Textos sobre o destino
Ontem eu me via sem sorte
Sem direção, amigo da morte
O destino queria somente o medo
As palavras desenhavam este enredo
Num coração vazio, escuro de ilusão
Tudo parecia enorme, uma imensidão
Queria desistir nesta circunstância
O horizonte estava sem fragrância
E neste sentimento de abandono e dor
Percebi que maior era o meu amor
Romaria
Acordei e vi que hoje era mais um dia
Mais um dia destes qualquer
Que o destino escreve à revelia
Com horas, minutos, segundos tudo que o dia quer:
Manhã, tarde, entardecer
E não é que o dia foi igual aos outros dias
No acontecer!
Contudo porém, foi mais um dia, de silêncio, gritarias, solidão, companhia (meu agradecer)
É a dádiva da existência que anoitece para mais um novo amanhecer
Até quando o dia me deixar nesta romaria...
Navegar pela leitura é preciso
Traz emoção, sonho, destino
Nos aventurando no paraíso
Do fingidor, do sábio, do divino
Inspiradas no poder conciso
Da junção grifada no livro.
Tente! Experimente!
Assim, sem qualquer compromisso
Se deixando levar pela mente
Mergulhada na imaginação
E não mais que de repente
Vai estar apaixonado pela composição...
De corpo e alma ao ter o livro nas mãos.
Epílogo
Eu desperto no cerrado em cada alvorada
Sem acaso no destino, alma esbaforida
A fé de uma confiança vaga, indefinida
O poetar de encontro numa encruzilhada
O tempo se fazendo em horas, estirada!
Dum vulto da estória na história recolhida
Em sobras de ir e vir, querendo despedida
E o fado se deslocando em outra jornada
Não vejo um ideal estampado na vida
Do avanço veloz e distante da passada
O fim do horizonte aumenta a corrida
Neste vazio do hoje, o epílogo é morada
Criando e recriando as perdas já vencidas
Numa entusiasta esperança de virada...
Luciano Spagnol
Maio, 2016
Cerrado goiano
SÓ
Eu, que o destino pândego impeliu à vida
Moldando- me com forjas de imprecação
Este que de má sorte na criação, nascida
Apenas para ao peito dar dor ao coração...
De flagelo em flagelo tem a poesia ferida
Sem fidelidade no caminho, outra direção
Sangra, rasga, na tranquilidade retorcida
Dos acasos servidos, os sons da solidão
Silêncio nas madrugadas, noites de luto!
Dias embatucados, me vejo em desalinho
Alma acabrunhada, de triste e vago olhar;
E, no horizonte do cerrado árido e bruto
E, talvez há de estar, no sempre: sozinho!
Sem o amor, sem tu, a chorar, a suspirar...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
09/04/2019
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
Encontro de almas afins
Numa encantadora noite de verão, andando sem destino, cruzei com seu caminho e juntos seguimos na mesma direção. Alternamos olhares pela janela da escuridão e, durante cinco anos, caminhamos juntos por cada estação.
A seu lado, aprendi incessantemente e, a cada momento, com esforço e afeto, você me guiou, cumprindo a primeira etapa de sua missão.
Tal como me ensinaste, semeei as sementes que germinaram em minha vida e aprendi a espalhar o bem por onde quer que eu vá... Aprendi a decifrar a linguagem do amor, a perceber a verdadeira beleza de uma flor, a sentir a essência de cada aroma e a finesse dos bons costumes das regras de etiqueta... E, como Julieta, aguardo você, meu amor, para prosseguirmos nossa história com o desfecho que já está escrito no infinito.
Reencontrei-te, minha metade eterna, No abraço do tempo e do destino, Com corações que batem em rima terna, Unidos pelo amor divino.
Na dança dos astros e das estrelas, O universo conspirou por nós dois, Trazendo à luz as promessas belas, De um amor que em nós se compôs.
O beijo selou o encontro sagrado, Duas almas que se reconhecem, Num matrimônio celestial, abençoado, Onde os corações, em uníssono, se aquecem.
Agora somos um só, um inteiro, Completamos o quebra-cabeça da vida, Com mentes e almas num só roteiro, Vivendo as promessas divinas prometidas.
CICLOS
Tempo. Segue avante, agridoce gomo
Delírios ardentes, o destino e liminar
O coração pulsa, o amor em assomo
Do desejo primeiro, olhar... Sonhar!
Fado. Sede, - querer o beijo, como
se quer o perfume a nos encantar
O afeto abre-se em riso, doce pomo
E declama a voz do prazer... Amar!
Sina. Messe e baixa, fausto e tributo
Nascimentos e também alma de luto
Nada é eterno, metamorfose. Pensar!
Sorte. Oh! Madrasta!... assíduo drama
Das trilhas aflitas pelo chão derrama
As dores, risos e lástimas... Meditar!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
17 de agosto, 2019
Araguari, MG
Olavobilaquiando
SONETO PELO CAMINHO
O meu fado pôs a me versejar
Pelas trilhas do destino nefando
Me fez chorar, rir, foi interrogando
Acerca do amor pôs a ignorar
Subi e desci, e a vida foi forjando
Desafinei certamente ao disciplinar
E pude segredar na noite de luar
Assim, estórias foram desfiando
Por vielas, ruas e, becos a andejar
Andei, e ele comigo foi andando
Pelos caminhos o diverso a poetar
Agora, o canto maduro, no comando
Lembranças, tudo tem tempo e lugar
Na estrada, continuo caminhando...
(até Deus chamar!)
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
20/01/2017, 14'00"
Cerrado goiano
A UM TRISTE (soneto)
O meu destino é talvez a do azar
Jurando as venturas... de maneira
Que com o acaso se possa sonhar.
Vidas de má sorte várias, herdeira!
Outros êxitos talvez já pude gastar
Fui, um aventureiro na tranqueira
Do fado. E infausto agora a chorar
Ou pesado no sortilégio, na beira...
É brado num temor sem tamanho
Num luto da felicidade: permitidos
Mártir na dor, um desígnio estranho
Por isso, lamento aflição e pranto
Sentimentos dos heróis vencidos.
E com a alma cartada no recanto...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Outubro, 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
Sob o véu diáfano do destino, não é o carma que nos enlaça com fitas de recompensas ou nos lança em abismos de punição. Somos nós, com o coração pulsante de intenções e ações, que tecemos o próprio tecido da nossa existência. Trabalhando em consonância com o murmúrio da Natureza, moldamos a harmonia que nos envolve, tal como as estrelas bordam o manto noturno do céu. Cada gesto nosso, obedecendo ou transgredindo as leis universais que regem essa dança cósmica, reverbera no infinito, retornando a nós em ecos de alegria ou tristeza, serenidade ou turbulência. Assim, na jornada pela vida, somos os artesãos do nosso próprio destino, sempre em busca de um equilíbrio divino e natural.
Inspirado na filosofia de Helena Blavatski
Pensamentos, Palavras, Ações e Destino
No imenso jardim da vida, cada pensamento é uma semente plantada com carinho. Cultive seus pensamentos, pois eles se tornam palavras, e palavras têm o poder de criar e destruir, de ferir e curar. Elas são a primeira expressão do nosso ser, lançadas ao vento como pétalas de uma flor. Guarde seus pensamentos, pois eles viram ações. Cada gesto, cada movimento nasce daquilo que pensamos, da intenção que carregamos em nosso coração. As ações são os frutos que brotam das sementes plantadas, e é através delas que moldamos o nosso mundo. Zele por suas ações, pois elas viram hábitos. Repetidas vezes, como um ritual sagrado, nossas ações se transformam em hábitos, e esses hábitos definem a essência do nosso caráter. Eles são os padrões que seguimos, as trilhas que percorremos sem pensar, levando-nos pelos caminhos da vida. Observe seus hábitos, pois eles definem seu caráter. É no caráter que se revela a verdadeira face de uma pessoa, aquilo que somos quando ninguém está olhando. Um caráter sólido é construído com hábitos virtuosos, é um farol que nos guia nas tempestades da existência. Preze por seu caráter, pois ele define seu destino. No fim, somos os arquitetos do nosso destino, e é o caráter que molda o caminho que percorremos. Um destino de honra, de paz, de realização, nasce de um caráter bem vigiado, de uma vida vivida com propósito e integridade.
E AGORA, POETA?
Meus passos desconexos
procuram nada mais que o destino,
meu olhar percorre o infinito
divagando a esmo,
sigo por ruas incompreendidas,
vou como quem soletra o coração,
descrente daquilo que já nem cria,
nas entrelinhas a seguir em solidão,
cúmplice da minha hesitação,
se sou o último ou o primeiro, nada sei,
só sei que sinto falta de mim,
porque em mim só vejo o meu eu,
desperto, disperso, e penso na vida.
Autor Benedito Morais de Carvalho (Benê)
Livro: A poesia da calçada não vende ilusão (2020)
20 de outubro- Dia do poeta.
REMOINHAR
Fui no destino um amador exaltado
Tudo era pra vida um bem ovante
Ser, o haver, uma sensação cintilante
Do desejo, um sentimento sagrado
Fui apegando ao amor arrebatado
A vida se importava com o instante
A alegria no peito mais penetrante
Este um afável e amante passado
Sei bem o ruim de se achar solitário
Na eloquência dum triste cenário
Singular, então, não seja tardança
Ó emoção tão enigmática, talvez agora
Gire, e seja contagiante como outrora
Diz-se que o amor é eterna esperança!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
23/11/2020, 08’22” – Araguari, MG
OUTRO ALENTO ...
Encontrei-te em um desejo tão divino
E o destino das emoções nos levaram
Pela mão da sensação, em um desatino
Que no peito afáveis sentidos brotaram
Outra estrada, outro sonho, descortino
Os poemas descontentes se alegraram
Pirralho como menino e de novo a pino
Pois, as invocações ao amor positivaram
Antes, a poesia, sem ousadia e a esmo
Compartindo a tristura comigo mesmo
Via cada trova marcada com torpe pó
Agora, alentado por teus gentis cortejos
Teus beijos, tenho motivo, vivas e festejos
E já não amargo, atrofio e nem sorrio só! ...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
26/01/2021, 05’45” – Triângulo Mineiro
Nós não podemos nos perder ...
O destino fugiu de ter lavras
Nos rabiscos de nosso amar
O que ficou em meias palavras
Podemos escolher o recomeçar
Quero ainda de te saber
Tenho fome desta vontade
Satisfação de poder te ter
Por total, não só metade
Se último for este passo
Levando-me ao início do fim
Saudosar-me-ei do teu abraço
Mas antes, brandarei pra valer
Na voz do poetar, a ti saber:
- nós não podemos nos perder!
(é amor! e amor tem que viver!)....
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
02 de maio de 2010, 10’00” - Rio de janeiro, RJ
GUIÃO DO AMOR
Fado! Leva essa sorte, outra que venha
maior, que dessa dita o destino exceda
leve-a, e traze outra já, seja uma vereda
de sonho, e que toda sensação contenha
Acaso o coração a sofrência desgrenha
no pranto e lamento a poesia enreda...
Anda! Venha e me colhe dessa queda
se é desejo, deixe então que se tenha!
Deixe que devaneie, cada verso afora
deixe, então, criar meu próprio alinho
ao coração. E, que eu seja feliz agora!
E que com o amor seja tal, o caminho
eu quero carinho, dá-mo sem demora
pois, não há guião só de azar e espinho.
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
27/maio/2021, 19’27” – Araguari, MG
Destino
Nas linhas da minha poesia
leio o teu olhar
com rimas cruzadas, luzidia
sinuosas a poetar.
Interferindo no meu destino.
E assim, eu pus a cantar
tal o badalar de um sino
o coração a anunciar.
E neste som divino
a vida nos seus caminhos
o meu e o seu num continuo
Desejar... íamos sozinhos
até nossas mãos entrelaçar.
E, neste poema marcado
de versos ao nosso dispor
desde então, o fado
juntos, passamos a compor!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
28/02/2020, 23´21” - Cerrado goiano
Eu nunca fui de acreditar em um destino pronto, onde tudo está predeterminado, prego batido e ponta virada, pois sei que nosso livre arbítrio e nossas escolhas podem mudar tudo na nossa trajetória.
Entendo que não existe acaso e que alguns encontros e desencontros precisam acontecer; é como se de alguma forma a gente tivesse mesmo que encontrar no caminho tropeços, sorrisos e recomeços, até que chegue o momento em que a gente se encontre e encontre a paz. No mais, eu também acredito que mereço ter felicidade e nunca deixarei de crer que sou digna do que há de melhor na vida, por isso, olho para as minhas marcas e agradeço as minhas feridas, pois elas também me trouxeram até aqui.
Nildinha Freitas
Os caminhos são muitos, mas o destino é o mesmo!
Você está em um dos muitos trens, que compõem a vida, já passou por vários vagões, e neste, conviveu com vários passageiros e etc, já tem por entendimento, que em suas buscas, evolutivas( isso certamente, faz parte do nosso proceder, as conquistas do saber viver) aquele trem, não tem mais nada a lhe oferecer, algo que possa contribuir para sua proposta de vida, sabendo que o destino de todos os trens, são o mesmo , o que muda é a rota, e seus componentes! Você, troca de trem, ou fica em sua zona de conforto? abdicando do exercício universal de outras vivências? A vida é infinitamente perfeita por isso, ela nos permite escolhas! Lembra do livre arbítrio? Escolha o que faz sua alma cantar e sorrir, o que lhe convier! Mas, por favor!🙆🏿 Seja feliz! Que o grande espírito condutor e orientador perspicaz de nossas escolhas continue nos abençoando e nos permita viver, conforme nosso merecimento o que é necessário ao nosso aprimoramento...