Textos de Boas Energias

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Tenho voz aqui dentro
E não sai,
Não grita essa voz,
Que se debate
Arranha a minha garganta
Essa voz que fala
E nada diz.
Não tem caráter,
Influenciável e preza...
Uma voz amedrontada,
Que se enche de dizeres
E se entala,
E tosse o resto de letras,
Uma voz muda em meio a crise
Uma voz que vive sem nada a ser dito,
E morre engasgada pelas palavras que nunca disse.

A sorte é seletiva,
Tem gente que a leva na fé,
Tem outros que nem acredita,
Preferem fazer sua sorte,
Bater o pé e não esperar o destino,
Outros preferem esperar,
Acreditar que tudo acontece por um motivo.
Eu acho a sorte um bônus,
Que não podemos esperar sentado,
A sorte acontece para poucos,
O melhor é trabalhar pesado,
Lutar pelo que você quer,
Mesmo que leve tropeços,
Por mais que tu suba na vida,
Mais se aumenta os preços.
A sorte é questão de pessoa,
Nem todos nasceram com a mesma,
Tem gente que nasce de vida bacana,
Outros trabalham, trabalham e continuam na mesma...
Por via das dúvidas levante,
Seja o seu próprio amuleto
Acredite ou não nessa sorte,
Mas seja para ti o teu próprio trevo.

Instagram; @eufuipoeta

Você brilha,
E se ofusca na sombra dos outros.
Tua luz, só visível à alguns,
E você brilha,
Brilha mais que as 3 Marias,
Tua luz fria,
E seu toque tão quente,
Visivel a poucos,
Visível ao dia,
E tu nem sabe que tem.
Se mantém de velas acesas
E no escuro vazio que a mesma criou,
Acende a casa de outros,
Sua casa apagada,
A luz não pagou,
E você brilha...

Instagram; @eufuipoeta

As minhas raizes,
Tem anos,
Tem choro,
Lamentos e glórias,
Tem sangue nas minhas raizes,
Passado, futuro e agora.
Tem rezas e lendas,
Heróis e vilões,
Assunto pra boas histórias
Tem luta nas minhas raizes,
Pele vermelha, latina e Angola.
É vitrola, cavaco, pandeiro,
Capoeira, é ginga e roda,
Tem cultura nas minhas raízes,
Assuntos para outras escolas.

Instagram; @eufuipoeta.

O que me assusta nesse mundo
É que ninguém mais se assusta
Tudo parece ser normal
Por mais brutal a luta
Por mais banal o ato
Por mais que o ato morra
Por mais que morra o mundo
Por mais que ninguém socorra
O que mais me assusta nesse mundo
É o mundo individualista
Onde até político mata
E o povo se mata por política.

- Jordan Vilas Boas

O tempo passa e vira rugas
O tempo passa e vira judas
Ninguém te ajuda,
E o tempo corre
Você corre
Você corre, e corre e corre
Você cansa
Você volta
Você não sabe onde vai
Você acaba não indo
E o tempo voa
Voa teus sonhos
Teus sonhos dormem
Mas você não dorme
Você se mata
Mas continua vivo.

- Jordan Vilas Boas

- A dor do entendimento
Ao se colocar no lugar das pessoas, é possível perceber verdades assombrosas sobre si mesmo - um princípio para mudança mas não a solução imediata dos erros cometidos.
Não tem morfina que amenize, o sangue tem que escorrer junto com a reflexão, toda cura antecede de um momento de dor. A cicatriz fica em memória de ti e do próximo, como um aviso "Cuidado da próxima vez".

- Vilas Boas

Eu sou uma eterna apaixonada por palavras, música e pessoas inteiras, pessoas vazias são chatas e me dão sono.
Não me importa seu sobrenome, onde você nasceu, quanto carrega no bolso. Um simples detalhe, pode naturalmente roubar minha atenção como uma qualidade essencial no mundo. Por isso as pessoas que considero interessantes, eu corro atrás, me faço presente, torro a paciência, falo demais e aproveito cada momento em que possa aprender algo, rir, construir uma amizade ou simplesmente ter o melhor papo da minha vida, afinal tudo aqui é passagem certo? Não temos garantias do que vai durar um momento ou a vida toda!

- Paz e Bem

Quando alguém erra conosco, honestamente não estamos muito preocupados com o "arrependimento" do outro - ficamos cegos e vemos apenas nossos sentimentos feridos. Por isso que perdoar é algo tão dificil. Assim como quem busca o perdão, se sente ferido, por ter tomado o passo de "desculpar-se" e muitas vezes não ter a compreensão do sujeito ferido.
Pois quem perdoa - perdoa pra si, assim como quem se arrepende, arrepende-se para si, ou seja nenhum dos dois atos apagam as consequências causadas.
Nessa história percebo minha ideologia de "Deus", pois dizem que só " Ele" conhece o coração das pessoas, nós não podemos ter certeza 100% sobre os sentimentos das pessoas.
Todos os dias, pessoas nos lembram de coisas que desejamos esquecer e, muitas vezes o bem que fazemos não é pra ser compreendido e sim praticado.
Porque se tantas vezes eu errei, hoje eu escolho perdoar.

- Paz e Bem

⁠...
No principal domingo do ano
Da luta e da paz desmedida
De um Brasil sem miliciano
Gritarei contra o genocida

Do suor que escorre vermelho
Nas mãos sujas de um aristocrata
Jamais vou cair de joelho
Viva Prestes, Guevara e Zapata

Estudei Nabuco, um abolicionista
Vi morrer a Sociedade escravista
Até elegerem um certo fascista
E renascer a Confraria racista

Dia de um povo marcado
Do negro, do gay, do andrógino
E de um gado, um eleitorado
Ver cair seu idiota misógino

E no fim do abominável
E seu bando alienável
Primavera linda, impagável
Aqui jaz, um inominável

O menino

O menino sente
A fome,
A miséria,
A desnutrição.

O menino chora
A angústia,
O desprezo,
A solidão.

O menino corre
Da violência,
Da maldade,
Da incompreensão.

O menino sonha
Com a família,
Com o carinho
Com união…

O menino sofre
As consequências
De seu país
Sem coração.

⁠⁠...
Em tempos de inverdades, tenho saudades da minha liberdade. De andar pela cidade com pessoas da minha idade. Sinto que privo a minha verdade com certa ambiguidade. E que a calamidade uniformiza a diversidade.
Creio que a cumplicidade reapareceu sem sazonalidade e que o mundo está repleto de reciprocidade. Será que a majestade está sentindo um pouco de vulnerabilidade?

Em tempos de sororidade e equidade, a unicidade é uma temeridade. E a promiscuidade da invisibilidade aflorou a nossa humildade. Que as desigualdades repletas de maldade cedam espaço para a benignidade. E que o renascer da nossa longanimidade nunca mais permita nenhuma iniquidade.

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Nesse mundo de caos, sentimentos líquidos, verdades dissimuladas e mentiras honestas, posso concluir que a cegueira e a surdez ajudam (e muito) na nossa sanidade.

Como não posso fechar os olhos e tapar os ouvidos, reajo diferente. Crio enquanto a maioria copia, produzo enquanto a maioria tende a procrastinar, invisto enquanto a maioria consome e acredito naquilo que todos duvidam.

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Eu do passado, estou ligando para dizer que nos momentos em que você venceu, perdeu e disse umas verdades na hora errada - está tudo certo. Continua acontecendo isso com você no futuro. Vai por mim, faz parte do jogo da vida.

Arrependimentos? Tenho vários. Pensei em pedir para você evitar certas coisas e situações. Mas talvez eu não fosse eu, se você fizesse isso. Tem uma parada chamada paradoxo, e isso poderia alterar quem somos - melhor deixar quieto e aprender com os equívocos.

Vou te pedir para ter mais paciência, ser menos ansioso. Essa tal de ansiedade quase acabou com a gente. Ela foi nossa professora rígida e cruel, porém, extremamente honesta conosco. A ansiedade te consome naquilo que você acha que irá acontecer, e por isso ela é tão verdadeira. Suas fragilidades e fraquezas ficam expostas diante da realidade. Ou seja, você não tem o controle.

Vão ter vezes que você irá achar que é o fim. E vai ser mesmo. Fim de tantas crenças limitantes que você já teve. Ah... e você vai achar que está cheio de razão. Pode acreditar, você estará coberto de enganos. Quanto a família, fique bem pertinho do seu irmão. Todos são maravilhosos e merecem seu carinho, mas dê uma atenção especial para ele. Vai por mim!

Mas sabe de uma coisa? Eu gosto de ti. Você tem garra, é grato e tem atitude. Porém, herdei de você um talento especial para gerar uma certa inveja de quem cria estereótipos negativos para nos definirem erroneamente. Confesso que vivo tentando te desconstruir quando falo de você. Talvez seja o ímpeto de querer que você pense como eu aprendi a pensar. Essa tal de maturidade tardou, mas chegou com força.

Quanto a mim, acho que estou indo bem. Muitos sonhos, projetos e bons caminhos a serem percorridos. Você vai ser pai mais de uma vez, e ainda tentará de novo. Você vai casar, descasar e acertar na segunda tentativa. Tudo vai valer a pena, vai ser uma loucura e você vai querer escrever um livro. Vai ser você e eu, sem brigas pelo protagonismo. Até breve!

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Soneto da Saudade

Quando amamos e vivemos
Com costumes e moral
E na vida aprendemos
O que não pode ser normal

Pais e filhos são eternos
E o desprezo não perdura
Esses laços são fraternos
Ser sensato é ter cordura

Não sou apenas biológico
Sou de trato e emoção
Pai presente, etimológico
Lágrimas surgem e solidão

Podem tirar minha razão
Não me fará falta alguma
Mas me deixe o coração
O meu eixo desapruma

Meu sentimento é verdade
Que me dói até a alma
Meu soneto da saudade
Tenho força, tenho calma

Tenho filha, tenho filho
Meus anseios no papel
Um cordeiro, um novilho
Eu, Manú e Raphael

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Os paradoxos da minha timeline.

Sempre fui um aficionado pelas figuras de linguagem. Paradoxos e metáforas, por exemplo, sempre me ajudaram no processo de externar meus pensamentos. Traçando uma linha do tempo, voltamos ao ano de 1972 para compreendermos o real propósito deste livro.

Na ocasião, o então presidente Emílio Garrastazu Médici, terceiro da lista de ditadores que governaram o Brasil, promovia pela primeira vez a transmissão de um evento através da televisão em cores. Mesmo considerando o regime autocrático e a sua ilegitimidade, nascia a Telebrás, a primeira empresa de telecomunicações do Brasil. Em meio a censura, a violência e a cassação de direitos políticos, o primeiro computador da América Latina era construído na Cidade de São Paulo. Ao mesmo tempo que as fronteiras se fechavam para o livre-comércio, Médici inaugurava o primeiro trecho da Rodovia Transamazônica. E para completar, o juiz Sérgio Moro nascia ao passo que Luiz Inácio Lula da Silva entrava para o Sindicato dos Metalúrgicos com apenas vinte e sete anos de idade.

Saindo um pouco do contexto tupiniquim, o terrorismo palestino assombrava a delegação israelense em plenos Jogos Olímpicos. E para encerrar a lista de contradições, Richard Nixon, então presidente dos Estados Unidos, se reunia em Pequim, na China, com o lendário Mao Zedong - patrono da luta contra o imperialismo e o capitalismo em todo o mundo.

Neste mesmo ano eu chegava ao mundo e daí a ligação emblemática com os paradoxos da minha história. Com tantas contradições presentes no meu encontro com o mundo exterior, ressalto aqui o meu primeiro contato com a resiliência. Minha querida Mãe, genitora mor diante do seu primogênito, ao se preparar e ver se consolidar o segundo maior elo de sobrevivência depois do cordão umbilical, Mãe e Filho, eis que surge a fome e o anseio instintivo pelo aleitamento materno. Um choro a plenos pulmões antes fechados, uma insistência concebida pelo amor incondicional e um pequeno sussurro em meus ouvidos: - Filho, seja resiliente!

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Quanta coisa para agradecer. A vida, cada dia, cada noite, o sol, a lua, a plantação e o que vamos colher. As pessoas que amamos e que nos amam de volta. #reciprocidade

Agradecemos a sabedoria e honramos a erudição, mas preferimos criar ao invés de nos apoiarmos em fatos existentes. O trabalho não justifica nossa existência, mas não estamos neste planeta apenas para existir. Queremos multiplicar a subsistência. #longevidade

Agradecemos o sentimento de liberdade ao fecharmos os olhos, já que toda sombra tende a perseguir consciências suspeitas. Aprendemos a adestrar nossa reputação, e nossa consciência sempre nos acaricia mesmo depois de uma bela mordida. #liberdade

Agradecemos nossos dons. Ela faz, ele escreve. E apesar do eco que volta, seguimos fazendo e escrevendo à nossa maneira. Com a certeza que ações não são bordões, disparamos balas de resiliência no peito dos que sentem aquela dorzinha no cotovelo. #maturidade

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O tempo é comparado a um pó muito fino que, distraídos, deixamos escorregar por entre os nossos dedos.

Se lhe damos um bom uso, é a ponte por onde fazemos passar a trama dos nossos dias para fabricar o tecido de uma vida significativa. Portanto, precisamos ter consciência de que o tempo é o nosso bem mais precioso, essencial para a busca da felicidade. Então porque hesitamos quando abdicamos do supérfluo? Que vantagem há em nos dedicarmos ao inútil? A discórdia? Como disse Sêneca: “Não é que tenhamos tão pouco tempo, mas que o desperdiçamos demais.”

A vida é curta. Sempre perdemos, quando deixamos de lado as coisas essenciais, ou às adiamos ao nos deixarmos enredar pelas demandas incoerentes daqueles que brigam por poder. Os anos ou as horas de vida que nos restam para viver são como uma substância preciosa que se desfaz, podendo ser desperdiçada sem que percebamos.

Eu tenho quase meio século por aqui, e encaro o tempo como uma criança que pode desaparecer se não ficarmos de olho, que pode sumir com um estranho se não tomarmos cuidado, ou até mesmo evoluir rapidamente entre fases se não acompanharmos esta evolução. O tempo é nosso e ele não pode se perder indiscriminadamente. Cada fração desse tempo deve ser trocada por algum significado.

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Você é uma pessoa mecânica, instintiva ou consciente?

O amor mecânico desperta o ódio.
O amor instintivo desperta a incerteza.
O amor consciente desperta a plenitude.

A fé mecânica é loucura.
A fé instintiva é escravidão.
A fé consciente é liberdade.

A esperança mecânica é doença.
A esperança instintiva é covardia.
A esperança consciente é força.

Ao longo dos meus quarenta e muitos, parei de divagar por aí. Estou me afastando dos abalos morais e fazendo um approach com minha consciência.

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Em janeiro (que passou) ele faria quarenta e seis anos de vida.

É como se o seu desenlace espiritual me gerasse uma sensação física de perda, mas que o desconforto estivesse apenas no fato de não me ver vivendo nele. Quando ele dizia o quanto me amava, o quanto me respeitava, é como se eu vivesse nele também e isso me preenchia de alguma forma. A tal da referência sustentada pela reciprocidade incondicional.

Quando lembro, penso, converso com ele; sinto ele perto, como se ainda estivesse na mesma dimensão que eu. As passagens, as memórias se renovam. É como se o ontem virasse o hoje. Aí paro, reflito, e intuitivamente espero o mesmo. É quando me falta a fala, o abraço, o beijo. Ações que se foram com ele.

O que mais sinto falta? Da minha incapacidade de estabelecer um diálogo que me permita dar e receber. Eu falo, mas não ouço mais. Eu abraço, mas não sou mais abraçado. Eu beijo, mas não sou mais beijado. Ele vive em mim, mas não me vejo vivendo nele. É disso que tenho mais falta.
Saudades, meu irmão.