Textos de Decepção Amorosa
Sabes, eu só mesmo queria
Poder ver te naquele crítico dia
Saber, poder, dar te um beijo
Esse, que é meu mais intenso desejo.
Nada dura para sempre, seria
A chama ardente que tanto ardia,
Que tanto causara regalo como dor
Esta peça, nunca reminescente de outro amor.
Eu, com esta amarga sabedoria
Sou algo a que toda a gente se oporia
Porque não há outro que nesta hora
Possa viver como eu no mundo lá fora.
Continuo aqui, na ferrovia,
A passar a ferro algo que ninguém queria,
Nem neste nem noutro qualquer mundo,
Continuo aqui, sempre, surdo e mudo.
FAMÍLIA CONSTELAÇÃO
Juntos, as estrelas brilhavam, formando a família constelação. Quem olhasse o céu pelo norte, encontraria as mesmas estrelas daqueles que olharam pelo sul, pois, há coisas que a distância, o tempo, a dor, o caos, e todas as coisas que remalinhem agora a tua mente, não são capazes de separar. Houve um dia, em que certa estrela observou uma luz cair do céu, achou haver perdido um membro de sua família, mas nunca houve de existir estrelas cadentes, aquilo que se via era apenas meteoro. Nascemos, e é preciso que cortem o cordão umbilical, mas há laços que nunca hão de separar.
Por que você fez isso comigo?
Por que eu insisti em você?
Eu achava que você era diferente,
Mas no fundo eu sabia que não daria certo.
Você me fazia feliz por algumas horas, e triste por alguns dias.
Quando você estava com raiva, você agia como idiota,
Me tratava como se eu não valesse nada.
Eu nunca mais quero sentir sua falta novamente.
Você me fez te amar, você pode me fazer te esquecer agora?
Chuva, aquela que cai lá fora, transborda nas folhas, alagam as caules
Ela também cai aqui dentro, goteja no rosto, inundam as vestes, retratam as marcas
O volume não dita a beleza, a tragédia, o que mostra é a gente, e dentro da gente, o sol não se põe, só chove, só molha, aqui chove, enchente.
Me diz o que faço com você? Como consegue me fazer lembrar você toda hora? Como eu fico? Sem saber como está? Se gosta de mim ou se já não gosta mais? Eu não consigo te esquecer, você é tipo um vício pra mim, a qualquer minuto eu lembro da gente, lembro de todos os nossos momentos, haaa... É um misto de sentimentos que eu não consigo descrever, você é como o tempo muda de uma hora pra outra e eu me perco nessas mudanças, você é tipo meu último suspiro, minha última esperança, não sei se tenho tenho coragem de embarcar no amor de novo, por que você foi a minha maior aposta, não dava nada pela gente, e agora como estou? Chorando por que eu te amo... Sei que sou capaz de te superar mas eu não quero, eu só queria ter você todos os dias comigo sem ter que te disputar com outras coisas, eu só queria ter seu abraço todo dia, o seu beijo, a sua companhia... Você me faz bem, muito bem, mas ao mesmo tempo me faz mal, me mata aos poucos, é como se a sua companhia fosse uma dose de alegria, mas depois voltasse a tristeza, é uma montanha russa. Eu entrei sabendo disso, só não imaginava que seria tão forte assim.
TREM DAS 05:00AM
O dia mal havia raiado e você estava lá, acordada, na estação de metrô, esperando por ele. Tantos "bom dia" lhe foram dados, visto que todos ali já te conheciam. Ninguém nunca entendeu o porquê de sempre chegar no mesmo horário, sentar muitas vezes no mesmo lugar, e não fazer nada, além disso. Você esperou tanto por ele, e ele sempre esteve lá, vivendo como sempre vivia. Você desmarcou compromissos para encontrá-lo, mas quem disse que ele abriria mão dos próprios compromissos? Quem disse que ele retrocederia a própria vida por você?! Você o amou e esperou, e agora estava ali, entrando no primeiro vagão daquele trem, pois percebeu que devia amar alguém, que pudesse te encontrar na mesma estação.
A UNIÃO DOS PONTOS
Na escrita posso entregar os meus sentimentos de bandeja, ou, camuflá-los a ponto de causar dúvida. Escrever me faz livre, dado que por mais que tentem, nunca saberão a minha real dedicatória, sem que eu os conte. Algumas vezes me faltam palavras, pois comigo não aceitam ser tratadas de qualquer maneira, nem unidas em prol de mágoa. Sobre você, elas nunca terminaram o pensamento, apenas me trataram como distração, fugiriam deixando em aberto o fim, foram um verdadeiro espelho seu, mas não se turbe a mente, o ponto se depôs a ficar, e se agora te escrevo, significa que...
Arde a felicidade em minhas entranhas
Nunca em mim coisa mais estranha
A manter - me cega
Me dei o direito
Mesmo sem jeito
Caio em seus braços
Feito pintura apática
Feito desenho sem traço
Sua sedução é concisa
Como perna de bailarina a levantar
Cada movimento calculado
Cada rodopio é estudado
E me entrego totalmente a seu deleite
Visto que sua sedução foi só enfeite
E o perigo está por vir
Porque não existe perfeição
E se assim é volúpia
Certamente morrerei
Encarcerarei
Feito presa fácil
Sem mais cantar
Nunca mais cantar
Nunca mais
Nunca
Quando lhe perdi!?
Quando os meus beijos perderam o sabor pra você?
Quando lhe perdi?
Quando os meus toques perderam o encanto?
Quando lhe perdi!?
Quando os seus olhos pararam de brilhar ao olhar nos meus?
Quando lhe perdi?
Quando passou a está tão longe, mesmo tão perto?
Quando lhe perdi!?
Quando a minha chegada passou a não mais valer a pena à sua espera?
Quando lhe perdi?
E a fila andou
A fila andou,
era assim que Fátima dizia,
só que ela estava na fila
e eu não sabia,
um dia, depois de muito sofrimento,
a morte tirou-lhe a vida.
foi embora para sempre
a minha esposa querida.
O que ficou foi tristeza
Amargura e muita dor,
um vazio indescritível
um angustia persistente
do meu amor ausente,
de tudo que fomos nós.
A fila andou, sim senhor
e me deixou de presente
um lar que um dia foi da’ gente
e que agora não tem nome,
vazio e só tem lembranças
de tudo aquilo que fomos.
Quando será a minha vez?
A CRIAÇÃO DOS NÚMEROS
No princípio criou Zero seu primeiro filho. A ele designou a honra de ser chamado "Um", sendo o único a torna-se coberto de amor até o fim de sua existência.
Eles viveram longos anos de felicidade, mas o Um achou-se único, e seu ego aumentava cada vez mais. Para não perder seu único filho, Zero trouxe a vida ao número Dois, que casaria com Um; feito e criado com um único intuito, amar e dissipar o ego de Um.
O tempo tornou a passar e o número Um não estava 100% satisfeito com a sua companheira. Motivado por seu enorme ego, começou a se imaginar com outra criação. Foi então que surgiu o número Três, criado pelo amor advindo da expectativa, sem passar pelas mãos do criador. O criador, ao perceber o que havia acabado de acontecer, se espantou, mas teve misericórdia do número Três e o deixou viver.
O Um muito amou os dois outros números, mas o criador percebeu que em uma relação a (três), sempre alguém saí ferido, corrompendo todo o amor da criação. Zero então pediu que Um escolhesse, e ele escolheu! Escolheu a número Dois, mesmo tendo criado o número Três.
A tristeza sufocou a alma de Três. Ela estava abatida, aflita e decepcionada. Sua dor era tamanha que chegou aos pés do criador(0), esse tomado pelo senso de justiça rompeu seu círculo perfeito, estabelecendo a partir daquele dia que os números seriam infinitos.
A ÓRFÃ
Sou órfã desde que nasci. Cresci e me apaixonei por um garoto, este, nasceu numa família estruturada. Se datava de uma manhã de 18 de novembro, tínhamos marcado de se encontrar na cafeteria que ficara há 8 metros de sua casa, mas ele novamente não apareceu, deixando seu bilhete de desculpas; um alento, seu vigésimo bilhete. Muito demorei para entender a razão de nunca tê-lo deixado; isto se dava por motivos que estavam impregnadas as minhas vísceras e perpassavam despercebidas aos meus olhos. Nunca o abandonei, por já ter sido abandonada. Nunca o deixei, por já ter sido deixada. Nunca o esqueci, por já ter sido esquecida! Contudo, abandonei a mim mesma permanecendo em algo que só me trazia dor, e me desculpe, não sou mais órfã.
...E depois de meses você chega forte no meu pensamento.
Algum especialista sabe como apagar da memória?
Alguém que vai e volta sem eu querer. Vai embora!
Eu não posso com você.
Já perdi as últimas batalhas...e a guerra acabou?
Quero que você suma, meu presente não carrega seu desprezo e nem suas humilhações.
Meu coração fica apertado como se fosse um alerta de que me diz que você ainda existe e está por aí.
Mas eu tenho minha vida.
Não tenho nada contigo.
É só minha cabeça carente tentando me enganar novamente.
Você acha que tem a fórmula do amor.
Sua vaidade vai te mostrar.
Os anos vão te ensinar...
A experiência vai chegar até você.
Você vai lembrar das vezes que me julgou e me sentenciou, com seu atestado de moral adquirido naquele curso dado em uma sala com paredes pretas com um palco iluminado com os que dizem "servos do senhor". Os donos da verdade.
Depois de tudo que você vai viver, junto do seu "amor".
Quero ver se vai conhecer o lado da superação.
Se irá superar todas as decepções que seu amor e esses servos ainda estão por fazer você passar.
Nossas brigas não foram de amigos. Eu não sirvo para ser amigo.
Você só me aceitaria de um jeito.
O jeito que você diz que nunca me aceitaria. Mentirosa. Você é louca por mim. Eu percebo no tom da sua voz. Sua voz derrete quando fala comigo. Seu olho fica embriagado quando me vê. Você desvia o olhar, evita. Não sou trouxa. A coisa é séria.
Você nega o que sentiu.
Eu tenho certeza que isso não sumiu de você também.
Eu acho que você vem quando bate aquele friozinho que estava quando te convenci a me ouvir pela primeira vez.
É só memória afetiva. Vai passar denovo...quando voltar eu aviso por aqui.
Ainda amo você.
DOR
Dor, uma palavra de significado forte
O que é a dor?
Perder um parente é uma dor?
Se machucar é uma dor ?
Não, dor é aquilo que não se pode curar
Uma ferida que não cicatriza
Uma ferida direta no seu ponto fraco
Uma ferida mental...
A real dor é a dor do amor
Aquela que destrói vidas em segundos
Aquele sentimento de tristeza
Que o marca para sempre
O vazio deixado pelo amor que se perdeu
Os sentimentos deixados para sempre
A quebra de expectativa
E a perca de esperanças
Isso é a dor.
Talvez.
Tão distante,temos pensamentos que se recusamos acreditar. tão perto sonhamos alto demais para acreditar em infinitas possibilidades de um, "Talvez";
talvez se voce soubesse o quanto eu desejei um futuro inteiro ao seu lado, me pouparia de tantas mentiras. Aliás, tenho boas lembranças que me assombram, nas quais você me prometia o céu e a lua. Mas, aqui entre nós; eu não te reconheço mais. A "minha" garota já não é mais a mesma;
eu não posso simplesmente apagar o passado, talvez a minha criptonita seja a saudade do seu "amor".
somos tão ricos em detalhes, que acabamos esquecendo do nosso bordão. "Eu te amo"?
I don't know, I don't know how many times I'm going to have to tell you that your attitudes are hurting me.
O CARRO VERMELHO
As pessoas não entendiam o porquê do meu choro incessável. Certamente, essa incompreensão se dera, pois, havia eu acabado de vivenciar o mais puro livramento de vida, ainda assim, isso não anulava nem um pouco a dor que me foi causada no acidente. Naquela maca de hospital pude perceber que pior do que não receber o amor da forma que compartilha, é ser enganado pelo próprio "amor". O carro da ilusão uma hora há de atingir um limite de velocidade tão alto que será impossível não bater em algum obstáculo, e foi isso que me ocorreu; lá estava eu, atravessando a rua, quando você veio descontrolado e me atropelou. Confesso que as cicatrizes ainda doem. Quando te vejo me olhar, enquanto estou sem fala e paralisado pelo gesso que envolve todo meu corpo, a única coisa que meus olhos refletem por você é aversão e desprezo. Mas, deixe-me encerrar esse relato da forma que queres. A culpa não é sua! Eu que lhe presenteei com o carro, que carinhosamente por ser vermelho, você chamou de coração.
BICICLETA
Por muito tempo andei com rodinhas, mas havia no meu destino, a lição de perdê-las antecipadamente. A vida, então, arrancou de mim as rodinhas que me mantinham equilibrado, e somente cai, cai e outra vez cai. Eu não tive escolha a não ser me entregar ao chão, conviver com ele diariamente, me abraçar no ardor da carne viva. Certa feita, a vida, enquanto me consolava como todas as outras vezes, teve misericórdia, e eu enfim aprendi a andar de bicicleta. As pessoas me viam andar tão bem, mas não sabiam de um terço das cicatrizes que ficaram no meu corpo após as quedas.
Eles admiram a minha força, mas se eu pudesse ter escolhido, jamais escolheria aceitar que tirassem as minhas rodinhas.
Minha vida aos poucos perdeu o querer. Vivo em coma, sobre o automático. Curo, mas não sou curado.
Entre as vastas personalidades que criei, já não sei quem sou, o que quero e o que me mantém a viver. Eis que agora rasgo o véu e enxergo as verdadeiras cores desse mundo. Bendita é a ousadia que me envolve a noite, maldita é a covardia que me agarra ao amanhecer.
Vejo as cobras rastejarem e logo em seguida subirem pelas minhas pernas, se algo aqui me põe a viver, é o amor pelos que me amam, e a esperança de encontrar, por eles, a saída dessa selva.
PREMONIÇÃO
Meus batimentos perdiam a força a cada dia que se passava. Você vinha me visitar, dava-me um beijo na testa e colocava mais uma flor ao lado da minha cama. Para você, todos aqueles gestos externavam seu amor por mim, mas nunca fôra isso. Nos últimos meses antes do diagnóstico, você nunca me deu uma flor, nem se quer um beijo na testa, tudo que sentia ao seu lado era ausência de calor.
Diariamente, deitada e enfraquecida, observei você achar estar me amando, quando a única coisa que eu enxergava em tudo aquilo, era alguém se culpando pela minha doença, alguém tão egocêntrico a ponto de achar ser a cura daquilo que não se cura. Seu coração palpitou por mim, mas não foi de amor, foi paixão. Economize essas rosas e os beijos na testa, ainda não estou morta.
Quando a dor se alastrou pelas minhas vísceras, teu abraço foi o principal responsável por saná-la. Seu ombro me valia mais que qualquer ouro ou diamante, havia ele acolhido a minha alma.
Vejo, agora, minha carne sangrar, e a vida de mim se sucumbir, eis que ao pé do meu ouvido, escuto o padre a proclamar, "Prometo estar contigo na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, amando-te, respeitando-te e sendo-te fiel em todos os dias de minha vida, até que a morte nos separe.".