Textos de Chuva

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CHOVE... (soneto)

Chove... que sussurro no humedecido
Cerrado molhado. O cheiro se enleva
Em nubladas nuvens, o temporal leva
O dia, perfumado, no chão lânguido

É a poesia! Palpita a vida num alarido
E nos meus versos a saudade eleva
Na chuva, e que vai caindo em treva
A melancolia de este tempo chovido

Chuva, lá fora, cá dentro um roteiro
De solidão. Encharcando a emoção
Doudejante, em um silêncio inteiro

Entre os tortos galhos nus, troveja
E a enxurrada numa doce canção
De um latente gotejar, a terra beija...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2018, 9 de novembro
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

"Feliz dia para quem é o igual do dia".
"Saúdo-vos e desejo-lhes sol, e chuva, quando chuva é precisa".
"E olho para as flores e sorrio...".
"Que pensará o meu muro da minha sombra?".
"Que triste não saber florir!".
"Amar é a eterna inocência".
"Sejamos simples e calmo, como os regatos e as árvores".
"A minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer".
"Eu sou do tamanho do que vejo".
"Dá-me uma mão a mim e a outra a tudo que existe, vamos os três pelo caminho que houver".
"Pega-me tu ao colo e leva-me para dentro da tua casa".
"Sou um guardador de rebanhos. O rebanho é os meus pensamentos".
(Citações de poemas de Fernando Pessoa extraídos de "Fernando Pessoa - Obra poética II" - Organizado por L&PM - Porto Alegre, RS - 2010)

CHUVA

Não sei porque insisto em caminhar na chuva!
Sempre fico num estado desolador.
Os cabelos desgrenhados, os olhos semicerrados, vermelhos...
O corpo pedindo paz e eu insistindo em caminhar na chuva!
É claro que eu vou me molhar, encharcar,
Fora o risco de cair, de escorregar, de me arrebentar.
E ainda assim eu caminho na chuva.
O coração negando, a respiração parando e eu andando,
Enxergando um Sol que nem sei se é real,
Acreditando que o tempo vai se abrir,
Que logo a chuva vai parar.
Parece loucura, mas eu chamo de fé.
A esperança que o Sol apareça é recompensa para os meus olhos miúdos.
Mas e se o Sol não aparecer?
E se a chuva for tão cortante que nem dê mais para me enxugar?
Este é o risco de se caminhar na chuva!
Apesar de que eu sei que com o tempo,
Eu vou acabar aprendendo a desviar os perigos,
A pular os buracos, a evitar as poças de lama...
O segredo é não se manter molhada depois da caminhada,
Mas será que é possível enxugar os olhos depois de toda água derramada?
Eu não devia caminhar na chuva,
Seria melhor esperar o Sol aparecer.

Lembranças da infância

Ainda lembro do cheiro da chuva,
Das brincadeiras com as amigas
Do cheiro da comida,
Nas panelas que minha mãe preparava enquanto eu estudava.
Dos sonhos de voar de mãos dadas com Peter Pan.
Da tentação da lama em me sujar.
De fingir que estava dormindo pra ver se via Papai Noel,
Entrando em casa pra me deixar presente de Natal.
De abraçar uma amiga que caiu e se machucou.
Das brigas com a irmã pelo pedaço maior do doce!
Do vento da balança em meu rosto!
De correr pra cama da mãe após um pesadelo e achar que
Somente ali nunca mais teria pesadelo!
De pensar que minha vida seria sempre uma eterna infância e
Que eu nunca perderia meu mundo de sonhos e refúgio!
De falar pra minha amiga que nada nos separaria e acreditar
Que isso seria verdade!
De achar que todos falavam a verdade por que isso seria o certo
Porque foi isso que meus pais me ensinaram!
Ficar triste quando uma amiga vai embora para outra cidade, sem saber
Que essa sensação ira se repetir milhares e milhares de vezes em minha vida!
De pedir para que sua mãe beije um machucado seu por que acha que beijos
De mãe cura qualquer dor e acreditar que a dor passou!
Brigar com sua irmã, falar que ela é a pessoa mais insuportável do mundo
Mas ficar furiosa quando alguém a magoa e defendê-la com unhas e dentes!
Sonhar que quando crescer encontrara um mundo La fora que nem a casinha
De doce do João e Maria.
Achar que o seu príncipe encantado será seu maior defensor e herói.
De chorar em público sem vergonha de demonstrar sua decepção!
De expressar suas ideias sem medo de crítica, e achar que elas seriam assim
Para o resto da vida, sem saber que mudaria de ideia várias vezes em minha
Vida!
Mas o que mais recordo e não consigo ter de volta, é a sensação de viver sem
Medo de ser feliz!

Quem está na chuva é para se queimar.

Haja o que hajar, o Corinthians será campeão.

Esse é um resultado que agradou gregos e napolitanos.

Gostaria de agradecer à Antarctica pelas Brahmas que nos mandaram".

O Sócrates é invendível, incompravel, e imprestável.

Depois da tempestade, vem a ambulância.

Comigo ou sem migo o Corinthians será campeão.

"Eu quero o bem.
Eu quero mais amor, mais solidariedade, mais amizades, mais futebol na chuva, mais amigos verdadeiros, mais momentos em família, mais churrascos, mais diversão, mais loucuras, mais fé, mais alegrias, mais músicas.
Eu quero a felicidade verdadeira, eu quero a paz.
Eu quero encontrar na simplicidade a alegria de estar vivo. Eu quero ser feliz pelas coisas simples.
Eu quero mais, muito mais.
Eu quero estar de chinelo contando histórias com meus amigos, eu quero boas lembranças, eu quero calma.
Eu quero explodir a vida em felicidade e amor, fechar os olhos e abrir os braços em eterna dança no ritmo da amizade."

DEPOIS
Depois da tempestade, a bonança. Depois da chuva, o sol. Depois do inverno, a primavera.
É bom acreditar e esperar um depois que há de vir carregado de esperanças. Um amanhã que se espera mesmo por toda a vida.
Acreditar que a tormenta passará. Que se abrirá um céu azul cheio de paz... Acreditar que após uma noite escura de vigílias, há de nascer um dia lindo, brilhante e promissor.
Depois da lágrima chorada na despedida, o regresso há de colorir de sorrisos a saudade.
Depois da briga, a reconciliação. Depois do ódio, o perdão. Depois da batalha perdida, uma nova luta. Depois da queda, um novo passo. Depois do barulho, o silêncio.
Acreditar num depois faz o homem caminhar. Mesmo cansado, mesmo desiludido. Grande é o homem que não se deixa abater pelas tormentas do dia. Feliz o homem que acredita, mesmo decepcionado.
Uns caminham machucando e outros machucados. Em meio a tanta mentira, há os que acreditam. Em meio a tanta covardia, há os que enfrentam as derrotas sem esmorecimento. Depois dos campos queimados, a volta do verde.
Nas árvores despidas, a nova folhagem e o matriz das flores. Tudo se renova quando se acredita no caminho, no objetivo e naquilo que se propõe a fazer. O melhor depois, é quando se tem a consciência de um dever cumprido com responsabilidade e amor.

Colaboração enviada por: Ana Cintia Souza Gomes

Boemia

Ser boêmio não é simplesmente tocar, cantar em noites de chuva,
Saber criar poesias doces ao encontro do amor,
Ser boêmio é amar na verdade de estar consciente,
É fazer o bem, plantar a semente, transformar a arte em eterno esplendor.

Boemia é o convite da noite para uma dança,
Embriagar-se de esperança.
Fazer do comum o artista apoteótico,
embora sórdida a realidade,
prevalescer a inspiração da saudade.

O boêmio é aquele que sofre com a dor da partida
Transforma a chegada sempre bem-vinda,
conquista os amigos com gratidão.
Boemia imita a realidade,
traduz a bondade, enfim,
amigos e irmãos.

Ouse aquele que não se deixe levar pela emoção,
tentar demonstrar a bela paixão,
como pedra batida bem fixa ao chão.
Quem não quiser demonstrar seus sentimentos,
Abrilhantar os melhores momentos,
Ficará distante da emoção.

Sentir a inspiração da boemia é como ouvir uma melodia
cantada com prosa, verso e paixão,
Unir os amigos em torno da arte,
Fazê-los contentes pela amizade
Curtir, amar, dividir a ocasião.

Vai entender!
O homem é um bicho danado
Nunca se conforma com nada
Se tá seco quer chuva
Se tá chovendo quer sol
Se tá quente quer frio
Se tá frio quer calor
O bicho é tão complicado
Que acaba com a nascente
Depois pega um copo d'água
Vai rezar aos pés da cruz
Da árvore que ele cortou
E por isso a nascente secou
Aí implora a Deus por perdão
Volta com o copo vazio na mão
Pega um machado grandão
E vai, de novo, arrumar mais confusão.

Não apresse a chuva,
Ela tem seu tempo de cair
E saciar a sede da terra;

Não apresse o por do sol,
Ele tem seu tempo de anunciar
O anoitecer até seu último raio;

Não apresse a sua alegria,
Ela tem seu tempo para aprender
Com a sua tristeza;

Não apresse seu silêncio,
Ele tem seu tempo de paz
Após o barulho cessar;

Não apresse seu amor,
Ele tem seu tempo de semear
Mesmo nos solos mais áridos Do seu coração;

Não apresse sua raiva,
Ela tem seu tempo para
Abrir-se nas águas mansas
Da sua consciência;

Não apresse o outro,
Pois ele tem seu tempo
Para florescer aos olhos
Do criador;

Não apresse a si mesmo,
Pois precisa de tempo
Para sentir a sua própria
Evolução.

Ao Teu Lado

Apesar dos desencontros
E da chuva no caminho
Ao seu lado sei que esta o destino
Apesar do vento forte
E de todos dos naufrágios
Ao seu lado sei que estou a salvo

Com você sou invencível
Não conheço o impossível
e quando volto te encontro aqui
(deixa-me viver assim assim sempre a seu lado)

No cantinho de algum beijo
No limete dos seus planos
Deixa-me viver sempre ao teu lado

No cantinho de um suspiro
No calor de abraço
Deixa-me viver sempre ao teu lado
Sempre ao teu lado
Sempre ao teu lado

Apesar do tempo forte
Que balança o nosso barco
Ao teu lado sei que estou em calma
Apesar do mais difícil
Por que nada e tão fácil
Ao seu lado nada me dá medo

Com voce sou invencível
Não conheço o impossível
E quando volto te encontro aqui
(deixe-me viver assim assim sempre ao teu lado)

No cantinho de algum beijo
No limete dos seus planos
Deixa-me viver sempre ao teu lado

No cantinho de de um suspiro
No calor de um abraço
Deixa-me viver sempre ao teu lado
Sempre ao teu lado

Sozinha
em meu
quarto
lendo poemas
de amor...
Ao som da
chuva
Fecho os
meus olhos
e penso em
você
com ardor...
Sinto um
arrepio...
E imagino,
o leve toque
das suas
mãos,
fazendo-me acreditar,
que mesmo
distantes,
estamos
juntos...
Em um só
corpo & coração.
Tatiane Oliveira-10.01.2013*

Uma chuva forte irá cair

Eu vi um recém-nascido rodeado por lobos
Eu vi uma estrada de diamantes com ninguém nela
Eu vi um galho negro que pingava sangue
Eu vi uma sala cheia de homens com seus martelos sangrando
Eu vi uma escada branca toda coberta por água
Eu vi dez mil oradores cujas línguas estavam todas quebradas
Eu vi armas e espadas afiadas nas mãos de crianças
E é forte, é forte, é forte e é forte
É forte a chuva que irá cair

Bob Dylan

Nota: Trecho da música "A hard rain's a-gonna fall", 1963.

Quero abraço verdadeiro, colo em dia de chuva, carinho inesperado, sorrisos que iluminam.
Quero tranquilidade no caminhar, posturar firme ao guiar, choro de felicidade e de tristeza, que a tristeza sempre ensina;
E eu quero é ver o desconhecido, conhecer o que é visto, conviver com o diferente,
Reiventar o certo, criar conceitos, torna-los vivos,
Quero valores familiares, quero familias sádias. A fala do meu pai, o silêncio de minha mãe, ahh, quero aprender a falar pelo silêncio;
A presença dos amigos, a ausência consentida.
Quero mais verdade, a verdade que fala pelo olhar, pelo respeito.
Eu quero tanto, e eu tenho tanto... E eu quero sempre poder querer mais.

O Culpado

Não posso culpar a chuva quando não cai
Não posso culpar as lágrimas que não escorrem
Não posso culpar alguém que não vem em minha direção,
Ou quem vem e não para
Não posso culpar a dor que me habita
Nem o amor que me abandonou
Não posso te culpar por olhares reincidentes
Nem por partir sem adeus
Não posso culpar o chão por ser duro
Nem por me esfolar nos tombos insistentes
Eu sou o culpado, fui condenado, estou cumprindo a pena,
Resignado a viver entre as grades do desespero
Sou culpado por te deixar ir, pelo fracasso na busca, pela fraqueza no caminho
Sou culpado pelas respostas erradas às questões do destino,
Pela falta de ação nos momentos exigidos
Talvez eu me perdoe, talvez eu sobreviva o suficiente pra superar
Talvez sangre até me afogar, talvez sucumba cheio deste vazio,
Talvez chegue até à cova plenamente satisfeito,
Ou talvez tenha que cumprir este penoso caminho sozinho
Carregando meu corpo dolorosamente até abandoná-lo no leito de morte.

Meus olhos estão tristes
como a chuva que molha o jardim
Só o silêncio do vento
a ecoar num vale
Um sopro de vida
num rosto que se molda
Que oa rununciar-me
não aprisione esses olhos tristes pro belo
O corpo presente
pra um coração ausente
Ensinaste uma fragilidade
que não quero aprender
Levantarei a cabeça
verei o horizonte
e saberei que o farol que me guia
me deixará num porto seguro.


GOSTARIA DE 1 DIA PRA VIVER,
E UMA ETERNIDADE PRA SONHAR.

E essa chuva cai lá fora
Se funde com as minhas lagrimas aqui dentro...
É assim no meio dessa chuva que me da vontade fugir...
Correr para um lugar melhor...
Onde exista apenas eu e eu...
Onde eu posso olhar as nuvens e contar as estrelas...
Quero sentir falta de sentir falta
Ninguém no mundo compreende o que eu sinto
Ate que sinta também...
Fácil falar de sentimentos
Difícil controla-los e agrega-los a onde queremos...
Sentimentos uma mistura de emoções
Queria eu poder controlá-los...
Nada que eu fale expressara o que realmente sinto
Amei como um dia eu amei
Sofra como um dia eu sofri
Que saberás por que tanta amargura assim...
Um dia quem sabe poderá sentar e ler o poema de
Pequena garota que sabia que podia fazer você sorrir
Mais que em segundos com poucas palavras fazer-te
Chorar...
“Não escrevo o que você quer ler, escrevo o que tenho para escrever”

Seja simples como a chuva.
Dance com a emoção,
Faça teu corpo expressar.
Ame á toda maneira,
Regue sua sensibilidade.
Deleite em serenidade.
Não remoa feridas,
Nem viva a reprisar.
Veja em cada erro, novas chances.
Para um acerto tentativas.
Seja brisa calma, pessoa solar.
Tudo o que é simples, tende á sofisticar.

Eu desejo
que nos dias de chuva
você se permita escutar
a melodia dos telhados
que à mercê das mágoas
busque lembranças que prezem
pela alegria
Desejo que a vida lhe abrace
no dia em que você precisar
de companhia
e que o vento lhe sopre pistas
sobre onde encontrar
paixões e sonhos

Não se vá com a chuva

Lembro-me bem da primeira vez que a vi. Estava com um vestido azul florido. Com os cabelos escuros soltos sendo levemente bagunçados pelo vento, e suavemente molhados pela garoa. Andava apressada, acredito que não pelo fato de estar chovendo, pois não me parecia incomodada com os chuviscos. Repentinamente virou-se para o lado esquerdo encontrando meus olhos tão fixamente postos sobre ela. Nossos olhares se cruzaram por instantes que duraram uma vida, acredito que não só para mim. Vagarosamente caminhou em minha direção, sem ao menos desviar o olhar adentrou no restaurante em que me encontrava.Não pude conter-me ao vê-la, senti um sorriso moldar-se em meus lábios finos da forma mais convidativa possível. Ela veio sentar-se comigo. Conversamos durante alguns minutos, ou horas, não sei, o tempo era a última coisa que me vinha à cabeça. Eu estava feliz, não sei o porquê, mas eu estava feliz. Não sei se era o fato de estar ali conversando com alguém que acabara de conhecer, e que de alguma forma fazia-me sentir como conhecidos de longa data. Ou por simplesmente estar apaixonado por esse alguém. Não importava. Eu senti como se a felicidade pulsasse por minhas veias. Era algo mágico. Não conseguindo me controlar mais, fui me aproximando cada vez mais de seu rosto, delicadamente prendi a mecha de cabelo que escondia parcialmente seu rosto atrás da orelha, me aproximei um pouco mais e, desisti.
Aqueles olhos castanhos eram praticamente ilegíveis, não conseguia saber se me convidavam ir mais além ou se me repreendiam. Voltei ao meu lugar inicial, e foi à vez dela, esta não se preocupou em ir pausadamente , diferentemente de mim, ela o fez depressa. Nossos lábios se tocaram e se encaixaram perfeitamente. Foi nesse exato momento em que pude desvendar o enigma. Eu não estava apaixonado, não mesmo. Eu estava amando, da forma mais insana e imprevisível, eu estava amando. Ela afastou-se. E consultou o relógio de pulso, dizendo:
- Eu tenho que ir. Estou atrasada para um compromisso.
Ela levantou-se e virou em direção a saída. Vendo isso, a segurei pelo braço e disse:
- Espera. Ao menos me dê seu telefone, por favor.
Ela me ignorou. Andou em direção a porta sem nada dizer. Num impulso andei atrás dela. Correndo, ela cruzou a porta do restaurante e esta se fechou num estrondo. Quando saí já não chovia mais e não restava mais nada, nem um rastro, nada, a chuva se fora e a levara junto. Olhei para todos os lados em busca dela, nenhum sinal, nada. Abatido, entrei em meu carro e dirigi até o trabalho. Durante algumas noites tive pesadelos. Sonhava que em um momento a tinha em meus braços e no outro ela simplesmente desaparecia.
Mas não resolvi contar essa história para desiludir aqueles que sonham com o para sempre, amor à primeira vista ou coisa assim, mas simplesmente por que hoje eu a vi. Lembrei-me do primeiro dia. Ela avançada pelas ruas, deixando que o vento bagunçasse levemente seus cabelos escuros. Mas a diferença foi que dessa vez ela não andava depressa, e também estava acompanhada. Não podendo mais conter minhas lágrimas, chorei sem disfarçar. Por um instante senti o calor de seu olhar, jamais conseguirei saber se foi delírio meu. Mas por um instante em que a olhava revivi os momentos naquele restaurante, pude ouvir em minha mente o som repetitivo de seus sorrisos, pude sentir o calor de seus lábios novamente, vi todo o amor que em mim ainda não passou, mesmo depois de todos esses anos. Um dia acreditei em para sempre, em amor à primeira vista, mas tive a infelicidade de perdê-lo no mesmo dia.