo que engloba pinturas.
Então a partir desse pensamento eu questiono, até onde os jovens da sala de aula fazem por maldade (prazer e diversão ao caçoar do diferente) e até quando fazem por instinto (reação quase que automática e já esperada a um estimulo ou fator já conhecido)?
Minha opinião é que não tem como saber, o ser humano não aceita sua insignificância e capacidade mental reduzida e patética, achamos que sabemos de tudo em quanto nos acomodamos cada vez mais e emburrecemos cada vez mais. Quando nós é mostrado algo fora do nosso espectro de visão anterior a frustração gera raiva, a sensação de incompreensão sobre o "porque, onde ou como".
Logo concluo que dai nasce a expressão revoltada "por qual razão, motivo ou circunstância?". Da simples falta de compreensão
E da raiva do "diferente" do meu grupo, eu reprimo, afasto, isolo. Mesmo que as vezes inconscientemente. (Relembro que não é o único comportamento, porém um fato é que ele acontece).
Mesmo que esse comportamento ainda fosse muito pouco, não é de nossa obrigação moral ajudar na evolução?
Quando um comportamento deixa de ser instintivo?
O choro, sucção e grito de bebês para ter alimento são exemplos de instintos. Em qual momento você deixa de gritar e chorar quando não te dão algo?
Quando assume conscientemente que aquela é uma ação socialmente mal vista (um homem barbado chorando por ter recebido uma negativa é socialmente ridículo, conhevamos).
E mesmo que não concorde com o que digo, mas você só não é um assassino por medo da repressão que isso gera, social, legal, familiar. Pense nos animais que os humanos constantemente matam com a premissa de "irracionais". Pelo simples fato de serem diferentes de nós.
Caçamos e matamos Javalis, Leões, Elefantes e nem vou continuar a lista porque a arca de Noé estava lotada!
Nem se quer questionamos se eles tem uma visão de mundo, se existe pensamento, é impossível pra um ser humano imaginar isso por estar extremamente habituado a se sentir ainda o centro do universo.
minha compreensão de Galileu Galilei é que não era somente de física que estava sendo falado, o ser humano se acha realmente o centro do universo. Donos da terra e que tudo se curve a nossa vontade. Quantas vezes abatedouros pararam completamente suas produções de alimentos porque as vacas estavam conversando entre si e contaram que tinham filhos e netos?
Não ligamos porque não entendemos, a falta de compreensão faz ignorar ou nutrir raiva.
Então dito isso, voltemos ao início, até quando deixa de ser instinto?
Quando temos o conhecimento cabível?!
Não me declaro o detentor deste conhecimento, apenas alguém que pensa bastante e tem pensamentos que possam ser verificados e validados por pessoas com mais instrução.
Mas não me entenda mal! não penso que isso seja ruim ou bom, somente um comportamento humano a ser observado, debatido e entendido. Também sou um ser humano e tenho tantas dúvidas quanto vocês, assim como vocês estudo e busco constantemente o que gosto, minhas dúvidas são infinitas e gostaria de compartilha-las com vocês. Assim nasce a esperança de que alguém com mais instrução nessa pauta poderia sanar elas para mim! fé, comportamento unicamente humano.
Por discordar de atitudes assumidas pelo rei, Thomas More foi condenado à morte.
Pela sentença o réu era condenado "a ser suspenso pelo pescoço" e cair em terra ainda vivo. Depois seria esquartejado e decapitado. Em atenção à importância do condenado o rei, "por clemência", reduziu a pena a "simples decapitação". Ao tomar conhecimento disto, Thomas More comentou: "Não permita Deus que o rei tenha semelhantes clemências com os meus amigos." No momento da execução suplicou aos presentes que orassem pelo monarca e disse que "morria como bom servidor do rei, mas servidor de Deus em primeiro lugar".
O prazer, a dor, o querer, o ódio e o amor também são movimentos. Em todos esses movimentos não existe um bem e um mal, pois ambos são relativos se levarmos em conta que o bem é aquilo que buscamos e o mal aquilo do qual fugimos e que as pessoas buscam ou tentam se afastar de maneira e de coisas diferentes.
(sobre a filosofia de Thomas Hobbes, página 2)
A razão não é suficiente a si mesma, ela tem limites, e Pascal reconhece esses limites. Estabelece que a ética, a vida social e a religião é que definem o mundo humano real e esse mundo real em grande parte foge das possibilidades da razão.
Mas mesmo no mundo natural a razão é limitada, pois os segredos da natureza estão encobertos na experiência que constantemente aumenta em quantidade, intensidade e valor. Uma hipótese que busca explicar um acontecimento na natureza pode ser validada, negada ou permanecer duvidosa, e a experiência permanecendo duvidosa demonstra claramente que a razão tem seus limites.
A razão também demonstra ser limitada quando busca definir as noções fundamentais de uma área do conhecimento pois ela não consegue definir os princípios últimos da própria razão.
(sobre a filosofia de Blaise Pascal)
O homem é livre tanto para conhecer o que quiser como para agir da forma que quiser, mas Deus através da sua providência conhece também o futuro das ações humanas. Essas duas ideias parecem contraditórias, mas para Maimônides elas são conciliáveis, como essa conciliação acontece é que nós não sabemos.
(Página 2).
Para Montesquieu a liberdade não é fazermos o que queremos, mas escolher fazer entre todas as coisas que a lei permite que façamos. Nesse sentido, não é a lei que limita a liberdade, ao contrário, é a lei que garante a liberdade de fazermos tudo o que elas nos permite.
(sobre a filosofia de Montesquieu)
São João da Cruz
João da Cruz nasceu em 1542, provavelmente no dia 24 de Junho, em Fontiveros, província da cidade de Ávila, em Espanha. Os seus pais chamavam-se Gonzalo de Yepes e Catalina Alvarez. Gonzalo pertencia a uma família de posses da cidade de Toledo. Por ter-se casado com uma jovem de classe “inferior”, foi deserdado por seus pais e tornou-se tecelão de seda. Em 1548, a família muda-se para Arévalo. Em 1551 transfere-se para Medina del Campo, onde o futuro reformador do Carmelo estuda numa escola destinada a crianças pobres. Por suas aptidões, torna-se empregado do diretor do Hospital de Medina del Campo. Entre 1559 a 1563 estuda Humanidades com os Jesuítas. Ingressou na Ordem do Carmoaos vinte e um anos de idade, em 1563, quando recebe o nome de Frei João de São Matias, em Medina del Campo. Pensa em tornar-se irmão leigo, mas seus superiores não o permitiram. Entre 1564 e 1568 faz sua profissão religiosa e estuda em Salamanca. Tendo concluído com êxito seus estudos teológicos, em 1567 ordena-se sacerdote e celebra sua Primeira Missa. No entanto, ficou muito desiludido pelo relaxamento da vida monástica em que viviam os Conventos Carmelitas. Decepcionado, tenta passar para a Ordem dos Cartuxos, ordem muito austera, na qual poderia viver a severidade de vida religiosa à que se sentia chamado. Em Setembro de 1567 encontra-se com Santa Teresa de Ávila, que lhe fala sobre o projeto de estender a Reforma da Ordem Carmelita também aos padres, surgindo posteriormente os carmelitas descalços. O jovem de apenas vinte e cinco anos de idade aceitou o desafio. Trocou o nome para João da Cruz. No dia 28 de Novembro de 1568, juntamente com Frei Antônio de Jesús Heredia, inicia a Reforma. O desejo de voltar à mística religiosidade do deserto custou ao santo fundador maus tratos físicos e difamações. Em 1577 foi preso por oito meses no cárcere de Toledo. Nessas trevas exteriores acendeu-se-lhe a chama de sua poesia espiritual. "Padecer e depois morrer" era o lema do autor da "Noite escura da alma", da "Subida ao Monte Carmelo", do "Cântico Espiritual" e da "Chama de amor viva"
Xenófanes (570 - 475 a.C.)
Xenófanes escreveu em versos sua oposição às ideias de Tales, Anaximandro e Anaxímenes. Chegaram até nós diversos de seus versos e de suas idéias filosóficas. Delas podemos destacar seu combate ao antropomorfismo (atribuir aos deuses formas e sentimentos humanos) que ele expressa especialmente contra os poemas de Homero e Hesíodo. Ele dizia que se os animais tivessem o dom da pintura eles iriam pintar seus deuses com formas animais. "Homero e Hesíodo atribuíram aos deuses tudo aquilo que para os homens é objeto de vergonha e baixeza: roubar, praticar adultério e enganar-se... os mortais consideram que os deuses nasceram, e que possuem roupas, vozes e corpos como os seus... os Etíopes acreditam que seus deuses possuem narizes achatados e que são negros; e os Trácios que os seus deuses possuem olhos azuis e cabelo vermelho... mas se os bois, cavalos e leões tivessem mãos e soubessem desenhar... os cavalos desenhariam figuras de deuses semelhantes a cavalos, os bois semelhantes a bois." Ele queria com isso mostrar que o verdadeiro deus é único, absoluto e tem pouca semelhança com os homens, com seus pensamentos ou com as diversas representações feitas dele. Esse deus único é diretamente ligado ao cosmos, ele tudo vê, pensa e ouve e com a força do seu pensamento faz tudo vibrar, ele está sempre no mesmo lugar e não se move pois não é próprio de um deus estar hora em um lugar e depois noutro.
Xenófanes era de Colofão mas viajou por diversos lugares das colônias gregas itálicas. Ele recitava seus poemas como um filósofo andarilho, além de criticar o antropomorfismo ele defendia a sabedoria e os prazeres vividos socialmente mas sem excessos. Ele era um pensador independente e acreditava que da terra é que surgiam as coisas. A terra é o princípio das coisas que são feitas de terra e água, inclusive o homem.
Moralmente o filósofo destaca como superiores os valores da inteligência e da sabedoria sobre os valores da força física, que era muito valorizada pelos gregos da época e tinha no atleta o seu representante. Para Xenófanes o que torna melhor os homens e as cidades (polis) em que eles vivem é a força da inteligência e da sabedoria. Tudo vem da terra e para ela volta.
(A filosofia de Xenófanes)
Protágoras de Abdera (480 - 411 a.C.)
A base da filosofia de Protágoras está na máxima "O Homem é a medida de todas as coisas, daquelas que são por aquilo que são e daquelas que não são por aquilo que não são." Para ele medida significava juízo e as coisas são os fatos e as experiências das pessoas. Com essa máxima Protágoras tinha por objetivo negar um critério absoluto para distinguir o ser do não ser. O critério para a diferenciação torna-se o homem, cada homem. Ele explica melhor "Tal como cada coisa se apresenta para mim, assim ela é para mim, tal como ela se apresenta para você, assim ela é para você." O vento que sopra é frio ou quente? A resposta vai depender de cada pessoa, para algumas vai estar frio e para outras vai estar quente, dessa forma ninguém vai estar errado e a verdade vai estar em cada sujeito e no que ele pensa sobre sua experiência.
Se os homens são a medida de todas as coisas, por consequência, nenhuma medida pode ser a medida para todos os homens. As coisas assim vão ser definidas pelas pessoas que as definem, o que vale para determinada situação não vai valer para outras. As coisas vão ser conhecidas particularmente por cada indivíduo.
Protágoras ensinava também técnicas e métodos para tornar um argumento fraco em um argumento forte. Ele ensinava a aptidão de fazer sobressair um ponto de vista sobre um ponto de vista contrário. Os homens tem em si a faculdade de julgar com justiça, a função do sofista é fazer com que eles expressem essa capacidade.
Para ele as coisas são portanto relativas aos indivíduos e aos seus pareceres. Não existe uma verdade absoluta assim como não existem padrões morais absolutos, o que existem são coisas mais oportunas, úteis e convenientes. A pessoa sábia vai ser aquela que consegue distinguir o que é mais vantajoso e decente para cada situação. O sábio vai conseguir também convencer os outros a reconhecer essa qualidade superior e fazer com que eles a ponham em prática.
Protágoras afirmou também que em relação aos deuses ele não poderia afirmar se existem ou se não existem pois muitas coisas o impediam de fazer tais afirmações, ele considerava o assunto obscuro e a vida breve para se achar uma resposta para a questão. Mostrava-se agnóstico nas suas crenças pois o divino vai além da capacidade humana de compreensão dessa experiência sendo o homem limitado em seu saber. Para ele era possível criarmos argumentos tanto a favor como contra a existência dos deuses.
Ele dizia ainda que os sábios e os bons oradores deveriam guiar através de conselhos as outras pessoas.
(de A filosofia de Protágoras de Abdera)
A glória e a fama são para Antístenes ilusões criadas pela sociedade e que destroem a liberdade das pessoas fazendo com que se tornem escravas dessas ilusões. Para ele a pessoa sábia deve viver segundo as regras da virtude e não segundo as regras da sociedade. O homem para libertar-se dessas ilusões deve afastar-se das relações sociais e buscar em si mesmo algo que lhe baste, a virtude.
(Filosofia de Antístenes)
Fílon de Alexandria (10 a.C - 50 d.C)
Fílon estava convencido de que a fé judaica e a filosofia grega coincidiam em diversos pontos, em especial na busca da verdade. Para ele existe um Deus único, incorpóreo e que não tem princípio. Deus criou o Logos, que é a atividade intelectiva de Deus, e ao Logos devemos a criação do mundo. O Logos é o que está entre Deus e os homens, é o intermediário da relação entre os dois. O Logos é o ser mais antigo, o primeiro a ser criado por Deus e é também a sua imagem.
Deus transcende a tudo o que é conhecido pelo homem, ele vai além dos limites da experiência material. O homem tem por fim voltar a se unir a Deus que é perfeito e do qual nós não temos a capacidade de compreensão. Para se unir a Deus o homem tem que se libertar da sua ligação com o corpo.
O homem é constituído por corpo, intelecto e espírito originário de Deus. A inteligência humana pode ser corrompida, e quando é corrompida ela se torna terrena, mas se ela se ligar ao espírito divino ela vai descobrir a verdadeira vida. Segundo Fílon o homem pode levar sua vida de três formas, a primeira é ligada ao corpo como extensão física, essa é a forma mais básica e inferior. A segunda é a dimensão da razão, que é a nossa alma ligada ao intelecto, o homem nessa dimensão utiliza a razão para direcionar sua vida. E a última e superior forma é a ligada ao divino, nessa dimensão a alma e o intelecto tornam-se eternos à medida que estão ligados ao espírito divino.
Petrarca busca um mundo ideal que é diferente da sua realidade concreta. Ele discorda dos filósofos de sua época e procura nos antigos uma perfeição intelectual que ele não encontra no mundo que o rodeia. Sobre a possível oposição entre o humanismo e o cristianismo ele afirma que os filósofos antigos não tinham a fé cristã, mas tinham a virtude e na virtude o pensamento antigo e o cristão se encontram e não estão em contradição.
(sobre a filosofia de Petrarca)
A "DOUTA IGNORÂNCIA"
Para alcançarmos a verdade de alguma coisa, o caminho mais utilizado é relacionarmos algo que temos por verdadeiro com algo que temos incerto de ser verdadeiro. Esse método funciona para as coisas finitas que podem ser de fácil ou difícil entendimento.
Mesmo se alguma coisa finita é de difícil compreensão, é possível conhecê-la, ainda que não no presente, mas no futuro. O mesmo não acontece com algo que for infinito, pois do infinito não temos como fazermos relações, não temos como conhecer sua dimensão.
Não pode haver simetria entre o finito e o infinito. A mente humana é finita e ignora o conhecimento do infinito. Reconhecer essa incapacidade é a Douta Ignorância.
(sobre a filosofia de Nicolau de Cusa)
Segundo Pedro Pomponazzi, os antigos filósofos fizeram bem em colocar o homem entre as coisas eternas e as temporais, pois ele não é nem eterno nem puramente temporal. O homem participa das duas naturezas e está metade numa e metade noutra, assim sendo ele pode viver na natureza que desejar. Alguns homens parecem dominar o seu lado vegetativo e sensitivo e tendem a se tornar quase totalmente racionais. Outros mergulham nos sentidos e parecem animais. Outros ainda assumem o verdadeiro sentido da palavra homem e vivem segundo a virtude, sem entregar-se totalmente ao intelecto nem aos prazeres do corpo.
(da filosofia de Pedro Pomponazzi)