Textos de Desilusão Amorosa
Um dia,
Uma noite, talvez.
Um dia, não muito distante do presente
o meu coração estava fechado para o amor
Foi difícil voltar a amar,
Mas por ironia do destino a que estou todo entregue
Voltei a abrir o meu pobre coração
Voltei a dar a amarga oporunidade ao Amor...
Passando dias doces com misturas de amargo,
a responsável pela abertura do meu coração desistiu de me amar...
Talvez por ser um amor proibido
talvez por confundir uma mera paixão e desejo com Amor
Ela amargou o meu coração com as suas palavras de lamento,
alegando que ainda me amava...
que este lindo amor em seu coração,
ela ainda guardava
Ai como foi difícil para convencer o meu coração que noutro hora pensava ser impenetrável
impenetrável contra este sentimento que só machuca e me deixa abalável
Como confortar o meu coração outra vez
como confortar ele de uma perda inimaginável
Como comprender este sentimento incompreensível
Meu coração voltou a chorar,
após um longo período de protecção
Meu coração está desgostoso
Talvez ele fique bem
Mas neste momento está triste
A beleza do amor que residia nele
foi maltratado e destruído pelo engano do amor
Ele ficará bem!
Adeus meu bem!
LÁGRIMAS
Hoje ela chegou devagarinho,
Invadindo meu coração.
Chorei no escuro, sozinho,
Minha mais triste emoção.
A tristeza golpeou meu peito,
Causando-me essa dor cruel.
Tentei segurar, não teve jeito,
Caíram-se lagrimas, sabor de fel.
Meu travesseiro ficou molhado,
Pelo meu pranto ferido.
Lavei meu rosto banhado,
Mais um dia sobrevivido.
- Cedric Constance
" A verdade é que eu sou cheia de espinhos no coração, de edemas emocionais que ocasionaram várias feridas internas.
Tenho feridas até na alma, um pulmão esgotado pelas vezes que tentei parar de respirar.
Um cérebro perturbado por milhares de pensamentos enraizados, alimentado por uma descrença enorme, pois não creio em mais nada.
Por vezes acreditei cegamente nas pessoas e só obtive decepções, então optei em exilar a palavra confiança.
Mas mesmo com tantas feridas e espinhos, ainda insisto em deixar alguém entrar pelas frestas que ainda existe em meu coração.
Às vezes é dolorido deixar renascer a esperança, quando tudo já está perdido, não é fácil acreditar que possa existir alguém capaz de aliviar as feridas e arrancar os espinhos que circundam o coração.
Hoje, vivo enclausurada com minhas feridas, machucada por espinhos venenosos que devoraram minha crença, roubando aos poucos a ilusão de que existe antídoto contra tantas dores."
(Roseane Rodrigues)
O ASTRONAUTA E AS ESTRELAS
Tentando acalmar seu coração,
o astronauta fecha os olhos e flutua para o espaço,
onde o peso das estrelas é menor...
Ele respira dentro do uniforme, numa falsa aparência de proteção...
Lá a vida parece mais distante,
as palavras que não foram ditas e as ditas...
As ações negligenciadas e as falhas...
A Insatisfação, a tristeza, o desprazer.
Todo desencanto deste mundo de ilusão...
Mesmo lá, além do céu, onde é impossível fugir de si mesmo,
segue com empenho... corpo e mente ignorando toda pressão.
A insônia já não é um problema, pois já não há nem dia nem noite nessa dimensão.
dor, medo, aflição, mágoa, tristeza, depressão, tudo muito longe...
Meditando na sabedoria, no silêncio do firmamento, busca uma resposta:
Quanto vale o sacrifício de guardar as estrelas?
Perder com classe? Parar de insistir? Desistir ou Ir além?
O astronauta está tão longe! Ele é tudo aquilo que nem lembra.
Quem te gosta? Quem te sente? Quem se importa?
A quem pertence o seu coração?
Tão longe, tão alto, tão sozinho...
Seus compromissos são contigo ou com outros?
Qual sua verdadeira responsabilidade?
Quer servir no cosmos, abraçar o mundo! Não é para qualquer um!
Desejos grandiosos necessitam de coisas simples que estão sendo esquecidas:
Cuida do seu ar, limpa sua viseira, ancora o teu corpo no fino cabo que te prende à vida e te mantém em órbita, um feto preso no cordão.
Não se permita apagar, não vire uma estrela, seja a estrela!
São poucos os astronautas da vida e a poucos pertencem o céu.
Tome o seu espaço e brilhe!
Você é o astro!
Em meu grito sem som escuto meu coração chorar, desmaiar de dor...
Sinto minha alma morrer lentamente.
As lágrimas salgam meus lábios, sem correr pela face, um choro de poucas lágrimas e densa dor.
Por onde deixei a alegria, a vontade de viver...
Onde anda a esperança de ter ainda um grande amor?
_Já esqueci como é o bater de um coração apaixonado.
Perdi meu rumo, meus sonhos, minha bússola do amor.
Desconfio que perdi o medo da morte, do inferno, de não ter o perdão de Deus.
Estou anestesiada por uma dor antiga, que volta vez por outra para me fazer desejar com fervor a morte.
Talvez um dia a encontre nas esquinas desta vida sem vida, neste caminho espinhoso onde fui ferida selvagemente
Pela boca de quem tanto amei!
Luly Diniz.
10/02/18.
►Talvez Eu a Amo
Não sei o que sinto por ela
Não sei se digo que meu coração está desgovernado
Tenho medo de dizer que estou apaixonado
Pois creio que acabarei por segurar uma vela
Acho melhor manter em sigilo,
E jamais revelar o transitar de minhas ideias.
Quando abraçamos, eu não quero solta-la
Não sei por parte dela, mas gosto de abraça-la
Se pelo menos me sobrasse coragem para ir em sua casa
Mas meu coração é covarde, não quer perturbá-la
Eu não sei mesmo se ela "vai com a minha cara"
A conheço a dois anos, mas ainda assim,
Minha cabeça está encucada
Quero conhecê-la melhor, mas como?
Sei que ela se sente só, então nós dois estamos
Mas será essa a semelhança que nos chamam?
Todos os dias penso em ir vê-la
Mas logo, em segundos, me amedronto
Queria ser capaz de curar a sua tristeza
Mas é impossível se não consigo ir ao teu encontro
Me falta confiança, isso é uma certeza
Gostaria que ela viesse me ver, ah, seria ótimo
Seria apenas eu e ela, longe do mundo caótico
Mas não posso obriga-la a vir, sei que sou eu quem devo ir
Não sei se irei conseguir
Ela mora até perto de mim, mas por que não consigo?
Do que tenho medo? Ela quer me ver?
Já estou começando a me sentir sozinho
Não vejo outro jeito, tenho que me conter
Queria falar com ela hoje ao anoitecer.
Ainda me lembro de como nos conhecemos
Pelo acaso, nossos encontros se tornaram fluentes
Ela não gostou de mim, eu lembro
Ela sempre me ignorava, e estava doendo
Mas acho que era seu modo de defesa
E ainda penso como consegui atravessar sua armadura perfeita.
Hoje em dia não há mais conversas de esquina
Hoje ela está mais na dela, e eu na minha
Eu queria voltar no tempo
Mas é estranho, ela toca mais em minha mente,
Do que a ex que me magoou e se foi com o vento
Não sei por que disso, realmente
Mas sei que não quero deixa-la a mercê da depressão
Tenho medo que ela tente algo, que parta meu coração
Queria que ela soubesse que temo por sua segurança
Mas dizer a ela já perdi a esperança
E não me conformo,
Já que ela está a poucos minutos de distância.
Ainda não encontrei uma solução, mas vou encontrar
Pois eu quero muito ajudá-la a melhorar
Não sei se isso é o significado de amar
Estou apenas almejando seu sorriso
Não me agrada uma jovem linda, com a mente escurecida
Farei o que for para não a deixar mais deprimida
Quero que ela se dê bem com a vida.
Carol, não sei se a amo
Mas não importa, conversamos cada vez menos
Talvez nem nos encontraremos no próximo ano
Encontre um amor, amigos de verdade
Para você é isso que estou desejando.
Tudo que meu coração poderia
Eu fui pressionada,
humilhada,
largada,
atropelada,
desamada,
abandonada,
julgada,
acorrentada,
desmotivada,
mas tratada,
Mas.. no fim, amor te dava
Com carinho te tratava
Com respeito te ameaçava
Era tudo que meu coração poderia, tudo que aguentava!!!
DIAS NUBLADOS
"Existem dias
que a alma tenta esconder
aquilo que o coração sente...
Nesses dias;
o sorriso aparece como o sol...
Escondido atrás das nuvens!
Sou tantas vezes como esse sol...
Umas vezes brilho incandescente
quase trespassada de tanta alegria...
Outras escondo-me
na sombra da minha fraqueza,
da minha tristeza,
daquilo que me faz sentir desiludida!"
Foi bom, como tinha que ser. Esmigalhou meu coração, trouxe a tona a mulher que sou, fez de mim Amélia. Terminou um legado de Sandy que esperavam de mim. Movimentou meus instintos, rompeu com meus preceitos. Me fez delirar por horas boas, apagar-me por dias de choro, começar a viver a partir de tudo.
Fui sua sombra, guiando e tentando interferir nos seus desejos. Eu era jovem, inocente e foi você que furou esse bloqueio com a mulher que eu escondia. De todas as maneiras, evitando se entregar nesse sentimento meu, revelou o melhor da minha existência.
Ontem eu era quem exigia a prisão dos seus braços, hoje desejo a liberdade deles.
Nesta noite peguei para refletir, apenas queria ser compreendido, meu coração está em uma aflição apenas sentindo a dor o rancor e o sabor do horror, tudo que estou vivendo é assustador e nada acolhedor apenas vejo o desespero de um menino sonhador, estou cansado dessa realidade, quem sabe viver em uma cidade onde só haja prosperidade, estou me sentindo imundo com pensamentos profundos.
Eu apenas queria me sentir bem, com alguém, mas estou sendo feito de refém onde se passa um trem. Desse lado estou sendo camuflado e mesmo todo enrolado me sinto gelado com um corpo pelado, e com todas essas dores todos assistem dos bastidores, nem mesmo os doutores entendem minhas dores, e olha que eles são lutadores e todos sabem seus valores.
Quando o coração não aguenta mais e as palavras transbordam úmidas pelos olhos, a que lugar pertenço agora?
A tristeza é ousada e mal educada, entra sem permissão, faz morada sem consentimento. Nefasta, devasta, faz o fim querer voltar ao começo, quando o amor era o único preço e ainda assim era dado de graça.
Nesses dias a poeira flutua mostrando a sujeira que me fizeram, estava ali o tempo todo mas meus olhos só enxergavam o amor, amor que hoje flutua como pó de areia, ferindo meus olhos quando venta, enquanto minha alma despedaçada apenas, tenta, tenta e tenta.
A que lugar pertenço agora que não pertences mais a mim?
Despedida
I.
Menina de sorriso viciante
Dilacera-me a alma
Acalenta-me o coração
Sorria-me mais uma vez
Toque profundo
Toque da alma
Abstrato não há
se o abstrato tivera se deixado tomar-se por diferente
As cores, o toque seu
Toque único, inexistente em qualquer outro lugar ou alguém
Som profundo, viciante e doce de sua voz
Seria o padrão o que se deve ir a frente?
O coração que pulsa
juntamente ao corpo quando em contato com ti
Morre, sofre de saudades
quand9 vai-te embora
Chuva cai, chuva molha
O que devia-se ser alegria
foi-se embora
Aproximar-te-ia ao pulso constante, mas irregular.
Chuva vem, vai embora
Tempo voa, tempo para
Saudade constante, tempo irreversível e congelado.
II.
Goteja a torneira
Silêncio total. Onde está?
A pulsação minha que tivera evaporado
de pouco em pouco?
Não há sublimação, nem botão de replay.
Meu cérebro é a câmera; meus olhos, display.
Inquestionável verdade absoluta,
virou-se contra o ritual-centro?
Ahh, o velho ritual da vida...
nascer, viver morrer.
Goteja as nuvens carregadas,
goteja os olhos carregados.
Disso se fez a vida: altos e baixos.
A despedida dolorosa que devora-me o corpo.
Não só o corpo, mas também a alma.
Se demora meses ou anos a se construir
e segundos para voltar do zero.
Não seria esse o ciclo da vida?
SOUSA, Rodrigo. 2019
Só queria poder calar o meu essa voz que ecoa do meu peito, esse coração que grita e implora pelo teu amor.
Eu só queria poder gritar que te amo.
Que te quero.
Que eu não consigo te esquecer.
E é esse coração estraçalhado que diz que chora e que pede a todo instante por redenção.
07/02/19
Meu ouvido, ta tao ruim agora, ta fazendo um ruido na minha cabeça, eu sinto o meu coração bater tao forte que parece que vai quebrar minha costela, e eu queria parar de ser tao indeciso, nunca sei se a cor da parede ta boa, ou se seria melhor mais escuro, isso tudo ta tão chato, toda noite quando deito, sinto meus olhos muito pesados, muito mesmo, tenho que me esforçar bastante pra manter eles abertos as vezes fico com preguiça, então eu fico só com um olho aberto, meu corpo também fica pesado, eu gosto de beber água e pegar coisas pra comer antes de deitar, a casa toda escura, com aquela mesa no meio do caminho, a casa ta toda bagunçada, obra sempre é cansativo, nada está onde deveria, então eu esbarro sempre, minhas pernas estão tão moles. Mas ficar deitado na cama assim, nesse estado, parece tao reconfortante, a luz branca da pagina inicial do YTB clareando sutilmente o meu quarto, e eu procurando algo pra assistir, mas eu nunca saio da tela inicial, eu não consigo escolher algo pra assistir, mas não fico tao chateado com isso, porque eu ainda me sinto bem com a cama me engolindo como de fosse areia movediça. Mesmo estando deitado, fazendo esforço pra manter os olhos abertos, eu não sinto vontade dormir, eu ainda quero encontrar algo pra assistir. Eu fico tentando arrancar essa ***** da minha cabeça, tento até com alicate, eu sei que não vou conseguir arrancar de uma vez, mas parece que isso virou um passa tempo, quando percebo, já são 5 horas da manha, e eu não fiz nada, além de afundar mais e sujar meus dedos de sangue. EU NUNCA VOU CONSEGUIR ME LIVRAR DISSO. Eu não sou muito popular com as pessoas, não são muitas que procuram saber de mim, mas as que procuram, são importantes pra mim, gosto delas, mas eu não sei o porque, mas quero ficar sozinho, mas eu também queria alguém pra ir a um bar, conversar com alguém, mas não queria ter que me preocupar com as palavras que eu deveria usar. Eu ainda tento encontrar alguém pra conversar, só que o lugar no qual eu procuro, só encontro pessoas igual a mim, não que eu ache isso ruim, mas eu me olho no espelho, e nunca me sinto confortável, eu sou um problema e lá só tem mais problemas, então eu fico só, e isso as vezes é tão bom, mas ainda não é que eu realmente quero, por enquanto eu quero a solidão, porque por mais que seja ruim, eu ainda não consegui decidir o que dói mais, ficar sozinho ou acompanhado.
O que fazer quando nem você se conhece?
Diga-me
Para que iludir?
Se é tão mais simples
Deixar-me ir.
Meu coração sente
Enquanto para o seu você mente
Diz-me que me ama,
Mas você se auto-engana.
Confesso que me sinto acabado
Derrotado
Por ter passado tanto tempo ao seu lado
E neste momento, me deparar com meu estado.
Ver-me sem vontade alguma de viver
Sem braços para eu correr
Sem ninguém para me socorrer.
Você me deixou
Triste e só
Sem nenhuma dó
Você partiu e aqui estou
Triste e só
Flores
Meu coração é como uma rosa
Todos que me vêem
Tiram uma de minhas pétalas
Neste jardim
Nunca sou escolhido no fim
Nesta floricultura
Sou sempre a última
Neste canteiro
Sou sempre aquele que
não é escolhido a dedo
Nessa história
Sou sempre aquele que fica de fora
Nessa jornada
Sou a rosa
No canto da estrada
Esperando ser encontrada
flores, finalmente flores
Não deu tempo
Queria dar-lhe uma
Mas você foi embora
Levando só uma de minhas pétalas
Quando eu quis te dar todas elas
Tanta coisa ruim
Nesse mundo sombrio
Gato não pode ser amigo do rato
No coração sinto um frio
Sei apenas chorar
Queria apenas inexistir
Sem dores causar
E quem sabe finalmente
pararei de atrapalhar
Ela reclama
Eu reclamo dela reclamar
Eles vêem a coroa
Eu vejo a cara
Para onde vamos?
Talvez pessoas encontrarei
Ou para o inferno eu irei
No vazio ficarei
Mas seria tudo igual.
Luz é você?
Esta tudo escuro, estou cego
Tudo esta coberto, meu coração eu checo
ainda bate? ou acabou de parar?
a verdade, não sei falar.
Minhas emoções, agora sem valor
Foram sufocadas pela dor.
Ainda vivo ou sinto?
também não sei, por que ainda existo?
A luz me sufocou
E aos poucos me matou
A escuridão foi o que me restou
Mas no momento crítico algo me segurou
será que a luz para mim retornou?
Estava certo de que faria o melhor
Mas nestes momentos perco a noção do certo ou errado
Pois a escuridão está sempre ao meu lado.
não consigo evitar
ela sempre está lá
Soprando no meu ouvidinho
para minha vida tirar
Mas de uma coisa tenho certeza
Quando a luz a mim retorna
ela reinará
e a escuridão, coitada
Não mais vaga achará
Luz, por que me abandonaste?
Me despedaçou e depois me deixaste.
Não quero a escuridão
será que o que eu fiz foi tudo em vão?
Luz é você?
Veio me resgatar?
Sorrindo ela me disse:
"Não se preocupe,
Final feliz Haverá"
Este será o desfecho?
Sabe, não sei lhe dizer
mas para ser sincero
este é o meu querer.
Luz, cadé você?
A lágrima que se desprende encontra o outro olho... desperto do sonho recorrente... o coração queima e minha face sente o travesseiro molhado.
Me viro e olho para o teto, a mente tem cenas vívidas, e recordo... os olhos são preenchidos e o pequeno feixe de luz vira estrelas borradas, as lágrimas agora tem direção opostas e escorrem calmamente até minhas orelhas... recuso-me a enxugar o resultado de meus sonhos pois é só uma vítima da minha realidade... viro a testemunha de minhas noites o travesseiro e aguardo o sono aplacar minhas lembranças e me leve novamente a sonhar.
Chorar
Não me pergunte as razões, mas preciso chorar. Isso não é coisa de um coração magoado ou dor de algum amor inacabado. Não, não é! É explosão dos guardados. Excesso de opção. É pó acumulado onde não deveria mais estar. Preciso chorar, isso é fato! Desenterrar algumas verdades. Semear alguma metáfora sobre ser gente sensível e repetir com as infalíveis lágrimas a limpeza da alma. Preciso chorar com a mesma força com que os colibris sugam as flores. Desmanchar todos os precipícios e aumentar a possibilidade de envelhecer por entre os olhos. Preciso chorar nem que seja um choro de paz, dando dicas de que ou virá primavera por aí, ou o outono aumentará sua força derrubando as folhas que ainda sobraram de minha sombra. Preciso chorar sem fazer nenhum barulho. Sem discurso explicativo e improvisado. Preciso desse mau costume. Milhares de vezes, preciso chorar. Ser silêncio engasgado. Palavra não dita. Seria até muito árduo explicar e eu não convenceria a humanidade, mas se consola saber, preciso chorar para aliviar, corrigir, respirar. Sem nenhum pesadelo que me inocente do ato, sem arrumar desculpas e sem sofrer de dúvidas; preciso chorar. Recolher as histórias indecentes, os pensamentos impróprios, a preguiça social e continuar com o incerto com a coragem apenas para chorar. Chorar uma inundação e nem sequer ficar marcas do vendaval. Nos próximos dias, sem muitas reações, sem abandono da vida, preciso chorar. Mastigar as lágrimas e soprar para o vento os últimos respingos. Esperar o choro tal como se espera uma ressaca de um porre e sobreviver sem nenhum efeito colateral. Feita terra fértil, preciso verter o choro e deixa-lo se desfazer devagar. Sem essa de pressa, preciso chorar lentamente. Devastar as flores mortas. Preciso chorar e ficar cinza. Me apossar dessa perturbável vontade que hoje é um luxo até que a missão do choro esteja cumprida e definitivamente traga uma satisfação intima.
Desde já, eu me autorizo a chorar.
Luciana Trintin