Textos de Filosofia
A filosofia não cria problemas por capricho de gente desocupada. Todos os problemas são formulados a partir de experiências humanas muito concretas e vivas. No entanto, o pensamento filosófico exige a experiência de um tempo diferente do tempo cotidiano. A filosofia exige tranquilidade, coragem e humildade. Exige diálogo interior, liberdade e profundo senso de responsabilidade.
Filosofia e lógica, não fazem parte do mesmo processo. A Filosofia busca através do pensamento racional respostas inalcançáveis, por saber que é o máximo que pode oferecer ao desejo do homem, de deparar-se com um mundo natural que faça sentido... Enquanto a lógica não se satisfaz com nada menos, do que a exatidão inexistente das idéias.
O cristão coloca a contradição em sua filosofia. O determinista a coloca em seus hábitos diários. O cristão afirma, como um mistério declarado, o que o determinista chama nonsense. O determinista tem o mesmo nonsense em seu café da manhã, em seu almoço, em seu chá e em seu jantar, todos os dias de sua vida.
A filosofia fornece á teologia seu instrumento racional. A filosofia, por sua vez, presta serviço á teologia assegurando-lhe o conjunto dos instrumentos racionais que lhe são necessários para se constituir ciência. Como nesta função ela permanece, entretanto, sempre subordinada á ciência do revelado, diz-se-que ela age a título de serva da teologia, ancilla theologiae. Henri-Dominique-Gardeil – Iniciação a Filosofia de S. Tomás de Aquino, Pág. 130.
Quando alguém pergunta para que serve a filosofia, a resposta deve ser agressiva, visto que a pergunta pretende-se irônica e mordaz. A filosofia não serve nem ao Estado, nem à Igreja, que têm outras preocupações. Não serve a nenhum poder estabelecido. A filosofia serve para entristecer. Uma filosofia que não entristece a ninguém e não contraria ninguém, não é uma filosofia. A filosofia serve para prejudicar a tolice, faz da tolice algo de vergonhoso. Não tem outra serventia a não ser a seguinte: denunciar a baixeza do pensamento sob todas as suas formas. Existe alguma disciplina, além da filosofia, que se proponha a criticar todas as mistificações, quaisquer que sejam sua fonte e seu objetivo? Denunciar todas as ficções sem as quais as forças reativas não prevaleceriam. Denunciar, na mistificação, essa mistura de baixeza e tolice que forma tão bem a espantosa cumplicidade das vítimas e dos algozes. Fazer, enfim, do pensamento algo agressivo, ativo, afirmativo. Fazer homens livres, isto é, homens que não confundam os fins da cultura com o proveito do Estado, da moral, da religião. Vencer o negativo e seus altos prestígios. Quem tem interesse em tudo isso a não ser a filosofia? A filosofia como crítica mostra-nos o mais positivo de si mesma: obra de desmistificação. […] tolice e a bizarria, por maiores que sejam, seriam ainda maiores se não subsistisse um pouco de filosofia para impedi-las, em cada época, de ir tão longe quanto desejariam, para proibi-las, mesmo que seja por ouvir dizer, de serem tão tolas e tão baixas quanto cada uma delas desejaria.
Nossos pensamentos ou nossa filosofia ( amor ao conhecimento ) é que nos modifica, ou seja: o Iluminismo, ato de clarear, foi dessa forma que pessoas que não tinham sangue azul ( sem origem nobre ) defenderam o direito de pensar e agir, porque entenderam que assim aconteceria mudanças na sociedade, nos ideais de liberdade e fraternidade e com suas filosofias se tornaram burgueses.
A filosofia nos dá o conhecimento do universo como uma totalidade orgânica, totalidade que se desenvolve a partir do conceito e que, nada perdendo do que faz dela um conjunto, um todo cujas partes estão unidas pela necessidade, a si mesma regressa e no regresso a si mesma forma um mundo de verdade.
A FILOSOFIA que está mais viva do que nunca em nossos dias, se faz presente na universidade apenas com características superficiais. Explico: A História nas universidades, bebeu muito Nietzsche, contudo quem ganhou destaque foi o Michael de Michel de Foucault, esqueceram do Jacques Derrida que muitas vezes é bem mais interessante.
O problema do estudante de filosofia e do estudante de história é que chega um determinado momento que pensamos saber das coisas, e é ai que percebemos que somos meros IDIOTAS, no mundo. E que o mundo é mais velho que nós, e que ainda há muito o que aprender. Sair da IDIOTICE, mesmo para quem tem mestrado, doutorado e até pós doutorado não é uma tarefa fácil.
No mundo nem só imaginar basta, nossa contradição com a filosofia cristã é isso! AMAR AO PRÓXIMO, significa antes de tudo amar se tudo comigo estiver bem, ninguém cede no mundo CÃO; SE DOAR passou a ser um gesto de extrema tocada de trompeta em plena praça pública; CONVIVER não é mais do que uma convivência reacionária, como aquelas dos apóstolos que resolveram seguir a jesus e perguntaram "estamos deixando casa e trabalho, o que tem para nós se te seguirmos" nossa cultura judaico-cristã nos remete a isso, jogo de interesses, onde fazer o bem virou moeda de troca e não estilo de vida, quando eu digo sou cristão eu devo pensar e agir como cristo, raciocinar antes de fazer algo "Se fosse cristo no meu lugar, ele faria isso..." e se sim, seja sim e não, não.
A filosofia é por si só, sua comida e sua fome, seu bi em um ciclo, que se alto cria enquanto se auto constrói, o pensamento filosófico, nada mais é do que pensar criticamente sobre tal assunto, inclusive pensar sobre a utilidade e a prosperidade da filosofia, com isto, podemos facilmente chegar ao ponto que a vida sempre é dividida em duas partes sempre, no caso da morte e da vida, da escuridão e da claridade, do bondoso ao maldoso, o mundo binário, sendo assim, ao fim da vida temos como o padrão, dois caminhos a seguir, o de levar a filosofia até a morte com esperança de uma vida pós morte, ou usar a filosofia por um momento e perceber, que sem um ser divino, vivemos, destinados ao fim.
A filosofia é a forma mais pura do homem manifestar seus pensamentos e sentimentos sem que ele seja julgado como louco, pois os não-filósofos são louco e somente filósofos têm a capacidade de entender isso, pois os não-filósofos não pensam em respostas que não sejam tão óbvias e que terão infinitas respostas. A vida pode ser muito bela para uns, e muito má para outros. O filósofo compara a vida e outros fatores a outras características que nenhuma pessoa cujo filosofia não tenha lido é capaz de compreender. Logo, chegamos as conclusões que a filosofia é o estudo mais complexo existente, pois nunca será possível o seu fim, e que ele é a forma mais libertadora conhecida pelo homem, pois o permite "liberar" todos os seus pensamentos, não importando o quão louco eles possam parecer, porque sempre será possível encaixá-los a outros pensamentos!
No entender do próprio Olavo de Carvalho, ter proferido mais de quatrocentas aulas de filosofia, além de dezenas de cursos avulsos sobre o tema -- incluindo a volumosa 'História Essencial da Filosofia' --, ter publicado a respeito livros que atraíram a atenção dos maiores estudiosos da área, como Mendo Castro Henriques, Ernildo Stein, Miguel Reale, Romano Galeffi, Vladimir Tismaneanu, David Walsh e mais não sei quantos, e, por fim, ter dedicado a temas filosóficos metade dos seus mil e tantos artigos de imprensa, são fatores que, documentadamente, provam que a política do dia NÃO É NEM PODERIA SER JAMAIS o centro vital dos seus esforços.[...]
Como, em princípio, nenhuma filosofia tem uma interpretação perfeita e definitiva, a mais usual e prestigiosa caricatura da filosofia – que as universidades brasileiras acreditam ser a filosofia propriamente dita – é discutir eternamente miudezas de significado nas obras dos filósofos. Na USP chamam essa frescura de 'rigor'.
[...] a filosofia, quando o é de verdade, não reside nos textos, nas 'obras' filosóficas, e sim no filosofema, no conteúdo essencial de uma conexão de pensamentos, intuições e outros atos cognitivos que forma o mundo e o estilo próprios de um determinado filósofo. É isto o que nos permite distinguir entre 'as obras de Aristóteles' e 'a filosofia de Aristóteles'. (Esta distinção é impossível em literatura: em que consiste a poesia de Shakespeare senão nos textos de Shakespeare?) Há filósofos sem obra — a começar do pai de todos nós: Sócrates —; há filósofos cujo pensamento nos chega por obras escritas por testemunhas ou por ajudantes (não conheceríamos o pensamento de Husserl sem a redação de Fink). Mas não há filósofo sem filosofema — e aquele que publique dezenas ou centenas de livros eruditíssimos, com opiniões de estilo filosófico sobre assuntos filosóficos, não se torna por isto um filósofo. A filosofia de um filósofo não está em seus textos, mas num certo modo de ver as coisas, que é transportável para fora deles e participável por quem quer que, saltando sobre os textos, faça seu esse modo de ver, integrando-o no seu próprio.
Se todas as faculdades de filosofia, letras e ciências humanas do Brasil fossem fechadas, isso não traria nenhum dano econômico nem cultural para o país. Só teríamos de encontrar, para alguns milhares de analfabetos funcionais, o número suficiente de empregos braçais para os quais eles estão qualificados.
Ler muitos textos de filosofia não nos ajudará a ter um pensamento mais organizado se não nos habituarmos a testar as nossas ideias discutindo com outras pessoas que se interessam pelos mesmos problemas. A mera erudição sem o hábito de testar argumentativamente as nossas ideias, em particular através da discussão intensa com outros, é o que leva por vezes mesmo alguns filósofos a fazerem afirmações bombásticas mas pouco sensatas.
"Por isso, é necessário aprender a filosofar e não aprender uma ou outra filosofia - a preferida do professor ou dos autores dos programas do ensino secundário. E aprender a filosofar é aprender a discutir os problemas, as teorias e os argumentos apresentados pelos filósofos - e não aprender a repetir as ideias dos filósofos."
A verdadeira felicidade deve se alicerçada em uma filosofia de vida que nos sustente diante de qualquer circunstância, pois ser feliz é saborear cada momento sem perdermos a perspectiva nos aspectos “positivos” da vida, no “lado bom” das experiências, sendo sobretudo esta disposição uma escolha e posicionamento interno personalizado.
O que de mais lindo que existe na filosofia que me fez apaixonar-me loucamente por essa "vadia indecisa" é o seu poder de contratação, de ao aceitar os fenômenos como aparentam ser, ora se nem mesmo sei q existo ou que essa mesa em minha frente é real ou mera projeção da minha mente, como posso acreditar que no campo político não podem haver outras possibilidades de organização social sendo mais justas e igualitárias, ou ainda que o padrão de beleza criado pelas mídias de comunicação de massa não podem expressar aquilo que em si é belo para mim, pois isso cabe somente a minha análise e não de mais ninguém, muito menos de porcos capitalistas dispostos a diminuir sua vontade de viver lhe taxando como um ser fora dos padrões, aff. E quem dirá ainda dá reflexão se sou livre para decidir os meus atos ou determinado por condições superiores, o que é o certo ou errado, e é claro o que eu sou? O que estou sendo? Como posso ser e não-ser ao mesmo tempo. Ah, filosofia, minha donzela vazante e tão pouco admirada, vc me conquistou...