Textos de Esquecimento
Vácuo
Eis que caminho no vácuo do esquecimento,
Em mim próprio, não, passo de um tormento,
que no mundo anda, num perigoso vento.
Que contra mim sopra, no sempre tempo.
Este vento, sou eu, isso sei eu sempre muito.
Eu próprio, sou meu grande inimigo, sim,
Esse é meu primeiro, e grande intuito!
Mas sou eu pois no meu ser, enfim!
Mas oh triste realidade d'alma minha!
Quem me livrará de morte esta que me mina?
Então do norte vem um vento, sobre mim.
Este vento, me dá um abraço tão forte,
que sinto vida em vez da dita e forte morte.
Pois ele de mim me liberta, e me dá vida, sim!
Depois de um tempo a gente pode esquecer.
Ontem alguém me parou na rua, abriu seus braços e com um sorriso no rosto “gritou”:
_ Jane! Quanto tempo! Como vai?
Como queria reencontrar você! Que alegria!
Com um sorriso amarelo e abraço frouxo respondi:
_ Eu estou bem e você o que me conta?
Naquele momento, eu não consegui lembrar quem era aquela pessoa que apesar do tempo parecia ainda gostar tanto de mim.
DESTINO FEBRIL
Engraçada e formosa criança
Sem cultura nem bonança
Esquece-se de sua herança
E o futuro? Traz a cobrança
Ah! Como és infantil
Vê novelas e crimes mil
Apaixonado pelo ardil
Criando um futuro vil
Pobre de cultura e temperança
Rico de falácias e lambança
Vive a vida na lembrança
De que sexta tem festança
Assuma o destino febril
Seja janeiro, seja abril
Transforme o país gentil
No que sonhamos, o Brasil
Dói saber.
Olhando para trás, dói saber quanto tempo da minha vida perdi esquecendo de sorrir porque estava muito ocupado fazendo os outros felizes.
Quantos sonhos não realizados, quantos projetos inacabados, porque estava muito ocupado realizando sonhos e projetos de outras pessoas.
Dói.
Dói saber que o tempo passou e a pessoa a quem você jurou seu amor, hojenão diz nem a primeira letra.
Dói.
Dói saber que meus cabelos ficaram brancos, meus olhos estão enrugados e não sou tão forte quanto antes.
Me dói saber que o tempo passou e que você se foi, deixando-me nesta solitude chamada desamor.
Por que o amor acaba?
Por que tudo floresceu no começo?
Depois de um tempo esquecemos de regar o jardim e as flores murcham.
Por que?
Por que no começo tudo é doce e colorido, depois fica amargo e cinza!
Por que?
Por que promessas, palavras bonitas e juras de amor se tornam vazias com o tempo?
Estou curioso.
O amor realmente existe?
Se existe, por que não pode durar para sempre?
Existem muitas razões.
E continuo perguntando:
Por que?
Permaneço sem resposta!
A soberba
O indivíduo que se vê no cume, se torna arrogante, insensato e insensível. Esquece que a vida é cíclica, e que os ciclos não são uniformes. O sabor da vitória deve ser intenso num dado momento, mas comedido posteriormente. Senão enquanto o soberba comemora de modo exacerbado, seu oponente planeja, executa e vence.
310722
CARNAVAL
Carnaval! Momento de esquecer os infortúnios da vida e cair na folia. São dias intensos de extrema alegria, onde alguns valores são desvirtuados em prol dos festejos e os desejos calientes da carne.
É Momento de se fantasiar, colocar as máscaras e se divertir.
Contudo, as pessoas não precisam de máscaras e fantasias. Pelo contrário, elas já usam máscaras, e estão o tempo todo fantasiadas. Elas usam a máscara da hipocrisia, da insensatez e da usurpação. São fantasiadas de tudo aquilo, que é o oposto do que elas verdadeiramente são.
170223
ESQUECER-SE NAS HORAS
Na imaginação vasta de um verso
Tem caso, tem compasso versejado
Escorrendo pelos dedos, extasiado
Num prazer maior, no ritmo imerso
A poética dum sentimento disperso
Seduz a inspiração, assim, acertado
Na rima, traz-me o verbo inesperado
Que faz cativar e tornar tão diverso
E vai-se a poética com sua fantasia
Encenado virtude e pecado. Tirado
Das noites fundas e leves auroras...
É a magia, o encanto duma poesia
Fazendo do ledor tão enamorado
E, ao poeta, esquecer-se nas horas!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
24 outubro, 2022, 21’07” – Araguari, MG
ALEGRE SONETO CONTENTE
O meu alegre soneto contente
Canta, celebra, e feliz da vida
Esquece o peso, vai em frente
Na sua satisfação destemida
E nesses versos, tão presente
A extensa felicidade incontida
Que adentra a alma da gente
Alastrando na emoção sentida
O bem estar é são, tem clarão
Fazendo da vitória, boa razão
Enchendo de ovação e clamor
Meu alegre soneto, bem sabe
Que agrado, sensação, cabe,
Na fortuna dum grande amor!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
17 abril, 2024, 17’44” – Araguari, MG
LACUNA (soneto)
Solidão, de insistir-te, não és esquecida
A saudade anda exagerada em te trazer
Nem sequer és o pretexto do meu viver
Pois se a sorte é triste, alegre é a vida!
Nada neste exagero é de fato pra crer
Se há ganhos e perdas, vinda e partida
Ter desvario é querer chuchar a ferida
O vital é mistério, bom é se surpreender
Pois a mesma estória tantas vezes lida
Traz história enlouquecida ao escrever
Tudo passa, não é só subida e descida
Ai, pode voar o tempo, tempo morrer
Tudo tem princípio e o fim, na medida
E nesta metamorfose, vai o nosso ser...
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Cerrado goiano
2017, início de janeiro
PELOS SONHOS ANÔNIMOS
Clamo hoje pelos sonhos esquecidos
Os mais desejados e sempre dilema
Os que no ter não foram pertencidos
Nem citados ao menos num poema
Pouco lembrados e incompreendidos
Solitários que até nos causam pena
Nos fazendo chorar nos fados vividos
Falidos entre o prazer e a dor suprema
Assim perdidos nos traços da história
Desistidos e tão poucos na memória
Criando ilusões do tempo já passados
Clamo que revividos possam ter vitória
Que assim possam ter e ser divisória
Hoje, no fazer, para serem realizados
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, maio
Cerrado goiano
Mãos vazias
Eu me esqueci na portaria
Do silêncio árido do cerrado
Me perdi no hall da fantasia
De um passado inexplicado
Pensei ter tido só a alegria
Vi que nem tudo é alegrado
O armário está de porta vazia
Confundi o fado com legado
Achei que sendo, seria cortesia
Vi que embutido, sou parado
E nesta surpresa oro teimosia
De um solitário sem sinfonia
De um poeta sem a poesia
Mi vi de mãos vazias...
Luciano Spagnol
Esqueça o que já foi ontem
A torneira aberta já se fechou
Sorriso a infelicidade não contêm
Se apegue a fé que nos apura, amém!
Olhe ao redor a complexidade da natureza
vai além!
Respire o pôr do sol gratuita beleza
nos convém!
De que vale o glória da esperteza
não seja refém!
Um olhar amigo só nós traz grandeza
ainda bem!
É preciso aprender que fomos e seremos
basta saber que não nos pertencemos
e ao caminharmos outros sucederemos
é preciso não esquecer nada, o amor teremos.
Basta ser!
A Conexão do Espírito Natalino
É fácil esquecer a sensação, De nos conectar com emoção, No brilho frio de uma tela, Achamos que basta a centelha.
Perdemos o contato humano, A alegria de estarmos juntos, plano a plano, Como família e comunidade, Irmãos na mais pura fraternidade.
O Natal nos dá nova chance, Para renovar cada amizade, Fazer as pazes com os ausentes, E aproximar os presentes.
Guiados pelo espírito de bondade, Selamos o pacto de amor e amizade, Que o Natal nos traga a decisão, De realizar os desejos do coração.
Com o abraço que aconchega, Alegria e amor nos entrega, Sem medo de se entregar, À magia de amar.
J amais vou esquecer teu sorriso
O rvalho que brilha ao amanhecer
R evéu dos meus sonhos mais doces
G uardião dos meus desejos, meu prazer
E m teus braços encontro abrigo
L uz que ilumina meu caminho
E strela que guia meu ser
O ndas de amor e carinho
N avegamos sem medo de perder
E ternamente juntos, destino
T eu amor, meu motivo para viver
E m teu coração, meu porto divino
SONETO EM MOVIMENTO
De tudo um pouco fiz, e não te esqueço
O pensamento é movimento relutante
Na sofrença eu vivo então agonizante
Tal forma, que o poetar está do avesso
À espera é de um, vã gemido, sonante
Que já saiu dos ventos do meu senso
São fragmentos de dor que não venço
De amarga profunda frustração, dante
E neste vazio de um vadio descenso
Dispenso o amanhã num novo avante
De rude ação, de esquecer, e tão tenso
Não estou propenso a nostalgia gigante
Sei que o depois é outro dia, pretenso
Pois, na solidão, no render sou levante...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2017, 18 de janeiro
Cerrado goiano
Pensar que Deus protege os que estão bem, faz imaginar que ele prejudica ou esqueceu dos que estão mal.
Analisando os dois mil anos, Deus fornece as graças e quem protege é si próprio.
Deus criou tudo isso, deu ferramentas e um cérebro para seguir se desenvolvendo sozinho.
As graças de Deus deu as possibilidades para proceder, se não fazer, não terá, mas se fazer, terá, graças a Deus!
No Caminho da Vida
Em cada estágio do caminho, Um aviso sussurra baixinho, "Esquece as coisas que ficaram para trás, Continua para a frente, onde o futuro jaz."
Nas pegadas deixadas na areia, Histórias de alegrias e canseiras, Mas o horizonte sempre chama, Um novo capítulo que se desdobra.
As sombras do passado podem pesar, Mas a esperança nunca deve faltar, Pois a jornada é feita de renovações, E os sonhos se realizam em novas direções.
Assim, seguimos com corações valentes, Deixando para trás os dias ausentes, E com cada passo, a alma canta, Continuar é o que sempre encanta.
... e me puní severamente psicologicamente por ter-me esquecido da dor do outro em receber oferta cujo este merecia menos que a maioria de alguns no mundo.
E me liberei, pra me livrar de possível depressão.
Pois tal qual uma minoria, ainda sofro com a falta de humanismo que impõe minha mente, ao perceber disperso meu coração.
Sabem porque erramos, esquecemos estupefadamente com vasta frequência, descumprimos promessas, caluniamos, e, somos, abrimos diversos precedentes contra nós mesmos e outrens? Por estarmos viciados.
...e tudo isto ocorre, porque vivemos no automático!
Não percebemos como tudo acontece.
E quando surgem as evidências se quer lembramos.
Pense nisso. Saia, do automático.