Textos de Chuva
FLORES DE OZÔNIO
Com a chuva da língua sumida
a plantação de palavras, não arriba,
e esse sol ardente em chamas, inflama
... Pelos cumes dos arrebóis,
pelas sementes da vida,
pela enxurradas que carregam as lamas.
O poeta deixa de colher suas flores
de cores vivas, meigas queridas...
e perdeu a hora do alvorecer da criação,
atualmente tem sido, tingido pelas sombras
e sobre o escuro do seu desengano
nem uma pétala sobre as flores caídas
tem voado no jardim do seu triste coração.
Todavia a ampulheta do imaginar quebrou-se
e as areias, do seu tempo, esvoaçou ao ar
e sobre o vento impiedoso do deserto
o poeta perdeu-se nas margens do seu amar.
Assim como um passe de mágica
deixou de encher suas sesta de meiguice
e com ramalhetes que todavia te fez feliz...
Perdeu as flores pelo caminho da fosca visão
as quais deram vida ao tilintar da vida
e hoje, trocadas pela modernidade
estão sobre os jardins dos sonhos, esquecidas.
Com a sequidão dos sentimentos,
o poeta não é capaz de sentir o gosto do riso,
e sob o rosto de um meigo menino,
não sente o piscar feliz da bela mulher
nem tão pouco vê o arco-íres
esbanjando suas cores sobre as nuvens...
Agora o pesadelo flutua em seu sonho
não consegue colher ilusões
nem embarcar na canoa das fantasias.
É meu poeta...
Abra o diafragma para alegria
abrace a simplicidade e siga com suas braçadas
pelos oceanos dos sonhos,
assim quem sabe, a chuva cairá
e você voltará a colher suas flores...
Nas retinas do seu ameaçado ozônio.
Antonio Montes
Dezembro Chuvoso.
Lá fora chovia, os gritos apaziguavam o barulho da chuva
Mas a chuva real era dentro do meu peito
A tempestade sem calmaria.
Me lembro bem que não te conhecia,
O meu nome você não se esquecia
Ao me lembrar entre as brincadeiras bobas onde não era necessário a citação de algo referente á mim.
Poderia ser qualquer pessoa,
Uma menina que eu não gostasse ou uma completa desconhecida, um familiar.
Mas dentre tantas, você escolheu minha melhor amiga.
Mas as pessoas não são substituíveis, ainda que tente
Estarei nas lembranças,
Pois ninguém tem meu cheiro, minha cor, meu timbre de voz ou meu jeito.
Sua bebida não irá me substituir,
Seu cigarro não irá preencher a parte do seu peito que te falta, exceto te intoxicar
Nosso amor morreu, como cristal que se quebra e não mais se reconstitui,
Mas vivo em sua mente e isso você não pode evitar.
Morto por dentro, zombie que não tem vida
Se alimentando do amor daqueles que ainda acreditam,
Sua vida é uma mentira, e sua mentira suja a pureza do coração daquelas que acreditaram.
Vida artificial, manequins ambulantes,
O emprego dos “sonhos”, a namorada inflável
Espero que a superficialidade preencha seu ser, pois uma alma foi vendida.
Se rasteje por outras bocas, outros corpos, outras camas
Engane outros corações, infecte outras mentes
Mas depois de tudo, o que tenho a te dizer é: Obrigada.
Você me fez mais forte, me transformou em mulher
Me fez enxergar o quanto eu era linda, inteligente
Me fez ver o quão podre e ruim você é.
Estar longe de você é me curar de uma doença,
Me livrar de uma carga pesada.
E hoje, estou livre para amar novamente,
Um amor puro que, ao invés de me matar, me preenche.
PINGOS DE CHUVA
❤╰⊱♥⊱╮❤
Procura-me na pacatez do pensamento
Procura-me no silêncio do parque
Procura-me na poesia mais simples
Procura-me quando mais te convir
Procura-me no aroma das flores
Procura-me no canto das baleias
Procura-me na liberdade dos golfinhos
Procura-me na chuva de verão
Procura-me nos pingos que molham a terra
Procura-me na verdura do jardim
Procura-me no olfato que piso
Procura-me nas árvores entre as folhas
Procura-me no fundo do pomar
Procura-me no deserto da minha alma
Procura-me na noturna sombra de mim
Procura-me na noite entre as estrelas
Procura-me nas ondas do meu amado mar
Procura-me na nudez da minha alma
Procura-me na pedra do sono
Procura-me no canto da cotovia
Procura-me nas margens do rio Sabor
Procura-me no rosário de um belo cristal
❤╰⊱♥⊱╮❤
A chuva e o vento
A chuva cai e o vento espalha
Saudades na minha janela
Lembrando-me apenas da migalha
Do amor que restou dela.
A chuva cai e junto com ela
Caem lágrimas de saudade
Das lembranças que tenho dela
Que trouxeram felicidade.
A chuva cai agora lentamente
E o vento já cessou
Restando apenas a presença ausente
Daquela que foi meu grande amor.
E lá estava eu
Na chuva novamente
No silencio de cada gota
Triste e solitário, como sempre
Apenas ouvindo a chuva e a solidão
Cada gota tocando meu rosto
Enquanto lembrava de seu sorriso
Um sorriso tão lindo
Mas que nunca será para mim
Eu te amava de todo o coração...
Cada segundo, cada momento...
Lá estava eu, te olhando
Com ele...
Você nunca se importou comigo
É difícil acreditar que nossa amizade simplesmente acabou de um dia ao outro
Mas não irei desistir de minha vida assim
Irei apenas lhe guardar no coração
E tentar te esquecer
Fugirei por toda eternidade
De tudo que lembre a ti
Adeus...
A CHUVA NO CAMPO
Óh chuva abençoada
estatela neste ressequido chão
Vá molhando a terra o quanto pode
E deságüe em seguida no próximo ribeirão
Eu lavrador em prece agradeço
tamanha e precisada benção implorada
Porque sem chuva o sertão fica triste
e morrem os animais na invernada
A chuva é festa divina
que vem nosso povo alegrar
É a certeza da semente que germina
para o camponês ter com que se alimentar
mel - ((*_*))
"" Daqui onde estou meus olhos contemplam a chuva
parece que o céu está desabando
e tudo, tudo é tao intenso
que fico me perguntando
por que tem que ser assim
por que as coisas tem que acontecer dessa forma
será que precisamos tanto da chuva
que às vezes ela até exagera e se derrama onde não devia
se derrama no coração...
O TOPO
Estrondo no topo
olhares para o morro
é chuva apagando poeira
é agua despencando na ribanceira
Os bêbados...
Estão todos encharcados
Os relâmpagos...
Com seus pontos e encantos,
correm costurando as nuvens
tudo sempre foi como esta.
Maria pra que falar mal...
Corra, corra! Corra...
Vá recolher as roupas do varal.
Antonio Montes
EMOLUMENTO
Essas luvas que me enluva...
Me cala do frio
me salva da chuva.
Essas luvas, leva-me na lembrança
de quando criança
os ventos as tranças
as parreiras das uvas.
Essas luvas que me enluva
aquece meu medo
da gata que esturra
no cume da serra
aonde os ventas urram...
Essas luvas me empurram
na espuma da praia
pelas roupas de cambraias
e pelos ferrões de saúvas.
Essas luvas me alugam
corações sempre em duvidas
essas luvas, me usam.
Antonio Montes
VENDEDOR DE CHUVA
Comprem! Comprem! Comprem...
Comprem enquanto ainda a tempo!
Comprem gotas d’águas
eu vendo chuvas molhadas
com partículas de vida para viver.
eu? Eu vendo vida pra você.
Comprem! comprem!
Comprem gotas d’águas
junte-as forme enxurradas
nascentes de rios, ribeirão
e encha de vida
esse seu meigo coração.
Comprem... Comprem chuvas!
Molhem as sementes pra nascer
e o verde para assim crescer
o amor para brotar e florescer
e a flor, para amar você.
Comprem! Comprem!
Compre chuva com esplendor
para assim expor aos olhos
o amor que Deus criou.
Antonio Montes
De volta aos meus rios
Em uma gota de chuva
Sinto de novo a natureza
A corrente das águas
Faz-me renascer
Traz de volta
A nascente
O princípio
O inicio de tudo
Neste mundo selvagem
Longe de tanta cidade
Tenho mais felicidade
A vida tem mais leveza
Corre mais tranquila
Sinto o céu e a terra
A aurora e o sereno
Sou o orvalho emoldurado
Em lágrimas de felicidade
Um lugar simples
Em que me sinto em liberdade
Flutuando no ventre materno
Crescendo como criança
A lua segue o meu caminho
Entre rios e cachoeiras
Onde o barulho das águas
Conduz a vida em harmonia
https://www.youtube.com/watch?v=ikItmKMH2Nk
Madrugadas de chuva
Por que será que Deus as fez?
Se o bonito da chuva
é ver-lhe o brilho
das gotas que caem
Creio que Deus
Em Sua Infinita Sabedoria
Guarda para nós uma surpresa
Que nem sempre é percebida
Quando nasce o dia
É uma forma de fazer-nos enxergar
Tardiamente
A alegria que muitas vezes
Esteve aqui, bem ao lado da gente
E que não soubemos ou quisemos
Reconhecer-lhe o real valor
Somente quando já tiver passado
Uma vida inteira de ingratidão
É que finalmente vão
Perceber o quanto foram vãs
As reclamações sem sentido
As acusações infundadas
E todas aquelas formas
das quais dispomos e utilizamos
Pra dizer que não mais queremos
Algo que um dia
Desejamos tanto
e que não soubemos dar valor
Enquanto as possuíamos
As coisas que são perdidas
Voluntariamente, no nosso dia-a-dia
E que, somente no fim da vida
é que a gente finalmente percebe
O quanto a gente as queria
E que, bem ou mal
Nos causaram tanta alegria.
Obrigado Meu Deus.......
Pela louça suja na pia..........
Pelo telhado que pinga em dias de chuva..........
Pela adolecente rebelde........
Pela nenem que chora,e a mulher que reclama.........
Isso já é o suficiente pra mim.........
Tenho alimento,tenho um teto,tenho uma familia.........
Somos um lar............
Pois sem Deus nada disso seria possivel.............
Eu acordo nos meus dias, de chuva ou de sol, não importa, o sentimento será o mesmo. Vazio. O que mais eu esperava, se tudo foi tão rápido. Um dia eu estava lá, cheia de amor, coberta até o topo e no outro o vazio. Foram as palavras ditas? As ações não feitas? Os dias que não foram concluídos? Ou simplesmente foi eu, quem deixou sair de dentro de mim todo aquele amor?
Juro que não sei como resgatar, não sei como sentir, estou tentando ao máximo, as vezes até sinto que ainda tenha uma faísca que vai incendiar tudo novamente, mas quando ela vem, logo se apaga e eu fico lá, simplesmente paralisada vendo todo o seu amor que por um segundo acredito que possa trazer o meu de volta.
Mas que egoísmo o meu, esperar que no seu amor o meu possa renascer, esperar que você ative o que se perdeu, o que eu deixei ir. Só que é assim que vivo meus dias, com essa esperança de que você vai trazer o meu amor de volta, enquanto isso, vou apenas acordar nos meus infinitos dias.
MEU DILEMA
Busco um raio de sol
mas preciso de chuva
Busco a fonte do rio
mas preciso de solo firme
Busco uma estrada além
mas preciso de endereço
Busco fontes de saber
mas preciso de recolhimento
Busco sempre a luz
mas preciso da sombra
Busco as águas do mar
mas preciso saciar a sede
Busco amigos presentes
mas preciso ficar só
Busco conter a saudade
mas preciso de um abraço
Busco o sorriso da criança
mas preciso conter o pranto
Busco o colorido das flores
mas preciso da neutralidade
Busco o brilho das estrelas
mas preciso da escuridão
Busco a melodia da música
mas preiciso de silêncio
Busco a noite calma
mas preciso do amanhecer
Busco a mim mesma
mas preciso de você...
mel - ((*_*))
02/05/2015
Mais uma tarde se finda e mais um mês que se vai.
Março nos trouxe muita chuva diminuindo nossas preocupações...
Que venha abril, dando continuidade ao outono
e que nos proporcione momentos de calmaria e também de alegria!
Boa noite queridos amigos!!!
Que sejam 30 dias
de muitas bençãos
vitórias e conquistas;
e que o amor prevaleça sempre!
mel - 31/03/2015
Permito que bagunce o meu cabelo...
E aquela escovinha caprichada...
Eu desmancho toda na chuva ou no chuveiro...
Pois pra mim não importa...
Eu quero é aproveitar...
O romance ou a paixão louca...
São coisas que não desperdiço...
São elas que me fazem...
Sorrir sem sentido...
Pelo menos é o que pensam...
Os que olham!rsrs...
Gosto do inusitado....
Daquela surpresa impensada e improvisada...
Gosto da loucura...
Gosto dos micos pagos...
Por amor a alguém...
Não tenho frescura...
TERRA SECA
A chuva passou...
Não quis assim,
O tempo desviou...
Escondeu de mim.
Eras tormento;
Ódio e paixão;
Perdeu o alento;
Desfez a emoção.
A terra secou...
O vazio ostenta sua raiz,
Ninguém notou...
Sangrar de novo a cicatriz.
O desprezo natural;
A terra absorveu;
Nada será igual;
Tudo se perdeu.
Baile de máscaras...
Faces veladas,
Muitas caras...
Todas ocultadas.
Poeira no semblante;
Noite esgotada;
Uma lágrima extravagante;
Na parede pintada.
Porque em mim nasce sol, nasce chuva...
porque em mim passa tempestades, neve.
Porque em mim cai risos, flores...
Porque em mim o mundo tem cores,
porque tem versos, sonhos...amores.
Porque em mim tudo se diferencia
o ar que respiro, as roupas que me vestem.
Porque em mim garoa, neblina...
pássaro dança, fala e encanta.
Porque em mim o mar náufraga, me banha
me leva, me ganha.
Porque em mim dias e noites são iguais
tardes são diferentes.
Porque em mim o mundo não gira, canta
porque em mim lembranças passam,
saudades ficam.
Não era chuva
era
pranto
Dor
parto
bastardo
indesejado
Todos os meus fantasmas
todas as mesmas esquinas
todos os meus amores
rodando na devastadora enxurrada
Fotografias na
estante,
todas
vivas
Meu coração
coração em pânico
minha alma
serena
Tinha eu
que ouvir sua voz,
outra
vez
Dizer finalmente
que lhe amava,
dizer finalmente
que lhe amei,
finalmente
Precisava de uma
tempestade
tempestade descomunal,
para limpar
de uma vez
as tormentas
do meu
espírito.