Textos sobre o destino
Pipa amarela
Era uma vez um menino
Que era muito sonhador
Trocaria a sua pipa
Seu brinquedo favorito
Por um cargo de doutor
O menino então cresceu
Teve o sonho realizado
Tornou-se executivo
Profissional respeitado
Mas um dia aquele homem
Sentiu no peito uma dor
Ao abrir sua janela
Viu pairando no horizonte
Seu brinquedo favorito
Era uma pipa amarela
Era uma vez um homem
Que era muito sonhador
Trocaria seu destino
Pelos tempos de menino
Navegando até o céu
Construí meu próprio barco
É um barquinho de papel…
Como ele é bonito!
Basta eu fechar os olhos
Que ele cruza o infinito
E navega até o céu.
Então te entrega o meu beijo
E me traz o teu abraço…
E rema por este rumo
Com tanta intensidade…
O meu barquinho tem nome,
Eu o chamo de SAUDADE.
RIO
Tal como um constante rio
Ora calmo, ora bravio
Eu vou seguindo o meu curso...
Meu destino é alcançar
Em algum momento e lugar
A imensidão do lindo mar
No caminho há remansos
E momentos de harmonia
Mas também há cachoeiras,
Rochedos e ribanceiras.
Muitos são os desafios
Que eu tenho enfrentado...
E tantos são os problemas
Que eu tenho contornado.
Mas há também as alegrias
Que inundam meus belos dias
E vou seguindo, sem parar
Quer apressado ou devagar
Como um constante rio
Em busca do lindo mar.
Serenidade
Vi um casal caminhando
Cá em solo brasileiro
Pelo jeito e sotaque
Era gente do estrangeiro
No colo da mãe dormia
Um bebê, despreocupado,
Sem jamais imaginar
O que se passava ao seu lado.
O marido, cabisbaixo reclamava
A esposa, entristecida murmurava…
Nada estava dando certo
Para aquela jovem família
Pois no ar se percebia
Desalento e agonia.
Talvez longe de sua terra,
Sem emprego ou sem dinheiro,
O casal sentisse incerto
Seu futuro e paradeiro
Mas no colo de sua mãe
No final daquele dia
O bebê, bem sossegado,
Serenamente dormia…
E ao olhá-lo mais de perto
Percebi que até sorria.
Quem dera este nosso mundo
Tão antigo e tão moderno
Pudesse ser, tão somente,
Um suave colo materno.
Renascer
O sol nasce… Mas se põe
O sol se põe… Mas renasce
Ele sempre faz assim.
Talvez seja o destino
Deste ancião-menino…
Este é o seu ciclo sem fim.
A lua nasce e então cresce
Vê-se plena e vai minguando…
Mas depois rejuvenesce
Ainda com mais vigor
Ela sempre faz assim.
Talvez esta seja a sina
Desta anciã-menina…
Este é o seu ciclo sem fim.
Não tenho o fulgor do sol
Nem o esplendor da lua
Mas quem dera eu possa ter
Esse dom de renascer.
Entre Marte e a Lua.
77.790.000 km de distância,
E nos encontramos no meio do caminho.
A terra que nos separava
Nos uniu nesse plano,
Fundiu nossos destinos.
E aí? - falamos.
Nos reconhecemos.
Nos reencontramos.
Era lua cheia.
E o céu tava lindo!
Igual aquela que nos fez sair do "e, aí"
Dileto estranho
De conversas sem sentido.
Eu sou interplanetário,
Você, ser da lua. Lunática...
Enquanto eu sigo sendo mistério,
Você segue brilhando minha galáxia.
NAS ENTRELINHAS
Se alguém pudesse ler a alma da poesia
secreta, onde cada sentimento a traçou
talvez entenderia mais sua terna melodia
os sonhos, os suspiros que elevaram voo
Estar é o destino e, se acaso, algum dia
a condição no sofrer, então, lacrimejou
esse verso não era a poética de alegria
nem tão pouco a emoção que enlutou
É a vida, ilustrada, da direção da gente
tateando a cada momento eternamente
trajando o além dum agrado ou aflição
Nessa prosa, na composição reservada:
um olhar, um sussurrar, a afeição velada...
nas entrelinhas de uma variante sensação!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
26 março/2022, 14’41” – Araguari, MG
É provável que estávamos
destinados conhecer, agora
oq será que vai acontecer
daqui para frente?
"sei que cria vínculos não é fácil, mas se estamos destinados a nos conhecer... o que será que pode dar errado? "
A vida é um jogo de cintura, é dançar conforme a música e chorar conforme as emoções.
Escolhas
Lá estava ele, à beira do abismo. Mente impregnada pelo terror. Vozes gritando, trevas, demônios em chamas, espinhos, lama. Confortavelmente entorpecido pelo medo, olhos esbugalhados, voltados ao horizonte. Uma das mãos no bolso, roçando em um objeto metálico circular e outra agarrada numa garrafa de vidro. Pés descalços. Brisa quente.
Foi tempo perdido?
Pássaros livres voam sem se importarem com o tempo, e mesmo assim não o perdem.
A toda hora, em todos os locais, tempo é gasto, mas não desperdiçado. Pois amorfo como água o tempo é. Toma a forma das nossas dores e passam inevitavelmente dilacerando nossos sentimentos. Mas a dor é fogo que derrete o metal bruto afim de moldar a bela jóia que torna-se o homem que assimila seu sofrimento.
A mão sai do bolso com uma moeda do valor da insegurança e covardia. Por ela será decidido o destino.
Marteladas no peito.
Lançada ao sabor do vento, com o brilho da prata a refulgir a cada giro do medo, ela cai pesarosa na mão que a lançou e esta se fecha relutante em abrir, a mão verte suor e treme.
Na outra mão a garrafa vai à boca, e o fel de fundo adocicado da coragem desce pela garganta queimando a incerteza, aquecendo o coração, fluindo mente adentro, clareando idéias.
Mais uma vez a moeda ganha os ares, e sem revelar sua escolha vai cada vez mais longe para nunca mais voltar. Ao abismo ela se vai e ele escolhe a vida.
"A arte do meu encontro"
E que contradição, poesia não deveria ser sinônimo de solidão?
Tudo o que Você é, se torna antítese perante a arte do desencontro.
Refuta com oque és, aquilo que deveria ser só consternação.
Hoje agradeço a nossa sina[?] A razão do nosso encontro.
Que a natureza nos inspire o belo em cada amanhecer, entardecer e anoitecer
Refletindo no céu os tons que colore os dias pelo pintor chamado tempo
Conectando os sentidos da expansão sem limites do viver
Tocando a sinfonia do infindo amor em cada nota, um suspiro suave do vento
Essa obra de arte que desenha a alma e declama poesia a cada dia do renascer
É a viagem que trilha o caminho e destino de cada passageiro do verbo chamado Ser
Talvez exista uma tela imensa com um desenho traçado por esse Deus comandante, e nosso papel nessa grande Obra seja apenas colocar a linha na agulha e dar cada ponto, confiando que o resultado final será Bom.
O cruel disso tudo é que não temos acesso a esse desenho, não sabemos o que estamos bordando e estamos cansados e assustados demais para confiar nesse Artesão silencioso.
Não importa o quão perto ou longe você está, sempre haverá momentos em que mentalmente ou fisicamente, você vai sentir-se, distante com medo ou cansado de algo, mas isso não afetará o segmento que te une ao seu destino...
Pode chamar do que quiser, mas quando tem que acontecer vai acontecer.... nós sempre estamos ligados a algo ou alguém e esse é o sentido da vida, lutar por aquilo que quer até conseguir...
Depois sempre agradeça pela suas conquistas pois só vc sabe tudo aquilo que passou para ter o que deseja e sempre sinta-se grato pelos momentos felizes que passam
Na sua vida....
.....Gratidão....
Quem transborda muito se renova sempre seja seu proprio amigo se escute se enchergue se cuide se ame...
As vezes nos consideramos grandes coisas : um grande rio , um grande mar , mas em quanto nascente ?
Jamais deixa de seguir seu curso mesmo com o tempo , mesmo que sufoque , mesmo que a inverta , sempre a de retomar ✨✨✨✨
“Uma linha invisível conecta os que estão destinados a se encontrar, apesar do tempo, do lugar, apesar das circunstâncias.”
(Provérbio Chinês)
Amor… meu amor, parece que quanto mais te procuro, mais você desaparece.
Nem sequer um novo romance, nem sequer um bom dia ou boa noite.
O que será que planejas?
O que será que escondes?
Somente meu velho amigo tempo dirá
Se você guardou algo para mim
Se eu vou te encontrar…
O tempo vem passando e a vida se esvaindo
Eu ainda estou te procurando?
Eu ando seguindo o meu caminho
Não tenho me preocupado muito…
Porém agora tenho te permitido
Aparecer de momentos em momentos
Uma hora vai fazer voltar os batimentos
Vai se apropriar novamente de meu peito.
"Todas as manhãs ao me levantar e me dispor pelas coisas em que acredito, sou encoberto pela sensação de gratidão.
Não pelos resultados do porvir, sempre tão sujeitos às intempéries do destino, mas pela íntima convicção do milagre de poder estar ali, vivendo a magia e o mistério desse extraordinário descobrir."
"Nossas experiências moldam nossas atitudes, nossas atitudes definem os contornos das nossas vidas, e a esses contornos chamamos destino.
Envoltos nessa teia estão os amigos que construímos ao longo da jornada com os quais compartilhamos nossas experiências, logo, cada amizade é a um só tempo, uma parcela e também um contributo ao nosso destino."
...
A vida é tão lacônica.
Não comporta reprises.
Emendarmos os erros.
Sabotamos os acertos.
Somos forçados a agir.
Reagir por impulsos.
E determinar o futuro.
Somos atores e dublês.
Interpretamos dramalhões.
Com eloquência.
A arte do bem dizer.
Do mal dizer.
Tudo sem ensaios.
E scripts ligeiros.
Somos seres intuitivos.
Sem avaliações prévias.
Validações sequentes.
Somos humanos emotivos.
Sem álbuns e recortes.
Das gargalhadas, cenas amargas.
Sem vestígios da nossa novela.
E aí invertemos sentimentos.
O choro vira riso.
A chuva vira brisa.
O barulho vira silêncio.
A poesia vira eco.
E eu viro folhas em branco.
Não acredito na sorte.
Não consigo acreditar que tem alguém lá em cima jogando uma moeda para decidir a minha vida, se sair cara as coisas vão dar certo e se sair coroa tudo vai desmoronar.
Isso quer dizer quer dizer que acredito em destino? Sinceramente não sei.
Mas acredito que não é por acaso, até as coisas mais simples que acontecem nas nossas vidas tem um significado ou um porquê.
Me desfiz em mil pedaços,
E deles te alimentei,
repleto do que sou e fui,
sonhei em ser,
nas minhas inconstâncias fui seu,
entregue a sua sorte,
como quem entra no mar sem esperar ser acertado por suas ondas,
Senti o que foi feito pra não caber no peito,
que vezes ou outra escorria pelo rosto.
Foi corpóreo o que deveria ser abstrato,
tangível,
Mas sempre delicado como o despertar,
Te amo muito mais do que cabe na palavra amor,
mais do que com olhos,
me enxergue com o coração,
me descortine e me devore,
em cada lembrança dos nossos dias de sol,
tento entrelaçar meus dedos aos seus,
ao sentir o fantasma da sua mão preenchendo pela ausência,
o seu lugar,
tive medo de te perder, por não saber se a ti tenho,
ou só eu que te pertenço.
Tomado pelo medo,
escolho nao acordar e em vão,
não conseguir te encontrar,
em meio aos meus lençóis.
Não morremos aqui,
Meu amor vive em cada dia,
que o sol resolver sair.