Textos de Chuva
SONETO NA CHUVA
Quantas vezes, pés descalços, enxurrada
A minha infância, na inocência eu brinquei
Águas em versos, chuva molhada, sopeei:
Quantas vezes eu naveguei na sua toada?
Na narração me perdi, no tempo maloquei
As lembranças ali no passado deixada
De memórias fartas, meninice, criançada
Aqui no peito guardada, e nelas estarei...
Céu cinza do cerrado, nuvem carregada
Deixa chover, pois só assim eu alegrarei
Da varia recordação da pluvial derivada
Pingo a pingo, trovoada, no outrora voltei
Água na cara, cachoando na alma calada
De saudades, neste soneto na chuva, falei!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Dezembro, 2016
Cerrado goiano
Aqui a chuva é raridade
Nada além do verão
A água chega de caminhão
E nem sempre tem qualidade
Aqui no meu sertão
Só quem vive sabe o que é dificuldade
O nordestino sofre tanto
Quem pode finge não ver
E o preconceito no entanto
Cria cada vez mais poder
Esquecem de nós no sertão
É de cortar o coração
Eita Nordeste da peste
Mesmo com toda essa seca
Temos o nosso agreste
Pra tirar uma soneca
E quem tem dor de cotovelo
Acaba tendo é pesadelo
O Nordeste é uma fonte
Do teu mar sai água quente
Que transmite confiança
De um povo que não perde a esperança
De um povo que é resistente
E que bate de frente com toda essa ignorância
E as belezas aqui na Zona da Mata
Alegram até um pobre vira lata
As praias chamam atenção
Das mais distraídas almas
Tiram a tensão
E trazem calma
Já ouviu falar em Alagoas
Naquele estado cheio de pessoas
Maceió é sua capital
E o povo se alegra no carnaval
O clima é tropical
E sua beleza natural
Imagina então a paisagem vegetal
Ali e aqui tem manguezal
Entre mangues tem cerrados
Na caatinga o clima semiárido
O bioma é arretado
Natural do meu estado
A Voz do Senhor
Ele não se deixou sem testemunho, porque fez o bem, nos deu chuva do céu e estações frutíferas. - Atos 14:17
Escritura de hoje : Salmo 29: 1-11
A longa temporada de verão seco no Líbano e Israel geralmente termina em outubro com chuvas de boas-vindas que são frequentemente acompanhadas por ventos fortes, raios e trovões.
O escritor do Salmo 29 pode ter tido em mente uma tempestade de outono ao passar do mar Mediterrâneo através do Líbano (v.5), atravessar o deserto (v.8) e sobre o templo em Jerusalém (v.9). Ele falou dos elementos da tempestade como “a voz do Senhor” (v.3), e a alegre resposta dos adoradores no templo quando gritaram “Glória!” (V.9). O salmo fecha com o povo de Deus desfrutando da paz que somente Ele pode dar (v.11).
Ver e ouvir uma tempestade violenta é uma experiência incrível que naturalmente leva os pensamentos a Deus. Em Romanos 1:20, Paulo disse a seus leitores que o poder eterno de Deus e a Deidade são claramente vistos no mundo criado. Ele se faz conhecido através da natureza. Já ouvi sua “voz” muitas vezes - no silêncio da floresta, depois de uma forte nevasca, uma brisa suave ou no canto de pássaros em uma manhã de primavera.
Sim, Deus fala conosco através de Sua maravilhosa criação. Seu poder e majestade são inevitáveis se apenas parássemos para ouvir. Como o povo do antigo Israel, vamos responder: “Glória!” - Herb Vander Lugt
Refletir e orar
Os tesouros do cristal nevam
E todas as maravilhas que a natureza mostra
Falam da mão poderosa de um Criador
Que tudo em amor e sabedoria planejou. - Bosch
Toda criação canta o louvor de Deus. Herbert Vander Lugt
Você não precisa do brilho do sol para ser feliz, a chuva também traz alegria...
Às vezes só depende de você para tornar os seus dias bons ou ruins.
Altos e baixos na vida faz parte da construção de caráter ou complementação para um já formado.
Nem sempre um dia triste termina em TRISTEZA.
Quase sempre há brechas para um recomeço, ou um fim que se resultará em
algo melhor.
Tente me Amar
Tente me amar
Enquanto a chuva não vem
Depois que o leite derramar
Ame como nunca amou ninguém
Tente me amar
Sem pensar em voltar
No balanço do trem
Esperando a hora certa
De fazer um neném
Tente me amar
Sem desculpas pra me deixar
De anel no dedo
Ame completamente sem medo
Tente me amar
Sem me confundir com ninguém
Enquanto seu lobo não vem
Tente me amar
E consiga.
Estou cansado, chefe. Cansado de estar na estrada, solitário como um pardal na chuva.
Cansado de nunca ter um amigo para me dizer aonde vai, de onde vem ou por quê.
Principalmente, estou cansado de às pessoas serem ruíns.
Estou cansado da dor que sinto e ouço no mundo todo dia.
É muita dor!
São pedaços de vidro na Minha cabeça o tempo todo...
Eu sempre quis ser chuva, dessas que molham profundamente os sentimentos.
Quis lavar a alma, dar refrigério aos pensamentos.
Eu sempre quis inundar a vida de alguém com porções exageradas do meu afeto.
Quis ser o mergulho das emoções tentadoras, das noites em claro reconhecendo -me no amor, me vendo num olhar que não fosse o meu.
Eu sempre quis ser correnteza forte, seguindo a vida arrastando uma maré alta de bem querer.
Eu sempre quis ser a chuva sendo reparada da janela, testemunhando os beijos apaixonados encharcados de mim!
Eu quis...
Ser água insinuando abundância, vida, força, beleza, clareza, saciedade.
Eu quis, eu quero...num mundo imaginário eu fui...
O barulho típico dos pingos causando tremor nos lábios, virando lembrança, marcando um momento, um nome, um alguém!
-------Lanna Borges.
De algum forma todos nos queimamos algum dia;
de alguma forma mesmo sem fogo sob o frio sob a chuva
que não passa o calor é terrível
no Rio de Janeiro, quem diria,
quando morei aqui na tua idade
não era assim, agora todos sofrem,
todos dizem que calor infernal
que calor dizem todos e é tudo
muito estranho tudo...
Sou um canteiro onde floresces
e nem sabes, sou o caule
indeciso do teu intenso modo de querer,
a linha reta que jamais se alcança,
a hipotenusa de um triângulo qualquer,
o bule sobre a mesa, a música de Bach,
o pássaro pousada no videira
do fundo de um quintal ou de um jardim
onde ninguém sabe, ninguém jamais ficou sabendo,
que este canteiro existe,
que este canteiro não obstante existe.
Me faz querer beber da chuva em um sábado à noite, deixando o peito aberto pro resfriado que vem quando sua existência evapora e sou obrigada a fechar os olhos novamente, procurando te reencontrar.
Me faz querer escrever sobre o desconhecido dos seus olhos e tocar seu peito que diz ter muito amor.
Me faz querer descobrir as estrelas roxas que compõem sua cabeça e as placas tectônicas que adornam seu coração.
Me faz querer debruçar sob a cama quente, envolvida em seu corpo ao olhar o branco desse céu humano, capaz de ser tanto vazio quanto cheio.
Me faz querer criar milhares de histórias em um papel nu pronto para ser preenchido por pedaços de você mesmo sendo impossível te desenhar por completo.
É uma curiosidade e desejo que lutam entre si e o sangue que escorre eu uso de tinta, pinto seu corpo sob a real solidão em que desperto.
Se os lábios se tocarem durante essa madrugada, seria declarada a vitória do desejo ou isso apenas me tornaria escrava da curiosidade pelo seu mistério?
Logo eu?
Fria como o dia de hoje e tão chuvosa quanto essa noite.
Tão louca quanto palhaço de circo e tão livre de coração.
Tocada pelo pecado em sua melhor versão
E sendo obrigada a passar mais um dia sem o toque de sua mão
Se cada parte do seu corpo fosse um instrumento
E toca-ló fizesse de mim uma artista
No meu maior desejo
Meu nome seria elevado
E eu descansaria ao lado de Beethoven
Qual a definição de barulho?
Pássaros Gorjeando
Água do Chuveiro caindo
Chuva no telhado
Cachorro latindo
Micro-ondas esquentando o leite
Trovões
Torneira escorrendo água para lavar as mãos
Ou uma descarga quando há necessidade de usá-la?
Se prestarmos atenção, veremos que o que te parece barulho, na verdade é poesia.
"A terra seca anseia pela chuva
Chamando a garota para a dança das gotas
Haja felicidade, comtemple o vôo das águas
Una-se ao magnífico homem! e
Venha apenas apreciar a garota dançando
Assim como a água
Evoque sua criança,
Alivie o que ela pensa a respeito do seu ser.
Gruniu o céu com luz empoderando a beleza
Aprisionada de uma mulher, quebrou-se a
Restrição que abita teu corpo?
Ouve as gotas
Tocando o rosto dela? Olhe o seu sorriso, vai
Abraçar-la, se sentires que o cheiro da chuva salta daquele corpo parabéns, tu amas de verdade."
Em dias como esse, penso muito em minha vida
Eu olho pela janela e vejo a chuva cair.
Fico pensando nas minhas despedidas, nas pessoas que deixei
para hoje eu estar aqui.
Eu poderia sim, ir embora e abandonar tudo , mas não tenho para onde voltar
Parece absurdo mas eu fiz de Deus, meu lar.
São tantos sentimento que não consigo entender , mas entendo que
são essenciais para a gente viver.
As vezes sinto vontade de chorar, mas nem chorar
eu consigo
Sinto medo de perder o senso e tirar das coisas
seus reais sentidos
Porém, de uma coisa eu sei e aprendi com o tempo, a nossa
mente precisa de um descanso
Está tudo tão corrido que procuramos felicidade em qualquer
canto
Pare um pouco para refletir, se precisar, tire uma pilha
Ande um pouco mais devagar, que até em uma chuva...
Verá alegria.
"Obra de Deus"
Hoje o dia está cinza…
… e com gotas de chuva.
Mas nem por isso…
… ele deixa de ser brilhante.
E sabe porquê?
É porquê Deus…
… sempre o mantém repleto de luz.
E olhando para o horizonte!
Eu vejo o mar…
… eu sinto o vento…
… e respiro a brisa.
Essa natureza que encanta…
… com toda a sua beleza.
E quer saber?
É obra de Deus.
Hoje o dia está lindo…
… como tantos outros…
… sempre estiveram.
Portanto!
Que possamos abraçá-lo .
Tal quanto o nosso Deus...
… sempre nos abraça.
Então!
Que saibamos apreciar…
… agradecer…
… e engrandecer o nosso Criador.
Pois nós somos movidos…
… conforme à Tua vontade.
Admilson
25/01/2020
Em uma noite linda
Começou uma chuva fina
Cruzamos nossos olhares
Um sentimento não decifrado
Sua boca juntou na minha
Um belo sonho adocicado
Cheirosas brisas e lindas ventanias
Nesse amor que inicia
Deixou de ser fantasia
Juntando nos dois de fato
Com os mesmos pensamentos
Nasceu um lindo relacionamento
Que jamais será quebrado.
A chuva que caí do céu favorece os mais diversos universos existentes, nutri as quintas que nós alimenta , cada gota é um carinho da natureza. Nuvens são carregadas de vida , fluindo sua matéria em queda aos rios, revigorando de baixo d'água os ciclos
Os fluidos de suas partículas , em contato com o chão lembra o cheiro da terra, que a alguns seres prejudica , e a outros faz bem e próspera.
Cada minúsculo universo funciona em exuberância, o lixo descartável para alguns é existência imensurável.
Há momentos
Que valem uma vida
Como andar na chuva
Olhar pra cima e perceber
Um raio de Sol que a invadiu
Chove dentro de você
É preciso uma miragem
Uma fagulha frágil
Um sonho em forma de mensagem
Num milagre, a lucidez
Era preciso uma visão
Que talvez não te venha jamais
Não dessa forma sucinta
Veja, chove no papel
E o presente é uma tinta que o borra mais
É querer ouvir a própria mente
Enquanto a mente, propriamente, não se cala
Há momentos
Que podem valer uma vida
Um pensamento que te aguarda há muito
Paciente, lá no fundo do quintal
Até que a mente se aquiete
E pense até ser ouvida
Por enquanto é tudo que lhe resta
No entanto
Esse momento vale uma vida.
Edson Ricardo Paiva.
"O que são gotas de chuva, para quem já esteve no fundo do poço?
Era pintura, meu sentimento por ti, e o seu, mal era um esboço.
E volto eu, mais uma vez, com minhas palavras, um louco.
Que por ti, já fez de tudo e além do tudo, o mais um pouco.
No teu abraço até encontrei refúgio, mas não encontrei socorro.
Abram-se as cortinas da minha solidão, palmas para ele, meu coração, 'O Tolo'.
A peça que, me prega peça, o tempo todo.
Repito tudo isso, com amarguras, de novo.
As lagrimas da chuva, lavam as águas do meu rosto.
Eu fecho os olhos e é só você que ouço.
Me implorando mais um abraço, um beijo, um consolo.
E nessa corte, eu é quem sou o bobo.
Por crer que, à mim, voltaria com gosto.
Graças à ti, já não existe nem brasa, onde era fogo.
Já abri mão de nós, já não caio no seu jogo.
Espero que seja o fim, do nosso ciclo vicioso.
Rogo à Deus, para que, nunca mais me venha a sede, das águas do seu poço..."
Não sei andar na chuva
muito mais que o tempo, dividir um guarda-chuva
atravessar sem medo, queda longe da parede
pega pela mão, a formiga
na outra, carrega-o
– tempo de costas
alguém disse: não sei andar na chuva
sendo um a menos
estampido são os gritos
no ritmo dos passos
alguém repetiu: eles eram muito felizes
ela, quinze anos
ele, os mesmos quinze
dividiam no guarda-chuva
a mesma tempestade
o riso insolente
o silêncio na xícara de café
beija o inverno delicado
não havia mais ninguém na casa
além do talher empoeirado
ainda da última visita
de um marido morto
a música que faz chorar
hoje só esconderijo
impossível viver numa casa onde não faz calor
frágua que forja lágrimas
onde a chuva não caminha
como dói a paisagem
quando o olho morre aberto
fica no meio um abismo vermelho da saudade
para entrar no sonho
e esperar que aconteça um milagre
BENDITA CHUVA (cerrado)
Quando, a bendita chuva, o céu a água solta
No cerrado, e escala o espaço árido e céreo
Da sequidão do sertão, em uma reviravolta
O chão zonzo, se refestela em doce refrigério
Em breve, mutação, a vida letarga brota e volta
Louca, em seu divino, puro e quimérico mistério
E assim, a formosura do campo a beleza escolta
Tirando da aridez o seu mirrado poema funéreo
Apalpa-a, fecunda-a, e triunfa, e domina a sede
Em glória, abundantemente, em um livramento
Entoando cânticos em que dá avidez se despede
E, em temporal, as águas bailam em ato sublime
Entre as bênçãos dos céus e hosanas do vento
Em um alento, a natureza exime de seu crime...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
19 de fevereiro de 2020 - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
Foi
Foi
Só um vento…
Só uma chuva
Só um verão
Só um tempo
Só um raio
Só uma flor
Só um momento
Só uma tempestade
Só um pássaro
Só um tormento
Foi
uma história
que ninguém viveu e que ninguém contou…
foi…
e passou.